9/01/07

Cabo Delgado - Caju vítima de praga.

(Imagem daqui)
MAPUTO – A cultura de caju constitui a aposta do sector da Agricultura na Província de Cabo Delgado. Contudo, a mesma ainda se debate com a problemática de incidência de pragas e doenças, fraco acesso ao mercado e de tecnologias melhoradas de produção e queimadas descontroladas.
Não obstante estes constrangimentos, esta cultura de rendimento, é tida como a que mais contribui para o melhoramento da renda familiar através do seu produto e do seu valor acrescentado quando processado.
Consciente desta realidade, aproveitando a existência de duas unidades de processamento, nomeadamente, CABO CAJU, na capital da província, e a Export Marketing, no distrito de Chiúre, o sector da Agricultura pretende estabelecer três unidades satélites de processamento com capacidades de 25 toneladas cada, localizados em pontos estratégicos, nos distritos de Nangade, Mocímboa de Praia e Namuno.
Estas unidades permitirão a absorção do produto dos distritos circunvizinhos, facilitando deste modo o acesso ao mercado, conforme revelou ao A TribunaFax fonte da direcção Provincial da Agricultura. “Com esta estratégia, estará assegurado o escoamento, processamento e acesso ao mercado do caju. Vamos melhorar a monitoria da comercialização, particularmente, no que diz respeito às quantidades comercializadas”.
Para a materialização deste projecto, o Programa Nacional de Desenvolvimento Agrário, PROAGRI, está a investir pouco mais de 1 milhão de meticais, não só para o acesso do mercado de caju, que servirá, igualmente, para melhoria da produtividade das culturas de soja e gergelim, bem como promover o associativismo rural.
“A estratégia que deverá se estender aos distritos de Mueda, Palma, Ancuabe, Balama, e tem como grupo alvo, produtores do sector familiar e privado, visando melhorar o conhecimento sobre o maneio integrado das culturas de caju, gergelim e soja”, sublinhou.
As culturas de gergelim e soja têm tido uma tendência cada vez mais crescente de adopção no seio das famílias camponesas pelas vantagens comparativas que elas oferecem em termos de garantia de mercado e não só, também pelo nível satisfatório do preço, visto que os preços alcançados para comercialização pagos ao produtor chegaram aos 17 mil meticais o quilo, em finais da campanha do ano de 2005.
“São culturas que não envolvem grandes trabalhos de manutenção. A maior intervenção é realizada durante a colheita, feita de forma intensiva. Com formação e apoio adequado, sobretudo, na sementeira e tratamento póscolheita, podem-se alcançar níveis de qualidade que irão garantir um preço no mercado internacional”.
A fonte sustenta existir conhecimento básico sobre as culturas, mas se desconhece seu potencial, daí que se espera que com este programa haja diversificação de fontes de rendimento, se aumente as áreas lavradas, se melhore a estrutura organizacional dos grupos associados e se reduza a pobreza absoluta, como resultado do aumento da renda familiar. (NN)
Maputo, sexta-feira 31 de Agosto 2007, A TribunaFAX N°540.

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