tag:blogger.com,1999:blog-113181362024-03-13T17:21:32.212+02:00ForEver PEMBAAtravesso o mar sempre azul... e, lá mais ao norte de Moçambique na costa oriental da África da esperança, deixando para trás a neblina das madrugadas do tempo, vou redescobrindo os contornos sensuais da musa da saudade e das eternas recordações de minha infância/adolescência.JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.comBlogger2197125tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-77904540100695893452022-11-08T20:18:00.014+02:002022-11-08T21:38:40.395+02:00ALBUM ETNOHISTÓRICO DAS ILHAS DE QUERIMBA, IBO E MATEMO 1969 1972<b>👉 🇵🇹 🇲🇿 🇧🇷 </b>
<strike></strike>
<b>— País MOÇAMBIIQUE
</b><br />
<b>— Região CABO DELGADO
</b><br />
<b>— Ilhas QUERIMBA, IBO e MATEMO
</b><br />
<b>— Autor professor doutor CARLOS LOPES BENTO
</b><br />
<b>** Edição ©forEverPEMBA OUT 2022
</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFzG7Gy47nYE1qYu2veeQfd1LUMs6BPwpfszF6kFZZv7XqFRPL88HvvdfE91YOoXfiUCp6J2hlZatDtcGuiPXtFQWE1VGQTloc6LUxNFd6LnwXMrLbhSoRmIbkRc6_DOBGG9l8s8mKwawws7HdXBKaSdAVpOn-s1BiucWca9cbM-nYb1jLF7k/s325/Captura%20da%20Web_8-11-2022_143519_issuu.com.jpeg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="325" data-original-width="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFzG7Gy47nYE1qYu2veeQfd1LUMs6BPwpfszF6kFZZv7XqFRPL88HvvdfE91YOoXfiUCp6J2hlZatDtcGuiPXtFQWE1VGQTloc6LUxNFd6LnwXMrLbhSoRmIbkRc6_DOBGG9l8s8mKwawws7HdXBKaSdAVpOn-s1BiucWca9cbM-nYb1jLF7k/s320/Captura%20da%20Web_8-11-2022_143519_issuu.com.jpeg"/></a></div><a></p>
Ver e ler em ☆ ▪︎ <a href="https://issuu.com/gotael/docs/matriz/">https://issuu.com/gotael/docs/matriz/</a></div>
Por <b>Carlos Lopes Bento</b><br />
<b>Quem é Carlos Lopes Bento </b><br />
- <b>Antropólogo. Doutorado em Ciências Sociais. Sócio da SGL. </b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-AGAT_Il__ds/WjLK50WsJcI/AAAAAAAAstQ/50gWju8sA5ArxoZ3ogwES4nofqSfrupkgCLcBGAs/s1600/bento.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="135" data-original-width="107" src="https://2.bp.blogspot.com/-AGAT_Il__ds/WjLK50WsJcI/AAAAAAAAstQ/50gWju8sA5ArxoZ3ogwES4nofqSfrupkgCLcBGAs/s1600/bento.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>DADOS PESSOAIS</u></b></div>
<div>
- Carlos Lopes Bento, nasceu no ano de l933, em Mouriscas, concelho de Abrantes e reside no Monte de Caparica, concelho de Almada..<br />
<br />
<b><u>FORMAÇÃO ACADÉMICA</u></b><br />
- Doutorado em Ciências Sociais –Especialidade: História dos Factos Sociais, em 1994, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa, Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo mesmo Instituto e Diplomado com o Curso Superior de Administração Ultramarina pelo antigo Instituto Superior de Estudos Ultramarinos.<br />
<br />
<b><u>ACTIVIDADE PROFISSIONAL E CIENTÍFICA</u></b><br />
- Em Moçambique, por motivos profissionais, de 1961 até 1974, onde desempenhou funções de chefia e realizou trabalho de campo entre os povos makhwa de Murrupula e Mogincual, makonde de Mueda e mwani das Ilhas de Querimba e Porto Amélia (Pemba).<br />
- Em 1994, defendeu, publicamente, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas, da Universidade Técnica de Lisboa, a tese de doutoramento “ As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado. Situação Colonial, Resistências e Mudança- 1742-1822.<br />
- Docente universitário, desde 1980, nas Universidades Livre e Internacional e no Instituto Superior Politécnico Internacional. Para além da orientação de vários trabalhos finais de licenciatura, leccionou Introdução às Ciências Sociais, Metodologia da Investigação, Antropologia Cultural e Comportamento Organizacional nas licenciaturas de Gestão Turística e Hoteleira e de Gestão Bancária e Seguradora, do Instituto Superior Politécnico Internacional (ISPI).<br />
- Foi director do Centro de Investigação Aplicada em Gestão Hoteleira e Turística, tendo coordenado o Projecto de I&D sobre “Culinária tradicional num processo de mudança, na zona do Pinhal”.<br />
- Presidiu aos Conselhos Pedagógico e Científico do ISPI.<br />
- Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde exerceu cargos de direcção, nas secções de Etnografia, Antropologia e História. Actualmente faz parte da Direcção da mesma, e de vários centros de investigação ligados a África, onde tem apresentado dezenas de Comunicações.<br />
- Investigador em vários projectos de natureza sócio-politica e de desenvolvimento em todo o Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, designadamente, "A Reconversão da Pesca Artesanal, entre os rios Tejo e Sado- Aspectos Humanos", comparticipado pela JNICT.<br />
- Participação em muitas dezenas de eventos científicos ligados à temática africana e do turismo.<br />
<br />
<b><u>ÁREAS CIENTÍFICAS DE INTERESSE</u></b><br />
Continua a interessar-se pela Antropologia Africana- governação colonial, ritos de passagem, alimentação e contactos de cultura- pela cultura alimentar tradicional, pela cultura organizacional e pelos problemas humanos relacionados com a mudança em comunidades rurais e piscatórias e em organizações empresariais, particularmente, turísticas e hoteleiras<br />
<br />
<div class="blogger-post-footer"><hr 'style: color black' />
Este artigo pertence ao <a href="http://foreverpemba.blogspot.com">For Ever PEMBA</a>.<br/>
Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-76572100504356894352017-12-14T23:55:00.000+02:002017-12-15T15:38:30.675+02:00SABORES GASTRONÓMICOS ENTRE OS WAMWANI DA ILHA DO IBO/CABO DELGADO. ACHEGAS PARA SEU ESTUDO.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-miYkfzXy0QE/WjLKORsfMjI/AAAAAAAAstI/2WCEuJw_PYQEXkS2J7rHY8FGC_NSy0qZgCLcBGAs/s1600/comidab.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="410" data-original-width="544" height="300" src="https://4.bp.blogspot.com/-miYkfzXy0QE/WjLKORsfMjI/AAAAAAAAstI/2WCEuJw_PYQEXkS2J7rHY8FGC_NSy0qZgCLcBGAs/s400/comidab.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por <b>Carlos Lopes Bento</b><br />
- <i>Antropólogo. Doutorado em Ciências Sociais. Sócio da SGL.</i> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-AGAT_Il__ds/WjLK50WsJcI/AAAAAAAAstQ/50gWju8sA5ArxoZ3ogwES4nofqSfrupkgCLcBGAs/s1600/bento.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="135" data-original-width="107" src="https://2.bp.blogspot.com/-AGAT_Il__ds/WjLK50WsJcI/AAAAAAAAstQ/50gWju8sA5ArxoZ3ogwES4nofqSfrupkgCLcBGAs/s1600/bento.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Com esta comunicação, que foi elaborada com base em dados actuais, disponibilizados por vários informadores mwani, procuramos revelar alguns dos traços da cozinha mwani do quotidiano, festiva e do sagrado e conhecer, não só a complexa e heterogénea composição das suas saborosas comidas, como também os pratos considerados emblemáticos servidos em Cabo Delgado, particularmente, na ilha do Ibo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="text-align: center;"><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><b>Situação geográfica das Ilhas de Querimba</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-cukw5u484gk/WjLRSJO4kfI/AAAAAAAAstg/gKSdVXBk4U0Fh_nFZ0nWYfVqUDPZ47SzQCLcBGAs/s1600/ddd.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1571" data-original-width="1114" height="400" src="https://2.bp.blogspot.com/-cukw5u484gk/WjLRSJO4kfI/AAAAAAAAstg/gKSdVXBk4U0Fh_nFZ0nWYfVqUDPZ47SzQCLcBGAs/s400/ddd.png" width="282" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Dispostas em forma de rosário, numa direcção norte-sul, as Ilhas de Querimba, que constituem o arquipélago do mesmo nome ou de Cabo Delgado formado por mais de três dezenas de pequenas ilhas, situam-se no Oceano Indico Ocidental, a norte da ilha de Moçambique, entre as baías de Pemba e de Thunghi.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A ilha do Ibo, uma das cerca de 32 ilhas que integram o arquipélago, faz parte do território litorálico norte de Moçambique e é a 4ª ilha em superfície, mas com apenas 15 Km² (5x3).</div>
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<br /></div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
Situada a sul da ilha de Matemo e a norte da ilha de Quirimba, possui um riquíssimo património humano e histórico resultante de intensos movimentos comerciais e religiosos encetados, desde o séc. VIII, por povos de múltipla proveniência (..., árabes, persas, suaílis, indianos, chineses, africanos (makhwa, makonde, yao, mafites, …), portugueses, franceses, wasakalava, ingleses,... ), constituindo um território privilegiado, fértil em contactos, choques e interpenetrações de culturas, um espaço de cooperação, competição e de conflito, um local propício a transformações biológicas e socioculturais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estes seculares cruzamentos, conjugados com as condições ecológicas específicas da ilha e com a diversidade crenças religiosas da população do Ibo, originaram um típico e riquíssimo património alimentar, resultante da interpenetração secular das cozinhas e culturas asiática (polinésia, indiana e persa), americana, africana e europeia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dada a natureza dos seus solos corálicos e a irregularidade das chuvas, a agricultura na ilha do Ibo foi sempre praticada em pequena escala. Contudo, face ao crescente aumento da sua população, os seus moradores tiveram a necessidade de cultivar, em pequenas machambas, mandioca, feijão, milho, mapira, abóboras e pepinos, tanto nos seus quintais, vedados a laca-laca, onde plantaram papaeiras, goiabeiras, bananeiras, palmeiras, massaniqueiras e ateiras, como também nos terrenos baldios, fora da povoação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Atendendo a que produção é insuficiente para satisfação da totalidade das necessidades alimentares, resolveram o problema indo fazer as suas machambas nas terras firmes próximas, onde colhem milho, arroz, mapira, feijão, mandioca, amendoim, gergelim, rícino, castanha de caju, mangas, … . </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A palmeira, o cafezeiro silvestre e a mangueira crescem, em número limitado, por toda a ilha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há criação de gado caprino, ovino e bovino, em pequena escala e de aves de capoeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pela sua posição geográfica, a ilha do Ibo é rica em recursos aquáticos (peixes, crustáceos e moluscos). Para além dos pescadores, homens e mulheres, sempre que se deparam com dificuldades financeiras recorrem à pesca, utilizando armadilhas e pequenas redes ou panos junto à praia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta disparidade entre as actividades agrícola e pesca influenciaria, decisivamente, a cozinha mwane, onde predomina a utilização dos produtos marinhos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A população pratica as religiões católica e islâmica, esta limitativa de alguns produtos alimentares.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois destes pertinentes considerandos, volto ao tema principal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Do seu património alimentar, realçarei, nesta Comunicação (1), a comida mwane preparada e consumida no dia-a-dia, nas datas festivas e nos tempos sagrados e a sua heterogénea composição. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A cozinha mwane utiliza na confeção dos seus variados manjares: arroz, mandioca, feijão, milho, mapira, meixoeira, abóbora, gergelim, amendoim, coco, rícino, cana doce, batata doce, pepino, cebola, tomates, coentros, alhos, piripiri, castanha de caju, manga, papaia, anona, ata, romã, ananás, massanica, jambalão, banana, tamarindo, limão, folhas verdes de hortaliça, mandioca, de batata doce, moringa e abóbora, excelentes para confecionar a matapa, peixe fresco ou seco e mariscos( camarão, carangueijo, lagosta, lulas, chocos, polvo, inhamata ... ), carne de bovino, caprino, ovino e de aves, ovos, açucar, sal, mel, vinagre, especiarias- açafrão, gengibre, cominhos, canela, cravinho e cardamungo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A alimentação, habitualmente, preparada pelas mulheres, embora em 1971 existissem 27 cozinheiros, tem como base o caril (nsuzi), de:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- carne ou peixe/polvo/carangueijo/inhamata, </div>
<div style="text-align: justify;">
- coco (nsuzi uanazi),</div>
<div style="text-align: justify;">
- oleo de amendoim (nsuzi uamafuta),</div>
<div style="text-align: justify;">
- abóbora (nsuzi uamanga),</div>
<div style="text-align: justify;">
- feijão (nsuzi uaunde), </div>
<div style="text-align: justify;">
- caranguejo, camarão, macasa, inhamata, ... . </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
e como acompanhamento (kuria):</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- arroz de coco (kanazi), </div>
<div style="text-align: justify;">
- bilinjé (arroz), </div>
<div style="text-align: justify;">
- milho (kamafafaluela), </div>
<div style="text-align: justify;">
- arroz refogado (kitoré),</div>
<div style="text-align: justify;">
- milho e feijão (makutshuko), </div>
<div style="text-align: justify;">
- lumino de batata doce, banana, mandioca, abóbora</div>
<div style="text-align: justify;">
- mazizima (papa de mapira) </div>
<div style="text-align: justify;">
- quitoré (arroz refogado) </div>
<div style="text-align: justify;">
- matapa de folhas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para além dos temperos orientais que adquire, utiliza muitos produtos da terra: sal, priripiri, manga verde, de que faz vinagre, tamarindo (verde e maduro), limão, cebola, alho, tomate, fruto do embondeiro, ... .</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Também se prepara e consome vários tipos de achar (conservas): limão, cebola, tamarindo, manga, que são conservados em sal, piripiri e vinagre. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bolos: nkate, de f.trigo (uabolo), f. milho (uariba), f. mandioca (pinaga), f.arroz (pneu), f.trigo (uumacajojo), f.arroz (vitumbula), f. mapira (viliosso), biscoito, igual ao anterior mas com forma biscoito de Portugal, f.arroz (uakumimina), uapão de ló, uasonho, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Doces: abóbora, batata doce, meixoeira cozidio, coco (uanazi), amendoim pilado (uaintessa), castanha caju pilada (uacorosso), gergelim pilado (uaifuta), massanica (iaunazi), pera, papaia, banana, caju, manga, ngodó (bolo de farinha de arroz, coco e açucar que é servido na festa das raparigas culávia mwari) , uaunde, dinuto, virassassa, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os pratos de carne de cabrito, galinha, pato ovino ou bovino são apenas consumidos em datas festivas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como bebidas utlilizam água simples, chá, café, leite, limonada, laranjada. Para algumas cerimónias utilizam a água das chuvas e a água de coco.</div>
<div style="text-align: justify;">
Do seu trem de cozinha constam: frigideiras, panelas de barro- com boca larga para o caril (kikalando), com boca pequena para arroz (kiungo), e para água (mivulo), panelas de cobre, alumínio e ferro, caçarolas de barro, tachos de alumínio, frigideiras, pedras de moer, peneiras (kissero), coadores (msudjo), almofarizes e pilões de madeira, raladores (mbusi), concha de casca de coco (lupaua),trempes de ferro, ... .</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com exceção do mês do Ramadão, o mwane faz três refeições por dia, diferentes das do quotidiano, nas cerimônias especiais- ritos de passagem, festas religiososas e nalgumas cerimónias de despossessão de espíritos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>No dia a dia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
São servidas três refeições diárias: pequeno almoço/matabicho, almoço e jantar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Ao pequeno almoço</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<div>
Das 6 às 8 horas a alimentação é diversificada. Habitualmente toma-se:</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Chá com ribas, pneus, sonhos ou vitumbulas</div>
<div>
- Chá com pão, ou bolos,bolos, nkate de trigo, milho, mandioca ou arroz, riba, leite e pão, </div>
<div>
- Pão e peixe frito.</div>
<div>
- Leite ou leite com pão</div>
<div>
- Café</div>
<div>
- Ovos, cozidos ou fritos</div>
<div>
- Arroz ou feijão com caril de peixe</div>
<div>
- Mandioca cozida com peixe frito</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Ao meio da manhã podia comer-se batata doce ou qualquer doce.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<b>Ao almoço</b></div>
<div>
Das 12 às 14 horas, a refeição é pouco variável. Habitualmente come-se:</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Arroz ou mapira e mais raramente, feijão, com caril de peixe- frito, cozido ou assado ou de âmbar, temperados com achares/azedos de manga ou limão.</div>
<div>
- Tocossado de peixe acompanhado de arroz de coco </div>
<div>
- Arroz com peixe frito.</div>
<div>
- Cebolada de peixe</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Por vezes, pelas 17 horas, podia tomar-se uma chávena de leite ou comer sobejos do almoço.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Ao jantar</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div>
Das 19 às 20 horas, a refeição é variável, constando de </div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Chá com nkate, bolo ou pão </div>
<div>
- Chá com nkate de magaga</div>
<div>
- Leite e café </div>
<div>
- Chá com aletria</div>
<div>
- Arroz com caril de peixe</div>
<div>
- Arroz de mapira com caril de peixe</div>
<div>
- Arroz cozido com peixe</div>
<div>
- Ovos fritos ou cozidos</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Ao almoço e jantar, sempre que possível, come-se não só tchima/matapa de verduras (de folhas de abóbora, mandioca e hortaliça), batata doce ou mandioca, cozidas ou assadas, como também fruta, seja papaia, banana, laranja, ananás, pera goiaba, pera abacate, anona, ata, manga, de produção própria ou comprada. Também os doces caseiros diversos, são, algumas vezes, também consumidos.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Cerimónias religiosas e outras</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nas cerimónias religiosas - nascimento do profeta Maomé, festa a S. Francisco Xavier, maulide e fateha-oração pelos mortos confecciona-se uma alimentação especial constituída por carne de bovino e caprino.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
No cumprimento de promessas, a alimentação preparada, galinha ou pato com arroz de caril é oferecida a orfãos ou alunos da madrassa), </div>
<div>
<div>
- No início da construção de casas, embarcações, gamboas e a falta de chuva, preparam refeições à base de carnes de bovino, cabrito, galinha, pato e de arroz, em que a mapira, como elemento purificador(mapézi), o coco e os bolos têm presença obrigatória.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="text-align: justify;"><b>Cerimônias</b></span><b> familiares</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Akika</b>, apresentação da criança ao 7º dia do nascimento. No dia aprazado, de manhã cedo, as mulheres (familiares, amigas e vizinhas) preparam, com esmero, no quintal da família anfitriã, os bolos rote e o caril de cabrito, que, mais tarde, serão servidos aos convidados que molham os bolos no mel e o caril no azedo (achar feito localmente com manga verde, limão, pepino, tamarindo...). De realçar que, também, aos dignatários políticos e religiosos, aos vizinhos e órfãos, por uma questão de testemunho e de prestígio social, são oferecidas pequenas porções de carne, crua ou cozida, de mel e bolos. Como bebidas são servidos chá, café ou qualquer refresco e nunca bebidas alcoólicas proibidas pelo Alcorão. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Kutolola</b>, furar orelhas das raparigas para brincos (kutolola brinco) e base nariz para kipine (kutolola kipine) serve-se doce de gergelim e bolo de arroz (n´godó).</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Corte de cabelo de rapazes e raparigas a comida própria:</b> caril de carne de vaca, de galinha ou pato, com arroz ou apenas bolos e biscoitos com chá ou leite.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Kulavia </b>- Saída das raparigas do enclausuramento porque vai casar ou demora em fazê-lo. Nesta ocasião fazem-se doces de n'godó e nkate de mapira ou mandioca.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Limbaje</b>. Confecionam-se doces da melhor qualidade feitos pela família da noiva com a importância enviada pelo pai do noivo, na carta do pedido de casamento, que depois são enviados com a resposta ao pedido feito.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Arusse - Casamento</b>. Para a almoço do dia do casamento, o pai da noiva compra: 2,5 de arroz, 1 bovino, 1 cabrito, 1,5 saco de farinha de trigo, 25 quilos de açúcar, cocos, batatas, temperos. As pessoas mais abastadas, por vezes, confeccionam pratos de chacuti, chamuças, bebinca, … .</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Nos ritos de passagem</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Kumbi</b>, circuncisão dos rapazes, no acampamento, alimentam-se de mel, arroz de cabrito, peixe assado, tudo sem caril nem sal; já em casa, tomam leite, chá e bolos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- <b>Riga</b>, iniciação das raparigas, faz-se caril de galinha sem temperos, chá forte com café com leite, bolos e biscoitos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nas cerimônias ligadas aos cultos de possessão, nas chamadas danças do diabo, há comidas que variam consoante a origem do espírito incorporado na mulher, que não farão parte desta comunicação.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E para terminar a indicação dos pratos da cozinha mwane mais recomendados por amigos nossos Muadjas:</div>
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<br /></div>
<div>
- tocossado de peixe com xima de mandioca ou milho branco, ou arroz de coco ou mapira com coco;</div>
<div>
- lumino (de mandioca ou de batata-doce, banana macaco verde) de peixe fresco; </div>
<div>
- caril de coco de caranguejo/camarão/peixe acompanhado com arroz ou leite de coco;</div>
</div>
<div>
<div>
- quitoré com safi frito, acompanhado de arroz de coco, de mapira, de meixoeira ou soloco;</div>
<div>
- peixe frito com milho e feijão (macutchucu);</div>
<div>
- arroz de coco ou de mapira com caril de peixe e molho de coco;</div>
<div>
- caril de cabrito com arroz amarelo</div>
<div>
- caril de peixe com arroz de coco e matapa</div>
<div>
- bolo de meixoeira cozido, rotis (apas), filhoses, nkate wa kumimina (bolo de arroz) e nkate wa magaga (bolo de mandioca seca;</div>
<div>
- doces de abobora e batata-doce.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Uma análise mais aprofundada da cozinha mwane, dos seus ingredientes e objectos/utensílios utlizados na sua preparação alimentar mostrar-nos-á que:</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- grande parte das plantas alimentares - cereais, legumes e árvores de fruto - e especiarias são originárias da Asia, Oceania e da América;</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Muitos dos utensílios utilizados chegaram a África através da difusão cultural, provenientes da Oceania e Asia- pilão, mós, raspador, … ;</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- muitos dessas plantas e utensílios são signos comuns da língua suaíli ou dela derivados e cobrem uma vasta área de África do litoral e interior;</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- muitas iguarias e seus temperos, bolaria, doces são vocábulos das línguas suaíli, macua e português.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A cultura alimentar, aqui descrita, longe de estar completa, mostra bem a diversidade e a riqueza da cozinha mwane- do dia-a-dia e festiva, bem diferente da preparada nas terras firmes do interior, muito mais simples, tanto nos produtos como na confecção. A diferenciação existente deve-se aos seculares contactos da comunidade mwane com gentes de outras culturas e civilizações: árabe, asiática, e europeia, portadoras de outros saberes e estilos de vida, muitos deles integrados, por úteis, na cultura local.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Terminada a minha Comunicação, resta-me agradecer a vossa estimada presença.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A todos um BEM HAJA.</div>
<div>
<i><b>- Carlos Lopes Bento</b></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-SexftoFn5N4/WjLfJU3m_PI/AAAAAAAAst0/Cd5Jj3ebl7sre4KXJAPH9iq1-StSHLcHQCLcBGAs/s1600/abc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="995" data-original-width="1600" height="248" src="https://3.bp.blogspot.com/-SexftoFn5N4/WjLfJU3m_PI/AAAAAAAAst0/Cd5Jj3ebl7sre4KXJAPH9iq1-StSHLcHQCLcBGAs/s400/abc.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><b>ANEXOS</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<b>ALGUMAS RECEITAS TÍPICAS DA GASTROMONIA MWANE</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>TOCOSSADO DE GALINHA</b></div>
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<br /></div>
<div>
<b><u>Ingredientes:</u></b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
2 Frangos</div>
<div>
1 ½ Tomate grande</div>
<div>
2 Caldos Knorr de frango</div>
<div>
1 ½ Cebola grande</div>
<div>
1 Colherinha de massa de tomate</div>
<div>
6 Azedos de manga previamente demolhados para tirar a acidez</div>
<div>
½ Colherinha de sal</div>
<div>
3 Piri-piri</div>
<div>
1 ½ Colherinha de óleo</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<u><b>Execução:</b></u></div>
<div>
<u><b><br /></b></u></div>
<div>
Cortar o tomate e a cebola em pedaços pequenos, para que não fiquem nem grandes nem picados.</div>
<div>
Num tacho, colocar 1 chávena de água e deitar um caldo Knorr, metade do tomate e da cebola já cortados, meia colherinha da massa de tomate e deixar ferver um pouco, cerca de 1 minuto.</div>
<div>
Adicionar o frango, mais 1 chávena de água e a restante ½ colherinha de massa de tomate. Juntar 1 ½ colherinha de óleo.</div>
<div>
Deixar ferver, pôr ½ colherinha de sal (para dar outro sabor, para além do caldo Knorr) e deixar ferver mais um pouco. Por fim, colocar o resto da cebola e tomate cortados e o azedo, sem mexer.</div>
<div>
Deixar cozer estes últimos ingredientes sem mexer, deixando apenas acamar.</div>
<div>
Ao deixar cozer muito bem, golpear 3 piri-piris e juntar para apurar.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b><u>Autoras:</u></b></div>
<div>
- Compilada por <b>Fernanda Carrilho</b> e executada por <b>Maria Judith Viegas Rodrigues Carrilho</b>.</div>
<div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>TOCOSSADO DE PEIXE</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div>
<b><u>Ingredientes:</u></b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
0.5 Kg de peixe grande / médio fresco (de preferência) às rodelas.</div>
<div>
3 tomates grandes bem maduros sem pele e cortados aos pedaços.</div>
<div>
1 cebola grande às rodelas.</div>
<div>
1 dente de alho grande picadinho.</div>
<div>
1 piripiri às rodelas (opcional).</div>
<div>
Sal à gosto.</div>
<div>
Sumo de 1 limão.</div>
<div>
Água suficiente pra cobrir tudo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b><u>Modo de fazer:</u></b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Coloca num tacho o peixe já limpo. Por cima, deita os restantes ingredientes exceptuando os 2 últimos.</div>
<div>
Leve ao lume brando. Quando o líquido do peixe diminuir um pouco, deita a água e deixa reduzir um pouco sua quantidade. Por fim, adiciona o sumo do limão, mexendo o tacho e pouco depois desliga.</div>
<div>
Acompanha-se com arroz de coco.</div>
<div>
N.B. - Pode-se substituir por frango, é também saudável e delicioso.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Cedida por <b>Margy</b></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>ACHAR DE SOLÃO</b></div>
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<br /></div>
<div>
<b><u>Ingredientes:</u></b></div>
<div>
<b><u><br /></u></b></div>
<div>
1 n’sudjo ou kitunga cheio de manga seca (azedo ou ambuche).</div>
<div>
2 copos de vinagre.</div>
<div>
6 pés de cravinho.</div>
<div>
2 colherinhas de cominhos em pó.</div>
<div>
2 colherinhas de coentros em pó.</div>
<div>
½ colherinha de açafrão.</div>
<div>
3 colherinhas de piripiri moído.</div>
<div>
2 colherinhas de massa de tomate (para quem queira).</div>
<div>
2 cebolas cortadas.</div>
<div>
1 alho que chegue para uma colher cheia quando pisado</div>
<div>
2 colherinhas de sal.</div>
<div>
Óleo que chegue para a quantidade do azedo de manga (mais ou menos 6 conchas).</div>
<div>
1 colherinha de açúcar.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b><u>Preparação:</u></b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
De véspera, coloca-se a manga seca numa tigela e deitam-se os 2 copos de vinagre, deixando a demolhar até ao dia seguinte.</div>
<div>
No dia seguinte, cortam-se as 2 cebolas e pisam-se muito bem os alhos com o sal. Colocam-se então a cebola dum lado, o alho doutro e todos os temperos juntos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b><u>Execução:</u></b></div>
<div>
<b><u><br /></u></b></div>
<div>
Verte-se o óleo que chegue para todo o azedo numa panela, deixando até ferver. Após ter fervido, retira-se a panela do fogo. Aí, colocam-se todos os temperos e só depois o azedo. No final, deita-se 1 colherinha de açúcar e volta-se a colocar no fogo para misturar tudo e ficar pronto.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b><u>*Notas:</u></b></div>
<div>
<b><u><br /></u></b></div>
<div>
- N’sudjo ou kitunga, são kisseros pequenos, ou seja, peneiras feitas tradicionais Mwanes (do Ibo).</div>
<div>
- Azedo ou ambuche, é manga seca em Kimwane, língua falada no Ibo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b><u>Autoras:</u></b></div>
<div>
- Receita compilada por <b>Fernanda Carrilho</b> e feita por sua Mãe, <b>Maria Judith Viegas Rodrigues Carrilho.</b></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>ACHAR DE LIMÃO</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div>
<b><u>Achar de limão é feito assim: </u></b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Limãozinho maduro. piri-piri em pó ou fresco vermelho e sal.</div>
<div>
Abre-se o limão em quatro com a casca e mete-se o sal e o piri-piri dentro do limão.</div>
<div>
Vai-se arrumando num frasco de vidro ou barro... no final deita-se sumo de limão até cobrir o limão todo no frasco... Tapa-se o frasco e põe-se a ao sol durante um ou dois dias para curtir.</div>
<div>
O suco de limão fica espesso e esta pronto para servir.</div>
<div>
Atenção.... o achar não é caril, portanto serve-se só um pouco...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Cedida pela <b>Nady</b>.</div>
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<br /></div>
<div>
<div style="text-align: center;">
<b>LUMINO DE MANDIOCA</b></div>
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<br /></div>
<div>
<b><u>Ingredientes:</u></b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
2 kg de mandioca. </div>
<div>
1/2 litro de leite de coco.</div>
<div>
1 cebola.</div>
<div>
Peixe, camarão ou frango.</div>
<div>
Açafrão.</div>
<div>
Manga seca, manga fresca(acida)ou tamarino ou suco de limão.</div>
<div>
Sal e piri-piri verde. </div>
<div>
</div>
<div>
<b><u>Modo de fazer:</u></b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Descascar a mandioca e cozer com um pouco de sal. Não deve ficar mole mas bem cozida.</div>
<div>
Cortam-se as tiras não finas e arrumam-se numa panela.</div>
<div>
Põe-se o leite de coco e o resto dos ingredientes todos (excepto o peixe ou frango) na panela, leva-se ao lume e vai-se mexendo lentamente ate começar a ferver. (fogo brando).</div>
<div>
10 minutos depois da fervura, põem-se as postas de peixe já fritas e tostadas, ou os bocados de frango já cozidos ou o camarão fresco descascado.</div>
<div>
Mais 10 minutos de cozedura e o lumino está pronto.</div>
<div>
Pode-se acompanhar com um achar de limão.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Cedida pela <b>Nady.</b></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>MATAPA DE ABÓBORA</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Cortas as folhas como se fosse pra fazer caldo verde, e pões numa panela com um pouco de água a cozer ( 10 minutos).</div>
<div>
Enquanto isso levas leite de amendoim, cebola cortadinha, tomate fresco, sal e malagueta (se houver) e pões a cozer, mexendo sempre com uma colher de pau (se não tiveres colher de pau, tens que mexer com a mão senão, não anima...) rsrsrs brincadeira.</div>
<div>
Quando o amendoim começar a engrossar despejas as folhas que já estão quase cozidas.</div>
<div>
Deixas apurar mais uns 10 minutos e já esta pronto.</div>
<div>
Podes variar pondo camarão fresco, fica bom. também.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Cedida por <b>Nady</b>.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>FEIJOADA À MODA DO IBO</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
A base, é galinha e camarão e as quantidades ao gosto, possibilidades de cada um e nº de convivas.</div>
<div>
De preferência o feijão e a galinha, devem ser do tipo cafreal, ou seja, pequenos e saborosos. </div>
<div>
No sul de Moçambique, este feijão chama-se "Timbauene".</div>
<div>
O feijão coze-se primeiro, de preferência com um chouriço para dar o gosto, mas de carne de vaca ou carneiro!!!</div>
<div>
Entretanto, prepara-se o refogado com os temperos: A cebola não deve ser muito picada, o alho só pisado e tudo isto se frita em muito pouco óleo, com tempero de pó de caril (mistura de açafrão indiano, colorau/coentro e cominho). </div>
<div>
Podem pôr-se outros temperos, ao gosto.</div>
<div>
Depois do refogado bem cheiroso, deitar a galinha aos pedaços, mexe-se bem para fritar por fora sem deixar cozinhar e depois tapa-se o tacho e deixa-se cozinhar.</div>
<div>
Se precisar de liquido, nunca água: ou cerveja ou vinho branco.</div>
<div>
Quando a galinha estiver quase cozida, deitar o camarão descascado (eu deixo ficar as cabeças) e o feijão e deixa-se ferver por 5 minutos. Então, mistura-se isto tudo numa lata de leite de coco, deixa-se levantar fervura, mexendo sempre, mas não mais que 5 minutos e está pronto. </div>
<div>
É melhor quando feita de véspera.</div>
<div>
Serve-se com arroz branco simples ou de coco, banana frita e ananás grelhado, querendo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
- Receita cedida, gentilmente por <b>São Alves</b>.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-KJDjZm3_1cg/WjLm5ix02HI/AAAAAAAAsuE/aMuaFkPjnsgXMuhpQnGYZQrBJKvPfRSxwCLcBGAs/s1600/ede.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1582" data-original-width="1600" height="395" src="https://3.bp.blogspot.com/-KJDjZm3_1cg/WjLm5ix02HI/AAAAAAAAsuE/aMuaFkPjnsgXMuhpQnGYZQrBJKvPfRSxwCLcBGAs/s400/ede.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-8zmXNG5tLKM/WjLomqWVxBI/AAAAAAAAsuQ/VMP0OhjaXRcVZ65vhJdljgUxXQwVHN6KgCLcBGAs/s1600/rere.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="673" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-8zmXNG5tLKM/WjLomqWVxBI/AAAAAAAAsuQ/VMP0OhjaXRcVZ65vhJdljgUxXQwVHN6KgCLcBGAs/s640/rere.png" width="419" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-tW7HX3raxZk/WjLqwHpgT3I/AAAAAAAAsuc/iQegqPgVj98sYn_6N2iEW-E8vSXgifaBgCLcBGAs/s1600/dddd.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1074" data-original-width="721" height="640" src="https://4.bp.blogspot.com/-tW7HX3raxZk/WjLqwHpgT3I/AAAAAAAAsuc/iQegqPgVj98sYn_6N2iEW-E8vSXgifaBgCLcBGAs/s640/dddd.png" width="427" /></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-5YjgRq6GA5Y/WjLsH5yVB6I/AAAAAAAAsuo/-qVL4-BEvcUG-D8neThb9i92p-uLHGgCgCLcBGAs/s1600/tttt.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="689" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-5YjgRq6GA5Y/WjLsH5yVB6I/AAAAAAAAsuo/-qVL4-BEvcUG-D8neThb9i92p-uLHGgCgCLcBGAs/s640/tttt.png" width="428" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-LEcXTTwahFk/WjLtTJVMG9I/AAAAAAAAsu0/0izh_SE5lKcwiAgU-QgpvOlnhNPxlsJ-gCLcBGAs/s1600/www.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="746" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-LEcXTTwahFk/WjLtTJVMG9I/AAAAAAAAsu0/0izh_SE5lKcwiAgU-QgpvOlnhNPxlsJ-gCLcBGAs/s640/www.png" width="465" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div>
<br /></div>
<div>
<b>Quem é Carlos Lopes Bento </b><br />
<b><u>DADOS PESSOAIS</u></b></div>
<div>
- Carlos Lopes Bento, nasceu no ano de l933, em Mouriscas, concelho de Abrantes e reside no Monte de Caparica, concelho de Almada..<br />
<br />
<b><u>FORMAÇÃO ACADÉMICA</u></b><br />
- Doutorado em Ciências Sociais –Especialidade: História dos Factos Sociais, em 1994, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa, Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo mesmo Instituto e Diplomado com o Curso Superior de Administração Ultramarina pelo antigo Instituto Superior de Estudos Ultramarinos.<br />
<br />
<b><u>ACTIVIDADE PROFISSIONAL E CIENTÍFICA</u></b><br />
- Em Moçambique, por motivos profissionais, de 1961 até 1974, onde desempenhou funções de chefia e realizou trabalho de campo entre os povos makhwa de Murrupula e Mogincual, makonde de Mueda e mwani das Ilhas de Querimba e Porto Amélia (Pemba).<br />
- Em 1994, defendeu, publicamente, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas, da Universidade Técnica de Lisboa, a tese de doutoramento “ As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado. Situação Colonial, Resistências e Mudança- 1742-1822.<br />
- Docente universitário, desde 1980, nas Universidades Livre e Internacional e no Instituto Superior Politécnico Internacional. Para além da orientação de vários trabalhos finais de licenciatura, leccionou Introdução às Ciências Sociais, Metodologia da Investigação, Antropologia Cultural e Comportamento Organizacional nas licenciaturas de Gestão Turística e Hoteleira e de Gestão Bancária e Seguradora, do Instituto Superior Politécnico Internacional (ISPI).<br />
- Foi director do Centro de Investigação Aplicada em Gestão Hoteleira e Turística, tendo coordenado o Projecto de I&D sobre “Culinária tradicional num processo de mudança, na zona do Pinhal”.<br />
- Presidiu aos Conselhos Pedagógico e Científico do ISPI.<br />
- Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde exerceu cargos de direcção, nas secções de Etnografia, Antropologia e História. Actualmente faz parte da Direcção da mesma, e de vários centros de investigação ligados a África, onde tem apresentado dezenas de Comunicações.<br />
- Investigador em vários projectos de natureza sócio-politica e de desenvolvimento em todo o Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, designadamente, "A Reconversão da Pesca Artesanal, entre os rios Tejo e Sado- Aspectos Humanos", comparticipado pela JNICT.<br />
- Participação em muitas dezenas de eventos científicos ligados à temática africana e do turismo.<br />
<br />
<b><u>ÁREAS CIENTÍFICAS DE INTERESSE</u></b><br />
Continua a interessar-se pela Antropologia Africana- governação colonial, ritos de passagem, alimentação e contactos de cultura- pela cultura alimentar tradicional, pela cultura organizacional e pelos problemas humanos relacionados com a mudança em comunidades rurais e piscatórias e em organizações empresariais, particularmente, turísticas e hoteleiras<br />
<br />
<b><u>COMUNICAÇÕES E PUBLICAÇÕES </u></b><br />
- 1980 - "Problemas Eco-Sociais e a Reconversão da Pesca Artesanal";<br />
- 1982 - "O Trabalho de Campo na Antropologia e o Desenvolvimento";<br />
- 1984 - "O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve-Achegas para o Estudo do seu Passado";<br />
- 1986 - "As Potencialidades das Fontes Históricas na Pesquisa Antropológica";<br />
- 1986 - "O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve-Achegas para o Estudo do seu Passado. Breves Considerações Finais";<br />
- 1987 - "A Pesca do rio Tejo. Os Avieiros: Que Padrões de Cultura? Que Factores de Mudança Sócio-Cultural? Que Futuro?";<br />
- 1988 - "O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve-Achegas para o Estudo do seu Passado.- Ambiente, Tecnologia e Qualidade de Vida";<br />
- 1989 - "A Posição Geo-Política e Estratégica das Ilhas de Querimba. As Fortificações de Alguns dos seus Portos de Escala";<br />
- 1990 - “La Femme Mwani e la Famille. Étude Quantitatif des Quelques Comportements des Femmas de l’île d’Ibo”;<br />
- 1991 - O 1º Pré-censo de Moçambique- A Relação Geral de População de 1798 das Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado";<br />
- 1992 - "Uma Experiência de Desenvolvimento Comunitário na Ilha do Ibo/Moçambique entre 1969 e 1972";<br />
- 1997 - "Os Prazos da Coroa nas Ilhas de Querimba e a sua Importância na Consolidação do Domínio Colonial Português";<br />
- 1998 - "Ambiente, Cultura e Navegação nas Ilhas de Querimba. Embarcações, Marinheiros e Artes de Navegar";<br />
- 1999 - "A Administração Colonial Portuguesa em Moçambique- Um Comando Militar em Mogincual, entre 1886 e 1921";<br />
- 2000 - "Situação Colonial nas Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado- Senhorios, Mercadores e Escravos" (Resumo da tese de doutoramento);<br />
- 2000 - “Contactos de Cultura Pós-Gâmica na Costa Oriental de África. O Estudo de um Caso Concreto”;<br />
- 2001 - “A Ilha do Ibo: Gentes e Culturas-Ritos de passagem”;<br />
- 2001 - “Ambiente, Cultura e Navegação nas Ilhas de Querimba- Embarcações, Marinheiros e Artes de Navegar”.<br />
- 2003 - “A Cozinha Tradicional na Área do Pinhal e o Desenvolvimento Regional - O Maranho como Prato Emblemático num Processo de Mudança”;<br />
- 2003 -“A possessão em Moçambique- O Curandeiro N´kanga entre os Wamwuani do Ibo (1969-74)”.<br />
- 2004 - "A Antropologia da Alimentação em Portugal.- Um estudo concreto;<br />
- 2005 - "A Sociedade de Geografia de Lisboa e o Turismo”<br />
- 2007 - “Um Projecto de Investigação sobre Cozinha Tradicional na Área do Pinhal e Vale do Tejo. (Breve Notícia.(Meados Do Século XX)”;<br />
- 2008 - “O Novo Código de Posturas da Câmara Municipal de Cabo Delgado, de 1887. Uma Leitura Etnográfica;<br />
- 2009 - “Tecnologias Tradicionais do Mundo Rural, no Ribatejo: O Ciclo do Azeite em Mouriscas (Abrantes), nos meados do Século XX”;<br />
- 2010 - “Os Sakalava de Madagascar em Moçambique. Ataques às Ilhas de Querimba e Terras Firmes Adjacentes e Suas Implicações, entre 1800-1817”;<br />
- 2011 - “As Condições de Trabalho em Moçambique, depois da Abolição da Escravatura. Direitos e Deveres dos Serviçais e Colonos e dos Patrões, em 1880 na Província de Moçambique”;<br />
- 2011 -“A Mestiçagem Biocultural nas Ilhas de Querimba/Moçambique e suas Implicações na Administração Colonial Portuguesa. Achegas para o seu Estudo”;<br />
- 2011 - “Notas sobre algumas das seculares manufaturas das Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado;<br />
- 2013 - “Palestra na Escola Secundária do Cartaxo sobre” Memórias do mundo rural no alto Ribatejo, nos meados do século xx. O ciclo dos cereais: o milho e o trigo, a sua transformação em farinha e o fabrico do pão caseiro, em fornos a lenha”<br />
- 2014 - “Sabores gastronómicos entre os wamwani da ilha do Ibo/Cabo Delgado. Achegas para seu estudo”;<br />
- 2015 -“ Moinhos e Azenhas de Mouriscas. Vivências e Memórias de um jovem moleiro -1944-1949”. A.I.D.I.A., Cadernos Culturais, nº 9, Agosto 2015. 2ª edição. 2017. pp. 57”;<br />
- “Mouriscas. Preservar o seu Património Cultural para Defesa da sua Identidade”. A.I.D.I.A , Cadernos Culturais, nº 10, Novembro 2015, p. 133”;<br />
- 2016 - “Mouriscas, do Passado ao Presente. Artes e Ofícios e seus Titulares(1860-1911) . A.I.D.I.A, Cadernos Culturais, nº 12, Março 2016, pp 257”;<br />
- 2017 - “Obreiros do Mundo Agrícola de Mouriscas, I e II. Proprietários, Agricultores e Jornaleiros e seus Titulares (1860 e 1911). A.I.D.I.A, Cadernos Culturais, nºs 20, Dezembro 2016, pp. 296 e 21, Março 2017, pp 120”;<br />
- Tem publicados dezenas de artigos sobre as Ilhas de Querimba em <a href="https://foreverpemba.blogspot.com.br/">https://foreverpemba.blogspot.com.br/</a></div>
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</div>
<span style="font-size: x-small;">
</span></div>
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-3QbjKTLUscc/WjLwgdBqWcI/AAAAAAAAsvQ/sCgMkVWZPggaxulud5iuaZNVlDitMZCvwCLcBGAs/s1600/bentoxy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="195" data-original-width="400" height="154" src="https://4.bp.blogspot.com/-3QbjKTLUscc/WjLwgdBqWcI/AAAAAAAAsvQ/sCgMkVWZPggaxulud5iuaZNVlDitMZCvwCLcBGAs/s320/bentoxy.jpg" width="320" /></a></div>
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</div>
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</div>
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<span style="font-size: large;"><b>FESTAS FELIZES </b></span></div>
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-sOc352lprkA/WjLybqZgQiI/AAAAAAAAsvg/ooyaipJXUGUwcEnRMRatViX7kqdsNdYLACEwYBhgL/s1600/15281040_728464620635909_1563054788_n%2B%25281%2529.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="321" data-original-width="280" height="320" src="https://4.bp.blogspot.com/-sOc352lprkA/WjLybqZgQiI/AAAAAAAAsvg/ooyaipJXUGUwcEnRMRatViX7kqdsNdYLACEwYBhgL/s320/15281040_728464620635909_1563054788_n%2B%25281%2529.gif" width="276" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "<a href="https://foreverpemba.blogspot.com.br/" target="_blank">ForEver PEMBA</a>" em 14 de Dezembro de 2017. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos e imagens deste blogue só com a citação da origem/créditos.</div>
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Este artigo pertence ao <a href="http://foreverpemba.blogspot.com">For Ever PEMBA</a>.<br/>
Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com4Ilha do Ibo, Moçambique-12.337618 40.599136700000031-12.3996645 40.518455700000032 -12.275571500000002 40.679817700000029tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-26512158449785669532017-10-12T17:23:00.000+02:002017-10-12T17:23:44.739+02:00A pedido de diversos gulosos... sabores de Moçambique<a href="http://3.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/Sp6EvGtKUdI/AAAAAAAAGsQ/wJOGlkdkZfw/s1600-h/comidab.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376880949915701714" src="https://3.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/Sp6EvGtKUdI/AAAAAAAAGsQ/wJOGlkdkZfw/s400/comidab.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 289px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
A pedido de diversos gulosos... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sabia que:</b></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- As bebidas</b> tradicionais abundam em Moçambique e as diferentes regiões têm as suas bebidas predilectas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Algumas das mais comuns são feitas usando-se o fruto do caju, do canhu, mandioca, manga, coco e cana-de-açúcar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Normalmente os frutos são colhidos, lavados, deixam-se amadurecer completamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois abrem-se-lhes para retirar as sementes e as cascas e é tudo colocado num recipiente grande (como a bilha) para fermentar por um ou dois dias.</div>
<div style="text-align: justify;">
A mistura é depois coada, o liquido engarrafado, e está pronto para ser consumido. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Maheu</b> é um refresco servido normalmente em cerimónias ou como mata-bicho (pequeno almoço/café da manhã).</div>
<div style="text-align: justify;">
Junta-se um quilo de farinha de milho e três litros de água e deixa-se cozer por 20 minutos até fazer uma papa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Deixa-se arrefecer num lugar escuro pelo menos durante 2 dias.</div>
<div style="text-align: justify;">
No terceiro dia acrescenta-se o açúcar a gosto e serve-se fresco.</div>
<div style="text-align: justify;">
O maheu é pesado, por isso não abuse para ter apetite para as outras delícias da festa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>-Piripiri:</b> Para usar como tempero, o piripiri fresco e malaguetas devem ser cortados ao comprido e ao meio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Remova os caules e sementes antes de cortá-los aos pedaços ou em fatias finas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lave sempre as mãos depois para evitar transmitir aos olhos os óleos do piripiri pois podem fazer mal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Você sabia?...</b> que a mangueira começa a produzir fruta no sexto ano e depois produz mangas duas vezes por ano durante quarenta anos. </div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>- ACHAR DE LIMÃO</b></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Ingredientes:</b></div>
<div style="text-align: left;">
1 kg de limão pequeno bem maduro</div>
<div style="text-align: left;">
150 gr. de piripiri maduro e seco</div>
<div style="text-align: left;">
2 colheres de sopa de sal</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Preparação:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Lava-se a metade da quantidade de limão, corta-se em quatro partes sem deixar que seseparem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Põem-se sal dentro do limão e mete-se num frasco com o piripiri.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com a outra metade da quantidade de limão faz-se o sumo de limão e acrescenta-se no frasco contendo o limão cortado e piripiri. </div>
<div style="text-align: justify;">
Deixa-se ficar quatro dias em molho.</div>
<div style="text-align: justify;">
No quinto dia côa-se o piripiri (deixar escorrer bem o sumo) moem-se na “mbenga”, junta-se-lhe o sumo de limão e côa-se de novo para separar as sementes.</div>
<div style="text-align: justify;">
Junta-se o preparado (piripiri coado com limão) com o limão cortado ao meio e mete-se em frascos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de pronto deve-se expor ao sol durante alguns dias</div>
<div style="text-align: justify;">
O sal deve ser suficiente, pois assim o achar conserva-se durante mais tempo. </div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: left;">
<b>- CARIL DE CAMARÃO EM ANANÁS</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Ingredientes:</b></div>
<div style="text-align: left;">
750 gr de camarão fresco, cozido e sem as veias</div>
<div style="text-align: left;">
Sumo de um limão</div>
<div style="text-align: left;">
2 colheres de sopa de óleo</div>
<div style="text-align: left;">
l cebola cortada</div>
<div style="text-align: left;">
l colher de sopa de coentro cortado</div>
<div style="text-align: left;">
2 tomates cortados</div>
<div style="text-align: left;">
2 colheres de chá de pó de caril(curry)</div>
<div style="text-align: left;">
1 chávena de caldo de peixe</div>
<div style="text-align: left;">
2 colheres de sopa de manteiga</div>
<div style="text-align: left;">
2 colheres de sopa de farinha de trigo</div>
<div style="text-align: left;">
2 ananases pequenos</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Preparação:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Numa panela refogue a cebola em óleo e adicione o tomate, coentro e o pó de caril.</div>
<div style="text-align: justify;">
Cozinhe durante cinco minutos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Adicione o caldo e o camarão salpicado com sumo de limão e deixe ferver em lume brando durante quinze minutos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Misture a manteiga e a farinha de trigo e adicione esta mistura ao camarão aos poucos para engrossar o molho até se tornar macio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Deixe cozer por mais alguns minutos e retire do lume.</div>
<div style="text-align: justify;">
Corte o ananás ao meio ao comprido e tire algumas partes da polpa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Recheie os espaços ocos com a mistura de camarão e decore com coentro cortado e a casca de um limão torcida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- CHAMUÇAS INDIANAS:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Ingredientes:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Água – 1 chávena</div>
<div style="text-align: justify;">
Alho – 5 dentes</div>
<div style="text-align: justify;">
Caril – 2 colheres de sopa</div>
<div style="text-align: justify;">
Cebola pequena – 2</div>
<div style="text-align: justify;">
Coentros – 2 colheres de chá</div>
<div style="text-align: justify;">
Farinha – 2 chávenas</div>
<div style="text-align: justify;">
"<span class="Apple-style-span" style="font-family: "times new roman";"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(102 , 102 , 102); font-family: "georgia";"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Garam_masala" target="_blank">Garam masala</a></span></span></span>" – 1 colher de sopa</div>
<div style="text-align: justify;">
Gengibre em pó – 1 colher de sopa</div>
<div style="text-align: justify;">
Manteiga – 5 colheres de sopa</div>
<div style="text-align: justify;">
Menta – 1 colher de sopa</div>
<div style="text-align: justify;">
Óleo – q.b.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sal – 1 colher de chá</div>
<div style="text-align: justify;">
Sumo de limão – 1 colher de sopa</div>
<div style="text-align: justify;">
Vaca picada – 250grs.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Preparação:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Junte a farinha, o sal, a manteiga e a água numa tigela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Amasse bem e deixe repousar enquanto prepara o recheio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aqueça a manteiga numa frigideira, junte metade da cebola picada, o gengibre ralado e o alho picado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Deixe alourar, juntando depois o caril, o sal, o vinagre e a carne de vaca muito bem picadinha. Mexa bem, e deixe cozer em lume brando durante 10 a 15 minutos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Adicione um pouco de água, no caso de secar demais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Junte a este preparado o garam masala, as folhas de menta picadas e os coentros picados, mexendo bem. Retire do lume e deixe arrefecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Faça pequenas bolas com a massa e estenda-as e corte-as em forma de quadrados com mais ou menos 10 cm de lado, numa superfície coberta com farinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
Deite uma colher de sopa de recheio no centro de cada quadrado de massa, dobrando-a, depois, em forma de triângulo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dobre as pontas, para que a chamuça não se abra ao fritar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aqueça bem o óleo e deixe aloirar as chamuças.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao retirar do óleo passe-as por papel absorvente, para que não fiquem muito gordurosas.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Tente fazer e... Bom apetite! </div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">- In "<span class="Apple-style-span" style="font-family: "times new roman"; font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(102 , 102 , 102); font-family: "georgia"; font-size: 17px;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><a href="http://www.scribd.com/doc/14841727/Receitas-de-Mocambique" style="color: rgb(51 , 102 , 204); font-weight: bold;" target="_blank">O Cozinheiro</a></span></i></span></span>" por Marielle Rowan.</span></i></div>
</div>
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Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com0Pemba, Moçambique-12.9732026 40.517801400000053-13.035095100000001 40.437120400000055 -12.9113101 40.598482400000051tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-21138022043947962422015-06-28T23:35:00.000+02:002015-06-28T23:37:12.159+02:00SAUDADE AFRICANA - Manuel Coutinho Nogueira Borges <div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
EM MEMÓRIA DE UM AMIGO QUE PARTIU HÁ 3 ANOS</div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-WmCoODj_APs/VZBnQPH-WJI/AAAAAAAAZNM/kkrd8OrTGBo/s1600/nogborges.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-WmCoODj_APs/VZBnQPH-WJI/AAAAAAAAZNM/kkrd8OrTGBo/s1600/nogborges.JPG" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Manuel Coutinho Nogueira Borges é escritor nascido no Douro - Portugal. Faleceu em 27 de Junho de 2012. Extraído com autorização do autor de sua obra "O Lagar da Memória":</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/S4bUGmOvt2I/AAAAAAAAHhs/N0r_gT0V-5A/s1600-h/saudade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="327" kt="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/S4bUGmOvt2I/AAAAAAAAHhs/N0r_gT0V-5A/s400/saudade.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde está a África da minha saudade que conheci quando ainda não sabia que o futuro nunca é o que sonhamos?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
África tão longe e tão longa que a recordação parece não ter contornos e o tempo passado permanece em cada dia que a mágoa nos aleija a alma. Acarto comigo um fardo de angústia que me isola no meio de muita gente, aquela solidão feita da repugnância do que se ouve e vê, da ingratidão que não se merece, da violência dos gestos e das palavras, da profanização sacralizada como se, na vida, só valesse o exponencial de todas as manhas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É na invocação africana que se me diluem a podridão envolvente, a incapacidade da rotina, os olhares mal encarados, a indiferença das bocas fechadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde está a África dos meus clamores, das lágrimas escondidas nas sombras das noites de escuta?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
África da surpresa por amigos esventrados, estendidos nas caixas dum Unimog ou de uma Berliet, e eu, com o seu fio de ouro nas mãos, sem articular uma frase, garganta presa pela afonia, estômago à beira do vómito, a fugir de ver o sangue e os rostos desfigurados, e os camuflados cheios do esterco da morte inglória, e as botas furadas pelos restos do chumbo, e o cérebro tomado por agulhas a picarem-me por todo o lado, por tudo que é corpo e consciência, e a olhar em meu redor sem uma luz na noite a ensinar-me o caminho, sem um som no fim da terra vermelha para me provocar o andar, sem (meu Deus!) uma esperança de que os mortos inocentes pudessem renascer para o meu convívio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde está a África das cantinas no esconso da selva, das trovoadas e das chuvas apanhando-me nos descampados da savana, das queimadas fantasmagóricas nas noites despertas, perscrutando as curvas e os trilhos da traição, dos luares arrebatadores contemplados por entre os mosquiteiros já gastos pelo uso de muitos rostos, os uivos das hienas, atordoadas pelo cio e pela fome, arrepiando-me todo, acelerando o coração, alagando-me de suor, puxando a G-3, aconchegando o caqui, retesando os nervos com o dedo no gatilho?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde está a África das manhãs de maresia nas praias de todas as bandeiras azuis, sem ventos nem garrafões ou ossos de frango nas areias; praias tão quentes e tão finas que até parecia que um homem as pisava pela primeira vez, as suas águas tinham lábios de espuma que nos beijavam sempre em ternuras sem fim, corais como conchas vivas de um sonho irrepetível; palmares enormes como naves de catedrais góticas por onde o sol entrava, coado pelos vitrais da folhagem tão fresca, resplandecente e pura como a virgindade de uma criança?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde está a África das presunções fardadas, das madrinhas de guerra, das filmagens da Televisão com «um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de propriedades», dos dias de São Vapor com cubas libres e «quem me dera regressar no Pátria!», dos calendários de mulatas nuas repletos de cruzes nos dias já passados, da obrigação de atravessar rios em almadias à procura de esconderijos de armas em ilhas paradisíacas, dos Postos Administrativos onde os sipaios nos deitavam sorrisos pepsodentes, dos funerais com danças de despedida e dos bifes de antílope a enfartaram barrigas vazias de tanta ração de combate?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde está a África das noites estreladas num céu tão belo e tão esmagador que dava vontade de ter asas para voar para a lua redonda como uma bola de cristal; noites de ritmos endiabrados, sensuais e espasmódicos, que o sangue fervia nas veias e rejubilava nas têmporas?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando o dia clareava e o fogo redondo subia na terra, um feitiço nos ludibriava com a ilusão de paz na vastidão da selva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: x-small;">- Porto, *M. Nogueira Borges - do livro "Lagar da Memória".</span></i> </div>
<ul>
<li>Outros textos de Manuel Coutinho Nogueira Borges <a href="http://foreverpemba.blogspot.com.br/search?q=M+Nogueira+Borges">neste blogue</a>! </li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
*Manuel Coutinho Nogueira Borges é escritor nascido no Douro - Peso da Régua - Portugal. Faleceu em 27 de Junho de 2012. Extraído com autorização do autor de sua obra "O Lagar da Memória". Também pode ler M. Nogueira Borges no blogue "<a href="http://escritosdodouro.blogspot.com/" target="_blank">Escritos do Douro</a>". </div>
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Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com5Peso da Régua, Portugal41.1655901 -7.788480899999967741.117777600000004 -7.869161899999968 41.2134026 -7.7077998999999675tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-18782224024322671412015-06-02T05:01:00.000+02:002015-06-02T05:09:10.000+02:00POESIA E SAUDADE - GLÓRIA DE SANT'ANNA PARTIU HÁ SEIS ANOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-y_-n_TtqUOQ/T8o-_dk5_tI/AAAAAAAALcU/xG8qCVmpqmY/s1600/gloria-santanna.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-y_-n_TtqUOQ/T8o-_dk5_tI/AAAAAAAALcU/xG8qCVmpqmY/s320/gloria-santanna.jpg" width="256" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>No aniversário de falecimento de GLÓRIA DE SANT'ANNA - Escrito há 6 anos n</b></span><b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">o Bar da Tininha - </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">""Partiu esta madrugada (02/06/2009) nossa Querida Professora, Amiga e Poetisa, Glória de Sant'Anna. </span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">A notícia veio até mim por simples texto: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">"... É com profunda dor, que te venho anunciar o falecimento da nossa Mãe. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Morreu às 4 horas da madrugada do dia de hoje..." </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Não é fácil falar ou comentar quando o coração fica amargurado com mais esta passagem da vida que envolve e atinge um ser humano de valor sentimental imensurável para muitos de nós que aprendemos a caminhar na vida amparados pela força e ensinamentos recebidos de suas delicadas mãos, sempre dadas às nossas, desde os tempos da infância. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Só consigo dizer que jamais esquecerei seu olhar terno, suave, sua voz tranquila, meiga mas firme e de palavras inteligentes, doces, sempre doces, repletas de poesia e sabedoria... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Jamais deixarei de a considerar minha Querida Professora, quase uma segunda Mãe... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Jamais deixarei de a considerar a minha Querida e Eterna Poetisa do Mar Azul de Pemba... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">E é com lágrimas nos olhos, com imensa tristeza, com uma tremenda saudade sem fim, que, aqui longe, a revejo no meu imaginário no meu último abraço, no meu último adeus terreno, ciente que a reencontrarei em meus sonhos e na poesia de todos os entardeceres que aprendi a descobrir na beleza de seus versos e na generosidade emanada de seu coração de poetisa, professora e Mãe. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">- J. L. Gabão, 02 de Junho de 2009.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-KM5BGOv0GiE/T8pJq6wo84I/AAAAAAAALd8/MPVX5dCSC_w/s1600/separador+-+C%C3%B3pia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-KM5BGOv0GiE/T8pJq6wo84I/AAAAAAAALd8/MPVX5dCSC_w/s1600/separador+-+C%C3%B3pia.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Homenagem à poetisa Glória de Sant’Anna</span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Jornal JOÃO SEMANA (1/6/2010)</span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">TEXTO: Pinto Soares</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">""""... ... ... </span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Jaime Ferraz Gabão, em homenagem justíssima, escreveu, para a sua rubrica “Postal da Régua”, um artigo sobre a figura e a obra da consagrada poetisa Glória de Sant’Anna – trabalho que veio a lume, nestas páginas, na edição de 23/2/1990.</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Nele afirma o estimado colega (trabalhámos, durante anos, no mesmo Jornal) e prezado Amigo (de longa data), que o signatário conheceu, muito bem, em terras de África, mais concretamente em Moçambique, essa extraordinária mulher que era, no Índico, uma das figuras representativas do florescente meio literário: com nome feito e prestígio invejável, conquistado mercê de uma obra que continua a ressumar a qualidade de outrora.</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Nunca ninguém pôs em dúvida as qualidades excepcionais, nem a cultura de tão destacada princesa, que se distinguia, sobretudo na poesia – uma poesia fresca, luminosa, com substância e mensagem, recriadora –, também, frequentemente, repertório das suas vivências e daquilo que, atenta, circunvagando o olhar, presenciava e retinha, emprestando-lhe a elegância do seu verbo, não descurando o pormenor nem, tão-pouco, o cromatismo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Segui, de perto, a trajectória de Glória de Sant’Anna, não pude trazer os seus livros – com pesar – ,li as críticas, sempre favoráveis, que lhe eram tecidas, a colaboração que oferecia a publicações diversas, e, mantive, em Nampula, um afável relacionamento com o seu marido, Andrade Paes, arquitecto, piloto de aviões, sabedor e corajoso, amigo de Carvalho Durão, do Catoja & Saldanha, firma sita na rua fronteira à Delegação do “Diário de Moçambique”, que eu chefiava, em instalações alugadas por Manuel Justino Sargento, “O Napoleão de Macuana”, segundo o juiz Paiva.</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Glória de Sant’Anna deslocava-se com frequência de Porto Amélia a Nampula, sendo natural que, volvidos anos de tanto sofrimento para quem amava África e em particular aos habitantes de Pemba tanto se dedicou sem restrições de alma e coração, haja esquecido o cabouqueiro que um dia, afrontando o poder, se apresentou a sufrágio sem outros apoios do que aqueles que nunca lhe faltaram da parte do povo simples, mais tarde envenenado na sua candura e vítima de credulidade congénita, a macerá-lo numa guerra desumana e cruel, cujo termo ainda não se vislumbra.</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Agradece, Glória de Sant’Anna, a divulgação, nestas páginas, da sua personalidade e da sua obra, graças ao dedicado empenho de Jaime Ferraz Gabão. Sentindo-nos honrados, auguramos que ela persista, enriquecendo as letras nacionais com o seu talento e forma especialíssima de versejar.</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">– “Não me recordo do seu nome. Muitos anos passaram…”</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">De Matosinhos para Válega, com ternura, “aquele abraço, a disponibilidade do JM e do seu Director – para Glória de Sant’Anna, um nome grande, respeitado, com lugar na literatura de Moçambique, nas antologias, no coração das suas gentes, na memória dos seus intelectuais.” """"</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Ad0opbJ2nKY/T8pLyERy3II/AAAAAAAALfU/Tuh05yoa17s/s1600/separador+-+C%C3%B3pia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Ad0opbJ2nKY/T8pLyERy3II/AAAAAAAALfU/Tuh05yoa17s/s1600/separador+-+C%C3%B3pia.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"></span><br />
<div>
<ul><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">
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</span></ul>
<ul><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">
</span></ul>
</div>
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">
</span></div>
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-5uxl6HSEkoI/UiAJRq3fuAI/AAAAAAAAR5E/kxpbk70dwbQ/s1600/jos%C3%A9castro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-5uxl6HSEkoI/UiAJRq3fuAI/AAAAAAAAR5E/kxpbk70dwbQ/s400/jos%C3%A9castro.jpg" height="400" width="307" /></a></div>
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">De origem fidalga, nasceu em 2 de Janeiro de 1897 (há 118 anos) na Freguesia de Paulistas em Lisboa <strong>José de Castro Cabral</strong>, mais conhecido na antiga Porto Amélia e todo o Cabo Delgado por <strong>Administrador José de Castro</strong> ou <strong>"Nikére"</strong>.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-olESicsYyi0/UiAJfxtPAZI/AAAAAAAAR5M/r1hWnwejV2w/s1600/docu0107.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-olESicsYyi0/UiAJfxtPAZI/AAAAAAAAR5M/r1hWnwejV2w/s400/docu0107.jpg" height="400" width="281" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Em sua casa no palmar da praia da Inos)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Filho de José Augusto Coelho Leite Pereira de Castro e Maria Luisa de Castro Cabral Soares de Albergaria faleceu em 29 de Abril de 1969 também em Lisboa, com 72 anos.</span></div>
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-6Cjq192ZYpI/UONTfzcHpfI/AAAAAAAAPiI/yjXpDCAOP9Y/s1600/zecastro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-6Cjq192ZYpI/UONTfzcHpfI/AAAAAAAAPiI/yjXpDCAOP9Y/s400/zecastro.jpg" height="400" width="387" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-4AUmPTS1zlU/UONTrDUx79I/AAAAAAAAPiQ/XxF1YJ0W8pE/s1600/zecastrob.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-4AUmPTS1zlU/UONTrDUx79I/AAAAAAAAPiQ/XxF1YJ0W8pE/s1600/zecastrob.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-jI6kDItFSss/UONT1-zXXHI/AAAAAAAAPiY/cJvkCZjGroQ/s1600/certidaonascjcastro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-jI6kDItFSss/UONT1-zXXHI/AAAAAAAAPiY/cJvkCZjGroQ/s640/certidaonascjcastro.jpg" height="640" width="470" /></a></div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão (que teve o privilégio de o conhecer e com ele conviver pessoalmente na então Porto Amélia entre 1957/59) para o blogue "<a href="http://foreverpemba.blogspot.com/" target="_blank">ForEver PEMBA</a>". Fotos dos arquivos de Jaime Ferraz Rodrigues Gabão em Portugal. F</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">aleceu em 29 de Abril de 1969</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Atualização em Janeiro, Abril, Agosto de 2013 e Abril de 2014.</span></div>
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-cTJG2ZAGnAg/VT5aqfY_sAI/AAAAAAAAYrQ/zashF9muiTs/s1600/gdsadeahap1965cr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-cTJG2ZAGnAg/VT5aqfY_sAI/AAAAAAAAYrQ/zashF9muiTs/s1600/gdsadeahap1965cr.jpg" height="400" width="272" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Prof. Carlos Lopes Bento</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="issuuembed" data-configid="3196005/12522625" style="height: 371px; width: 525px;">
</div>
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<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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E já se passaram 7 anos!
</div>
<div align="center">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SBXlMLeEAyI/AAAAAAAACnQ/Ho3ZxY_7Urg/s1600-h/padrevalente.jpg"><img alt="" border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SBXlMLeEAyI/AAAAAAAACnQ/Ho3ZxY_7Urg/s400/padrevalente.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5194309742641808162" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><strong>Histórico de vida do Padre Joaquim Antunes Lopes Valente, Professor e Amigo falecido no passado dia 18 deste mês no Lar de Santa Teresinha de Cucujães. </strong></div>
<div align="center">
<strong><span style="color: black;">.</span></strong></div>
<div align="justify">
O Padre Joaquim Antunes Lopes Valente nasceu em 30 de Outubro de 1926, no Louriçal do Campo, Concelho de Castelo Branco, Diocese da Guarda.<br />
Entrou no Seminário das Missões de Tomar em 1940.<br />
Fez a sua primeira Consagração Missionária em 15 de Setembro de 1950.<br />
O último ano de Teologia foi passado como Prefeito e Professor em Tomar (1952-1953).<br />
Foi ordenado sacerdote em 26 de Julho de 1953, no Seminário de Cucujães.<br />
De 1953 a 1955 cursou Direito Canónico na Universidade Católica de Salamanca (Espanha).<br />
Foi Director e Professor dos Teólogos e Vice‑Reitor de Cucujães.<br />
Em 29 de Outubro de 1957 partiu para a recém‑criada Diocese de Porto Amélia (Pemba), no norte de Moçambique.<br />
Foi Secretário da Diocese, Vigário Geral e Director do Colégio diocesano São Paulo. Foi um dos mais próximos colaboradores do primeiro Bispo da Diocese, D. José dos Santos Garcia.</div>
<div align="justify">
Tomou parte nas Assembleias Gerais da Sociedade Missionária da Boa Nova em 1968 e 1974, 1986 e 1990.<br />
Em Abril de 1975 regressou a Portugal.</div>
<div align="justify">
Em Abril de 1977 parte para o Brasil, para a Paróquia de Alto Piquiri (Paraná, Brasil).</div>
<div align="justify">
Pouco depois, toma posse da Paróquia de Sete Quedas (Mato Grosso do Sul).</div>
<div align="justify">
Era uma paróquia nova onde teve de construir quase tudo: Igreja, casa paroquial, centro catequético. Dedicou-se muito à formação de Leigos e à evangelização pela rádio.<br />
Além de Pároco, foi também Superior Regional dos nossos Missionários no sul do Brasil.<br />
Colaborou com Tribunal eclesiástico do Mato Grosso do Sul.<br />
Em Agosto de 2001, regressa a Portugal muito doente (diabetes e outras complicações). Restabeleceu-se no Louriçal do Campo em casa da sua irmã Mariana.<br />
Os últimos anos foram passados no Seminário de Cernache e no nosso Lar de Santa Teresinha, onde acaba de falecer.<br />
O Seminário das Missões de Cucujães promoveu as exéquias no dia 19 de Abril, às onze horas. Foram presididas por D. José dos Santos Garcia que, apesar dos seus 95 anos, veio de Aldeia do Souto. Agradeceu a Deus a vida deste colaborador com quem sempre podia contar como homem fiel e dedicado.<br />
A celebração do Funeral foi no dia 20 de Abril em Louriçal do Campo, presidida pelo sr. Bispo da Guarda, D. Manuel Felício da Rocha.<br />
Louvou a família do P. Joaquim Valente, uma família de padres e religiosas e a paixão do P. Joaquim pela Missão, que o levou a dedicar-se profundamente ao povo moçambicano e a recomeçar tudo no Brasil onde fez longo trabalho.<br />
Participaram uma dúzia de padres, todo o povo do Louriçal e amigos de várias partes do país.</div>
<div align="justify">
<em><span style="font-size: 85%;">(P. M. N. - 22/04/08).</span></em></div>
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<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #000033; font-family: Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif; font-size: 14.039999961853px; line-height: 22.4640007019043px;">E já se passaram 7 anos!</span></div>
<a href="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SAlchbesS8I/AAAAAAAAClI/7gfzUEcqbRI/s1600-h/colegio.jpg"><img alt="" border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SAlchbesS8I/AAAAAAAAClI/7gfzUEcqbRI/s400/colegio.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5190781774903135170" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a> A notícia chegou a minha cx. postal assim bem simples, resumida, dura:</div>
<ul>
<li><div align="justify">
<strong>Acabei de receber a notícia do falecimento do Sr.Padre Valente. Aconteceu hoje, 18.04.08, por volta das 18H30 em Cucujães, onde estava a residir há pouco tempo. O seu funeral vai realizar-se na sua terra natal - Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco - no próximo Domingo, 20.04.08, pelas 15 horas. E assim mais um amigo nos deixou. Que Deus lhe dê o eterno descanso.</strong> <em><span style="font-size: 85%;">M. C.</span></em></div>
</li>
</ul>
<div align="justify">
O Padre Joaquim Antunes Lopes Valente marcou a vida de muitos de nós que vivenciamos a adolescência dos anos 60/70 na então Porto Amélia. Fundou e dirigiu nessa época, por decisão do Bispo de Porto Amélia D. José dos Santos Garcia (que reside na Aldeia do Souto - Guarda - Portugal com 95 anos de idade) o Colégio de São Paulo, pertencente à Diocese de Porto Amélia hoje Pemba. E espelhamos em nosso comportamento como adultos já maduros, onde quer que estejamos situados no nosso dia a dia, muito do que apreendemos nessa instituição pioneira em Cabo Delgado e do que o pulso firme do Padre Valente nos transmitia com sua personalidade um tanto rude, de poucos sorrisos mas constantemente generosa. É assim que o recordo e, em nossos convívios virtuais e reais, sua figura é citada com respeito, amizade. E agora o será mais ainda e com saudade ! Que descanse em paz e Abençoe lá do Alto seus "lapussos"!</div>
<div align="justify">
O que diz um de seus ex-alunos do Colégio Liceal de São Paulo:</div>
<ul>
<li><div align="justify">
Morreu o homem que foi responsavel pelo funcionamento da primeira instituição de ensino secundario em Cabo Delgado. Eu, os alunos do Colégio Liceal de Sao Paulo e a cidade de Pemba devemos-lhe muito. Logo após a Independência de Mocambique veio revelar-se, que a obra do padre Joaquim Antunes Lopes Valente, o grande homem que hoje choramos, viria a contribuir significamente até mesmo para o implantação do novo país ao provedenciar quadros de alto nivel para a gestão e afirmação da jovem nação.<br />
Aproveito o ensejo para afirmar aqui o que vários colegas já me ouviram dizer muitas vezes: - Os dirigentes e altos funcionarios provenientes do nosso Colégio, fazem parte de um grupo, infelizmente não tao numeroso quanto desejariamos, de responsáveis íntegros deste jovem pais. Não vou mencioná-los porque além de competentes e honestos são também humildes. Quem sabe uma outra qualidade consolidada num Colegio tão competentemente dirigido pelo padre Valente.<br />
Tenho esperanca que outros com mais jeito para estas coisas ponham aqui nestas paginas claramente o quanto devemos a este grande missionario a quem Moçambique deve muito.<br />
Minha solidariedade para a familia enlutada. -<strong><span style="font-size: 85%;"> C. M.</span></strong> </div>
</li>
</ul>
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Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com0Pemba, Moçambique-12.9732026 40.517801400000053-13.035095100000001 40.437120400000055 -12.9113101 40.598482400000051tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-56125534625546039942015-03-19T18:22:00.000+02:002015-03-19T18:22:14.476+02:00RECORDAR É VIVER… Meu Pai JAIME FERRAZ RODRIGUES GABÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/TNMtQEi8zqI/AAAAAAAAIBI/IHZTYzo58_A/s1600/recordar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/TNMtQEi8zqI/AAAAAAAAIBI/IHZTYzo58_A/s400/recordar.jpg" height="301" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(clique na imagem para ampliar)</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<span lang="PT" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 115%;">Por Jaime Ferraz Rodrigues Gabão<b> </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora amasse muito meus pais o certo é que como meus avós maternos vivessem perto, estava, sempre a “fugir” para junto deles.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ali recebi a minha educação juvenil e recordo com imensa saudade o amor que me dedicavam. Foi com meu avô que conheci o “Clube da Régua” por cima do estabelecimento do saudoso Sr. Zé Pinto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Levava-me consigo e ainda me lembro que a sua distracção preferida era o “dominó”. Os parceiros eram uns amigos; um, o Sr. Rocha, outro o Sr. Magalhães e às vezes o Padre Aureliano da Costa Pinto, figura de prestígio e que exercia as funções de Conservador do Registo Civil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Noutras mesas guardo na lembrança de ver os Sr. António Correia (pai do médico e escritor João de Araújo Correia) o Sr. Figueiredo, sogro do Sr. Zé Pinto, Sr. Lourenço Almeida Medeiros, João Bonifácio, Camilo Guedes Castelo Branco e seus filhos António e Jaime Guedes, Dr. José Meireles da Costa Pinto, Joaquim Guedes da Silva, Alberto e Artur Gonçalves Martinho, Domingos Figueiredo, Artur Carvalho, Arnaldo Monteiro e tantos e tantos outros reguenses que eram pessoas muito consideradas na então Vila da Régua.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu gostava de “brincar” com as bolas de bilhar e assim me entretinha muitas tardes. Mas meu avô, Luís Maria da Cunha Ilharco, que havia sido Bombeiro, à noite, ia até ao quartel da briosa corporação ou, então, até à Associação Comercial (que era já onde hoje está).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu tio, José Vicente Ferreira da Cunha também era um dos parceiros do meu avô, onde também não faltavam os mais novos, como Arnaldo Vicente Ferreira da Cunha, João da Silva Bonifácio Júnior, Gastão Mirandela, Jerónimo Vasques, etc...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os Doutores Antão de Carvalho, Júlio Vasques, Afonso de Oliveira. Soares, Francisco Leite Pereira, Antão, Alberto e Acácio Lemos, José Avelino (Pai) e José Avelino (Filho) e muitos outros frequentavam, também, alguns daqueles locais. A todos conheci e recordo no meu espírito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aos Domingos e Dias Santos meu Avô levava-me sempre à missa à Capela do então Asilo José Vasques Osório. E se estava um dia bonito, na companhia da minha avó, íamos até à Avenida da beira do rio e dávamos a volta, depois, pela Rua das Vareiras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aqui residiam minha Avó paterna e duas tias. Meu Avô - Jorge Gabão - já havia falecido. De origem “Vareira”, meus, avós paternos construíram a sua residência naquela rua que, ainda hoje, ali se encontra e onde tenho direito, um dia, a receber uma telha como herança...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vivia com meus Avós maternos, meu irmão José Luís Ferraz. Ajudava-os muito no seu estabelecimento e era o “menino bonito” dos avós. Este meu irmão foi um dos fundadores do Futebol Clube do Porto e Régua, do Orfeão Reguense e outras colectividades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tinha a simpatia geral e com o João de Almeida Morais e Manuel Matos Rodrigues (Né), faziam um “terceto” inseparável. Isto durou até que meu irmão, apenas com 19 anos de idade, veio a falecer com uma tuberculose (nessa altura ainda não havia os recursos aos medicamentos que hoje existem para essa doença).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi um desgosto profundo para meus pais e avós e para tantos e tantos dos seus amigos, Meus avós, passado pouco tempo e devido ao desgosto da perda do seu neto tão querido, faleceram ambos e, por coincidência, os dois em 9 de Abril, embora em anos diferentes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A morte de meu irmão e avós foi a decadência da minha família. Meus pais tiveram de fechar o seu estabelecimento e passaram horas das mais amargas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Anos mais tarde meu pai conseguiu, já com mais de 50 anos, ser admitido como fiscal da Casa do Douro, onde se manteve até à hora da sua morte (aos 69 anos).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não posso deixar de recordar quanto meu pai sofreu perante chefes que eram autênticos “ditadores” e não respeitavam, a idade e o passado de quem quer que fosse.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estávamos numa época em que predominava o despotismo e a vingança pessoal. Meu pobre pai morreu amparado pelos cuidados de minha saudosa mãe, e irmãos; quando já me encontrava fixado em Moçambique.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que é verdade era que o espírito da família era evidente. País, irmãos, filhos, avós, todos viviam imanados no mesmo amor paternal, coisa que, infelizmente, hoje já não se encontra com facilidade e até deixou de existir em muitos casos...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Notas:</strong></div>
<ol>
<li><div style="text-align: justify;">
Esta bela crónica de Jaime Ferraz Gabão foi publicada no jornal O Arrais, em 25 de Abril de 1991.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
O seu autor fala com sentimento da sua infância e ainda com muito carinho de seus familiares, grandes amigos e algumas figuras ilustres e respeitáveis da sociedade reguense, entre as quais recordou também grandes bombeiros, como os Comandantes Afonso Soares, Camilo Guedes Castelo Branco e Lourenço Medeiros, os Chefes António Guedes e Gastão Mirandela e – para meu desconhecimento - o seu avô Luís Maria da Cunha Ilharco, também bombeiro da Régua, com o qual chegou a frequentar o Quartel, o que se situava na Rua dos Camilos.</div>
</li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
<em>- Colaboração de J. A. Almeida para "Escritos do Douro" em Novembro de 2010.</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Obs. -</strong> Acrescento minha amizade, gratidão e consideração ao <strong>Dr. José Alfredo Almeida</strong> por oferecer e me permitir ler esta crónica de meu saudoso Pai <strong>Jaime Ferraz Rodrigues Gabão</strong>. Como bem diz caro J A Almeida, é um jóia perdida no tempo de uma Régua que já acabou e que deixa saudades... de uma Régua que levou consigo Familiares, Amigos, lugares e cores inesquecíveis, que fazem falta. E que me emocionou diversas vezes enquanto editava o texto e a imagem que ilustra este post. Mas RECORDAR É VIVER... ou RENASCER! Muito obrigado mesmo ! - Jaime Luis Gabão, 4 de Novembro de 2010.</div>
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Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com1Peso da Régua, Portugal41.1655201 -7.786184241.0362911 -8.0196437 41.294749100000004 -7.5527247tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-52553709826323300662014-11-14T06:25:00.000+02:002014-11-14T06:25:19.926+02:00A CONSTRUÇÃO DO FAROLIM DA MUJACA, NA ILHA DO IBO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-UWFTJbLHi0s/VGWBiKJS09I/AAAAAAAAW5M/to-yJEsa56k/s1600/mujaca.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-UWFTJbLHi0s/VGWBiKJS09I/AAAAAAAAW5M/to-yJEsa56k/s1600/mujaca.JPG" height="300" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Prof. Carlos Lopes Bento</div>
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</div>
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Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com0Costa da Caparica, Portugal38.6446232 -9.2333653000000638.5453477 -9.39472680000006 38.743898699999995 -9.07200380000006tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-13770701071646139332014-11-14T05:51:00.000+02:002014-11-14T05:51:30.710+02:00A INSTRUÇÃO PÚBLICA NO DISTRITO DE CABO DELGADO, EM 1885, SEGUNDO O SEU GOVERNADOR, MAJOR PEDRO FRANCISCO DE ORNELAS PERRY DA CÂMARA<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Carlos Lopes Bento<a href="https://www.blogger.com/editor/static_files/blank_quirks.html#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[1]</span></span></span></span></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;">Pela sua importância para a História de Moçambique e
de Portugal, nos tempos que passam, tanta vez esquecida ou negada, pelas novas
gerações de ambos os Países, venho lembrar o que o governador Perry da Câmara
escreveu, em 1885, sobre o ensino na Vila do IBO:</span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Uma das necessidades
do distrito mais impreterível e inadiável é a instrução, porque sem ela pouco
se pode caminhar na senda do progresso.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Desenvolver os
melhoramentos materiais, alargar a esfera das atribuições administrativas, dar
ao município a autonomia que lhe é inerente, remodelar a organização
judiciária, finalmente, acompanhar os progressivos anelos da civilização é
realmente muito, se a par de todos estes benefícios nós conseguíssemos, por
meio da instrução, educar os espíritos para bem compreenderem todos esses
melhoramentos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Deixar o povo na
ignorância é criar um obstáculo permanente á realização de todas essas nobres
aspirações, é conservar um desequilíbrio, cuja resultante é a desmoralização
nos costumes públicos e particulares, sem que possa pedir-se aos delinquentes a
responsabilidade das suas culpas, porque, previamente, se lhes não dera a noção
exacta dos seus deveres.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Em 26 de Maio último,
propus, em ofício n.° <st1:metricconverter productid="41, a" w:st="on">41, a</st1:metricconverter>
cedência de uma casa pertencente ao Estado para servir e ser apropriada ao
edifício da escola da vila.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">As razões que me
obrigaram a lançar mão deste alvitre devem ser aqui enumeradas para que todos
possam fazer um juízo seguro do precário estado a que tinha chegado a escola
régia da sede do governo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">A casa da escola,
além de acanhada, não tem nenhuma das condições exigidas para estabelecimentos
desta ordem.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Sem ventilação, mal
mobilada, pouco asseio, escassa luz, não admira que fosse também mal frequentada.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Na visita que ali fiz
verifiquei a pouca concorrência de alunos e, em vista do espectáculo que se me
deparava, expliquei imediatamente esse facto pelas condições insalubres do
edifício.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Entendi, e não me
pesa de o ter entendido, que sem uma casa própria era impossível aumentar a
frequência dos alunos, e como era possível com uma despesa relativamente módica
obter edifício acomodado ao fim, lembrei e indiquei a aplicação da casa, que
tinha em tempo servido de delegação da fazenda, para estabelecimento das aulas.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Esta proposta foi
aprovada, obrigando-se a fazenda a fornecer 350$000 réis para as obras
necessárias e para compra de mobília adequada.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Fazemos votos para
que o ilustre funcionário que nos substituiu compreendendo bem a importância do
assunto, tenha concluído esse melhoramento que por proposta nossa foi iniciado.
<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Já que estamos
tratando desta matéria, queremos deixar consignada a nossa opinião sobre este
assunto.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Uma das causas ou
talvez a única da decadência da instrução nas nossas colónias, é a exiguidade
dos ordenados arbitrados aos professores.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Com 25$000 réis
mensais é impossível a vida em qualquer das nossas possessões e não se
compreende nem se pode esperar que um homem com uma certa ilustração se
desloque do seu país e se sujeite aos sacrifícios e amarguras que impem o
professorado para receber como recompensa dos seus trabalhos um tão minguado
salário.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">É preciso aumentar o
vencimento dos professores do ultramar e é possível que com o estímulo de uma
boa retribuição se ofereçam homens novos, robustos e instruídos para irem levar
a luz da ciência àquelas paragens onde as trevas da ignorância são densas e
opacas.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">40$000 réis mensais
não seria vencimento exagerado, e se houvesse uma escolha escrupulosa do
pessoal docente enviado da metrópole para as nossas possessões temos a certeza
de que se daria um grande passo para a prosperidade delas.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Estas considerações
sugeriram-nos outras não menos importantes: a necessidade de enviar
missionários para os pontos indicados pelos governadores dos distrito.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Este assunto devia
merecer uma atenção especial a todos aqueles que estão encarregados de velar
pelo engrandecimento dos nossos domínios coloniais.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">O missionário é um
dos mais poderosos elementos de civilização de que podemos dispor, se os homens
designados por aquele qualificativo correspondessem cabalmente à amplitude das
múltiplas funções que lhes incumbem.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">A nosso ver a
teologia é a ciência mais dispensável naqueles homens.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Entre os gentios as
demonstrações à priori da existência de Deus são extemporâneas e inoportunas e
achamos que melhor serviço prestariam os missionários, se em vez de noções de
alta filosofia eles levassem ideias gerais sobre as ciências que se podem
aplicar ás artes e aos ofícios, e que são de uma aplicação prática e
proveitosa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">A redenção das almas,
para nós, consiste na aquisição das noções exactas dos deveres, quer eles digam
respeito ás relações entre o homem e o homem, ou entre o homem e Deus.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">No momento em que nos
sertões de África aparecessem missionários suficientemente instruídos e
decididamente dedicados, que se propusessem a ensinar aos selvagens a
significação verdadeira dos objectos que lhes impressionam os sentidos, e lhes
inspirassem o amor pelo trabalho, obrigando-os a fazer uso profícuo das matérias
primas que numa variedade prodigiosa a natureza por lá derramou a flux; a
compreender as relações que ligam entre si os homens para poderem viver em
sociedade; a perceber que o direito de propriedade é universalmente
reconhecido, e que a fé dos contratos é sagrada; a respeitar a lei e o princípio
da autoridade, e as variadíssimas noções gerais que ilustram o espírito dos
homens civilizados, nós teríamos facilitado a administração das nossas
províncias ultramarinas, teríamos garantida a fidelidade da vassalagem daqueles
potentados e teríamos acendido o facho da civilização naqueles vastíssimos
domínios, onde impera a ignorância, porque nós não sabemos ou descuramos
regenerá-los pelos meios únicos que conhecemos as escolas e as missões.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">A extinção dos conventos
nas nossas possessões ultramarinas foi, a nosso ver, um gravíssimo erro de administração
colonial e bem avisadamente teria procedido o governo, se em vez de destruir
completamente àquelas colectividades as tivesse obrigado a aceitar a fiscalização
do poder civil que podia aproveitá-las em beneficio comum.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Os conventos eram uma
escola prática e teórica de todos os progressos das ciências e das artes, e a
disciplina monástica um meio poderoso para o desenvolvimento intelectual dos
que procuravam na comunidade a instrução e o bem-estar.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Não é para aqui a
discussão da tese de serem as comunidades religiosas um perigo social; mas tem
aqui cabimento a sinceridade da nossa opinião que reconhece que com outra
organização, os mosteiros seriam, nas nossas possessões ultramarinas, um
auxiliar poderoso para o derramamento da instrução e para a boa administração
dos distritos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">O frade, pela índole
da posição em que se via colocado, já pelo voto, já pela regra da disciplina,
tinha condições especiais para exercer o magistério nos vastos sertões
africanos, e levar a luz da civilização ao seio de todas as povoações selvagens
que estão disseminadas pelo interior dos extensíssimos domínios.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">As ruínas, que, ainda
hoje, se admiram e os pretos veneram, dos grandiosos mosteiros que eles lá
edificaram atestam de sobejo a importância e o excedente que eles souberam
adquirir naquelas paragens.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">O que levamos dito
não, significa que seja desejo nosso a criação de estabelecimentos daquela
natureza, o que queremos é consignar desassombradamente a nossa opinião de que
em vez de se destruírem, se deveria ter remodelado o modo de ser daquelas
colectividades para termos nelas as escolas profissionais em que se educassem
os mestres, que por determinação do governo fossem distribuidor pelas povoações
do interior, onde ensinassem o que tinham aprendido no internato da clausura.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Vê-se, pois, qual é o
nosso pensamento a esse respeito.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">O colégio das missões
ultramarinas não satisfaz ao fim para que foi criado.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Além dos poucos
missionários que produz não lhes dá a educação apropriada e especial de que
careciam.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Os pretos não
necessitam, somente, da moral evangélica, precisam, ao mesmo tempo, da educação
profissional e da instrução, embora fosse superficial, necessária para a
harmonia das relações sociais.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 11.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">Os missionários
franceses distinguem-se, por isso, pela variedade da instrução que possuem e
pela aptidão que desenvolvem entregando-se ao ensino complexo das ciências, das
artes e das profissões.</span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<a href="https://www.blogger.com/editor/static_files/blank_quirks.html#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> - Antropólogo e
administrador dos concelhos dos Macondes, Ibo e Pemba entre 1967 e 1974.
Director Tesoureiro da S.G. Lisboa.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">56º ANIVERSÁRIO DE PEMBA</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-eSK02XfOFaE/VEFNyI6wI6I/AAAAAAAAWr4/sDVKIJUT7bU/s1600/ANIVERSARIOPEMBA.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-eSK02XfOFaE/VEFNyI6wI6I/AAAAAAAAWr4/sDVKIJUT7bU/s1600/ANIVERSARIOPEMBA.JPG" height="340" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="issuuembed" data-configid="3196005/9767341" style="height: 371px; width: 525px;">
</div>
<script async="true" src="//e.issuu.com/embed.js" type="text/javascript"></script><br />
<div style="text-align: center;">
<br />
<ul>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">UM LINK PARA REVER A HISTÓRIA E MEMÓRIA DA CIDADE DE </span><a href="http://foreverpemba.blogspot.com.br/2011/10/18-de-outubro-dia-da-cidade-de-pemba.html" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">PEMBA</a></li>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">PEMBA NO BLOGUE <a href="http://foreverpemba.blogspot.com.br/search?q=Pemba">FOREVER PEMBA</a></span> </li>
<li style="text-align: left;">PEMBA NO <a href="https://www.google.com/?gws_rd=ssl#q=FOREVER+PEMBA">GOOGLE</a></li>
<li style="text-align: left;">QUEM É O PROF. DR. <a href="http://foreverpemba.blogspot.com.br/2006/07/carlos-lopes-bento-um-estudioso-do.html">CARLOS LOPES BENTO</a> ?</li>
</ul>
</div>
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-LOQb9ulO96A/VDK5Nt76rxI/AAAAAAAAWk0/rHxVjRDNpXQ/s1600/GLORIADESANTANNA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-LOQb9ulO96A/VDK5Nt76rxI/AAAAAAAAWk0/rHxVjRDNpXQ/s1600/GLORIADESANTANNA.jpg" height="205" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
VEIO COM A MARÉ DA SAUDADE... POESIA DO MAR AZUL DE PEMBA</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; text-align: left;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; text-align: left;">A música, as palavras, os ambientes de África.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; text-align: left;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
Poesia de Glória de Sant'Anna. Música: Pierre Aderne e Cuca Roseta, Maria Bethânia, Los Super Seven, Vadu, Lila Downs, Jussara Silveira, Touré Kunda, Paulo Flores, Gloria de la Niña Rivera. </div>
<div style="text-align: center;">
Primeira Emissão: 08 Set 2014</div>
<div style="text-align: center;">
Duração: 43m - Um programa do escritor angolano José Eduardo Agualusa dito por Ana Paula Gomes, baseado em textos e músicas do continente africano.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
=> <a href="http://www.rtp.pt/play/p340/e165109/a-hora-das-cigarras">A HORA DAS CIGARRAS</a> <=</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://gloriadesantanna.wordpress.com/">GLÓRIA DE SANTANNA</a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://foreverpemba.blogspot.com.br/search?q=Gl%C3%B3ria+de+sant%27anna">GLÓRIA DE SANT'ANNA NO FOREVER PEMBA</a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://www.google.com/?gws_rd=ssl#q=gl%C3%B3ria+de+sant'anna">GLÓRIA DE SANT'ANNA NO GOOGLE</a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/S_LsBuASJ_I/AAAAAAAAHzE/fJL8cZDUL4w/s1600/gcc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/S_LsBuASJ_I/AAAAAAAAHzE/fJL8cZDUL4w/s400/gcc.jpg" height="300" width="400" wt="true" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Clique na imagem para ampliar)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
O hotel dos sul-africanos, rodesianos e laurentinos endinheirados regozijava na noite morna. Luzes de cenário furavam as sombras das palmeiras de luxo que as pobres estavam no mato misturadas com os cajueiros e as imbilas. Carros espelhantes entravam e saíam em ritmo de recepção oficial. Negros de libré salamalecavam de um lado para o outro. No tecto, lustres prateados desenhavam figuras de cera. Os sussurros das vozes sugeriam futilidades e alguns risos tilintavam hipocrisias. O calor desfibrava o cacimbo e o ar flutuava de lubricidade. As fardas brancas, <i><b>número um</b></i>, de peitos medalhados, pareciam disfarces de corso e as piscinas espelhos polidos em que se reflectia a lua.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma névoa de leite descia para o Índico, um cargueiro apontava a proa para o Cabo, almadias diligenciavam marisco, a cidade adormecia embrulhada na indolência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João deixara o <i><b>Norte</b></i>, muito para lá do Zambeze, os fornilhos dos atalhos de pé descalço, as minas dissimuladas na terra vermelha das picadas, o estalar das culatras das armas sem religião. Os homens que combatiam tinham coração e um Deus, mas disso se esqueciam quando os indicadores puxavam os gatilhos e as balas explodiam a morte. Agora, estava ali, embasbacado diante dos portões do hotel rico, espia da curiosidade a deambular sem mapa, pensando que, enquanto uns andavam de camuflados desbotados pelo suor, o sangue e a poeira, sujeitos a levar com um tiro ou um estilhaço nos cornos, cá em baixo, na capital provincial, os que gizavam nos mapas, em gabinetes climatizados, as operações de <b><i>grande envergadura</i></b>, escreviam sitrepes e perintrepes, comunicados para a Imprensa e convites para repórteres vendidos, desfrutavam as delícias do requinte colonial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A guerra parecia-lhe uma função dividida entre fazedores de lixo e os que o recolhiam, ou, para não ser tão prosaico, um jogo de xadrez em que os peões são sempre as primeiras vítimas e os bispos, na sua obliquidade, os defensores do rei, com a rainha debaixo de olho, sem descurar os saltos dos cavalos ou a rectilínea das torres.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sentiu uma saudade <b><i>desculpável</i></b>, que mais não era do que um desconforto perante o fausto que o agredia. Lembrou-se das noites de petrolina, das escâncaras do céu, do silêncio <b><i>falante</i></b> para lá do arame farpado, do calor gorduroso a derreter-se sob a orvalhada que crescia entre as copas do matagal, da espera do grupo que, à volta de Nangololo, pediria para que as armas não gritassem; recordou o Silva, a sua alegria para sempre perdida; o medo tão físico e manifesto que se cruzava nos olhares, misturava-se com o cheiro a urina das latrinas no canto mais afastado do polígono; a angústia dosanoiteceres - porque se o dia mostrava as formas que aquietavam os espíritos, a escuridão inquietava-os - que aumentava a espera dos sitiados. Percebeu-se necessitado de alguém que lhe falasse, um abraço sem factura, um beijo de uma boca que nunca mais visse, uns olhos que não lhe lembrassem raiva, nem loucura, nem teimosia; alguém que o entendesse sem lhe perguntar quem era, donde vinha, nada lhe impusesse nem exigisse, lhe murmurasse apenas que estava ao seu lado. Não era amor que ele pedia, só fraternidade, aquela ajuda que nunca se recusa a uns olhos aflitos, aquele preenchimento do vazio do egoísmo do mundo. Olhou as luzes embaciadas da cidade numa respiração de chafurda lacustre, os guindastes do cais do Gorjão como espectros dum filme de docas secas, um ar de desamparo que lhe exagerava a clausura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desceu por ruas sem passeios, ornadas de árvores, absorvendo aquele odor único de humidade e catinga, com as buganvíleas trepando pelos muros das casas e os cães despertados pelos seus passos. Tentaria um machimbombo para o levar ao centro, à avenida em que desfilara pela última vez. Depois, retrocederia para o porto e, nos botequins da rua Araújo, esperaria o amanhecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
À porta, negros, em riso de folga, balouçavam ao ritmo do rádio que um deles segurava em cima do ombro. Não seriam macondes nem ajauas, talvez senas. Ao fundo, um cocuane, de cigarro ao contrário, avivou-lhe a memória de um maconde de cabelos brancos que lhe vendera um Cristo em pau preto: «Chi! É caro cem escudo? Arranja mais barato no Lisboa? Patrão, faz favorzinho, num diz qué caro!» Comprou e deu vinte de <i><b>mata-bicho</b></i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Negras, brancas, mulatas e algumas de ascendências asiática tinham o mesmo objectivo: a venda do corpo, a chantagem das privações dos meses a armazenar esperma, o acicate das bebidas com percentagens acertadas. A música de ritmos acelerados não deixava escutar ninguém, o suor rançoso não separava perfumes, os corpos meios desnudos alvoraçavam desejos, a promiscuidade não respeitava educações, reinava a avidez pelos que ostentavam mais dinheiro, não subsistiam fronteiras, uma desordem venial acotovelava-se e apalpava-se por entre gargalhadas e tonturas de bebidas falsificadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cá fora, a balbúrdia não tinha tons nem modos, a rua era um esgoto de detritos, vómitos de misturas, escarros de bronquites relentadas, um metralhar de palavrões, «Estou farto deles! Só mandam vir e não fazem nada! Vou pró Puto e quero que se fodam todos!», uma náusea de sombras desconfiadas e gonorreias mal curadas. A bruma de algodão penetrava as roupas e adivinhava as formas. Era a neblina das noitesafricanas que manchava as ilusões dos poetas sem editores, feitos guerrilheiros à força pelos facínoras do Terreiro do Paço. Os barcos, fundeados, simbolizavam rumos velhos traçados pelo leme de uma Pátria que, entre a liberdade e a mordaça, sempre andara fora de casa a engrandecer ou a desbaratar o seu futuro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acima do Zambeze ficariam as suas pegadas, diluir-se-iam as lágrimas das saudades dos seus mortos. Olharia de frente, sem medalhas, a sua história. Em Mafra haviam-lhe dito que «o Rei não manda chover, manda marchar!» Marchou. O Cristo de pau preto, numa mesa de cabeceira da casa onde nascera, seria o grito refreado da memória desses dias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-size: x-small;">- Por M. Nogueira Borges in Lagar da Memória. </span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Outros textos de Manuel Coutinho Nogueira Borges <a href="http://foreverpemba.blogspot.com/2010/04/o-viuvo.html">neste blogue</a>!</li>
</ul>
</div>
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ezKPPRbw2FE/U_tGg7YWALI/AAAAAAAAWLw/OpaqcMzLa30/s1600/OSPOETASN%C3%83O%2BMORREM.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-ezKPPRbw2FE/U_tGg7YWALI/AAAAAAAAWLw/OpaqcMzLa30/s1600/OSPOETASN%C3%83O%2BMORREM.jpg" height="190" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eduardo White - <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_White" target="_blank">Wikipédia</a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Prémio Literário <a href="http://foreverpemba.blogspot.com.br/2013/05/vencedor-do-premio-literario-gloria-de.html" target="_blank">Glória de Sant'Anna 2013</a></span></div>
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/TE9wCZZ7SlI/AAAAAAAAH3Q/mzdCxmJUHv0/s1600/esquecidos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/TE9wCZZ7SlI/AAAAAAAAH3Q/mzdCxmJUHv0/s400/esquecidos.jpg" height="303" hw="true" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Clique na imagem para ampliar)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
O mato é verde como a esperança,<br />
denso e forte como a paixão,<br />
cheira a catinga e a feitiçaria,<br />
a queimadas vermelhas na escuridão.<br />
O mato é um céu aberto,<br />
uma prisão com canos escondidos,<br />
o limite de quem não se sente liberto,<br />
um poema de gritos e gemidos.<br />
O mato é música e sensualidade,<br />
negra desnudada num banho de sol,<br />
cabelo enrolado como um caracol,<br />
a gritar e a correr em liberdade.<br />
O mato é o medo que se escapa pelos trilhos,<br />
a desconfiança aos camuflados que chegam,<br />
a fera com cio vagueando desvairada,<br />
suor da arte maconde ainda não prostituída,<br />
O mato é o silêncio duma espera<br />
a angústia sofredora de quem desespera,<br />
tiroteio rasgando em carne viva.<br />
O mato é a castanha de cajú,<br />
água do coco e papaias do desejo,<br />
caçadas de reis sem roque e sem reino,<br />
armas em brasa na guerra sem leis.<br />
<br />
E em África jovens se gastaram,<br />
em tempo dobrado esperaram,<br />
que não fosse preciso matar e morrer<br />
para que os homens se entendessem.<br />
Choravam pelos filhos que nasciam<br />
pelos amigos que morriam,<br />
e eles matando e sobrevivendo<br />
e eles ferindo-se e morrendo.<br />
Tinham na Alemanha próteses à espera,<br />
na pele o sol e a chuva,<br />
na alma uma fartura de mato,<br />
nas mãos o cheiro do capim,<br />
nos dedos os calos do gatilho,<br />
nos olhos a lonjura da savana,<br />
na saudade a viagem do regresso,<br />
no coração a surpresa da cilada,<br />
nos ouvidos os assobios das balas,<br />
em Alcoitão cadeiras de rodas,<br />
em Artilharia Um o desalento triste,<br />
nos cemitérios valas já prontas,<br />
nos pés arrastavam o cansaço,<br />
no pensamento silenciavam PORQUÊ?<br />
no corpo o desejo de amar da idade,<br />
conforme o sorriso dos lábios e a vontade<br />
de abraçar a mulher tão longe, tão distante.<br />
<br />
Geração esquecida pelo antigo mando,<br />
silenciada pelo novo mando,<br />
por todos os mandos imprestáveis,<br />
por todos os mandos sem orgulho,<br />
sem raiva e sem mãos limpas.<br />
<br />
Continuaremos a ser a geração<br />
Sem diamantes nos dedos<br />
e sem presas na arrecadação.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>- M. Nogueira Borges*, Porto. Escrito em junho de 1978. Atualizado em Julho de 2014.</i></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
*Manuel Coutinho Nogueira Borges é escritor nascido no Douro - Peso da Régua. Pode ler também os textos deste autor no blog <a href="http://escritosdodouro.blogspot.com/">Escritos do Douro</a>. Outros textos de Manuel Coutinho Nogueira Borges neste <a href="http://foreverpemba.blogspot.com/2010/07/teresa.html">blogue</a>! </div>
</li>
</ul>
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Este artigo pertence ao <a href="http://foreverpemba.blogspot.com">For Ever PEMBA</a>.<br/>
Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com4Porto, Portugal41.149968 -8.610242641.0853385 -8.7269721 41.2145975 -8.4935131tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-1117655683716136302014-06-22T00:11:00.000+02:002014-06-22T00:11:48.083+02:00A sabedoria dos provérbios macuas !<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-feUutn2gk0Q/UksMCefkuSI/AAAAAAAASNc/mfFVXDEZd6M/s1600/1913548.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-feUutn2gk0Q/UksMCefkuSI/AAAAAAAASNc/mfFVXDEZd6M/s400/1913548.jpg" height="265" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Educação e saúde nos provérbios macuas</b><br />
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
O povo macua é uma tribo bantu, do norte de Moçambique, cuja população está em torno de três milhões de pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sua cultura manifesta-se particularmente nos seguintes aspectos: língua, cultura literária, contos, advinhas, provérbios e danças.</div>
<div style="text-align: justify;">
Alexandre Valente de Matos passou mais de 30 anos entre os macuas e, após recolher mais de mil provérbios, compilou a metade, importando-se em ventilar o sentido autêntico de cada um. Estes adágios englobam a sabedoria do povo e deixam evidente a fonte de sua vasta riqueza cultural, intelectual e moral.</div>
<div style="text-align: justify;">
Matos, depois de estudar cientificamente os provérbios macuas, acredita que é importante fazer-se justiça com este povo. “Quando, agora, se atenta ponderadamente a que todo este código de máximas luminosas, cunhadas em linguagem selecta, lacónica e filosófica, pertence a um povo imenso que até há bem pouco tempo era tido na conta de atrasado e selvagem, no conceito de europeus responsáveis, quanto não devemos penitenciar-nos por não nos termos debruçado a sério, desde o princípio, sobre o estudo da formosa alma africana!</div>
<div style="text-align: justify;">
Os aforismos macuas, na sua faceta cultural, fazem parte do chamado patrimônio comum a toda a humanidade, encerrando normas de moralidade e de guia seguro para a vida prática, que nos maravilham e enchem de espanto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas vezes, em companhia dos meus experientes interlocutores ou a sós comigo, sorria de íntima felicidade ao pensar na opulência de conceitos belos e profundos deste tesouro escondido no campo do pai de família.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em busca de uma forma mais correcta de expressar a verdade, direi que no corpo destes provérbios se reflete vivamente, como em filmado documentário paisagístico, toda a vida do povo, deixando descobrir as suas fontes inspiradoras: crenças, acontecimentos, histórias reais, fábulas, ditos lacônicos e elegantes, hábitos dos homens e dos animais e, principalmente, a observação atenta até aos últimos pormenores dos caprichosos segredos da Natureza circundante.”</div>
<div style="text-align: justify;">
Cada povo tem sua forma de expressar seus valores e, para entendê-los, nada melhor que se portar Em Roma como os romanos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os provérbios macuas são caracterizados por certa penumbra de mistério, a sua expressão processa-se, algumas vezes, por linguagem de recorte difícil; ditos concisos lavrados por cinzel obscuro em termos obsoletos e com omissões flagrantes, cujo sentido nem o jovem nem os leigos menos versados na língua conseguem captar.</div>
<div style="text-align: justify;">
É possível notar que a sua grande maioria tem uma formulação alegórica, fazendo-nos reportar do sentido literal para o metafórico quando procuramos interpretá-los.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, cada provérbio macua “É sempre o mistério ou enigma, cobrindo ciosamente com o véu espesso, a olhos estranhos, o oráculo riquíssimo das vozes sapienciais de um povo...” “Além de tudo o mais, os provérbios macuas condensam toda a filosofia de um povo – filosofia esta que se patenteia exuberante em princípios, ditames, normas e axiomas por que se rege o seu direito consuetudinário.”</div>
<div style="text-align: justify;">
Em outro ensaio (Lacaz-Ruiz, 1998), dissemos que “Dentre os provérbios de origem africana, alguns podem confirmar a influência no estabelecimento de valores e normas, bem como da sua possível aplicação no foro jurídico:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Mwana mukuru na ithe ni hamwe</b> (O filho mais velho e o pai são uma coisa só - kikuyo);</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mwana wa mberi </b>(O filho primogênito é toda minha alegria - kikuyo);</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Kwa mwendwa gutiri kirima</b> (No caminho para a casa do amado não se encontram montanhas - kikuyo);</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Heri kufa macho kuliko kufa moyo</b> (É melhor perder a vista que a alma - kiswahili);</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Choru ndeilenuragha ni luembe Twake </b>(Ao elefante, os marfins não lhe pesam - taita);<br />
<b>Omwamwa salia namakosa tawe</b> (Mais vale a mensagem que o mensageiro - luhya).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Ainda sobre provérbios de origem africana, dentro do conceito lohmanniano (Fujikura & Meidani, 1995) de sistema língua - pensamento, Lauand (1994) analisa a universalidade filosófico-teológica dos provérbios.”</div>
<div style="text-align: justify;">
Também assim são os macuas. Segundo Matos (1982) “Em muitos passos da sua vida, os Macuas fazem uso dos provérbios, reforçando a atitudes e posições, quer estas se firmem em preceitos de correcção e gravidade, quer derivem para o cómico ou para grosseria picaresca. Mas o forte do seu emprego, o lugar onde se obtém o seu efeito mais retumbante, ocorre nas sessões de julgamento dos milandos (litígios) no parrô (tribunal) do régulo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando na ventilação de um milando este atingiu uma fase de beco sem saída, se uma das partes litigantes citar um provérbio, com propriedade e acerto, a favor da sua causa, é como se acendesse uma luz na treva ou se rasgasse uma picada através da selva densa, pois que tem a causa ganha, pela certa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os aforismos têm, pois, entrada livre no tribunal do régulo como normas preceptivas ou vindicativas do direito e da justiça, e é à luz da sua doutrina que as contendas e demandas são deslindadas e solucionadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas vezes, é o próprio régulo, na sua qualidade de juiz, que encerra a audiência ou julgamento com a citação de conceituoso rifão.”[1]</div>
<div style="text-align: justify;">
O missionário Matos diz ainda que “Como reverso da medalha, toparemos outros, cujo papel é dar combate à preguiça, à ganância e ambições desmedidas, ao orgulho e soberba, à fanfarronice, à intriga, ao roubo, à fornicação, à desconfiança, à avareza, aos maus hábitos, à negligência, à ingratidão, à vergonha, à mentira, à maledicência, à vilania, à inveja – a terrível nrima, fonte de males imensos no seio das famílias africanas...”</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b>Provérbios macuas relacionados com a educação e saúde[2] :</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Da coletânea com exatos 500 provérbios macuas de Matos (1982), podem ser selecionados os seguintes, relacionados com a saúde e educação, ou com a falta delas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os comentários feitos em cada provérbio são adaptações das explicações feitas pelo autor do livro Provérbios Macuas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Munamuyara khapá –</b> Vós gerais filhos à maneira do cágado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Os bantas afirmam que o cágado não tem o costume de chocar os ovos que põe, deixando este cuidado à mãe natureza. Quem escuta este provérbio recebe na realidade uma dura censura, a de estar descuidando do trato saudável dos filhos, isto é, foi buscar no casamento apenas a satisfação do prazer sexual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mùnnuwale muhupu wa makhala – </b>Sois corpulento como um saco de carvão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Usado para pessoas que fazem algo que delas não se esperava. A quem tem físico e saúde, recomenda-se também que tenha juízo. A expectativa, quando não é feita de acordo com a realidade das coisas, causa as maiores decepções. Quem vê uma parreira vistosa e corre atrás dos frutos e não os encontra diz Muita parra, pouca uva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Okhawá, ntapha na Muluku –</b> A morte é um laço de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Aqui diríamos contra a morte, não há remédio. Os africanos imaginam Deus como um caçador para apanhar os homens. Este provérbio retrata a situação daqueles que levam uma vida indigna e não dão importância à realidade da morte. Assim é a vida dos que desprezam o cuidado com a saúde, e a morte chega como um laço do caçador.[3]</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mukhopo ori mumu, ohittèla; ottèla va ririmaru –</b> O peixe mukopo está aqui na água e não é branco; só fica branco no peito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Entende-se que o peixe mukopo é preto, e mesmo vivendo na água, não fica branco. Logo, o preguiçoso que não se lava bem, pode escutar este provérbio, pois, para se banhar, não basta estar na água, é preciso se esfregar para ficar limpo. Esta mesma expressão aplica-se aos desleixados, que não se esforçam por vencer as dificuldades que aparecem na vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Ekumi owoka –</b> A saúde engana</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Quantos estão aparentemente saudáveis, mas apresentam no seu interior tanta doença e ruína.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Wòpa nlapa, wìtipera –</b> Tocar o tamborzinho (nlapa) é esforçar as mãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Este tambor, mesmo sendo de pequeno tamanho, para ser bem tocado, é necessário que se aplique a ele com capacidade, energia e persistência. E aqui diríamos A perseverança tudo alcança ou mais faz quem quer do que quem pode. Para todos servem estes conselhos, pois para saber algo, é preciso estudar, e cada um colhe o que plantou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Wìkhunèla wòna orirya – </b>Agasalhar-se é sentir frio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Os régulos de tempos em tempos, em reuniões específicas, lembram aos seus súditos a importância do trabalho, do viver em paz, e de não provocar litígios. Não falta nestas ocasiões quem peça a palavra para reclamar da falta de educação e respeito dos outros. Ora, o pequeno rei que a todos conhece pede para ele se sentar, pois o que reclama é um deles de quem ele fala. Nós diríamos: Se falaste é porque vestiste a carapuça ou Quem fala mal dos outros fala mal de si mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mòro wa va’salani ohisa empá – </b>O fogo aceso na lixeira é capaz de incendiar a casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Elavilavi khenikhwiwa; enxèriha maitho – </b>A patifaria não se mata; apenas torna vermelhos os olhos do patife.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Este é o modo sutil de dizer daquele que fez ações indignas, e que não é condenado à morte, mas pela perda da confiança dos outros, chora amargamente. Os nossos correspondentes são: Ninguém faz mal que não venha a pagar, e quem faz o mal espere outro tal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Okhomàla okhuma nitho –</b> Ser esperto é ter lume nos olhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – A esperteza indica atenção nos detalhes das coisas; é estar atento à Natureza, pois nela encontramos as respostas para todas as coisas. O esperto não deixa escapar um animal que passa ao lado; mede os prós e contras prudentemente; tem a vontade forte o suficiente para resistir quando é convidado para o mal; e sabe tomar conta das coisas que lhe são confiadas, com o mesmo zelo que tem pelo que lhe é próprio. Os provérbios correspondentes são: Quem em todos crê erra; e quem em nenhum não acerta e não bebas coisa que não vejas, e nem assines carta que não leias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Kophweleya”, wunnuwa nikuma – </b>Aquele que diz “Ando aborrecido” é capaz de perpetrar um grave delito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – A tristeza é um grande mal. É o caso de uma pessoa que anda chateada e aborrecida, e quando lhe perguntam como está responde laconicamente que está chateada com a vida; em breve chegará a notícia de que se enforcou... Por um cabelinho se pega o fogo ao linho. Por este motivo, é importante educar na alegria, ensinando que temos uma dignidade, e não criando uma falsa expectativa para as coisas. Das frustrações vem a tristeza, e com ela, a morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Opanke mùpa, onroromela olupa – </b>Quem fabrica flechas confia na pontaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Aquele que vai para o alto mar acredita que sabe pescar e conhece bem os segredos do mar. Este provérbio transmite a idéia de que as coisas, para serem levadas a bom termo, carecem não só de inteligência, mas também de vontade. Provérbios similares em português seriam: Quem não cansa, alcança e Não se pescam trutas a bragas enxutas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b>Provérbios macuas e a família :</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Cada criança que vem ao mundo tem direito a um pai, uma mãe, uma família.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tornaram-se populares os conceitos de que uma criança doente se recupera antes e melhor se conta com os cuidados da mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
São também evidentes os problemas causados nos centros de ensino por filhos de pais separados.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo que a família seja um tema polêmico, ela ainda é o fiel da balança, a esperança da sociedade. Pedir conselho aos mais velhos é uma faca de dois gumes. Se, por um lado, existem a experiência e a sabedoria, por outro, estão o ceticismo e o cansaço da vida. Os tempos atuais são outros quando comparados ao das gerações anteriores. As mudanças quanto à forma são evidentes, mas quanto à essência, não.[4]</div>
<div style="text-align: justify;">
Desta forma, o conflito de gerações sempre irá existir, mas os problemas sociais serão inversamente proporcionais ao zelo do processo educacional familiar.</div>
<div style="text-align: justify;">
O tempo gasto com a família nunca é perdido, e sempre haverá conseqüências positivas no âmbito pessoal, familiar e social.</div>
<div style="text-align: justify;">
O conhecido provérbio "Mateus, primeiro os teus" resume o que foi dito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na África, é mais comum se ouvir: Dine with a stranger but save your love for your family (Jante com um estranho, mas reserve seu amor para sua família).</div>
<div style="text-align: justify;">
Para finalizar, dois provérbios macuas.</div>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro retrata o conflito de gerações; o segundo a educação para o ser humano:</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Ka namwana a khapá; mapele ari mmirimani – </b>Sou uma mulher com filhos, mas de raça pequena como o cágado, cujos seios estão recolhidos no próprio peito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Os africanos sabem perfeitamente que o cágado é ovíparo, mas por alegoria, dizem que os seus peitos estão escondidos no interior da carapaça. Assim sendo, caso alguém diga que uma moça ainda não tem condições para ir ao casamento por ter peitos pequenos e ser de baixa estatura ou um moço ou uma criança que dão uma resposta com sabedoria e graça quando acuados poderão escutar este provérbio. Para estas situações, os provérbios similares são: Da mulher e da sardinha a mais pequenina e Os homens não se medem aos palmos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Okhala onokhalihaniwa –</b> Viver é ajudarmo-nos uns aos outros a viver.</div>
<div style="text-align: justify;">
Comentário – Para o ser humano, o existir e o coexistir são a mesma coisa. A vida tem muitos dissabores e contratempos, sejam eles as doenças, os percalços ou as fatalidades, que só iremos superar com a amizade, carinho ou amparo dos nossos familiares e amigos. O homem precisa da ajuda da mulher e vice-versa. Os filhos precisam dos pais, e estes confiam no auxílio dos filhos. Quem se isola do convívio dos outros por orgulho, egoísmo, avareza ou qualquer outro motivo vil, está condenado à tristeza e à morte. Um dos membros da família nunca fica doente sozinho, nunca ninguém fica só na tarefa de educar os filhos, assim nos diz a voz da África: One knee does not bring up a child e One hand does not nurse a child.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b>Considerações finais :</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Quantas pessoas analfabetas há que viveram longe da chamada civilização ou dos grandes centros urbanos, que nunca freqüentaram centros de ensino, e parecem nada possuir, mas tudo possuem, pois têm o licor da sabedoria.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com modos de ser manso, com uma alegria interior que transborda no trato com os demais e o olhar que penetra na alma.</div>
<div style="text-align: justify;">
As palavras desta gente são proverbiais, como as vozes que vêm da África.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um provérbio macua exprime bem tudo isto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Diz o que é muitas vezes o provérbio na relação entre as pessoas:</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mwèrera ahiva etthepo ni nipoxo (ou nivali ou nluku) –</b> O que experimentou matou o elefante a caqueirada (ou a pedrada).</div>
<div style="text-align: justify;">
Este provérbio é usado para pessoas que conseguem grandes êxitos, com recursos insignificantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez os provérbios representem estes recursos insignificantes, mas, se bem usados, serão uma fonte de unidade e sabedoria, de paz e de alegria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b><span style="font-size: x-small;">Referências Bibliográficas:</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">FUJIKURA, A.L.C., MEIDANI, H.Santo Tomás e os Árabes - Estruturas lingüísticas e formas de pensamento. Revista de Estudos Árabes. v.3, n.5-6, p.33-51, 1995. (Tradução do original LOHMANN, J.Saint Thomas et les Arabes - Structures linguistiques et formes de pensées. Revue Philosophique de Louvain, v.74, fév, p.30-44, 1976.)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">HANANIA, A.R., LAUAND, L.J.Oriente e Ocidente: Língua e Mentalidade – II. Revista de Estudos Árabes. v.1, n.2, p.37-51, 1993.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">LACAZ-RUIZ, R.O referencial comum dos provérbios e a personalidade humana. In:______ Projeto provérbios para Escolas de Primeiro e Segundo Graus. São Paulo : Editora Mandruvá. 1988, p.50.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">LAUAND, L.J.Sentenças de sabedoria dos antigos. In: ______ Hanania, A, R.; Lauand, L.J. Oriente & Ocidente: Sentenças e sabedoria dos antigos. São Paulo: EDIX/Centro de Estudos Árabes DLO-FFLCH/USP, 1994a, p. 64.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">LAUAND, L.J.África: língua, provérbios e filosofia bantu. In: Luiz Jean Lauand (org.) Oriente e Ocidente: o literário e o popular. - Traduções e estudos sobre diversas culturas. vol.6. São Paulo: Edix/CEA/DLO/FFCLH/USP, 1994b, p.23-36.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">LINO CURRÁS NIETO, J.Provérbios e virtudes. São Paulo : Quadrante. 1999, p.86.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">MATOS, A.V.Provérbios macuas. Lisboa : IICT/JICU. 1982, p.376.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">RUIZ, R.O tempo dos pais e o tempo dos filhos. Interprensa v.3, n.29, p.4, 1999.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">[1] Também estão presentes nos provérbios uma elevada ética, justiça, amor à verdade, espírito de generosidade, deferência para com os outros, serenidade nas dificuldades, prudência nas palavras, estima e veneração, prestação de ajuda mútua, desprendimento do coração perante as belezas efêmeras do Mundo, vanidade da formosura feminina, hábitos de trabalho, confiança em Deus nas desgraças e esperança na sua justiça incorruptível, casamento como sociedade perfeita em que o homem e a mulher se complementam mutuamente, o certo contra o incerto, economia doméstica, valor da experiência ou da prática, gratidão, intrepidez, conveniências da mansidão, lições da morte..., dando veracidade ao anexim latino Vox populi, vox Dei. (cf. Matos op. cit.)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">[2] "Provérbios existem em todas as culturas e também no Ocidente; mas não tão copiosamente e, sobretudo, não com a força psicológica que exercem no Oriente, onde todos conhecem vivamente os mesmos inúmeros provérbios que, além de constituírem um tesouro de sabedoria prática, erigem-se - junto com os livros da tradição religiosa - num poderoso referencial comum. O que, talvez, não seja alheio ao fato - para o qual tanto gostava de chamar atenção o Dr. Jamil Almansur Haddad - da fraca incidência de busca de auxílio psiquiátrico por parte do árabe. A propósito, note-se que precisamente um dos mais graves problemas culturais do Ocidente, hoje, é a ausência de um referencial comum, duradouro e universal. (HANANIA &LAUAND, 1993.)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">[3] Neste sentido, vale a pena lembrar a misericórdia de Deus para com os homens. Um santo dizia que Deus não pode ser comparado a um caçador, que fica à espreita do primeiro erro para nos castigar, mas sim a um jardineiro, que cuida de suas flores, e quando elas estão belas, leva-as para Si.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">[4] “O tempo dos pais e o tempo dos filhos são tempos que correm a uma velocidade muito diferente. E a sensação que a sociedade provoca, principalmente nos pais, é a de que isto é irreversível, tão irreversível quanto o progresso tecnológico que todos acompanhamos e vivemos. O que nos escapa é que há um tempo compartilhado não apenas pelas gerações dos pais e dos filhos, mas por todas as gerações. Um tempo que ainda podemos compartilhar em comum: trata-se do tempo de “ser pessoa”. É verdade que fica difícil aconselhar ou passar experiênciassobre “ser isto” ou “ser aquilo”, quando sabemos que não temos experiências vitais nem “disto” nem “daquilo”, porque, de fato, o mundo correu muito depressa e o presente tem muito pouca permanência. Porém o tempo de “ser pessoa” tem uma outra velocidade. Uma velocidade constante, e não continuamente acelerada. Tanto é pessoa o jovem de hoje quanto o jovem dos tempos clássicos da Grécia. (Ruiz, 1999)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">- <i>Rogério Lacaz Ruiz Adilson José Mangetti, aluno especial da Pós-Graduação Fac. de Zootecnia e Eng. de Alimentos USP/Pirassununga, Av. Duque de Caxias Norte, 225 13630-970 - Pirassununga - SP-Brasil.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA". Actualização em Outubro de 2013 e Junho 2014. </span></div>
</div>
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SFaEPosqarI/AAAAAAAACwU/P8le05lIzfE/s1600-h/massacre.jpg"><img alt="" border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SFaEPosqarI/AAAAAAAACwU/P8le05lIzfE/s400/massacre.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5212499022885579442" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a></div>
<div align="justify">
<strong>16 de Junho - ANIVERSÁRIO DO MASSACRE DE MUEDA EM CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE - PORQUÊ O SILÊNCIO CONVENIENTE? </strong><b>Data outrora tão badalada, nem o NOTÌCIAS (on line) - (</b>orgão 'oficioso' patrocinado pelo do poder em Moçambique, acrescento eu<b>) de hoje, a ela se refere. Porque será? - </b><b>Fernando Gil - </b><b><a href="http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/massacre_mueda_16061960/" target="_blank">MACUA DE MOÇAMBIQUE</a>.</b><br />
<div style="text-align: center;">
<strong>=-=-=-=-=-=-=</strong></div>
<strong>A verdade, honestidade, coerência e frontalidade nunca envergonham nem têm preço. Só assim se aprende com o passado e se poderá acreditar no futuro. Do "Moçambique Para Todos</strong><strong>" de 15/06/08 transcrevo:</strong></div>
<div align="justify">
<span style="color: black;">.</span></div>
<div align="justify">
<strong>E continua-se a mentir despudoradamente!</strong></div>
<div align="justify">
"Para o deputado Casimiro Huate, da bancada da Frelimo, o 16 de Junho é símbolo da resistência dos moçambicanos contra o colonialismo português. Segundo afirmou, o massacre de Mueda de 1960 é ponto mais alto da recusa do regime colonial do direito do povo moçambicano à autodeterminação e independência.</div>
<div align="justify">
“Os moçambicanos estavam cansados da opressão colonial, das barbaridade e crueldades do regime colonial. Por via pacífica, exigiram ao administrador colonial português em Mueda a independência, mas a resposta massacre. Os moçambicanos sempre pautaram pelo diálogo, mas o regime colonial sempre negou”, disse, acrescentando que o 16 de Junho foi o elemento catalisador da consciência de que a independência só podia ser conquistada por via armada.</div>
<div align="justify">
Casimiro Huate afirmou que os jovens devem saber valorizar as obras dos heróis moçambicanos, as conquistas da independência nacional, demonstrando o seu patriotismo e cidadania com boas obras. Segundo o deputado, as almas e o sangue de mais de 500 moçambicanos que naquele foram barbaramente assassinados em Mueda só estarão descansadas e valorizado quando todos os moçambicanos, em particular os jovens, trabalharem em prol do desenvolvimento do país e da consolidação da unidade nacional. Questionado sobre a promoção do desenvolvimento em locais históricos, como é o caso de Mueda, que neste momento se ressente da falta de água e energia eléctrica, Casimiro Huate afirmou que o mês passado na Assembleia da República, o Governo falou do programa visando o abastecimento de água em Mueda, bem como de outras acções ara benefício da população local.</div>
<div align="justify">
<span style="color: black;">.</span></div>
<div align="justify">
<strong>Ao senhor deputado e a todos os historiadores de Moçambique:</strong></div>
<div align="justify">
- Vejam tudo sobre este acontecimento <a href="http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/massacre_mueda_16061960/index.html" target="_blank">aqui</a> !</div>
<div align="justify">
Resta-me acrescentar que, ainda nos anos 60, Mueda e o planalto dos macondes beneficiavam de abastecimento de água. Mais de 30 anos após a independência, porque não terão?</div>
<div align="justify">
<em><span style="font-size: 85%;">Fernando Gil </span></em></div>
<ul>
<li><div align="justify">
O video "Pidjiguiti e Mueda-6º Episódio" - YouTube - <a href="http://br.youtube.com/watch?v=A9SQOJrqHv4" target="_blank">aqui</a> !</div>
</li>
<li><div align="justify">
Post's anteriores deste blogue sobre a série "A Guerra" - <a href="http://foreverpemba.blogspot.com/2007/10/guerra-colonial-em-frica-srie.html#links">aqui 1</a>, <a href="http://foreverpemba.blogspot.com/2007/10/guerra-colonial-em-frica-srie_9007.html#links">aqui 2</a>, <a href="http://foreverpemba.blogspot.com/2007/11/guerra-colonial-em-frica-srie.html#links">aqui 3</a> e <a href="http://foreverpemba.blogspot.com/2008/01/guerra-colonial-em-frica-srie.html#links">aqui 4</a> ! </div>
</li>
</ul>
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Se deseja transcrever, mencione a origem e créditos!</div>JAIMEhttp://www.blogger.com/profile/12948983417898741719noreply@blogger.com0Mueda, Moçambique-11.6644184 39.564015899999958-11.7266204 39.48333489999996 -11.602216400000001 39.644696899999957tag:blogger.com,1999:blog-11318136.post-58679901942232884892014-05-28T01:38:00.000+02:002014-05-28T01:38:45.059+02:00Diversificando - Olhares do meu final de semana...<div align="center">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SLFrDWnlX4I/AAAAAAAADuI/Flu9YNdcIMI/s1600-h/olhares.jpg"><img alt="" border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_oshdZv5Zmxc/SLFrDWnlX4I/AAAAAAAADuI/Flu9YNdcIMI/s400/olhares.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5238085546963984258" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><strong>(</strong><span style="color: #33ccff;">Clique na imagem para ampliar. imagem original <a href="http://olhares.aeiou.pt/" target="_blank"><strong>daqui</strong></a></span><strong>.)</strong></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><strong><br /></strong></span></div>
<div align="justify">
Olho e não me canso de olhar...<br />
algures a violência mata,<br />
ali o mundo violenta,<br />
acolá a doença deprime,<br />
além os homens destroem,<br />
os pobres sofrem,<br />
as mães estendem a mão,<br />
e os humildes choram,<br />
e em qualquer canto os demagogos lideres afrontam...<br />
e os vaidosos humilham.<br />
Mas eu olho... não canso de olhar,<br />
tento encontrar o belo,<br />
o ensejo para a vida,<br />
a razão para continuar a olhar...<br />
<span style="color: black;">.</span><em><span style="font-size: 85%;">- J. L. G. - 23Ago08</span></em> </div>
<ul>
<li>Olhares: <a href="http://olhares.aeiou.pt/" target="_blank">Aqui</a>!</li>
</ul>
... e continua o olhar<br />
<div align="justify">
vibra a noite<br />
entre estrelas e luar;<br />
chove a noite<br />
entre saudade e o canto.<br />
Olhar transgride<br />
absorve duas noites:<br />
estrelas, lua, saudade e canto;<br />
vibram e chovem<br />
espiam vida.</div>
<div align="justify">
<em><span style="font-size: 85%;">- <a href="http://mpupila.blog.uol.com.br/" target="_blank">Maisa</a></span></em><em><span style="font-size: 85%;">, 24Jan08</span></em></div>
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-VmFYpbRUgJM/U2Dw9tvKXcI/AAAAAAAAVWg/eGZJ42H41vI/s1600/premio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-VmFYpbRUgJM/U2Dw9tvKXcI/AAAAAAAAVWg/eGZJ42H41vI/s1600/premio.jpg" height="640" width="443" /></a></div>
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-2qdKLOjA3I4/U1bltthSRRI/AAAAAAAAVPg/GcqcAr3mgNU/s1600/baiatumgue.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-2qdKLOjA3I4/U1bltthSRRI/AAAAAAAAVPg/GcqcAr3mgNU/s1600/baiatumgue.JPG" height="245" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<div class="issuuembed" data-configid="3196005/7568793" style="height: 743px; width: 525px;">
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<i>- Lisboa, Carlos Lopes Bento, 16 de Abril de 2014.</i></div>
<br />
<br />
<li style="text-align: justify;">Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste<a href="http://foreverpemba.blogspot.pt/search?q=Carlos+Lopes+Bento" target="_blank"> blogue</a>.</li>
<li style="text-align: justify;">O Dr. Carlos Lopes Bento no <a href="https://www.google.pt/?gfe_rd=cr&ei=q-hWU-iCOs3e8gfkvYHoAQ#q=Carlos+Lopes+Bento" target="_blank">Google</a>.</li>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Abril de 2014. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.</span></div>
</div>
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<a href="http://www.hello.com/" target="ext"><img align="absMiddle" alt="Posted by Hello" border="0" src="http://photos1.blogger.com/pbh.gif" style="background: none transparent scroll repeat 0% 0%; border-bottom: 0px; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></a><a href="http://www.aaaio.pt/public/ioand096.htm"><strong>...Ou Histórias de África !</strong></a><br />
<em>Por Maria de Lourdes Sant’Anna</em><br />
<div align="justify">
<em>A.A. Nº 278/36</em><br />
Uma vez que vou contar algumas das histórias que vivi nos anos 57/58 em Cabo Delgado, parece-me que devo começar por caracterizar a região em causa.</div>
<div align="justify">
<br />
A província de Cabo Delgado situa-se no extremo nordeste da República de Moçambique, com uma densidade populacional de vários milhares de habitantes cujas etnias representativas são as macondes, macuas e mwani.</div>
<div align="justify">
<br />
Com uma superfície de 82.625 km², que inclui 4.758 km² de águas interiores, é limitada a norte pelo rio Rovuma, a sul pelo rio Lúrio e a oeste pelo rio Lugenda. O Oceano Índico banha o litoral leste, uma extensão de aprox. 425 km.</div>
<div align="justify">
<br />
A vegetação característica é de florestas de mangais, junto dos rios e do mar, de planícies e savanas com árvores de pequeno e médio porte mas com predominância de embondeiros, além das matas e das florestas.</div>
<div align="justify">
<br />
Existe ainda a norte do Cabo Delgado um arquipélago de 31 ilhas e ilhéus, o arquipélago das Quirimbas, que inclui, entre outras, a ilha do Ibo. (Por curiosidade direi que as mulheres do Ibo são conhecidas pelas sua beleza, com um tom de pele castanho dourado e grandes e alongados olhos verdes).</div>
<div align="justify">
<br />
Aos que entram por mar em Porto Amélia, depara-se um espectáculo inesquecível: a baía de Pemba.</div>
<div align="justify">
<br />
Considerada como a terceira do mundo em grandeza, com cerca de 15 quilómetros de amplitude, dizia-se que “podia dar abrigo a uma esquadra naval inteira”. E que, sendo também uma das mais profundas, num dos seus recessos, o “poço”, viviam tubarões de mais de 6 metros, jamantos com uma envergadura de cerca de 4 metros e garoupas de centenas de quilos.</div>
<div align="justify">
<br />
Foi em 1897 que a companhia colonial determinou ao Capitão José Augusto Soares da Costa Coleral que procedesse à implantação de um povoada na baía de Pemba, que era assim que as povoações nomeavam a região.</div>
<div align="justify">
<br />
O comércio que se fazia nas margens da baía desenvolveu-se imenso, tanto com as populações locais como com as caravanas que vinham do interior. E os pedidos de arrendamento e de aforamento de talhões começaram logo a seguir ao traçado da região, enquanto que a região de “Pampira”, junto do posto militar construído em 1897, passou a denominar-se Porto Amélia, em homenagem à última rainha de Portugal.</div>
<div align="justify">
<br />
Com a nossa chegada em janeiro de 57, os habitantes não crioulos, africanos ou mestiços atingiram o número de 502. E foi nessa região que vivemos cerca de dois anos.</div>
<div align="justify">
<br />
Além do lado fortemente positivo em relação a paisagens deslumbrantes, ao grande relacionamento humano, devo dizer também que havias aspectos fortemente negativos. Infelizmente o polo negativo levou-nos a deixar Porto Amélia e a ir para o Dondo (Beira).</div>
<div align="justify">
<br />
Como já disse a baía de Pemba surpreendia pela sua enorme beleza. Em linhas gerais, na margem esquerda erguia-se a cidade baixa, com a ponte-cais, a capitania do Porto, o posto meteorológico, o comércio, as empresas, o consulado (alemão), o único banco e também a única pensão, além de três creches e de um cinema.</div>
<div align="justify">
<br />
Na parte alta da cidade, erguia-se o bairro residencial, o hospital, a igreja paroquial e mais adiante o quartel e depois dele o campo de aviação.</div>
<div align="justify">
<br />
Havia apenas uma única estrada alcatroada, a ligar a baixa com a alta, e cá em cima as ruas eram todas de terra batida, dum vermelho que o vento levantava e manchava tudo de um pó grosseiro.</div>
<div align="justify">
<br />
Mas a par da terra, vermelha que o vento levantava, havia o outro vermelho/róseo, que surgia por vezes quando o sol ia a caminho do poente, tingindo a atmosfera de tons rosados a envolver suavemente árvores, a nós próprios, numa imagem de irrealidade, como se de um sortilégio se tratasse.</div>
<div align="justify">
<br />
Disseram-se ser um fenómeno pouco frequente mas normal em paisagens equatoriais.</div>
<div align="justify">
<br />
E era um livro surpreendente, aquele cujas páginas eu ía lendo num dia a dia cheio de expectativas.</div>
<div align="justify">
<br />
Também a ponte-cais era local de reunião, não só para os pescadores à linha, mas também para nós, os outros que ali apareciam não só para confraternizar mas também para apreciar a beleza das trovoadas que, do outro lado da baía iam riscando os céus com as faíscas que aos zigue-zages, entrecruzando-se, se lançavam vertiginosamente no mar entre os tons exaltados de todas as cores do arco-iris, numa beleza sem limites. </div>
<div align="justify">
<br />
O fundo do grande círculo da baía de Pemba descia da escarpa alta, que a dominava, até ao mar, numa cerrada floresta de verdes. E no dizer dos nativos que não se aventuravam lá, aquela era a região das jibóias e dos leões.</div>
<div align="justify">
<br />
Pois havia uma história que se prendia com aquela teimosa região. Uma criança de três anos, residente numa machamba, situada na “zona possível” antes da floresta das jibóias e dos leões, iludindo o “pequenito” cuja missão era brincar com ele, desapareceu uma tarde.</div>
<div align="justify">
<br />
Da cidade vieram todos os transportes disponíveis e, ao entardecer, as lanternas foram-se acendendo à medida que todos se internavam mais na floresta. E foi já tarde de noite que se encontrou a criança, a uns três quilómetros dentro da floresta, a dormir serenamente encostada a uma árvore.</div>
<div align="justify">
<br />
Quase impossível de acreditar, mas assim aconteceu.</div>
<div align="justify">
<br />
A primeira vez que por convite dum residente entrámos numa “zona de caça grossa”, num minúsculo Volkswagen que era o carro utilitário usado, tivemos a sorte de encontrar um majestoso leão.</div>
<div align="justify">
<br />
O nosso carro havia parado, pois o dono, que era caçador experimentado, pelo abanar do capim alto percebeu que seria um dos tais animais que ele gostaria que nós, recém-chegados, apreciássemos em pleno mato, além das dezenas de macacos que, pendurados nas árvores, nos espreitavam guinchando.</div>
<div align="justify">
<br />
O desejo do nosso amável anfitrião cumpriu-se, pois, pouco depois, a monstruosa cabeça dum leão surgiu ali, a cerca de dois metros de nós. É de facto uma sensação de tanto medo, que não se pode descrever, apenas sentir.</div>
<div align="justify">
<br />
O animal olhou para um lado e para o outro (onde nós estávamos, eu completamente muda e paralisada) e internou-se de novo no capim alto para surgir mais adiante, atravessar a estrada num passo lento, embrenhando-se de novo no capim.</div>
<div align="justify">
<br />
À medida que prosseguíamos, começaram a aparecer africanos que caminhavam sempre no meio da estrada. Todos eles levavam levantado, ao ombro, um alto e grosso pau em cuja ponta balançava um pequeno saco branco, enquanto que, com a outra mão, seguravam na cabeça uma lanterna de querosene, acesa, que, na tarde que caía, espalhava uma luz leitosa.</div>
<div align="justify">
<br />
(Foi-nos dito que, em regra, o leão só ataca quando tem fome e as suas zonas de caça não são nas proximidades das estradas. No entanto, o leão, já velho, pode esperar as mulheres que vão buscar água, longe da aldeia, ou viajantes que, por necessidade, se afoitem noite dentro longe das suas cubatas).</div>
<div align="justify">
<br />
Pois a lanterna que aqueles que íamos encontrando levavam à cabeça seria então para afugentar as hienas que, traiçoeiras, não atacam as pessoas de frente e que, seguindo-as, não se atrevem a investir contra aqueles que lhes parecem mais altos. Portanto, a lanterna, além da luz que projectava, era também uma defesa contra esses animais.</div>
<div align="justify">
<br />
Lembro-me que, quando fomos visitar as quedas de água do rio Lúrio, descemos por uma vereda até lá abaixo, onde o rio era mais estreito e havia uma pequena língua de areia. Sentados num dos rochedos existentes já no rio, reparámos num africano que o atravessava a nado, levando numa da mãos erguida acima da cabeça um tronco a arder.</div>
<div align="justify">
<br />
Quando chegou perto de nós, perguntámos-lhe se ali havia crocodilos. Que sim, que de manhã tinham visto um muito grande a apanhar sol. Já na areia, a nossa pergunta se não tinha tido medo quando atravessara o rio, a resposta simples surpreendeu-nos a todos: “Patrão, quando Deus quer...”</div>
<div align="justify">
<br />
Numa das caçadas onde participei fomos até uma lângoa (área pantanosa, com bancos de nevoeiro) de cerca de 40 quilómetros de diâmetro. Levávamos dois pisteiros africanos, bem conhecedores da zona, que, porém, daquela vez se perderam devido ao denso nevoeiro que nos envolvia. Andámos por ali às voltas mais de duas horas e caça, nem uma peça se via. No entanto, pelos excrementos que, por vezes, o nevoeiro deixava ver, compreendi que, pelo menos, búfalos e outros animais de grande porte poderiam ser encontrados.</div>
<div align="justify">
<br />
Dentre as várias caçadas em que participámos apenas como “mais dois”, uma ficou na minha lembrança.</div>
<div align="justify">
<br />
Saíramos da cidade já de noite a caminho duma pequena lagoa onde, de madrugada, os animais iam beber. E durante a viagem, os caçadores lá atrás “repartiam” entre si a caça que poderiam adivinhar por entre a vegetação: olhos verdes pertenceriam a gazelas, a antílopes, a palaves, a leopardos, etc. Mas olhos vermelhos, esses seriam sempre de leão.</div>
<div align="justify">
<br />
Quando surgiu um par de olhos fosforescentes, bem vermelhos, desceu da carrinha o caçador ao qual cabia aquela peça. O silêncio era impressionante, mesmo aterrador. Guiado apenas pelo próprio foco preso à cabeça, o caçador breve se afastou para reaparecer pouco tempo depois em corrida desordenada, gritando “talaco”, “talaco” (nome dado pelos nativos às formigas carnívoras que se deslocam em grossas e espessas colunas de milhões destes insectos e que destrói tudo por onde passa). Mas embora tenha dito que havia pisado a coluna, não se lhe encontrou uma única formiga. Ainda hoje mantenho as minhas dúvidas sobre a realidade deste encontro...</div>
<div align="justify">
<br />
Mais para a madrugada surgiu então o local procurado. E não tenho adjectivos suficientemente convincentes que possam demonstrar o que vi.</div>
<div align="justify">
<br />
Os animais erguiam-se numa frente única, num magnífico conjunto a sobressair do branco leitoso que o sol ia tingindo de tons rosados. Eram cerca de 14 palaves, que bebiam tranquilamente, enquanto o mais alto e mais forte que atento vigiava em breve deu pela nossa presença. E logo aquele nobre animal levou a manada em carreiras desordenadas e voltou atrás para enfrentar os caçadores de armas apontadas.</div>
<div align="justify">
<br />
E fecho mais uma série de “Histórias de África” com a partida de que, para não fugir à regra, fomos alvos pouco depois de chegarmos.</div>
<div align="justify">
<br />
Em terras pequenas, alguns caçadores gostavam de pregar partidas aos crédulos recém-chegados. E foi assim que, durante várias horas, entre cafés e whiskies pudemos ouvir histórias de caçadas cada vez mais empolgantes, cada vez a deixar-nos – porque não dizer? – mais encantados.</div>
<div align="justify">
<br />
Claro, o herói era sempre um, ele , o nosso contador. Mas como se tratava dum caçador profissional bem conhecido pela sua grande coragem e valentia, depressa se esqueciam as partidas que adorava pregar aos novatos que chegavam de longe, prontos a acreditar em tudo sobre a vida do mato, que aliás ouviam com agrado.</div>
<div align="justify">
<br />
Voltarei a contar mais “Histórias de África”. Em 13 anos de vivências por terras africanas, muitas foram as histórias acontecidas e que ficaram registadas no grande livro das nossas memórias, umas boas, outras más...</div>
<em><strong><span style="font-size: 85%;">In: </span></strong></em><a href="http://www.aaaio.pt/public/ioand096.htm"><em><strong><span style="font-size: 85%;">http://www.aaaio.pt/public/ioand096.htm</span></strong></em></a><div class="blogger-post-footer"><hr 'style: color black' />
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<a href="http://photos1.blogger.com/img/47/4007/1024/talacocopy.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://photos1.blogger.com/img/47/4007/400/talacocopy.jpg" height="214" style="border: 1px solid rgb(255, 255, 255); margin: 2px;" width="400" /></a></div>
<div align="justify">
Lá pelos idos de 1960/61, morávamos na Fazenda Sômboa (onde o meu pai era o gerente), próxima da Missão Têngua (padres franciscanos capuchinhos da Terceira Ordem Franciscana Secular) a 15 quilômetros de Milange sentido Quelimane, Zambézia, Moçambique.<br />
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Tínhamos no quintal de casa, uma pequena criação de coelhos, e os mesmos estavam instalados em cinco ou seis pequenas repartições com três ou quatro coelhos em cada uma.<br />
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Esse criadouro fora construído em estilo “palafita” a mais ou menos um metro e vinte de altura.<br />
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Certa manhã acordamos e nos deparamos com um espetáculo dantesco. Uma parte da “palafita” havia sido atacada em algum momento da noite ou madrugada, e o ataque ainda estava em pleno processo.<br />
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Pudemos constatar a fantástica voracidade dessas pequenas formigas de cor preta.<br />
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As mesmas subiram por uma das colunas de canto da “palafita”, e logo se instalaram na primeira repartição, depois passaram à segunda e por fim à terceira. As demais repartições não foram tomadas, pois as formigas foram surpreendidas pela presença humana logo de manhã bem cedo.<br />
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Na primeira repartição, dos três coelhos que lá havia víamos três montes de milhares de formigas...ao serem afastadas com paus, pudemos ver esqueletos de coelhos com praticamente 90% de seus corpos desprovidos de carne.<br />
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No segundo compartimento um dos coelhos estava só ossos, e os demais ainda com boa parte de seus corpos sendo consumidos.<br />
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No terceiro e último compartimento atingido por elas, um ou dois coelhos vivos e apavorados e um outro morto, mas ainda com uma menor incidência de formigas.<br />
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O ninho delas foi descoberto a uns 30 metros de distancia e uma vez aberto, tornou-se uma pequena cratera de pouco mais de um metro e meio de profundidade por um diâmetro de aproximadamente três a quatro metros. O chão estava literalmente preto de formigas, e lembro-me do meu pai despejar uma lata de gasolina e atear fogo terminado assim com aquele formigueiro.<br />
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Lembro-me também, mais ou menos por volta dessa data, um dos funcionários da fazenda, chamou o meu pai de madrugada, informando que o touro reprodutor da fazenda que dormia em um galpão coberto e fechado, construído especialmente para ele, estava muito nervoso e ameaçava arrebentar a porta.<br />
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Quando o meu pai lá chegou, verificou que o chão estava cheio de talaco, e as tais formigas não davam descanso ao touro... as mesmas o picavam todo, principalmente entrando nas narinas e orelhas, deixando-o extremamente irritado. Como era de madrugada, a solução foi remover o touro do local, levando-o para um curral aberto, e pela manhã o ninho das formigas foi localizado por funcionários nativos e destruído.<br />
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A última lembrança minha do Talaco, foi lá pelo meio do ano de 1965, eu na altura com nove ou dez anos. Morávamos em Milange, poucas semanas antes de retornarmos a Portugal.<br />
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Os meus pais acordaram comigo gemendo e lembro-me que entre o limiar do sono e do acordado, sentia-me picado aqui e ali. Eu ainda na cama, os meus pais constataram que estava sendo atacado pelo Talaco e rapidamente me tiraram dali e me despiram, sacudindo as formigas que começaram a tomar conta do meu corpo. Naquela noite, ninguém mais dormiu. Todos os móveis foram tirados do quarto, e o chão lavado com querosene, o melhor produto que se tinha no momento para afastar essas formiguinhas impertinentes. Depois arrumar todo o quarto e descobrir logo ao amanhecer o foco das formigas para exterminá-las.<br />
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Pude com estas três experiências constatar a voracidade deste tipo de formiga. Pequeninas mas que fazem um estrago!!!!<br />
- <span style="font-size: 85%; font-style: italic; font-weight: bold;">Carlos Santos (02 de maio de 2005) - </span><strong><em><span style="font-size: 85%;">Do <a href="http://br.groups.yahoo.com/group/bardatininha/"><span style="color: red;">Bar da Tininha -</span></a><span style="color: red;"> Yahoo!</span></span></em></strong></div>
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Este artigo pertence ao <a href="http://foreverpemba.blogspot.com">For Ever PEMBA</a>.<br/>
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-O5b-rHQuUsM/UwpGHSy8LbI/AAAAAAAAUtg/gCpxAtn5FrE/s1600/falsidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-O5b-rHQuUsM/UwpGHSy8LbI/AAAAAAAAUtg/gCpxAtn5FrE/s1600/falsidade.jpg" height="640" width="432" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Não gosto de ingratidão, não gosto de falsidade ou hipocrisia . </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Não gosto de gente orgulhosa demais... não gosto muito menos de gente burra. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Não gosto de gente que se cala, de pessoas que têm medo de viver, nem daqueles que não prestam atenção nos outros, ou que se acham o centro do mundo.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
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Nem das que se acham vitimas de tudo e de todos ou expoentes de vaidade.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Gosto de gente que sente, e sente verdadeiro. Gosto de gente que sabe aproveitar a vida, e sabe ser atenciosa. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Gosto de quem tem o coração maior que a cabeça, mas sabe pensar e sabe construir sem pisar no infortúnio alheio. </div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Gosto quando sussurram no ouvido, gosto quando surge aquele olhar, gosto quando beijam, quando abraçam, admiro o sentimento de reciprocidade. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Gosto de pessoas autênticas, pessoas batalhadoras... sem medos.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Gosto até das pessoas que magoam, mas que magoam por serem sinceras, verdadeiras.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Não gosto de pessoas sem frontalidade, que criticam covardemente pelas costas e se passam por tuas amigas.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Gosto que briguem comigo quando faço besteira... gosto mais ainda daqueles que amam, amam no sentido de amor, não dos que ficam em duvida sobre o que sentem. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Porque quem ama não tem duvida... vive o amor autêntico. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
E não aparece com falsos sorrisos nem falsas desculpas para não contrariar os que teme ou a sociedade hipócrita em que vive e à qual se vende!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: x-small;">- (Compilação e adaptação do que vamos absorvendo da net livre. E do que
vamos sentindo...)</span></i></div>
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