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9/25/08

Ecos da imprensa lusa: - Ramalho Eanes prescinde de um milhão de euros de sua reforma.

De e.mail enviado por Amigo:
""O general Ramalho Eanes não aceitou receber os rectroactivos de um milhão de euros, notícia o site IOL-Portugal Diário.

Como em tempos, filosófico-poéticamente, disse Manuel Alegre, 'Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não'.

E toda uma sorte de gente que recebe aos 40 e tal anos, aos 50 e tal anos, chorudas 'reformas' por 'trabalho político'!!!

Trabalho político que na maioria dos casos não passou de colaboração na edifícação do regime político mais desastroso da União Europeia... ... com dinheiros da União Européia.

Ao General Ramalho Eanes devemos muito, e que não é, óbviamente, o não receber o milhão de euros, porque isso é de somenos importância.

O que conta é a mensagem, a ética, a honra e a vergonha, coisa que falta... ... no regime político atual... ... onde o sacar é a ordem sagrada, onde a corrupção, o tráfico de influências e a incompetência são a regra.""

A notícia em si:
""Ramalho Eanes prescindiu dos retroactivos a que tinha direito relativos à reforma como general, que nunca recebeu.

O Governo diz ter sondado o ex-Presidente, que não aceitou auferir essa quantia (a qual ascenderia a mais de um milhão de euros).

A reforma só começou a ser paga em Julho, mas sem qualquer indemnização relativa ao passado. Foi o Governo de Mário Soares, em 1984, que criou uma lei impedindo que o vencimento de um Presidente da República fosse acumulado «com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência que aufiram do Estado».

À época, Eanes ocupava o Palácio de Belém e promulgou a lei de Soares, que acabaria por vir a prejudicá-lo durante muitos anos. As más relações entre os dois órgãos de soberania propiciaram, aliás, a leitura política de que se tratou de uma lei ad hominem, avança a «SOL».
Quando saiu de Belém, em 1986, Eanes optou pelos 80% do vencimento como PR, nunca tendo recebido a reforma de general de quatro estrelas.
Só em Junho de 2008 a lei foi mudada por insistência de Cavaco Silva, junto de José Sócrates, e após recomendação do Provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues. Desde então, Ramalho Eanes tem direito a acumular a pensão de 36 anos de carreira militar com subvenção de ex-chefe de Estado.""
- IOL Portugal-Diário, 13/09/2008.

Acrescento:
Caso raro de ética e príncipios. E que mostra o que é um político que abraça a política com o verdadeiro sentido de serviço público colocando o povo do seu País acima de qualquer interesse particular. Com sua atitude exemplar, Ramalho Eanes dá um bofetão com luva branca em todos aqueles que não aprenderam ainda o significado da palavra carácter. E que, infelizmente, não são exclusividade do meio político português. Estão espalhados pelos quatro continentes... e não é díficil acompanhar!