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1/20/08

Cabo Delgado: Renamo apresenta discrepância no censo.

Maputo, Sexta-Feira, 18 de Janeiro de 2008-Pedro Nacuo:: Notícias - A Renamo, em Cabo Delgado, diz ter detectado uma discrepância de dados eleitorais em três distritos que, na sua opinião, denunciam o facto de na primeira fase do recenseamento o processo ter sido manchado pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), deixando, de forma deliberada, de fora 7275 potenciais eleitores. O STAE provincial diz que a base de dados publicados foram os distritos, que por sua vez, recebiam semanalmente das brigadas espalhadas pelos respectivos territórios.
Luís Culaire, mandatário da Renamo ao encontro promovido pelo Observatório Eleitoral para a avaliação da primeira fase do recenseamento eleitoral, manifestou a preocupação do seu partido, alegadamente porque ainda não estão claras as razões porque os dados do STAE de alguns distritos não correspondem aos que o STAE provincial tem, que em princípio, são os que vão desaguar nos órgãos eleitorais a nível nacional.
Com efeito, segundo Culaire, no distrito de Palma, onde estava previsto o recenseamento de 30262 potenciais eleitores, o STAE distrital diz ter registado até ao final da primeira fase 18945 eleitores.
Entretanto, os dados apresentados pelo STAE provincial apontam para apenas 13302 eleitores.
“Assim e de acordo com os dados do STAE na província, ficam de fora 5643 eleitores que não vão poder exercer o seu direito de voto. A Renamo está preocupada com esta situação”, disse aquele quadro da “perdiz”.
Em Chiúre, ainda de acordo com a mesma fonte, considerado local de concentração de eleitores a nível da província, estava previsto que se recenseassem 132215 cidadãos com idade eleitoral.
O STAE distrital diz ter tê-lo feito em 92251 cidadãos, um dado que não corresponde com o que o STAE provincial tem, designadamente, 93542, o que corresponde a 69.7 por cento.
“Aqui estamos a falar de mais de 1291 pessoas que o STAE provincial teve de levar para o seu relatório, não sabemos com que interesse”, questiona Luís Culaire, que a seguir dá outro exemplo, desta feita relativa ao distrito costeiro de Meluco, onde dos 30902 eleitores previstos foram recenseados, segundo dados do STAE provincial, 29012 cidadãos, contra 28495 que constam dos dados do STAE provincial.
“Neste caso, o STAE retirou 517 eleitores que não vão votar. Agora podemos perguntar onde foi buscar os dados que a província tem, se em princípio deveriam ser fornecidos pelos distritos, fonte donde também obtivemos os que aqui estamos a apresentar?”, questionou o representante da Renamo no encontro.
O único caso em que há coincidência entre os números do distrito e do STAE provincial, de acordo com aquele político, pois é em relação ao distrito de Montepuez, que prevê recensear até ao fim do censo 91.453 eleitores e referindo-se à primeira fase o STAE distrital diz haver registado 82318 cidadãos, mesmo dado que a província tem no seu relatório.
“Resumindo, há 701162 eleitores registados até ao fim da primeira fase. Mas temos 7275 deitados fora, para além da curiosidade que nos causa o facto de em Chiúre aparecerem 1794 a mais, assim como em Meluco, onde, igualmente, nota-se a existência de 503 potenciais eleitores a mais em relação ao que o STAE distrital apresenta”, rematou Luís Culaire.
A “perdiz” diz pensar que estes factos deveriam ter sido ultrapassados porque corrigidos mas a persistência de números que considera fictícios chama a atenção de todos para a necessidade de serem vigilantes para viabilizar a realização de eleições justas e livres.
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STAE NÃO SABE ONDE RENAMO BUSCOU DADOS
O director provincial do STAE em Cabo Delgado, Cassamo Camal, estranhou o facto da Renamo ter dados diferentes em relação ao censo eleitoral nos lugares acima citados.
Segundo disse, o relatório final da primeira fase do recenseamento eleitoral foi feito com base em dados enviados semanalmente pelas representações da sua instituição a nível dos distritos.
“Eu não sei donde vêm esses dados porque o que vem no nosso relatório é produto de dados fornecidos pelos distritos, através de mapas cuja recolha era semanal a partir das brigadas”, justificou Cassamo Camal.
Camal fez saber, por outro lado, que semanalmente as brigadas enviavam dados relativos ao número de recenseados, do material existente, assim como do “stock” do material do censo que, por sua vez, davam o conteúdo ao relatório provincial.
Da mesma forma, o director provincial do STAE em Cabo Delgado chamou a atenção para a necessidade de se ter em conta que há eleitores com cartões provisórios, se bem que quem atribui o número de eleitor é o sistema informático.
Luís Culaire, entretanto, diz que a providência dos dados é o próprio STAE nos distritos, de tal maneira que não haja dúvidas sobre a origem dos mesmos porque eles são públicos.
Na mesma oportunidade, Jorge João Tigre, da Igreja Bíblica, do Ministério da Vida Profunda, chamou a atenção dos políticos para uma atenção especial para esta fase de preparação das eleições porque, na sua opinião, tudo depende de como agora se estão a criar as bases que fazem parte das pré-condições de todo o processo.
“São vocês dos partidos políticos que não nos deixam em paz. Não precisam de se morderem todos os dias. Vocês se mordem todos os dias. Que o problema do Quénia seja uma lição. Nós não queremos que tal aconteça aqui. Sejam honestos e transparentes uns com os outros”, advertiu.
Entretanto, todos os presentes à reunião, moderada por Boaventura Zitha, do Observatório Eleitoral, incluindo mandatários do partido Frelimo e Partido Para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), manifestaram a sua inquietação face à sinuosidade porque passou a primeira fase do recenseamento eleitoral na província, reconhecendo, porém, os esforços envidados para que, mesmo assim, o processo produzisse os resultados que conseguiu.
Ao mesmo tempo apelaram para a correcção dos principais erros detectados, sobretudo, de ordem logística, para que na presente fase, a segunda, não se verifiquem fazendo com que o processo termine conforme previsto.

8/03/07

MONTEPUEZ - CENSO : Cartografia desorganiza...

Até ao meio da manhã de ontem o Recenseamento Geral da População e Habitação não havia começado na região de Muquewe, posto administrativo de Mirate, distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, assim como alguns supervisores continuavam à procura da localização dos seus postos de trabalho, enquanto os brigadistas esperavam pela colocação.
No primeiro dia do recenseamento, a 1 de Agosto, aconteceu que até à meio da tarde, havia brigadistas à espera da sua colocação, com o generalizado problema da cartografia que punha “kits” de determinadas regiões de Cabo Delgado noutras, para além da acusação de falta de transparência do órgão local na gestão do censo.
Entretanto, as autoridades garantiram que em todos os locais, menos Miquewe, já havia brigadistas necessários e os que se encontravam no gabinete distrital eram suplentes. Mas estes alegaram falta de transparência e que pessoas estranhas ao processo tinham sido enviadas no lugar dos formados.
É o caso de Almeira Cristiano que não foi colocado como controlador apesar de ter sido aprovado com 19.71 valores. Até ao fim da tarde de ontem estava à espera de uma resposta. O mesmo acontecia com João Faquir e António Alide apurados, respectivamente com 18.67 e 19.3 valores. Disseram que inclusivamente tinham sido enviadas pessoas de Pemba para preencher o lugar de brigadistas locais e outros que tinham reprovado, mas estão a trabalhar como é o caso de Zacarias Alberto e Armando Issa.
Confrontado com estas queixas, Rafael Mussa, Chefe logístico Provincial, disse que sabia que os brigadistas estavam no terreno e não cabia a si explicar a hipotética ida de uns no lugar de outros.
Reconheceu haver problemas originados pela cartografia que trocou “kits” em função de regiões alegando que o endereçamento foi feito em Maputo e que se mostra deturpado no terreno.
“Na generalidade os “kits” recebidos são os necessários e o exercício a fazer é colocá-los no grupo de material de reserva para suprir lacunas”, disse.
Algumas famílias detectadas aquando da cartografia, já não se encontram nestes locais tendo se deslocado para outras.
Na província de Gaza, no sul do país, o processo foi descrito ontem pelo delegado do INE local, Donaldo Nhalure, como tendo decorrido dentro da normalidade. Segundo indicou, ainda não foi reportada alguma situação de roptura de stock.
A fonte garantiu que naquela província ainda não tinha sido reportada nenhuma situação de roubo de materiais, estando-se a trabalhar com o comando provincial no sentido de que qualquer anomalia seja prontamente resolvida.
Maputo, Sexta-Feira, 3 de Agosto de 2007:: Notícias
Imagem acima daqui.