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2/13/11

Tambo Tambulani Tambo 2011 - Educating through Art

Tambo Tambulani Tambo
Educating through Art
Acontecerá de 11 de Julho a 18 de Julho 2011
em PEMBA - Cabo Delgado - Moçambique.
(Will be held from July 11 to July 18, 2011,
Pemba - Cabo Delgado - Mozambique)
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7 dias de possibilidades únicas onde sentirá a multicultura moçambicana através da arte e tradições dos povos de Pemba, em Cabo Delgado/Moçambique.
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Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler:
Convite - versão em português:
Tambo Campo Internacional de Arte Pemba - Moçambique
Convite - versão em inglês:
Tambo Campo Internacional de Arte Pemba - Moçambique
Tambo Tambulani Tambo - Educating through Art
Tambo International Art Camp and Festival Tambo “Celebrando a Diversidade Cultural”- Nanhimbe-Pemba, Mozambique (versão 2010):
Tambo Tambulani Tambo - Educating through Art
Tambo Tambulani Tambo foi fundado em 1995 em Pemba.
Contatos e informações:
Telefones - 258 82 66 13 400 / 82 46 80 289 - cel. 82 66 13 400
Portal - www.tambo.nl
E. mail - tambotambulanitambo@yahoo.com
E. mail - tambulanimoz@gmail.com
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Post's deste blogue referindo edições anteriores:
Video do evento em 2009:
(Para escutar sem interferência os sons locais do evento, desligue, no final desta página do blogue, o player da "LM Rádio")

    7/15/09

    II Festival Pan-Africano de Cultura : Eyuphuru “incendeia” palcos argelinos

    (Clique na imagem para ampliar)

    Do norte de Moçambique para o mundo:

    Moçambique voltou a brilhar, segunda-feira, nos palcos argelinos, com um exuberante espectáculo notavelmente apresentado pelo agrupamento Eyuphuru, na sua estreia no II Festival Pan-Africano de Cultura, que para a semana termina em Argel.

    E à semelhança do que assistimos na semana passada, com os timbileiros de Zavala, o Nyau de Tete e o grupo de Tufo da Mafalala, a banda Eyuphuru apresentou uma extraordinária actuação na qual investiu toda a sua sabedoria, mestria e pujança, para, conforme disse um dos integrantes do grupo, não “queimar” as bem sucedidas prestações até agora conseguidas pelos moçambicanos, nesta mostra cultural, que decorre na capital argelina.

    Para além de procurar manter e consolidar a linha de sucessos aberta pelos seus compatriotas no evento, os Eyuphuru subiram ao palco, no Instituto Superior da Música de Argel, também com uma outra missão bem difícil: procurar manter, ou no mínimo, corresponder ao calor sabiamente bem conseguido e interpretado pelos anteriores grupos ao longo da semana passada, durante os espectáculos dos monstros da música africana.

    E mais: os Eyuphuru não podiam fazer senão estar ao nível do que os catapultou, tanto é que a diva dos pés descalços e rainha da música africana Cesária Évora, e os outros monstros como Youssou N dour, Mory Kante e Ismael Lo, que por aqui já passaram, mostraram as razões porque ainda levantam plateias.

    À partida esta parecia uma missão quase impossível de realizar, mas seguros e confiantes e usando os argumentos de qualidade que lhes caracteriza, eles subiram ao palco e deram um grande espectáculo.

    Não defraudaram, antes pelo contrário, levaram ao rubro os “frios” argelinos e os sempre exigentes cidadãos da África Ocidental, que se renderam à fabulosa prestação dos moçambicanos, que agora tem sido objecto de palavras de apreço e de elogios por parte de muitos jornalistas aqui presentes.

    “Creio que a actuação do vosso grupo, ultrapassou todas as expectativas. Havia muito receio que os moçambicanos iriam apresentar aqui um espectáculo sem chama nem calor, mas não, eles foram deslumbrantes e ao nível de grupos de outros países que por aqui já passaram”, disse um argelino quando pedido pela nossa Reportagem para tecer comentários em torno da prestação dos Eyuphuru.

    “Não sabia que o vosso país também é forte neste tipo de música”, confessou por seu turno, um jornalista da África Ocidental.

    Por falar de jornalistas, referir que em razão das suas canções, da sua alegre e sensual dança e dos seus peculiares ritmos coreográficos, o grupo Tufo da Mafalala mereceu uma Menção Honrosa na imprensa argelina, na sequência do espectáculo que quinta-feira última apresentou na região Tizi Ouzou.

    Na vertente de cinema, Moçambique estreia sexta-feira com o filme “Hospedes da Noite”, do cineasta Licínio Azevedo.
    - Maputo, Quarta-Feira, 15 de Julho de 2009, Notícias. Reportagem integral aqui!

    • Mais neste blogue sobre o "Eyuphuru" - Aqui!

    6/05/09

    Casa de Cultura de Cabo Delgado, no bairro de Cariacó, na cidade de Pemba.

    Diz o Notícias/Maputo do último dia 3Jun:

    ""Foi fácil perceber que havia graves problemas de liderança e de pensamento na Casa de Cultura de Cabo Delgado, no bairro de Cariacó, na cidade de Pemba. Se bem que até Outubro do ano passado aquelas instalações não passavam de um conjunto de infra-estruturas, sem acção que se assemelhasse a um propósito formativo ou informativo concebido, para além das esporádicas exibições de grupos culturais, mas ao sabor de datas oficialmente apontadas como se tratasse de efemérides a celebrar. Era mais casa de dança do que verdadeiramente de cultura, um conceito que vai para além daquela manifestação cultural.

    Chegou-se a pensar que havia falta de vontade política por parte da estrutura que superintende a instituição, nomeadamente, a Direcção Provincial de Educação e Cultura, bem como as infra-estruturas que já haviam começado a apresentar um panorama que deixava dó em quem precisa daquele local para a sua real atribuição.

    Saído duma recente formação e trazendo uma experiência em gestão de anos à frente do Departamento da Administração e Finanças da sua Direcção Provincial da Educação e Cultura, o jovem Cesário Valentim pegou nas rédeas com uma diminuta equipa e fez o diagnóstico do sector. E descobriu que muito há por fazer para que aquele espaço se chame realmente Casa de Cultura, muito mais quando se quer dar o rótulo de provincial.

    Do trabalho resultou uma matriz de actividades que potencia cinco pilares, conforme o director da Casa de Cultura aponta: “o primeiro grande problema reside nos recursos humanos, para o que nos propomos a formar os poucos existentes para que sejam capazes de fazer acontecer as coisas”.

    Na verdade, a Casa de Cultura de Cabo Delgado dispõe de apenas três funcionários e a estratégia foi pegar neste diminuto número e dar-lhe competências que já estão a dar os primeiros frutos, ao exemplo do funcionamento pleno da iniciação artística (dança, música, pintura e outras artes).

    Estão actualmente inscritas 300 crianças inscritas para frequentar a Casa de Cultura de Cabo Delgado, onde aprendem e aperfeiçoam diversas modalidades culturais.

    SEDE DE EVENTOS - O segundo pilar referenciado por Cesário Valentim está no calendário de eventos, que acabam sendo responsáveis por também recrear sobretudo aos jovens sedentos de actividades que ao mesmo tempo eduquem e trazem momentos de lazer.

    “Queremos essencialmente ocupar os jovens com debates à volta de temas da actualidade para influenciá-los a terem a cultura de falar de coisas úteis. Como sabe, o número de jovens em universidades está a crescer e é cada vez mais necessário que eles se ocupem nesse tipo de convivência, também para a sua formação e autoformação. O último foi relacionado com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (3 de Maio), que foi muito bem acolhido”.

    Por outro lado, e já no que o director da Casa de Cultura chama de terceiro pilar, estão projectos de desenvolvimento infraestrutural de curto, médio e longo prazos. Presentemente e no curto período de tempo à frente daquela instituição, já foi concluído o bloco administrativo, que vai acolher gabinetes para os diferentes departamentos, estando a atrasar a sua utilização porque se espera pelo fornecimento do mobiliário, cujo concurso já foi lançado.

    O bloco foi financiado pelo governo provincial e agora a equipa de Cesário Valentim pensa no passo seguinte, nomeadamente, a construção de um palco coberto, um bloco de três salas de aulas e um módulo de casas de banho adjacentes, para o que, igualmente, se acha disponível o financiamento, no valor de quatro milhões de meticais, proveniente da mesma fonte.

    “E já estamos a pensar em 2010, ano em que pretendemos vedar a parte frontal da Casa de Cultura e a reabilitação da tribuna, cujas negociações nos dão indicações de que estejamos no bom caminho”.

    Em paralelo terá que ser pavimentado o recinto frontal onde, de há uns meses para cá, tem funcionado uma feira dominical de artesanato, que acolhe muitos trabalhos de arte, incluindo de fazedores vindos dos distritos, que domingo a domingo se deslocam ao bairro de Cariacó, onde funciona a Casa de Cultura.

    Informação e divulgação da cultura de Cabo Delgado, por via da promoção das feiras de artesanato, que devem ser permanentes, é outra actividade que vai ser complementada pela exposição da gastronomia local, mas para que a instituição seja uma fonte de quase toda a informação cultural da província, segundo o director da Casa de Cultura, urge sistematizar a riqueza cultural existente, a partir duma pesquisa que está já a dar os seus primeiros passos.

    “Nós queremos transformar a Casa de Cultura em armazém de toda a informação sobre a cultura em Cabo Delgado, a partir donde se encontra toda a informação da província, sobre cada distrito. Neste momento há três quadros a fazer pesquisas em três distritos e até ao fim deste ano queremos arrumar a informação de pelo menos seis distritos, nomeadamente Quissanga, Metuge, Chiúre, Namuno, Montepuez e Mueda”.

    CULTURA PARA PROMOVER TURISMO - Cesário Valentim sonha também em tornar a Casa de Cultura numa referência também por causa do turismo cultural. Vai-se, portanto, ter a informação completa e assim se poderá promover melhor o turismo cultural, porque estará disponível um lugar onde quem quiser vai buscar a informação sobre cultura na província, mesmo a partir da capital provincial.

    Vai ser um trabalho aturado, mas ao mesmo interessante do ponto de vista intelectual, partindo do princípio de que quase a totalidade dos distritos possuem um manancial de informação necessário e que necessita de preservação.

    Para exemplo, o primeiro distrito que a equipa de pesquisa da Casa de Cultura Provincial de Cabo Delgado, escolheu é Quissanga, situado na zona central da província, com 2.060 quilómetros quadrados, onde as principais actividades económicas são a pesca, agricultura, pecuária e produção de sal e dança-se dikiri, kirimo, limbondo, baleto, shimbambanda, makusanya, mapiko, nampapara, makorokoto, bampi, nchaíla, rumba, herekeze, ekola e nihere e a população é, como em Palma, eximia na arte de fabricar esteiras de palha.

    Há em Quissanga locais históricos, como seja as báswara (residências dos primeiros habitantes locais), o fortim de Quisssanga, mesquita central, considerada o templo muçulmano mais antigo no norte de Moçambique, construída em 1650, aldeia Nraha e a Lagoa Bilibiza, alguns destes lugares são sagrados.
    - Maputo, Quarta-Feira, 3 de Junho de 2009, Notícias, Pedro Nacuo.

    11/24/07

    Pemba - Curandeiros e o Estado...

    Crónica de Pedro Nacuo publicada no Notícias deste sábado, 24 de Novembro de 2007:
    .
    EXTRAS - Estado e os curandeiros
    Vamos combinar que para o âmbito desta crónica, curandeiro possa significar ou não feiticeiro, ou que feiticeiro possa significar curandeiro, apenas para sermos flexíveis na abordagem do assunto. Está?
    Um curandeiro chega a Montepuez, sul de Cabo Delgado, convidado por quem o acredita, que no caso é a maioria de pelo menos da região onde esteve aquartelado e fazia o seu trabalho, quando agentes do Estado moçambicano foram escorraçá-lo, alegando que estava a criar instabilidade social. Na acção violenta da polícia, que veio representar o tal Estado invisível, as populações sentem-se, só agora, perante uma instabilidade social criada por estranhos à sua vida normal.
    Quem criou a instabilidade em Montepuez? Resposta, o Estado. O Estado que não se deu ao tempo de perceber como é que uma sociedade se organiza, atravessa o maior rio nascido em Moçambique e vai a outra província, Nampula, para convidar um curandeiro que acredita que viria limpar males que grassam a região. Um Estado que não se questiona, ainda que se tivesse que rotular de muitos nomes, como ignorância, superstição ou obscurantismo, mas que havia mobilizado mais gente do que para receber qualquer chefe mortal!...
    Ao cortar o desejo do povo, que era ver a sua terra limpa, a pretexto de uma pretensa instabilidade social, o Estado não só criou condições para que tal recrudescesse, como deixou nos seus cidadãos muitas dúvidas sobre quem são os seus servidores. Na realidade, filhos de mães de Montepuez, moçambicanas, em geral, que não acreditam, durante o dia, naquilo que seus pais ainda crêem...e não crêem usando força contra quem crê. Em Montepuez, como em qualquer lugar deste país, isso é muito! Do ponto de vista antropológico-cultural.
    Enquanto ouvíamos que à calada da noite, altas patentes policiais e outras figuras directamente interessadas pelos pleitos que se aproximam iam tentando saber se, de facto, o curandeiro havia atravessado o rio Lúrio, de regresso, e alguns terem sido vistos na aldeia do velho, já em Nampula, em carros luxuosos vindos de Cabo Delgado, eis que chega de novo o bicho da instabilidade social, já no distrito de Pemba-Metuge.
    Aqui o povo se havia organizado para defender o seu convidado, por isso pagou caro. O Estado, através dos servidores que tem, foi atirar para matar. De novo estamos perante aquele Estado que só age assim de dia, e à noite “estamos todos lá” a querer perceber como é que quando achamos que somos donos da terra, é na altura precisa em que os outros nos ordenam: “sai daqui, hoje mesmo!”
    De novo, entre o Estado e os cidadãos que haviam convidado um seu semelhante para lhes fazer aquilo que crêem ser capaz, quem criou a instabilidade? Aliás, quem foi criminoso, já que houve pelo menos uma morte? E se acha que a morte ficou perdoada, se quem morreu deixou uma bicha de seus dependentes, outros ainda só se vão recensear agora no prolongamento do período...isso é muito, não só em Pemba-Metuge! É o Estado que está a consolidar sem nenhumas bases sócio-antropológicas nem culturais do povo que gostaria um dia bem servisse.
    Para variar, um procurador na província que nunca acreditei, do ponto de vista geográfico, ser do centro, Zambézia, tem uma ideia brilhante de reunir com os curandeiros. É, como não é de duvidar, o polícia do Estado. Quando esperávamos que fosse mais moçambicano, tentando perceber um fenómeno que até pode fazer faculdades de qualquer universidade virada para a Antropologia e Sociologia, acabou sendo o melhor polícia dos tempos que correm em matéria de curandeirismos. Ameaçando os anciãos.
    Fê-lo acusando-os de promotores de muitos crimes que acabavam no ajuste de contas. Até pode ser! E disse que se não os tinha naquele momento, todos na cadeia, era por falta de condições logísticas. Quer dizer, no dia em que Moçambique tiver muitas celas, na Zambézia, com aquele procurador, os primeiros a encherem-nas são os curandeiros ou feiticeiros, agitadores do crime!
    Que tal? Os curandeiros fazerem com que nunca mais haja condições e transferir o senhor procurador para a província de Tete, onde o fenómeno é mais familiar...juro que há-de ir, não a esses que ameaçou, mas a outros, noutras paragens, para fazer com que o Dr. Augusto Paulino mude de ideias!
    E aqui nascem as questões: como é que este Estado, fundado e está a ser desenvolvido conforme modelos completamente estranhos à realidade local e servido por quem de dia é uma coisa e à noite outra, pode lidar com este povo que tem as suas crenças? E o povo moçambicano é este!
    Que teatro estamos a fazer contra nós próprios, filhos de mães que já nos vêem estranhos por simplesmente termos usado uma farda ou porque a proliferação de faculdades trouxe-nos algum título e ficamos obcecados para nunca mais estudarmos a vida real das pessoas do campo, que é a quase totalidade do território nacional?
    Há muitas formas de criar instabilidade social (como age o inimigo no seio do povo?), mas a pior é alguém parecer lobo no meio duma sociedade de pessoas organizadas como estamos no nosso país. De cima para baixo, há poucos lobos em Moçambique, a maioria acredita que nasceu sob um sistema que está proibido de ignorar o curandeiro ou feiticeiro. Ainda que façamos muito esforço!
    O que está a ser mesmo difícil de compreender é que tais rusgas contra curandeiros ou feiticeiros apareçam normalmente em momentos pré-eleitorais ou politicamente quentes e sempre um pouco por todo o lado. Resta saber quem manda a quem, precisamente para fazer o quê? PS – Na quarta-feira desta semana, o país real não se entendeu com o país imaginário (aquele que gostaríamos que fosse), como, infelizmente, acontece amiudadas vezes. A partir de Maputo o tema central era o Dia Mundial das Televisões, mas as crónicas que vinham das províncias falavam do Dia Internacional do Pescador.
    Pedro Nacuo

    10/26/07

    Um conto Macua...

    Morreu pelo conselho
    Havia um homem chamado Kitheliwa que tinha dois sobrinhos.
    Certo dia levou-os à caça.
    Andando pelo mato, viram um buraco num murro-muxé.
    O buraco era de um animalzinho chamado Niphire*.
    Como eram 5 horas da tarde, o tio resolveu que deviam dormir ali no mato para, a coberto da noite, poderem matar o niphire.
    No lugar onde iam dormir acenderam fogo e combinaram:
    - Cada um que acordar primeiro deve entrar no buraco do niphire.
    Mas o animal tinha dois buracos lá por dentro da sua casa, pois o buraco de niphire é grande e uma pessoa entra até uma distância de cinco passos.
    O tio dos rapazes começou a aconselhá-los, dizendo:
    - Quando ouvirem o barulho do niphire a vir lá do fundo do buraco, zagaiem-no logo, porque ele é muito esperto. Se ele disser "Ai! Já me mataram!" dai-lhe outra zagaiada.
    Tudo ficou combinado.
    Pensando terem sido os primeiros a acordar, os dois sobrinhos resolveram ir ver o niphire.
    Não sabiam que o tio já estava lá no buraco.
    Os dois rapazes ouviram barulho a sair do buraco e, seguindo os conselhos recebidos do tio e pensando que era o niphire, zagaiaram o tio.
    Quando o tio disse:
    - Ai! Já me mataram! - Zagaiaram-no outra vez, seguindo os conselhos do tio.
    Depois disseram:
    - Vamos acordar o nosso tio! Já matámos o niphire*.
    Não sabiam que tinham matado o tio e foram para o lugar onde tinha dormido o tio e não o encontraram.
    Reacenderam a fogueira e encontraram, no buraco do niphire, o tio morto.
    Logo um dos irmãos disse:
    - O nosso tio morreu pelo conselho.
    Tive anakitheliwa akhwile ikano saya (Os conselhos falsos vêm em prejuízo de quem os dá).
    Glossário:
    *Niphire: Rinoceronte
    .
    Tradução em dialeto macua:
    Akwale Ikano Saya
    Ahihkala mulopwana mnosa aihamiwa Kitheliwa, ahikhalana asisulwawé anli.
    Nihikunimosa ahakuxa arówanaka otakhwani oxaya.
    Yethaka mutakhwane yahona mwithé, musulo wa muruni mwithi olé wari wamwaynama onihaniwa Niphire.
    Yethaka ywora thanu, samkaripi, vano atataya amiravo ale, yahilavula órupa.
    Otakhwani wira ohiyu eriyani emwive Niphire.
    Nto, niporo nle narowaya órrupa, yahinsela moro.
    Nto yahiwahana:
    - Khula nmosa onrowa ovenya ohona evolowa omwithine wa Niphire.
    Masi Niphire ahikhalano mithe mili mulina, nto, mwithe wa Niphire onihkala mutokwéne, ophyerya ovolowa muthu emenlene.
    Atataya amiravo ale, yahipatthuya wa vaha mirruku eriki: mwaiwa oruma wa niphire muhina wamuithe nmuive mána niphire mulavilavi.owo ahima:wira ai, mokiva!
    Mutthikhe nivaka nikina:
    - Awo khiwiwanane nto asisuwawe mulopwna ole, khupuwela orowa oweha niphire, nto ehisuwelaka wira atataya arinmwithine.
    Masi amiravo awo yahiwa ekukuru-ekukuru ekhumaka omwithini wa niphire ettarihaka ikano yahimeriwaya, yupuwelaka ka wira niphire, yahahoma atataya, nto atataya, khwira:
    - Ai mokiva! – Khuahima tho emara yanenli ettharihaka ikano satataya.
    Nave atataya, ekhhwiyene, nmosa ahira murowé mwawense atata, wira:
    - Nomwima niphire. Nto, khiyasuwela wira yawivale atataya.
    A miravó ali mmosa ahirowa oweha hipuró narrupaya Atataya, nto khuhaowiwanya.
    Masi amiravo ale yahipatthiha moro khwapanya atataya ekhwiye.
    Nananoru muhimawe khwira!
    Atatihu akhwanle miruku saya.
    Walá ikano saya.
    Tive anakitheliwa akhwiye ikano saya.
    In - Boletim do Centro de Lingua Portuguesa - Instituto Camões - Nampula - Nov/Dez 1999 - Recolha de Edgar P. Augusto.