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9/12/09

HIV/SIDA: MAU ATENDIMENTO NO HOSPITAL PROVINCIAL DE PEMBA!

Com apoio das organizações Movimento de Acesso ao Tratamento em Moçambique (MATRAM) e Comunidade Sant’Egidio, várias associações de pessoas vivendo com HIV e Sida entregaram nesta sexta-feira, 11 de Setembro, à Direcção Provincial de Saúde de Cabo Delgado, um documento com relatos de mau atendimento de pacientes no Hospital Provincial de Pemba.

Conforme o documento, Cassamo - paciente que não quis identificar seu apelido - denuncia que o pessoal de saúde está a divulgar o seu estado serológico para outros doentes daquela unidade.

Mariamo contou que já não recebe serviços de aconselhamento, o que o motivava na aderência ao tratamento; e Júlia criticou o facto de chegar numa consulta e não ser atendida porque os trabalhadores da saúde não encontraram seu processo clínico.

A activista Ana Muhai, do programa DREAM, da Comunidade Sant’Egídio, acredita que todos esses problemas são decorrências directas do encerramento dos Hospitais de Dia.

“Está a ser dolorosa esta atitude do Governo. Conheço muitos seropositivos que chegaram a ficar um mês sem tomar antiretrovirais depois que isso ocorreu”, lamentou.

Criados em 2003, com o intuito de proporcionar um atendimento especializado aos seropositivos, os Hospitais de Dia não faziam internações, apenas atendimentos de rotina, quase sempre relacionados ao início ou à manutenção do tratamento contra a Sida.

Entretanto, por um decreto do Ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, os Hospitais de Dia foram encerrados recentente, com o propósito de descentralizar o tratamento antiretroviral.

A ideia, segundo o chefe da pasta da Saúde, é que o tratamento seja feito nos hospitais gerais, de modo a garantir um atendimento uniforme e mais abrangente.

Mas por enquanto, de acordo com várias pessoas vivendo com HIV e Sida, como as das associações Esperança de Vida, Ajuda ao Próximo, Mawazo, Karibo, Kaeria, Wiwana, entre outras de Cabo Delgado e de todo país, não está a acontecer.

Cabo Delgado, segundo as estimativas da Ronda de Vigilância Epidemiológica do HIV referente a 2007, tem uma prevalência do HIV de 10 por cento entre as mulheres grávidas.

A prevalência nacional, entre as mulheres grávidas, é de 16 por cento, enquanto nos adultos de ambos os sexos é de aproximadamente 14 por cento.

Redacção da Agência de Notícias de Resposta ao SIDA. DICAS DE ENTREVISTA - Ana Muhai http://www.santegidio.org/; MATRAM - Tel.: 21 400147 e.mail - matram@tvcabo.co.mz

Fontes:

Acrescento: E agora Sr. Ivo Garrido? E agora Sr. Guebuza? E agora, ilustres governantes de Moçambique? Teorizar é fácil... Mas da teoria à prática a distância é abissal. E as consequências em sofrimento e vidas humanas perdidas, castigadas injustificada e inútilmente, também!

7/08/09

Ecos da imprensa Moçambicana: Perto de 15OO doentes abandonam tratamento...

Cerca de mil e quinhentos pacientes infectados pelo Sindroma de Imunodeficiência Adquirida, SIDA, na província de Nampula, abandonaram o tratamento antiretroviral que vinham usufruindo, segundo estatísticas do sector da Saúde relativos ao intervalo entre o ano de 2007 a esta parte, período em que foram testados positivos pouco mais de dezassete mil pacientes num universo de 58.785 suspeitos de viver com o vírus do HIV ao nível das unidades sanitárias locais.

O sector da Saúde naquela parcela do país que esteve reunido em mais um conselho coordenador provincial debruçou-se em torno das acções levadas a cabo no sentido de conter os níveis de infecção pela chamada doença do século e concluiu que 599 pacientes que sofriam infectados pelo HIV/Sida morreram no período em análise.

No entanto, do universo de pacientes vivendo com o HIV/Sida ao nível da província e que abandonaram o tratamento antiretroviral, 434 retomaram voluntariamente ao uso da terapia para debelar os efeitos daquela doença de transmissão sexual.

O abandono pelos pacientes da terapia contra os efeitos do HIV/Sida em Nampula é interpretado pelo sector da Saúde como estando ligado a dificuldades de acesso a alimentos com nutrientes que possam fazer face aos efeitos colaterais dos antiretrovirais, aliada às longas distâncias que têm que percorrer para atingir a unidade sanitária mais próxima, estimada actualmente em 25 quilómetros contra o dobro em 2005.

No entanto, a Saúde naquela parcela considera que as transferências constantes de um distrito para o outro dos técnicos do sector com treinamento para administração dos antiretrovirais são factores que estimulam o abandono do tratamento. É que os pacientes sentem quebrado o segredo do seu estado serológico em relação ao HIV/Sida quando de tempos em tempos tem que lidar com um outro profissional da Saúde para administração dos anti-rectrovirais.

O sector da saúde recomendou no referido encontro o abandono desta estratégica, adicionalmente reforçar o seu quadro de pessoal dos distritos com psicólogos para que possam jogar um papel motivador junto dos pacientes no concernente à pertinência do uso da terapia antiretroviral.

Os distritos que têm merecido uma atenção especial dos programas de prevenção e combate ao HIV/Sida por parte do sector da Saúde em Nampula são de Eráti, Meconta, Malema, alem de Nacala-Porto, Ribáuè incluindo a cidade de Nampula, que tem uma taxa de incidência da doença superior a media da província.

Flávio Wate Director Provincial da Saúde em Nampula, precisou que a pandemia do HIV/SIDA afecta seriamente a força onde os funcionários do seu sector não são uma excepção. Acrescentou que o seu sector vai reforçar as acções de divulgação das medidas preventivas contra aquela doença mortífera, privilegiando os grupos vulneráveis. A taxa de incidência do HIV/SIDA em Nampula é de oito por cento, numa população estimada em quatro milhões de habitantes.
- Maputo, Quarta-Feira, 8 de Julho de 2009:: Notícias.

5/25/09

PEMBA e a luta contra o Hiv/Sida nas madrassas

Madrassas começam a discutir prevenção de HIV/SIDA com alunos - Pemba, 25 Maio 2009 (PlusNews) - É hora da oração na madrassa Nur, em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, na costa norte do país. Crianças e adolescentes com idades entre oito e 20 anos se dividem em grupos de meninas e meninos para rezar. Na lousa, versos do Alcorão escritos em árabe e uma seriedade que não se vê nas salas de aula comuns.

As madrassas são escolas islâmicas, onde alunos são educados sobre o islamismo e aprendem a se portar segundo o Alcorão na sociedade, na família e nos relacionamentos. Na madrassa Nur, no entanto, essa educação não para aí. Em determinados sábados, quando os 120 alunos dos dois períodos podem se reunir no mesmo horário, o jovem malimo [professor] Mitilage Rashid fala sobre HIV e SIDA, adaptando as informações segundo a idade das crianças.

Rashid foi um dos malimos que em 2008 receberam formação sobre HIV do Conselho Islâmico, em parceria com outras organizações. Na formação, ele, com 30 outros professores, aprenderam mais sobre a epidemia e como ensinar os alunos. Mas o tema não era novidade para ele.

“Nós, muçulmanos, já fomos alertados no Alcorão sobre essa doença, que quando os actos sexuais fossem cometidos de qualquer maneira, sem compromisso, haveria uma doença sem cura.”

A inclusão do HIV/SIDA nos currículos das madrassas é uma inovação bem-vinda no rígido sistema educacional. Embora algumas madrassas ainda proíbam o assunto, malimos de escolas como Nur entenderam a importância de se abordar a epidemia num país cuja seroprevalência nacional é de 16 por cento.

No contexto do Alcorão - A mensagem sobre HIV nas madrassas, no entanto, é bem diferente da passada nas escolas regulares. Segundo o sheikh Mohammed Abdulai Cheba, director das 54 madrassas de Cabo Delgado, a mensagem é transmitida em duas partes: a primeira deixa claro que o HIV é um castigo divino; a segunda reforça a ideia de que a única forma de prevenção é a abstinência e a fidelidade.

“As pessoas fazem sexo ilegalmente, mas isso é um erro muito grande, porque é fora da autorização da família. Se querem fazer esse acto, eles devem preparar todos os requisitos: casar, aproximar as famílias e legalizar aquela vida que vai levar”, explica. Nas madrassas, os alunos não questionam tais ensinamentos.

“O Profeta falou que se as pessoas fizessem coisas que Alá não gosta, haveria uma doença sem cura. É uma forma de castigo”, repete Darisse Muarabo, 19 anos, aluno da quinta classe da madrassa e décima classe na escola regular.

O estudante Kadafi Joaquim leva as lições da madrassa ao pé da letra. Aos 18 anos, ele se mantém longe das raparigas – namorar, só se for para casar.

“Temos que ouvir o Profeta e nos afastarmos das moças antes do casamento, porque é pecado”, diz.

Ao defender a abstinência e a fidelidade, preservativos são automaticamente excluídos da discussão, porque, na opinião dos malimos, podem levar os alunos ao sexo. Haram (ilícito, em árabe) é o termo usado para descrevê-los.

“Quando confiamos na camisinha, ao invés de ter medo, o aluno vai querer fazer o adultério. Ele não terá mais medo de praticar o sexo”, explica Rashid.

Cheba vai além: “Todos os livros celestiais condenam o uso de camisinha. Quando o líder diz às crianças que têm que usar camisinha, ele está a autorizá-las a usar e a pecar.”

Joaquim explica a lógica da perspectiva dos adolescentes: “O rato não pode ver o amendoim, senão vai querer comer. Se você carregar preservativo no bolso, vai começar a pensar em coisas.”

Para os malimos, associar o HIV a comportamentos ilícitos não estimula o preconceito ou a discriminação. “Quando aparece um castigo ele é para toda gente, não só para quem cometeu o acto”, explica o sheikh Cheba. “Se uma pessoa está doente, muçulmana ou não, ela merece conselho e nós apoiamos, moralmente e materialmente.”

Nem todos os alunos, porém, parecem entender dessa forma. “Eu não conheço ninguém seropositivo, mas se conhecesse, eu iria me afastar”, disse Ausse Said, 17 anos, que cursa a quarta classe da madrassa Nur.

Enquanto isso, na escola - Adamo Selemani Daúdo, professor e activista da Geração Biz, projecto conjunto do governo de Moçambique com ONGs como Pathfinder International sobre saúde sexual e reprodutiva para adolescentes e jovens, critica a forma como o HIV, e o sexo em geral, é abordado nas madrassas.

“Religião e ciência quase não se dão, uma contradiz a outra. Mas eu, como professor, sempre aconselho os alunos no uso do preservativo”, diz. “Nas madrassas eles defendem o não-uso do preservativo para praticar a fidelidade, mas hoje não existe fidelidade em Moçambique.”

Muçulmano, casado e pai de dois filhos pequenos, Daúdo diz que usa camisinha nas relações extra-maritais “porque hoje em dia não há confiança. Nem mesmo as próprias muçulmanas são fiéis. Eu uso para a minha própria segurança.”

O jovem professor dá aulas de história na Escola Secundária Fraternidade, mantida pela comunidade islâmica e que fica ao lado da Africa Muslim, uma das mesquitas mais conservadoras de Pemba. Também faz palestras sobre saúde sexual. “Eu digo aos alunos que o preservativo é uma questão individual”, defende. “Não se pode falar dele como sendo um pecado, porque o preservativo é uma questão de segurança, proteção.”

A escola dispõe de uma sala batizada de Canto do Aconselhamento, onde alunos podem esclarecer dúvidas ou pegar preservativos. Segundo ele, muitos rapazes que frequentam as madrassas vão até lá em busca de preservativos. Tímidas, as meninas geralmente não aparecem.

“Não estamos a incentivar o sexo, mas a ajudar o jovem na prevenção”, diz Daúdo.

Ajira Abdul Razak, uma extrovertida rapariga de 20 anos, defende a educação sexual como ela é dada nas escolas regulares, “porque não é realista esperar que o jovem seja abstinente e fiel”. Para ela, os jovens precisam de informações práticas, mesmo que decidam não usá-las. Ela fala por experiência própria. Mãe de um menino de um ano e meio, Ajira frequentava uma madrassa onde não recebeu nenhum tipo de orientação sobre HIV. Na escola, aprendia sobre saúde sexual e participava de palestras sobre a epidemia. Mesmo com todo o conhecimento, ela dispensava a camisinha nas relações sexuais com o namorado. Ficou grávida e quase foi expulsa de casa pelo pai quando anunciou a notícia, principalmente por ser a única filha. Teve o bebé, que agora fica aos cuidados de sua mãe enquanto ela está na escola.
- PlusNews - Notícias e análises sobre HIV e Sida, 25/05/2009.
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1/27/09

HIV-SIDA - Moçambique: Triste história de Natal...

É uma triste mas real história de Natal:
Sem identificação, mas com HIV - Moçambique, Beira, 27 Janeiro 2009 - Andar sem bilhete de identidade (BI) se tornou factor de risco para o HIV entre as raparigas da cidade da Beira, na província de Sofala-Moçambique. Agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) têm abusado de sua autoridade para extorquir dinheiro e exigir sexo em troca de liberdade de moças que não apresentem os seus bilhetes de identidade ou passaportes. Segundo as vítimas, moçambicanas e estrangeiras, principalmente zimbabueanas, o acto sexual é desprotegido, aumentando as chances de infecção pelo HIV.

Foi o que aconteceu com Carolina Johane*, 26 anos, que diz ter contraído o vírus numa relação desprotegida com um agente da polícia em troca de liberdade, na noite de Natal de 2006.

No trajecto da igreja até a sua casa, no bairro de Chipangara, Johane e outras pessoas foram paradas por dois polícias, que exigiram os bilhetes de identidade. Os que não tinham identificação, inclusive Johane, foram levados até a 5ª Esquadra. “Mas antes disso, um dos polícias me disse em voz baixa: uma mão lava a outra”, conta.

Por medo de dormir na esquadra e depois ser expulsa de casa, porque não havia avisado a seus pais que iria à igreja, Johane ofereceu aos polícias 50 meticais (US$ 2). “Eles recusaram, alegando que não eram corruptos. Ameaçaram processar judicialmente por tentar corrompê-los, o que deixou-me com medo”, diz.

Depois de algumas horas, as outras pessoas foram soltas, menos Johane. “Comecei a chorar, implorando fazer tudo que desejassem para soltarem-me. Eis que um dos agentes perguntou-me se tencionava manter relação sexual com ele em troca da liberdade”, revela.

“Não tive escolha.”

Depois de cinco meses, o seu namorado, na altura na província de Inhambane, pediu que ela preparasse alguns documentos e fizesse o teste de HIV para uma candidatura a um emprego numa organização não-governamental. “Aí descobri que era seropositiva. Concluí logo que fui infectada pelo polícia, visto que sete meses atrás eu e o meu namorado tínhamos feito o teste de HIV antes de ele viajar e o resultado havia sido negativo”, diz.

Interessante e sem BI.
Essa rotina era familiar para Alfredo Chimaze*, polícia há 15 anos e afecto na 4ª Esquadra, na Munhava, o bairro periférico mais populoso na cidade da Beira.

Chimaze, 39 anos, é seropositivo e faz tratamento antiretroviral. Ele acredita ter contraído o HIV numa relação sexual com uma rapariga que deteve por falta de bilhete de identidade, no bairro da Muchatazina, nos arredores da Beira.

“Quando interceptava-se uma mulher sem BI que achássemos interessante nos patrulhamentos nocturnos, nós a persuadíamos a transar com um de nós em troca de liberdade”, conta.

“Elas, por temer dormir na cela, aceitavam o nosso pedido.”

Segundo Chimaze, eles enganavam as mulheres dizendo que elas seriam indiciadas por trabalharem como “isca de larápios” e responderiam em tribunal, onde seriam condenadas entre seis a oito meses de prisão. Porém, depois que um de seus colegas contraiu sífilis e chitaio (perda, no dialecto Sena) [doença tradicional transmitida sexualmente, ligada a um rito de purificação, e que causa dor nos pulmões, cansaço e dores de cabeça], Chimaze resolveu mudar.

Três meses depois da sua decisão, a notícia: a sua mulher havia sido diagnosticada com o HIV numa consulta pré-natal. Foi aí que ele soube que era seropositivo.

“Quando a minha esposa disse-me não duvidei, porque comecei a recordar aquilo que eu fazia”, diz.

O seu filho também nasceu com o vírus. “Eu ignorava os perigos que corria ao praticar esse acto, tendo em conta que uma equipa da saúde vem ao meu posto de trabalho mensalmente fazer palestras sobre ITS e HIV”, lamenta.

Moçambique tem uma seroprevalência de 16,2 por cento numa população de pouco mais de 20 milhões de habitantes. Beira, segunda maior cidade depois de Maputo, é a capital de Sofala, província com 1,6 milhões de habitantes e 26 por cento de seroprevalência.

Medo da discriminação e do desemprego.
Representantes do comando provincial da PRM na província de Sofala dizem não ter conhecimento da prática. Segundo Mateus Mazive, chefe da secção de imprensa da instituição, não há registo de denúncias populares acusando agentes da polícia de exigirem relações sexuais de mulheres sem BI em troca de liberdade.

“Andar sem BI não é crime, mas é um dever da cidadania. Se está a acontecer isto, pedimos que a população denuncie este mau hábito para que os infractores sejam penalizados pelo crime que estão a cometer”, afirma.

Dados oficiais mostram que há 93 policiais seropositivos na província de Sofala, todos em terapia antiretroviral e recipientes de um bónus de 30 por cento do salário para a aquisição de cesta alimentar, que ajuda com o tratamento.

Porém, Massada Elias João, coordenador do núcleo de prevenção de HIV/SIDA no comando provincial da PRM em Sofala, acredita que os números sejam mais altos, se for levado em conta o efectivo da polícia na região, que ele não tem autorização para divulgar.

“Acredito que haja mais polícias seropositivos na corporação que tencionam anunciar o seu estado de saúde, mas acham que fazendo isso poderão ser discriminados ou perder o emprego”, diz.

O núcleo de prevenção de HIV/SIDA no comando provincial da PRM em Sofala foi criado em 2000 pelo Ministério do Interior para sensibilizar funcionários da polícia. Segundo João, o núcleo conta com pouco mais de 100 educadores de pares, que semanalmente realizam palestras e sessões de vídeo para a prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. “Temos vindo a sensibilizar os nossos colegas para usarem correctamente o preservativo e levar as suas famílias para fazer o teste”, destaca.
- *Nome fictício jc/am/ll - PlusNews África Portuguese Service, 27/01/09.

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1/15/09

HIV-SIDA: Videogames ajudam o combate da epidemia em África.

Complementando post's anteriores sobre a epidemia de HIV/SIDA em Moçambique/África e acreditando que uma das armas mais eficazes para a combater é a informação, acabo de ler no blogue "Notícias do Velho", recheado de novidades sobre o mundo das novas tecnologias ligadas á informática, que surgiu em teste na cidade de Nairobi-Quénia, junto a comunidades de jovens, um videogame didático e preventivo dessa malvada doença dizimadora de vidas.
Esperando desperte atenções também em Moçambique, onde o flagelo preocupa, na íntegra e com a devida vénia ao "Notícias do Velho", transcrevo:

""Segundo esta nota da Popular Science, a Warner Brothers Interactive, em parceria com a iniciativa HIV Free Generation estão desenvolvendo um videogame que trata da prevenção a AIDS na África.

O jogo, chamado "Pamoja Mtaani", ou sua versão em Inglês "Together in the Hood", está sendo desenvolvido pela seríssima e competente Virtual Heroes, e está em fase de testes em alguns centros de juventude em Nairobi, capital do Quênia.
Não encontrei muitas informações sobre o jogo, além de que é um jogo multiplayer e que acompanha a vida de cinco personagens, que cumprem missões importantes. Os personagens podem ser conhecidos, através de animações bem legais, no site da iniciativa HIV Free Generation.

Ai vai um dos personagens do jogo - Lefty:
Fonte: Popular Science.""
(Evite sobreposição de sons "desligando" o player em funcionamento que se localiza no menu deste blogue, lado direito.)

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1/14/09

HIV-SIDA: Brasileiros em Moçambique acreditam que ‘Agência Aids’ trará impacto às ações de comunicação daquele país...

(Clique na imagem para ampliar)

Entrevistados pela Agência de Notícias da Aids, os brasileiros que trabalham em Moçambique Josué Lima, diretor da ICAP, e Elaine Teixeira, coordenadora do Psicossocial da MSF, afirmaram que a criação de um serviço de apoio aos jornalistas moçambicanos poderá trazer um forte impacto nas ações de comunicação deste país, quebrando o tabu de alguns temas relacionados ao sexo na mídia e dando voz às pessoas vivendo com HIV.

O mesmo idioma e a grande experiência no combate da Aids fizeram do Brasil um dos principais aliados de Moçambique na resposta desta epidemia.

Desde 1997, quando profissionais de saúde moçambicanos vieram oficialmente pela primeira vez ao Brasil para um treinamento sobre prevenção do HIV entre jovens, mulheres e trabalhadoras do sexo, intensificaram-se as relações dos dois países nesta área.

Em 2003, o Governo brasileiro passou a enviar medicamentos anti-retrovirais para dezenas de moçambicanos vivendo com Aids e recentemente, em visita oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o compromisso na instalação de uma fábrica de anti-retrovirais até 2010 naquele país africano.

Nesses anos de estreita parceria, vários brasileiros foram trabalhar em Moçambique nas áreas médica e social.

A Agência de Notícias da Aids conversou com dois deles sobre a importância da criação, em Moçambique, de um serviço de apoio aos jornalistas especializado em HIV.

Josué Lima é diretor nacional da ICAP, sigla em inglês para Central Internacional para Cuidados e Tratamento da Aids, da Universidade de Columbia. Instituição que apóia o governo em grande parte dos tratamentos anti-retrovirais realizados no país. Para ele, quanto mais profissionais de comunicação tiverem conhecimentos adequados sobre o HIV e mais sensíveis forem a todas as correlações advindas desse assunto, mais as pessoas vivendo com HIV e expostas estarão bem cuidadas.

“Fico muito feliz em saber que logo teremos uma Agência de Notícias da Sida em Moçambique”, comentou. “Há mais de 23 anos no Brasil e fora do nosso país, aprendi logo a força e o impacto que as ações de comunicação bem conduzidas e orientadas podem ter em qualquer atividade voltada a essa questão”, justificou.

Em Moçambique, segundo Lima, os desafios nas diversas áreas relacionadas à Aids são inúmeros e em especial na comunicação.

“Há muito que se fazer, mas, obrigatoriamente, tudo precisa ser feito com o máximo de criatividade e respeito ao contexto de um país africano que fala a língua portuguesa e diversas outras línguas locais”, observa.

“As diferenças sócio-culturais e regionais aliadas a poucos recursos disponíveis exigem que as estratégias sejam muito bem elaboradas, implementadas e adaptadas à realidade local”, acrescentou o médico.

Elaine Teixeira é coordenadora do Psicossocial da organização Médicos Sem Fronteira (MSF) – Suíça, em Moçambique. Ela atua em atividades de educação para o tratamento e prevenção do HIV e Aids. Segundo a psicóloga, uma agência de notícias sobre Aids em Moçambique vai ajudar a minimizar a discriminação através de uma mídia mais livre de tabus perante a temática do sexo.

“Seria uma excelente oportunidade para se começar a falar mais abertamente sobre saúde sexual, práticas culturais sexuais e sobre as diferenças de gênero, fazendo relação com a prevalência no país, assumindo que a maioria das infecções se dá através da via sexual”, comentou.

Teixeira acredita que este serviço dará ainda mais voz às associações de pessoas vivendo com HIV e Aids (PVHA).

“De maneira direta apoiaria o fortalecimento da pessoa que vive com HIV e sua participação aos poucos na planificação do programa de Aids do país.

As associações de PVHA não estão bem organizadas ainda em Moçambique, falta ação, ativismo, não têm participação no programa e na resposta à epidemia, e não percebem a importância do seu papel na resposta a esta epidemia”, opinou.

Para uma população de aproximadamente 20 milhões, Moçambique tem uma prevalência do HIV estimada em 16% entre as pessoas sexualmente ativas. No Brasil, essa estimativa é de 0.7%.

A fundação, em Moçambique, de um serviço de ajuda aos jornalistas especializado em HIV será uma parceria da Agência de Notícias da Aids e do MISA (Media Institute of Southern Africa) – Moçambique, com apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (UNAIDS) do Brasil e de Moçambique, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Programa Nacional de DST/Aids, por meio do Centro Internacional de Cooperação Técnica (CICT).
- Lucas Bonanno para Agência de Notícias da AIDS, 12/1/2009 - 18h10.

Leia também:

  • Brasil-Moçambique: Parceria entre os dois países irá viabilizar a fundação de uma agência noticiosa sobre HIV/Aids naquele país africano - Aqui!
  • ‘Agência Aids’ em Moçambique: Uma aliada do movimento social, dizem ativistas daquele país - Aqui!
  • Diversos post's deste blogue sobre HIV/SIDA em Moçambique e África - Aqui!

12/02/08

A tragédia da Sida/Aids em Moçambique.

Maputo- O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, considerou, segunda-feira, dia 1, uma "tragédia" o índice de contaminação por HIV no país, incitando os moçambicanos a agirem "a uma velocidade superior à propagação das infecções", para vencer a doença.

"Estamos perante uma tragédia de grandes proporções", disse Guebuza, discursando no lançamento da nova estratégia de aceleração da prevenção da infecção HIV, vírus que provoca a Sida/Aids.

Dados, divulgados por ocasião do Dia Mundial de Combate à Sida/Aids, dão conta que aproximadamente 16 por cento da população moçambicana, entre os 15 e 49 anos, está infectada. Pelo menos 6 por cento das mulheres grávidas moçambicanas estão contaminadas, tornando Moçambique num dos dez países mais atingidos no mundo.

Mas, para o chefe de Estado moçambicano, o país tem registado avanços no combate à Sida, nomeadamente na transmissão vertical, ou seja, na prevenção da transmissão da infecção do HIV da mãe para filho.

"Queremos exortar os nossos compatriotas a aderirem, em massa, aos serviços de aconselhamento e de testagem voluntária que têm estado a conhecer expansão pelo nosso país", apelou. "Quanto mais cedo for detectado o vírus, maiores serão as probabilidades de sucesso do tratamento anti-retroviral. Apresentar-se nas unidades sanitárias muito tarde, com acentuada debilidade imunológica, só frustra o empenho e o investimento de quem quer ajuda com o tratamento", defendeu.

Guebuza exortou igualmente cada um dos moçambicanos a despertar as suas "virtudes de líder" para levar mais compatriotas a assumirem que "há já no país exemplos de boas práticas que podem ser replicados". "A liderança, no contexto deste lema, deve-nos levar a compenetrarmo-nos do facto de que, não havendo cura ainda para este flagelo humano, ele só poderá ser vencido se assumirmos comportamentos e atitudes que nos afastem da possibilidade de nos infectarmos, ou de podermos infectar ou condicionar que outras pessoas se infectem", disse. "A liderança continua a ser a arma mais barata, disponível e ao alcance de todos nós", mas, "a vitória sobre esta tragédia está ao nosso alcance", disse.
- In "África21 Digital".

Outros post's deste blogue a respeito de HIV/SIDA:

  • Moçambique - HIV/SIDA: o flagelo que deve ser discutido e informado - Aqui!
  • Elvira Howana - O direito à vida - Aqui!
  • Diversificando: HIV/SIDA - Nunca é demais falar... - Aqui!
  • Moçambique: para ex-refugiados seropositivos, a luta continua... - Aqui!
  • Bispo de Moçambique acusa europeus de infectar camisinhas com HIV - Aqui!
  • Moçambique: A SIDA vista através das lentes das câmeras - Aqui!
  • PEMBA: Fátima, o sheik e a mesquita... - Aqui!

4/22/08

Moçambique - HIV/SIDA o flagelo que deve ser discutido e informado...

Praga dos tempos modernos que massacra o mundo e os povos mais humildes e desinformados. Busca-se uma cura que ainda não surgiu, mas avanços têm sido feitos que amenizam e podem até controlar a evolução da moléstia, o que, complementado com prevenção, educação e informação dificulta seu progresso e a contaminação. Moçambique é um dos países que muito tem sofrido com essa doença. Milhares de moçambicanos têm perecido e milhares ainda morrerão por causa desse vírus malvado. Mas, felizmente, algo vem sendo feito tentando sustar o avanço da doença. Talvez com alguma timidez ou pouca exposição, mas está aí e deve ser divulgado:
(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" a rádio "ForEver PEMBA.FM" no lado direito do menu deste blogue.)
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"No nosso país, como em outros países da África Austral, o impacto do HIV/SIDA é multisectorial, não poupando nenhum sector. Este impacto resulta num ciclo vicioso que no fim se manifesta na pobreza e subdesenvolvimento. A pobreza aumenta a vulnerabilidade à infecção pelo HIV e a fraca capacidade de resposta aos seus efeitos. Por outro lado, o HIV/SIDA tem efeitos negativos que interferem em todas as esferas do desenvolvimento, criando mais pobreza. Sem desenvolvimento sustentável não é possível combater eficazmente o HIV/SIDA e com o HIV/SIDA não pode haver desenvolvimento sustentável. O reconhecimento de que a problemática do HIV/SIDA não é apenas um assunto de saúde, mas sim um problema de desenvolvimento e que tem implicações em todos os sectores e níveis, faz com que seja necessário adoptar estratégias multissectoriais e a todos os níveis para melhor responder às implicações da pandemia do HIV/SIDA. Estas estratégias precisam de ter uma boa coordenação e interdependência a nível nacional como a nível internacional. A implementação destas estratégias deve sempre ter em vista a integração de acções de prevenção e mitigação do HIV/SIDA em todos os sectores já existentes, e não a criação de novos sectores específicos para o HIV/SIDA. Para isso é preciso que todos os sectores e níveis actuem de forma coordenada e colaborativa para prevenir e reduzir a ocorrência de novas infecções e prevenir e reduzir os impactos resultantes das infecções já ocorridas."
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Mais:
Nova abordagem do HIV/SIDA para deficientes em Moçambique.
Maputo, Moçambique (PANA) - Organizações não Governamentais moçambicanas vão lançar, esta semana, uma nova abordagem que presta uma atenção especial ao rumo das pessoas deficientes na luta contra o HIV/Sida, noticiou terça-feira a Agência de Informação de Moçambique (AIM) citando um comunicado do Fórum das Associações Moçambicanas para Pessoas Deficientes (FAMOD).O FAMOD indicando que as pessoas deficientes são estigmatizadas e têm, por conseguinte, menos oportunidades de se casar, declarando que elas, devido a esta situação, têm tendência a ter mais do que um parceiro sexual e relações sexuais instáveis.De acordo com o fórum, as mulheres e crianças deficientes são mais expostas à violação e têm pouco ou nenhum acesso a serviços de saúde de qualidade e a informações sobre o HIV/Sida.De acordo com estatísticas de 2007 sobre a prevalência do HIV em Moçambique, pelo menos 324 mil pessoas deficientes são igualmente seropositivas.Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de dois milhões de pessoas em Moçambique são deficientes até a um certo grau e as organizações que trabalham com elas afirmam que os deficientes são excluídos dos programas de luta contra a pandemia da sida.O FAMOD, em parceria com a ONG europeia Handicap International e outros parceiros, previu um seminário esta semana para lançar a Campanha Africana sobre as Pessoas Deficientes e o HIV/Sida.O objectivo deste seminário é divulgar as directivas da Campanha Africana sobre as Pessoas Deficientes e o HIV/Sida em Moçambique e fazer tomar consciência aos dirigentes políticos e ao público da vulnerabilidade das pessoas deficientes face à pandemia.A reunião tem igualmente por objectivo assegurar um melhor acesso à despistagem do HIV, a uma assistência médica e ao tratamento para as pessoas deficientes.A Campanha Africana é coordenada pelo Secretariado da Década Africana (1999-2009) para as Pessoas Deficientes e pela Handicap International.
Maputo - 04/03/2008 - PanaPress.
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Seropositividade em grávidas aumenta em Cabo Delgado.
Mais de mil mulheres grávidas, das 17 mil submetidas a testes de HIV/SIDA no primeiro trimestre deste ano na província de Cabo Delgado, tiveram resultados positivos.
O chefe da Repartição da Saúde na Comunidade em Cabo Delgado, Francisco Paulo, disse que em igual período do ano passado tinham sido diagnosticados mais de 640 casos da doença em mulheres grávidas. Francisco Paulo exortou a população para maior adesão aos testes de HIV para o controlo do seu estado, especialmente para mulheres grávidas, responsáveis pelo estado de saúde dos seus filhos.
Maputo, Terça-Feira, 22 de Abril de 2008:: Notícias

3/10/08

ELVIRA HOWANA - Direito à vida !

MAPUTO, 10 Março 2008 (PlusNews) - A moçambicana Elvira Howana vai casar este ano. Na igreja, como manda a religião. No seu caso, o casamento tem um sabor especial. Howana foi diagnosticada seropositiva em 2004, quando perdeu o marido para a SIDA. Sem medo da discriminação, ela abriu sua condição diante da igreja, da sua comunidade. “Mas muitos acham que a SIDA é doença de quem teve uma vida má. Eu nunca me ´espalhei´, mas as pessoas nunca deixam de te olhar mal. Não acho que seja castigo de Deus”, disse. Hoje, com o apoio dos três filhos e do noivo, compartilha sua experiência com outros seropositivos, inclusive dentro da igreja, que mantém um grupo de 15 mulheres que vivem com HIV. O casamento – na igreja, ela faz questão de ressaltar – lembra Howana de que para ela, a SIDA foi um novo começo: de esperança, relacionamentos e amor.
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Mais sobre Howana e seu namorado:
Meu nome é Elvira Howana, tenho 43 anos e três filhos. Sou viúva há quatro anos e vivo no bairro de Congoloto, a 15 km da cidade de Maputo. Descobri que era seropositiva em 2004. Meu marido já estava bem doente há cinco anos, com malária e febre todos os dias. Eu também não estava muito bem. Quando fomos ao curandeiro, ele nos disse que eram maus espíritos. Resolvemos ir ao hospital e eles nos mandaram ao Gabinete de Aconselhamento e Testagem Voluntária. Eu fiz o teste, mas tinha certeza que daria negativo. Quando voltou positivo, eu discuti com a médica. Eu achava que a SIDA era uma doença de prostitutas e eu não era prostituta. Andei sete km sem me aperceber pensando no diagnóstico. Meu marido começou a tomar antiretrovirais imediatamente. As pessoas vinham na minha casa fazer orações, mas ninguém sabia o que ele tinha. Ele morreu seis meses depois. Eu já era membro da igreja presbiteriana naquela época. Contei à pastora Felicidade que era seropositiva e ela me encorajou a falar da minha situação na igreja. Contei diante da assembléia que eu tinha HIV, que meu marido tinha morrido de SIDA. As pessoas não acreditaram, porque eu parecia saudável. Lógico que houve comentários. Muitos acham que a SIDA é doença de quem andou muito em relação aos homens, de quem teve uma má vida. Eu nunca me “espalhei”, por isso não acho que seja um castigo de Deus. Mas as pessoas nunca deixam de te olhar mal.
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Solidariedade entre mulheres:
Hoje eu sou activista na associação Wansati Pfuka (expressão em shangana, que significa “Desperta, Mulher”), da Igreja Presbiteriana de Moçambique. A associação foi fundada em 2006 e tem actualmente 15 mulheres seropositivas. Como activista eu acho que a mulher é muito discriminada, porque quando o marido ou a família descobre que ela é seropositiva ela perde tudo, incluindo o lar. O problema é que, ao contrário dos homens, as mulheres se discriminam entre si: uma fala mal da outra, aponta, começa a fazer fofocas, o que aumenta o preconceito. Nós, mulheres seropositivas, temos que quebrar o silêncio. Pessoalmente, não admito a discriminação e costumo antecipar nas palestras que sou seropositiva. As pessoas discriminam quando se é insegura e se tem vergonha do seu estado de saúde. Como activista, na igreja faço palestras a outras mulheres, procurando sempre relacionar a SIDA com a Bíblia, de modo a fazer-lhes entender que os que acreditarem em Jesus terão a salvação. Na associação, sensibilizamos os jovens da igreja a apostar na abstinência sexual. Mas fora da igreja, aconselho os jovens a usar o preservativo porque sei que na realidade não há fidelidade entre eles. Hoje eu estou noiva. Conheci meu companheiro no hospital-dia e vamos casar em breve. Ele é seropositivo e já está na segunda linha de tratamento. Foi ele que me deu mais coragem. Eu tinha medo de começar o tratamento porque corriam boatos de que os ARVs podem matar. Ele me disse que o ARV não matava, que bastava saber tomar. Hoje nós dois estamos bem. É bem mais fácil quando você vive com alguém que sabe da sua situação. Ele quer viver, eu também. Meus filhos também sabem. Eles me recordam de que eu preciso tomar os comprimidos para não haver desequilíbrio no tratamento. Agora sou uma mulher motivada e participo em muitos eventos como activista. Era a única moçambicana a representar os seropositivos do país na Primeira Conferência Global sobre Mulheres e HIV em Julho de 2007 no Quénia. Aprendi muito da vida positiva e essa experiência transmito a outros seropositivos.

1/02/08

Moçambique: Onde se rouba dos mais vulneráveis.

- Save the Children descobre vários casos de roubo de bens por familiares, deixando órfãos de SIDA sem nada.
- 1,6 milhões de jovens moçambicanos com SIDA.
- Explosão de número de órfãos destabiliza estruturas sociais.
Num programa efectuado em 4 distritos moçambicanos, Save the Children descobriu que é comum para familiares roubarem os bens deixados por pais às suas crianças quando morrem.
Com a taxa de mortalidade por SIDA a disparar – 1,6 dos 10 milhões de crianças em Moçambique são seropositivos e 380.000 perderam um ou os dois pais e a taxa de prevalência nacional é de 16,2 por cento – a situação de desprotecção está a causar ruptura social em alguns distritos.
O código civil de Moçambique estipula que os bens passam automaticamente aos filhos e esposo/a.
No entanto, o estudo efectuado por Save the Children demonstrou que cerca de metade dos inquiridos no distrito de Bárue não sabiam dos seus direitos.
Muitas vezes o código entra em conflito com a lei tradicional, que estipula que os bens passam para os homens e por esta razão é frequente para familiares masculinos ficarem com a casa, a maior parte das propriedades, os animais e o dinheiro, enquanto familiares do sexo feminino recebem roupas e utensílios de cozinha.
Além disso, a prática de poligamia leva a uma situação em que a primeira mulher geralmente tem mais poder e influência e só ela sabe quais são os bens do marido e 80 por cento dos inquiridos no estudo declararam que um testamento oral (e não escrito) seria suficiente e que é a prática normal.
Além disso, a burocracia e a dificuldade envolvida em fazer um testamento escrito desencoraja as pessoas, que muitas vezes têm de fazer várias visitas a um tribunal.
Save the Children, uma ONG sem fins lucrativos, revela no estudo que os órfãos de pais com SIDA são frequentemente vítimas de abusos, exploração sexual e laboral.
Várias ONG estão a efectuar campanhas de sensibilização e informação, para que as populações saibam os seus direitos, para não se tornarem vítimas de exploração.
Bento Moreira - Pravda.Ru

12/18/07

Diversificando - HIV/SIDA... Nunca é demais falar !

A SIDA é um dos grandes entraves ao desenvolvimento do continente africano.
O mal é geral, espalha-se um pouco por todo o continente.
Mas a SIDA tem dado ainda mais preocupação a sul, em países como África do Sul, Suazilândia, Botswana e Moçambique.
É a primeira causa de morte em África e o grande obstáculo ao desenvolvimento do continente da «terra vermelha». (Fonte TVI)
O sucesso no combate ao IHV/Sida é de responsabilidade de governos, educadores, lideres políticos, religiosos e de todos nós, mínimamente esclarecidos, que deveremos informar e ensinar a prevenir as futuras gerações.
É muito fácil contrair o vírus. Díficil é combater e conscientizar.
Existem no mundo mais de 33,2 milhões de infetados.
Será que estamos preparados para essa luta ?
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