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10/09/09

Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro

O outro lado da "festa" que a mídia "comprometida" pouco fala ou escreve, em trabalho da jornalista Alessandra Corrêa da BBC Brasil em São Paulo:

Para críticos de Olimpíada, Rio deveria ter outras prioridades. - A escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 recebeu críticas de especialistas que consideram a realização do evento uma inversão de prioridades.

"O Brasil tem outras prioridades e carências sociais para serem resolvidas, como educação, saúde, esporte para todos, habitação", diz o advogado Alberto Murray Neto, ex-membro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), árbitro do Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne (Suíça), e um dos principais críticos da realização da Olimpíada no Rio.

O alto custo do evento, calculado em mais de R$ 25 bilhões, as carências na infraestrutura do Rio em áreas como transporte e habitação, a falta de políticas públicas para o esporte e o temor de que os investimentos não se revertam em benefícios mais duradouros para a população são alguns dos problemas apontados por críticos.

“Eu entendo a opção do governo brasileiro como meio de propaganda, de projetar uma imagem mais favorável do próprio Rio, das repercussões econômicas para o turismo. Mas o custo é muito elevado”, diz o economista Gustavo Zimmermann, professor de Economia do Setor Público da Unicamp.

Segurança - Zimmermann diz reconhecer os benefícios que os Jogos trarão em termos de projeção de auto-estima do Brasil, mas considera muito pouco frente aos gastos necessários.

“Os recursos são escassos, e o Rio tem outras prioridades. Por exemplo, o estabelecimento de um plano de segurança”, afirma.

A segurança é considerada um dos principais gargalos na estrutura do Rio para abrigar um evento como os Jogos Olímpicos. O economista Daniel Motta, professor de Economia e Estratégia do Insper (ex-Ibmec/SP), cita o exemplo dos Jogos Pan-Americanos, realizados na cidade em 2007, como mostra de que é possível garantir a segurança de um evento de grande porte. “Nos bastidores, sabemos que o Exército teve que atuar, a polícia teve um esforço concentrado. Mas não tivermos nenhum incidente com segurança”, afirma. No entanto, segundo Zimmermann, a segurança durante os Jogos Olímpicos não será mantida depois do término do evento. “Não vai proteger o cidadão no dia-a-dia”, diz.

Infraestrutura - O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, diz ter torcido pela escolha do Rio e estar satisfeito com a vitória, mas afirma que a cidade não está preparada para os Jogos de 2016.

“É um problema que não começou agora, vem de mais de 20 anos de descaso com alguns setores importantes da cidade”, diz. Guerreiro cita o setor de transportes, que diz considerar deficiente. “Houve um abandono na área de transportes, que privilegiou ônibus e vans em detrimento de metrôs e trens. É um sistema que, para a Olimpíada, somente funcionará se houver mudança radical”, afirma.

Outro setor deficiente apontado pelos especialistas ouvidos pela BBC Brasil é o de habitação e hotelaria. “A rede hoteleira tem uma deficiência incrível de leitos”, diz o presidente do Crea-RJ. “Temos seis anos pela frente, acho que é possível. Mas teremos de tirar o atraso de mais de 20 anos de descaso na área habitacional, de abandono das favelas, do saneamento.” Guerreiro afirma que o principal problema é a falta de recursos. No entanto, o presidente do Crea-RJ diz acreditar que a maioria dos investimentos realizados para os Jogos Olímpicos serão permanentes.

Benefícios temporários - O economista da Unicamp discorda dessa avaliação. Zimmermann afirma que a maior parte das obras e melhorias serão temporárias e trarão benefícios apenas durante o evento. Zimmermann cita o caso de várias instalações esportivas construídas para os Jogos Pan-Americanos, que não são utilizadas atualmente. O professor da Unicamp cita ainda a poluição da Baía de Guanabara, onde serão realizadas provas de iatismo. “Por que não despoluir para o cidadão comum? Vamos despoluir temporariamente para provas de vela?” Alguns defensores da realização dos Jogos no Brasil afirmam que certos investimentos, como a capacitação de mão-de-obra, permanecem depois de encerrado o evento. Zimmermann, porém, diz não concordar com essa avaliação. “Pode acontecer, mas não vi acontecer nos Jogos Pan-Americanos. Faz parte exatamente da incrível incompetência das nossas autoridades esportivas em fazer políticas públicas que ampliem a participação”, afirma Zimmermann.

Exemplo - Segundo Murray, o Brasil deveria aprender com os erros cometidos durante os Jogos Pan-Americanos. "Chegou o momento de a gente olhar os erros do Pan e garantir que não se repitam", diz. "O Rio precisa de resgate social. No Pan, nenhuma obra de infra-estrutura foi feita. O grande legado foi o superfaturamento de obras." O advogado afirma que, como a escolha da cidade já foi decidida, o melhor agora é garantir que todos os gastos sejam feitos de forma transparente. "Amanhã mesmo, o Comitê Olímpico e o governo deveriam criar um site para escancarar as contas desses Jogos", diz.

Esporte - De acordo com Murray, as obras precisam estar atreladas a um programa de recuperação social do Rio, e os governos deveriam aproveitar o momento para criar uma política de esporte de longo prazo. "É preciso fazer escolinhas, criar uma mentalidade olímpica, criar um marco regulatório para o esporte", afirma o advogado. O economista da Unicamp também critica o que considera a falta de políticas para o esporte no Brasil. “Temos uma tremenda concentração de atletas, que são preparados normalmente por organizações privadas, concentrados na Região Sudeste. Mas falta uma política pública para preparar atletas das outras unidades da Federação”, diz Zimmermann. “Se for para fazer a Olimpíada e ter todas essas iniciativas, seria absolutamente saudável. Mas não vi e não vejo nenhuma declaração de dirigentes no sentido de alterar as políticas públicas”, afirma.

8/26/08

China acusada de manipular cobertura de Olimpíada.

Boicote os jogos Olímpicos de Pequim 2008
Falta de liberdade na China:
Tela negra
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A
organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras emitiu um comunicado nesta terça-feira acusando o governo da China de emitir uma diretiva "politizando" e manipulando a cobertura da Olimpíada.
A lista de diretrizes contém 21 pontos que a imprensa chinesa foi obrigada a seguir durante os Jogos, sob pena de ser notificada pelo Departamento de Propaganda do governo.
O jornal de
Hong Kong South China Morning Post
já havia mencionado a existência do documento em uma reportagem publicada há duas semanas, mas somente agora a ONG conseguiu ter acesso ao conteúdo das diretrizes, que foram postadas na Internet por um blogueiro chinês.
"Nós pedimos que o Comitê Olímpico Internacional, COI, investigue essa diretiva de censura, que é uma violação das garantias dadas em 2001 e um desrespeito ao livre fluxo de notícias na China", afirma o comunicado da RSF.
Segundo a organização, o documento revela que "o Partido Comunista, organizador dos Jogos, estava claramente com medo de que o evento fosse atrapalhado por notícias sobre esporte, política e internacional".
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Regras.
A lista de 21 pontos detalha tópicos que a imprensa chinesa teve de evitar mencionar durante a cobertura do evento - alguns assuntos são claramente delicados, mas outros não apresentam razão para polêmica à primeira vista.
"Não é surpresa que o departamento de censura do Partido Comunista tenha banido a cobertura sobre demonstrações de grupos pró-Tibete ou a existência de áreas para protesto em Pequim, mas as instruções relativas à segurança alimentar e aos resultados da equipe chinesa são espantosas", afirmou a organização.
O ponto 21 da diretriz proíbe os jornalistas de questionar o desempenho dos atletas e o processo de seleção para o time olímpico chinês. Na prática, vários talentos são recrutados muito jovens e vão para campos de treinamento quando ainda são crianças.
Segurança também é outra preocupação do governo. No item 17, o documento pede que a imprensa se detenha à versão oficial dos fatos publicada pela agência estatal Xinhua, ao reportar incidentes envolvendo estrangeiros.
Um exemplo disso foi o caso do turista americano esfaqueado no segundo dia da Olimpíada na Torre do Tambor em Pequim. Jornalistas chineses chegaram a apurar informações independentemente, mas tiveram seus blocos de notas apreendidos por agentes do governo.
No ponto 19 a diretriz repete claramente o pedido de que os jornalistas reportem de maneira "positiva" as questões de segurança.
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Limite.
Os limites impostos pelo departamento de Propaganda no ponto 13 sugerem que os jornalistas se abstenham de dar notícias sobre Mianmar, Darfur e Coréia do Norte, tópicos da política externa chinesa que são visto com reprovação pelo ocidente.
A diretriz também proíbe qualquer menção à existência de alimentos cancerígenos na capital (ponto 8), o desbloqueio de sites censurados na Internet, incluindo o da RSF (ponto 2), e críticas à cerimônia de abertura (ponto 10).
A cerimônia foi um tema amplamente discutido pela imprensa ocidental, que se mostrou surpresa após a revelação de que a artista mirim que cantou na abertura estava apenas fingindo, já que a canção era na verdade uma gravação com a voz de outra menina.
O assunto chegou a ser noticiado pela imprensa estatal - mas assim que usuários da internet começaram a expressar em fóruns da rede revolta com o ocorrido, o governo suspendeu a cobertura da polêmica.
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BBC Brasil/Terra
-26/08/08.
  • Sobre os jogos Olímpicos de Pequim - Aqui e Aqui!

4/08/08

Diversificando - O boicote aos jogos Olímpicos de Pequim.

Boicote os jogos Olímpicos de Pequim 2008

A falta de liberdade democrática na China, a violência, repressão e prisão de jornalistas e populares em regimes de ditadura, a opressão no Tibete e mais acentuadamente a próxima realização dos Jogos Olímpicos em Pequim - China vêm causando protestos crescentes no mundo.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, tornou-se a primeira líder mundial a decidir não comparecer à Olimpíada de Pequim este ano, conforme noticiado na edição eletrônica do jornal britânico "Guardian".
Sob grande pressão para tomarem uma posição diante das manifestações por liberdade no Tibete e da dura repressão do governo chinês, líderes da União Européia (UE) discutem a questão.
A notícia de que a delegação da Alemanha cogita não participar da cerimônia de abertura da mais importante competição esportiva do mundo levou o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a anunciar que poderia tomar a mesma medida, contrariando os esforços do premier britânico, Gordon Brown, para que não haja um boicote.
O primeiro chefe de Governo na UE a decidir não comparecer aos Jogos Olímpico foi o premier polonês, Donald Tusk, sendo seguido pelo presidente da República Tcheca, Václav Klaus. "A presença de políticos na abertura das Olimpíadas me parece inapropriada", disse Tusk. (O Globo Online)
E, por onde vai passando a "chama olímpica", os protestos e manifestações sucedem-se.
A organização "Repórteres Sem Fronteiras" através de seu portal na net vem mobilizando a opinião popular mundial para o boicote ao jogos Olímpicos de Pequim/2008 e despertando a atenção para a violação dos Direitos Humanos no Tibete, na China e em outros locais onde os "predadores da liberdade de imprensa e inimigos da internet livre" mantêm o poder e cometem arbitrariedades.
O mesmo portal disponibiliza banner de apoio ao boicote como este abaixo, para os blogueiros que queiram aderir à campanha:
  • Repórteres Sem Fronteiras - Aqui !