Mostrar mensagens com a etiqueta Peso da Régua. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Peso da Régua. Mostrar todas as mensagens

6/30/12

Em conversa com Nogueira Borges...

"... palavras sobre o homem amigo e o escritor nascido em S. João de Lobrigos, terra simples e de vinhos, para que sua grandeza humanista continue a brilhar no Douro. Uma vez me disse com um espanto infantil: "CARAMBA!!! ISTO É MESMO LINDO!!!!!!...
Hoje, ao anoitecer, fiz estas fotos a ele dedicadas, enquadradas no Céu do Douro lembrando-me que só pode está lá em cima a dizer-me: "CARAMBA!!! ISTO É MESMO LINDO!!!!!!"
- Jasa, Peso da Régua, 29 de Junho de 2012
A MINHA CIDADE
A minha cidade
Tem o visco da saudade
E o nevoeiro do futuro.
A minha cidade
Tem a tristeza do escuro,
Mas, sobretudo,
O brilho da verdade.
- M. Nogueira Borges in "O Lagar da Memória" -
O tempo que passa não passa depressa. O que passa depressa é o tempo que passou.
- Vergílio Ferreira
(Desligue o player da LM Rádio localizado no final do menu lateral deste blogue para escutar o video)
Clique  nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Junho de 2012 e em homenagem ao saudoso Amigo MANUEL COUTINHO NOGUEIRA BORGES. Este artigo contém colaboração de José Alfredo Almeida e pertence ao blogue ForEver PEMBA. É proibido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue sem a citação da origem/autores/créditos. 

6/18/12

Jaime Ferraz Rodrigues Gabão partiu há 20 anos

O Jaime

Com a chegada do Outono, das primeiras chuvas e de uma friagem a despertar as alergias, inicio o meu luto do Verão. Atenuo a saudade nos arquivos da minha memória e atraco ou aterro nos lugares do sol. Deixem-me aterrar, por hoje, no Moçambique inesquecível.

Era um fim de tarde de um Março de sessenta e oito. O velho DAKOTA da DETA, com óleo a espirrar nos parafusos das asas, vindo de Nampula, fazia a aproximação a Porto Amélia, cidadezinha plantada numa escarpa sobranceira ao Índico. Desenhou um arco para apreciar a baía e, desacelerando sobre o Paquitequete, apontou ao Aeroporto, designação pomposa para um casarão ao lado (e mais ou menos a meio) de uma fita vermelha de terra batida, qual picada de capim aparado. Descemos por um escadote que me lembrou aqueles que, antigamente, se encostavam aos carros de bois para levar os almudes até às pipas. A noite caía com um pôr do sol arrebatador sobre as águas de Wimbe. Em África os dias acordam cedo e esplendorosos como um grito de felicidade e adormecem envoltos numa plangência que angustia as almas mais empedernidas. Cem anos que eu durasse nunca - mas mesmo nunca - esqueceria aqueles anoiteceres com os chiricos e os barucos silenciados pelo concerto das cigarras e uma ferida de sangue inocente a despedir-se do mundo.

Eu viera à frente, feito explorador de logística, na companhia do Pires, furriel alentejano, esfuziante e solidário, sem futurar (mos) a sua morte numa curva da Serra do Mapé, nas terras de Macomia, deixando-me, estupidificado, com o seu fio de ouro no bolso que, numa trágica premonição, me confiara. O resto da tralha e do pessoal chegaria no Pátria(*), aproveitando a sua passagem por Nacala, em rota, desde Lisboa, carregado com mais um contingente.

Foi em Porto Amélia - esqueçamos más recordações - que conheci um dos grandes Amigos da minha vida: o JAIME. Para os leitores deste semanário, a quem devotou o melhor da sua colaboração, e dos reguenses em geral, a quem prestou variados préstimos: o JAIME FERRAZ GABÃO. Labutava nos escritórios de uma empresa algodoeira - a Sagal - e como correspondente, para toda a província de Cabo Delgado, do DIÁRIO (de Lourenço Marques). Com ele reencontrei as minhas (as nossas) raízes e mutuamente nos amparamos nas saudades delas. Saído da Capital Vinhateira em busca de uma vida mais desafogada... Pertencia aos cabouqueiros de África que se misturavam com as raças e as etnias numa confraternização de que só duvidavam os que nunca tiveram a oportunidade de serem felizes naquelas paragens. Não me admirava, assim, que, mesmo com a lembrança dos socalcos, ele desejasse morrer na terra onde readquiria a dignidade, acariciado pelas manhãs claras e as noites cacimbadas.

Passamos horas, nas cadeiras da pensão Miramar, ouvindo "estórias" das savanas, bebemos cerveja no Marítimo e café no Pólo Sul derramando o olhar para o pequeno cais à espera de um dia de "S. Vapor", vimos "E o Vento Tudo Levou" no cinema-barracão, subimos e descemos as escadinhas que ligavam a parte alta à Jerônimo Romero do comércio, abriu-me a porta e sentou-me à mesa de sua casa sem horas nem lugares marcados, relacionou-me na sociedade civil e facilitou-me as páginas do seu jornal sem uma censura ou "sugestão".

Mal sabia ele que haveria de acabar os seus dias na terra que o viu nascer, obrigado ao regresso por uma descolonização exemplar, com os olhos húmidos pelas lembranças dos corais da praia dos coqueiros e dos campos de algodão.

Quando vou ao Peso(**) visitá-lo, trago comigo o seu sorriso moçambicano.

- Por M. Nogueira Borges - In Arrais de Novembro de 2003

(*) = Pátria - Navio de passageiros português da antiga Companhia Colonial de Navegação e que fazia o transporte de cargas e passageiros entre o continente europeu (Lisboa) e a costa Africana (antigas colônias de Portugal).

(**) = Peso - Parte alta da cidade de Peso da Régua. Ali se localiza o cemitério onde Jaime Ferraz Rodrigues Gabão está sepultado.

De Jaime Ferraz Rodrigues Gabão:
Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Junho de 2012.  Todos os direitos reservados. Só permitida a cópia, reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos. 

8/11/11

Falar sobre os Bombeiros da Régua

Jaime Luis V. F. Gabão

Falar sobre os Bombeiros da Régua não é difícil para as gentes da Régua. Ao longo da vida e do tempo acompanham-nos em um quotidiano repleto de episódios reveladores de abnegação, doação ao semelhante, generosidade desinteressada, modelos de coragem, sacrifício e por aí adiante. Difícil é para quem como eu, nado e criado até aos 9 anos de idade na sempre estimada Peso da Régua e posteriormente emigrou por força do destino e das circunstâncias para lugares distantes que juntam África, Europa e América do Sul, detalhar o caminho grandioso e beneficente para com o povo vareiro, traçado por essa Instituição já centenária em período no qual, sem abandonar espiritualmente as raízes, só vivenciei fatos da Régua por notícias, por cartas e testemunho de meu saudoso Pai, Jaime Ferraz Rodrigues Gabão quando vivo, também por estadias curtas no berço pátrio para colmatar saudades ou ainda por relatos de Amigos.
No entanto, apesar dessa ‘ausência’, dois acontecimentos marcam nitidamente a minha memoria. Um é o ‘grito’ angustiado da sirene instalada no característico ‘quartel antigo’ dos bombeiros, que ecoava tristemente por toda a Régua na minha meninice feliz, chamando os soldados da paz, ‘grito’ quase desesperado, representativo do acontecer de algum drama em algum lugar, como tantos que o Amigo Dr. José Alfredo Almeida vem descrevendo no Escritos do Douro e vou absorvendo-editando aqui pelos trópicos como se na Régua estivesse fisicamente, fruindo deste ‘milagre’ da comunicação e da informação que é a internet e que tanto nos aproxima. De tal forma ficava apavorado e trémulo em minha ingénua meninice, que buscava aconchego nos braços de minha Querida Mãe Nair ao ouvir essa sirene aflitiva, assim ela me contava... E o segundo, refere o dramático e tantas vezes evocado incêndio da Casa Viúva Lopes, já assim descrito por mim: “Na dramática noite do dia 8 de Agosto de 1953 eu estava lá, em frente à estação da Régua, junto ao muro que dá para o rio Douro, a assistir ao dantesco espetáculo. Com seis anos de idade na época, acompanhava meu Pai Jaime Ferraz Rodrigues Gabão. Nunca saiu de minha memória a beleza assustadora e dramática das chamas envolvendo o edifício enorme da Casa Viúva Lopes. Foi experiência que marca minhas lembranças com nitidez impressionante até aos dias de hoje!”. Dessa data e desse espetáculo belo, dantesco e triste emoldurado pelas sombras de uma noite de verão há 58 anos passados, resultou a morte do Bombeiro João Gomes Figueiredo, também conhecido por João dos Óculos e que o  mestre da escrita do Douro, João de Araújo Correia, homenageou em “HISTÓRIA DE UM SONETO” que pode ser lido aqui (Escritos do Douro).

Em outras paragens, os Bombeiros são-no por profissão. Auferem salário e a isso se dedicam inteiramente. Na Régua não, contava-me meu Pai, ainda em Porto Amélia-Moçambique, enquanto redigia as suas ‘Cartas de Longe’ para o ‘Notícias do Douro’ publicadas nos anos 60/70 ou à mesa de nossa casa africana, em refeições com sabor a Douro e Trás-os-Montes, elaboradas pela mão atinada de minha Querida Mãe e compartilhadas por reguenses como meu estimado Irmão Júlio Gabão, o Guedes tipógrafo, o marinheiro de fragata Zagalo, o Major Leite Pereira, ou mais destacados nas letras como o alferes Manuel Coutinho Nogueira Borges, o tenente médico Dr. Camilo de Araújo Correia (filho de João de Araújo Correia, escritores já falecidos). Todos eles, pela guerra colonial de então ou em busca de uma vida melhor, iam parar em terras de Cabo Delgado e em nossa sala de visitas sempre hospitaleira e de portas franqueadas, amenizando saudades em longas conversas dulcificadas e entremeadas por saborosos cálices de Porto e acepipes culinários, nas tardes domingueiras ensolaradas ou anoiteceres quentes de cacimbo africanas.
Pois e como dizia acima, na Régua os bombeiros são-no por amadorismo e doação desinteressada. Uns trabalham no campo, outros são empregados de balcão, outros sapateiros, comerciantes e assim para diante. E, sem proveito material adicional, nas horas vagas ou, quando avocados pela tal sirene, são Bombeiros da Régua e de todos que precisam de socorro e ajuda. Como ininterruptamente aconteceu afinal, quando no antigo e hoje abandonado cinema sentíamos a segurança tranquila da sua presença física durante as projeções, quando as velhas bancadas de madeira do campo de futebol do Peso, nos anos 50, desmoronaram (e eu junto) repletas de adeptos do SC da Régua, quando de plantão para qualquer eventual acidente em corridas de motos realizadas na beira-rio (organizadas também pelo SC da Régua de que meu Pai era diretor), quando o autocarro com estudantes se despenhou da ponte, quando as ainda existentes casas construídas à moda antiga em esqueleto de madeira se incendeiam, quando os pinhais e montes são desgastados pelo fogo do estio, quando alguém submerge no rio Douro ou quando o mesmo rio Douro, corre farto lá de Espanha e estende com indiferença fria suas águas, transformando em leito as ruas e caminhos da Régua, quando algum automóvel se acidenta nas encostas do Marão, quando alguma pessoa adoece e precisa de uma ambulância que o leve à saúde num hospital do Porto ou mais distante até, quando acompanham à última morada pessoa querida, quando e ainda hoje (assim lemos na internet) acodem um barco de turismo avariado, repleto de viajantes admiradores das belezas do recanto fluvial duriense...,  tudo e sempre num comportamento de grandeza e generosidade, sem diferenças sociais, que sobrevém ao longo de nossas vidas desde que, em “1842, a Câmara Municipal do Peso da Régua resolveu enviar um representante à Câmara dos Deputados a solicitar a concessão de uma bomba, para que na vila se pudesse acudir aos incêndios que por cá deflagrassem” e, mais tarde, quando em “28 de Novembro de 1880, nascia a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua ou Real Associação Humanitária, comandada por Manuel Maria de Magalhães”...

E tivesse eu a sabedoria atilada e conhecimento de meu querido, saudoso Pai e de Amigos que pela Régua e arredores pelejam e escrevem, permaneceria horas a fio ‘falando’ sobre os Bombeiros da Régua, contando a ode de seres anônimos, de parentes, de heróis em feitos exemplares, já fenecidos como seres físicos, mas não esquecidos como entes imortais participantes da minha vida, de muitas vidas, da História da Régua e de um dos seus maiores patrimônios, num hoje ininterrupto, estruturado e continuado na pujança de jovens Bombeiros sempre Voluntários.
Portanto, repetirei e para terminar este meu ‘desabafo’ provocado pelo Amigo José Alfredo Almeida, que é para eles e por tudo que representam minha inabalável admiração!
30 de Julho de 2011
Este post também pode ser lido no Blogue "Escritos do Douro"
Texto e edição de Jaime Luis Gabão. Colaboração de imagens do Dr. José Alfredo Almeida para o blogue "Escritos do Douro" em Agosto de 2011. Clique nas imagens acima para ampliar.

Falar sobre os Bombeiros da Régua
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 11 de Agosto de 2011
(Click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)

5/14/11

Escritos do Douro - MEMÓRIAS DOS NOSSOS BOMBEIROS

                                                                                                   M. Nogueira Borges

""Conheci-o em Moçambique, para onde fora mobilizado, no ano de sessenta e oito. Mais concretamente, foi em Porto Amélia que começou uma das minhas mais lindas amizades. O Jaime Ferraz Gabão – é dele que se trata – deixara um dia a sua Régua em busca de outros horizontes que lhe desse, e aos seus, novo sentido à vida. Pertenceu a essa plêiade de cabouqueiros que em África assegurou a sobrevivência sem chibatas, antes com suor repartido entre brancos e negros, respeitando as gentes, pois há sempre uma alma para dar a Deus. ... ... ""
:: < = > ::
I- «Era ainda pequenino, acabado de nascer», mas lembro-me, no meio de alguma sombra, do primeiro fogo que vi. Eu brincava, com o Aires e o Manel, no quintal da casa onde nasci ; seria Verão, e no entardecer,  porque o meu Avô, ao fundo, sentado num cesto vindimo, vestia colete e embrulhava um cigarro de tabaco de onça. O ar tinha uma calma de convento e só os crianças algaraviavam nos caminhos. Corríamos com os arcos, que descarrilavam dos ganchos, perdendo-se nos bardos de um calço rente ao muro. De repente, o meu Avô pegou na bengala que o ataque lhe impusera, levantou-se a gesticular, mandou-nos parar, e gritou pelo Alberto que dava palha ao Castanho. Minha Mãe também acorreu, pois quando o Pai se alterava toda a estirpe desassossegava.

Em Santo Estevão, no caminho alto que dá para o Rodo, uma chama, logo espalhada em contágio descontrolável, começava a devorar uma casa e outras anexas. Quase todas tinham muita madeira na sua feitura e o incêndio alastrou com a rapidez de um roubo. O povo despertou num clamor de tragédia. Mulheres, de canecos à cabeça, corriam a despejar a água colhida numa fonte escassa, situada no fundo da rampa; os homens, de sacholas e pás, lançavam a terra que arranhavam no caminho. Eu e os meus amigos largamos tudo e fomos para o pé do meu Avô a quem faltou a saliva para colar a mortalha. Batia com a bengala no chão e dizia para o Alberto: «Depressa! Chama o carro de praça para ir avisar os bombeiros!» Lembrei-me do inferno e dos pecadores. Jurei que iria ser sempre «um rapaz muito bem comportado», pois se as chamas infernais eram assim, então a minha Mãe tinha razão quando me dizia para comer a sopa toda.

Mal o carro vermelho, tocando a sineta, chegou ao Fial parece que as labaredas amainaram em respeito. Mas alegria tivemos nós quando o vimos a fazer a curva da árvore queimada, capacetes e machados reluzentes de homens que vinham «acabar com o fogo». Vários, aos gritos, se lhes dirigiram, ensinando o atalho onde o carro não cabia. Em desafio, pareceu, as chamas alteraram-se como se tivessem encontrado restos de papel. Correndo, os bombeiros lançaram-se àquele inferno verdadeiro, espalhando instruções, clamando ânimos, recusando desfalecimentos. Ainda hoje, ao escrever estas linhas, me emociono com o recordativo. Quando, no final, vencido o abrasamento, eles, descompostos e afogueados, desceram para a Régua, deixaram atrás de si o triunfo cantado no agradecimento dos atormentados, que, varrendo as cinzas da sua amargura, sonhavam com casas de cantaria.

Fiquei sempre com essa impressão juvenil de reverência e carinho pelo sacrifício e solidariedade dos nossos bombeiros, consolidada vida fora, algumas vezes lembrada quando as peripécias da vida, muitas vezes, me esbofeteiam com a surpresa.

II- A sirene dos Bombeiros ouvia-se no alto de S. Gonçalo. Era um chamado que afligia. Começava por um grito de desespero, de quem é atacado à falsa fé, seguido por prolongado gemido de sofrimento, esperando uma ajuda caridosa. Repetido, como se ninguém acudisse, esse apelo sonoro, num eco estendido pelos montes e vales, dilacerava as almas e escurecia a natureza. Os homens suspendiam as fainas, soerguiam-se, olhavam em redor, lançavam o olhar para Avões ou São Domingos, firmavam-se em Remostias ou no cimo do Peso; queriam ver onde se elevava o fumo, se era dentro ou fora da “vila”. Tiradas as “teimas” e assente a origem, debruçavam-se, de novo, para a terra que lhes dava o suor do sustento.

Os tempos de que trato eram de necessidade, em que uma sardinha de barrica dava para três, comia-se cebola com sal e broa com azeitonas, mas havia uma enorme riqueza de solidariedade. As gentes sofriam com o mal alheio, gostavam de ajudar e sentiam como suas as lágrimas vizinhas. A escassez irmanava no relevo dos gestos. Ser bombeiro era fazer parte dessa honra, ditada pelo falar popular, soldados da paz e serventes da humanidade, voluntários do mundo e escravos da lida contra o infortúnio, corpos fardados e almas civis.

III- As noites do Douro, nesse Agosto de 53, eram mais escuras do que hoje. A sua claridade vinha da lua, dos faróis de carro que, de quando em vez, alumiavam o silêncio dos vinhedos, um ou outro poste, de longe em longe, plantado pela boa vontade da Chenop, o petromax de quem levava a recolher a ebriedade, que esquecia nas tabernas as injustiças da sua sorte  desajustada na sua contabilidade doméstica.
Foi numa dessas noites que a Régua se cobriu com o clarão da tragédia. A Casa Viúva Lopes, forte estabelecimento comercial da época, ardia diante do pasmo assustado da terra, tolhida pelo sobressalto e pelo dó. Nem o rio ali ao pé nem o clamor da população segurou o recheio ou as traves que o defendia. Bem lutaram os bombeiros; lutaram até ao fim e até à morte. Lá ficou o Senhor Figueiredo, imortalizado pela pena do nosso Escritor, também ele imortal, João de Araújo Correia, como o João dos Óculos, que ganhava a vida a desenhar palavras no chumbo tipográfico. Lá ficou, queimado pelo seu voluntarismo, pela dedicação e amor ao próximo.

Na nossa Região, os Bombeiros Voluntários da Régua sempre foram uma referência. Associação humanitária a dar «vida por vida», num ditame nunca contestado, servindo, sem olhar a quem, nas dificuldades físicas e morais, na vida e na doença, na esperança e na morte. Mais uma vez se comprovara, bem duramente, a tradição e a lenda da sua história.

IV- Conheci-o em Moçambique, para onde fora mobilizado, no ano de sessenta e oito. Mais concretamente, foi em Porto Amélia que começou uma das minhas mais lindas amizades. O Jaime Ferraz Gabão – é dele que se trata – deixara um dia a sua Régua em busca de outros horizontes que lhe desse, e aos seus, novo sentido à vida. Pertenceu a essa plêiade de cabouqueiros que em África assegurou a sobrevivência sem chibatas, antes com suor repartido entre brancos e negros, respeitando as gentes, pois há sempre uma alma para dar a Deus. Ofereceu-me a sua mesa e as suas palavras nas noites em que brilhavam as acácias rubras sob os candeeiros escurecidos pelos mosquitos. Sentia-lhe a saudade pelo regresso, mas, também, receio de um dia ter que abandonar tudo - por pouco que fosse – depois de anos de sacrifício. Colaborámos, na distância – ele há tempos e com melhor saber – nos semanários regionalistas da nossa terra, cada qual na sua independência e companheirismo. Eu regressei e ele ficou.

Um dia abraçámo-nos na Rua dos Camilos. Ele viera nessa leva, inventada por uma qualquer pejorativa mente, de “retornados“. Ainda tentara ficar, mas a onda de oportunismo e adesão cobarde aos valores nunca professados, não lhe sossegavam as entranhas. Chegou de olhos tristes e coração despedaçado. Depois de alguns anos de aptidões reconquistadas, o Jaime adoeceu no corpo, que no espírito nunca sarou. Prolongou a doença o mais que pôde, mas quando ela chegou ao fim não encontrou grande resistência: ele já se cansara de lutar, de andar de abrigo em abrigo em busca da serenidade.
Foi numa tarde de Junho, quando a Régua é um inferno de calor, que ele subiu para o Peso onde descansa eternamente. Foram os nossos bombeiros  que o levaram, associado que era. Atrás, com os seus familiares e amigos, eu recordava-o numa mistura confusa, em que cabiam as memórias dos meus mortos, dos fogos e das cinzas, mas, também os carinhos dispensados aos vivos, ajudando, até, a nascer muitos que perpetuam o nosso mundo.

Agora que vem aí o Verão, estação para algumas descomposturas e traições humanas, ofensivas da natureza e dos socorros dos soldados da paz, que não falte o apoio e a boa fé de quem manda, mesmo neste tempo de desgosto e baixeza moral.

Abril 2011

Nota: Agradecemos ao escritor M. Nogueira Borges, natural do concelho de S. Marta de Penaguião, por ter escrito para o Arquivo dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua este brilhante texto sobre as suas memórias dos bombeiros e, em especial, sobre os da Régua. O nosso muito obrigado por ter evocado factos e figuras que ainda hoje são inesquecíveis na longa história dos Bombeiros da Régua.
- Matéria cedida por M. Nogueira Borges e J. Alfredo Almeida para Escritos do Douro em Maio de 2011. Clique nas imagens ilustrativas do texto acima para ampliar.
== :: ==
Memórias dos Nossos Bombeiros - 1
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 28 de Abril de 2011
(Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
MEMÓRIAS DOS NOSSOS BOMBEIROS
Memórias dos Nossos Bombeiros - 2
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 5 de Maio de 2011
(Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
MEMÓRIAS DOS NOSSOS BOMBEIROS - 2
Transcrito do Blogue "Escritos do Douro"

10/01/08

Escritos do Douro - De Jornada !

(Clique na imagem para ampliar. Imagem criada por Fernando Guichard e que consta da publicação "O Contador de Histórias Dos Jardins Suspensos" de autoria de José Braga-Amaral em primeira edição de 2004 da Associação dos Amigos do Museu do Douro.)
Por ocasião em que se discute o uso oral e escrito da língua portuguesa e se fazem alterações à mesma, lamenta-se que sem ampla discussão popular que envolva a totalidade das nacões que falam a lingua de Camões, o que coloca em dúvida a legitimidade da iniciativa, com seus "defensores" justificando que a simplificação e uniformização linguística favorecem o combate ao analfabetismo(?), transcrevo aqui um conto do médico e escritor duriense João de Araújo Correia, falecido em Dezembro de 1985.
Poderá notar-se ao ler o texto, o quanto a forma de falar e escrever a nossa magnífica lingua portuguesa foi modificada ao longo dos anos e termos/vocábulos seculares vão sendo esquecidos por "falta de uso" ou comodismo simplista destes "novos tempos". Como também notarão certamente, a "imensidão" do mundo para além do Marão, descoberto pelo cinquentão Morgado de Santa Quitéria, em sua primeira viagem à "distante" Lamego, para lá da Régua e do Rio Douro.
Este post é dedicado ainda à memória do prezado e falecido Amigo, Gil Guedes, vereador da Câmara Municipal de Peso da Régua. A ele devo a generosa oferta da publicação "O Mestre de Todos Nós", de onde extraí este conto, quando, hà uns anos atrás, tivemos a alegria de nos reencontrar em nossa cidade-berço, bela e também sempre presente onde quer que estejamos.
DE JORNADA - Por João de Araújo Correia.
Este conto veio de pais a filhos. Conta-se á lareira, todos os invernos, em Trás-os-Montes.
Só acabará quando não houver lareiras nesta província. Nem lareiras, nem lenha que aqueça os narradores.

O Morgado de Santa Quitéria, homem botocudo, abalou da aldeia pela primeira vez, para ir a Lamego, do outro lado do rio, aos cinquenta anos.

Era vulgar, naquele tempo, nascer e viver uma pessoa na concha de uma aldeia. O que não era vulgar era decidir-se um homem aos incómodos duma jornada no limiar da velhice. A ida do Morgado à cidade lendária, com o peso de cinquenta anos em cima dum cavalo, afligiu a família e alvorotou os vizinhos.

O que valeu, para sossego da Senhora Morgada, foi a confiança que tinha no cavalo e no arrieiro - envelhecidos em casa, à manjadoira e na cozinha, sem desgosto de categoria. Conheciam, melhor do que ela e o marido, o estirado caminho da cidade, aonde iam, pela carne e pelo trigo, todas as semanas.

Mesmo assim, a Senhora Morgada responsou o marido a Santo António - não fosse o inimigo, oculto em alguma brenha, empecer-lhe a viagem. Têm-se visto exemplos... Ao Morgado, homem mazombo, é que não ocorreu ideia de perigo. Benzeu-se, por se benzer, picou o burro e despediu - com arreiro à frente a romper caminho. Bem precisava de o romper, que a manhã inda não era clara.

Passado o horizonte de Santa Quitéria, deparou-se ao Morgado, pela primeira vez, a serra do Marão - safira lapidada a preceito pelo melhor joalheiro. Sobressaía de uma série de largas cumiadas.

- Aquilo é que é o Marão?, perguntou o Morgado ao companheiro. Bem se diz lá que não dá palha nem grão. Que há-de aquilo dar?

Foi esta a observação que o Morgado de Santa Quitéria fez ao arrieiro ao encarar o Marão pela primeira vez.

Se o Morgado de Santa Quitéria fosse poeta, diria ao arrieiro mais alguma coisa ou não diria nada. Certo e sabido é que chocaria um poema ou criaria um mito - o casamento de Apolo, ainda inocente, com uma serra virgem.

O Morgado não era poeta nem para aí caminhava. Quando, de cima do cavalo, à sua mão direita, lhe apareceu o fundo vale do Tanha, com povoações ainda adormecidas, perguntou ao criado:

- Olha lá, Manuel, qual destes povos é então a cidade?

- Não é nenhum, por enquanto... Saberá Vossa Excelência que esta pinhoca de casas, que parece feita á navalha, com ruas do lá vem um tão direitas como se as tirassem por pautas, é a Persegueda. Mais adiante, onde está a igreja, ao pé do rio, é Vilarinho. Além, é Alvações... de Tanha, que há outra Alvações. Mas nenhum é a cidade. Daqui lá...

Calou-se o fidalgo. Foram descendo, vagarosamente, para o rio Corgo. No lugar das Paredes, amo e criado tiraram o chapéu à porta duma capelinha.

- Manuel!, berrou o fidalgo.

- Senhor!

- Não é nada... No primeiro repente, ao ver esta capela, tão asseada, ao cimo desta rua, pensei que fosse já a cidade, como quem diz: a Sé. Tenho ouvido dizer, lá em casa, que há uma Sé na cidade.

- Pois, sim, fidalgo, mas, daqui lá, morre a burra e quem na tange.

Ao atravessarem o Corgo, na união deste rio com o rio Douro, receou o fidalgo afogar-se, vendo a àgua humedecer, a pouco e pouco, as pernas do cavalo. O arrieiro, de cima das poldras, sossegou-o, dizendo:

- Não tenha medo, fidalgo, que ele está afeito...

Livres da água, perguntou o fidalgo:

- Qual dos dois, afinal, é que é o Douro? O gordo ou o magro?

- É o gordo, fidalgo. O magro chama-se Corgo.

Na Régua, pequena vila como era então, quis o fidalgo, à fina força, ver a cidade. Tanto comércio, tanto carro de bois, tanta pipa, tanto sal, tanta barrica de sardinha salgada... deram-lhe volta ao miolo.

- Tira-me daqui, Manuel, que já estou arrependido de ter saído de casa. Para que é tanta pipa?

Cruzaram o ventre do rio Douro na Barca. A proa, como um cutelo alceiro, rasgou, de baixo para cima, a corrente do ponto do Clérigo. O fidalgo, de pé sobre o remoinho bulhento, manteve-se impávido. Subiu-lhe à carranca o doairo dum navegador.

Do outro lado do rio, na subida de Cambres, parou o cavalo e pôs-se a olhar para todas as bandas. Pareceu-lhe que as montanhas, como grandes meninas, dançavam de roda, acenando-lhe com lenços brancos. Sentiu-se estonteado.

- Olha, Manuel, estou a ver que malho do cavalo abaixo!

- Agora malha, fidalgo! Tenha mão...

Passante a Bugalheira, deram de costas ao rio Douro - parado, ao sol da manhã alta, como jibóia empanturrada. Faíscava.

- Manuel, cismou o fidalgo, nunca pensei que o rio Douro fosse tamanho lontro.

Chegados a Portelo, diz o fidalgo:

- Graças a Deus, que sempre chegámos...

- Inda não, fidalgo! Inda havemos de passar pelo Relógio de Sol. Depois... falaremos.

Amuou o fidalgo. Mas, reagiu... Endireitou, no selim, o corpo de atleta. Olhou para longe, para as encostas de Trás-os-Montes. Aqui e além, relampejavam aldeias.

- Disseste aí, Manuel, que havemos de passar pelo Relógio de Sol... Meu Deus! Nunca pensei que o mundo fosse tão grande!

Ponham os olhos neste morgado os que almoçam em Lisboa e jantam em Paris, acham o mundo pequeno e querem ir à Lua procurar o espaço.
.
Livro: "O Mestre de Nós Todos", Antologia de João de Araújo Correia;
Autor: João de Araújo Correia;

Organização: José Braga Amaral;
Patrocínio: Câmara Municipal do Peso da Régua;
Direção gráfica e capa: Loja das Ideias;
Impressão: Papelmunde, SMG, Lda. - V. N. Famalicão;
1.ª edição: Dezembro de 1999;

Depósito legal: 144936/99;
Colecção: Campo da Literatura - 33
CAMPO DAS LETRAS - editores, S. A., 1999
Rua D. Manuel II, 33-5.º - 4050-345 Porto

  • Extraído do blogue "Escritos do Douro" - Aqui!


  • Acordo Ortográfico - o que é que muda? - Aqui!

8/08/08

Se vai a Portugal, conheça o Douro e as festas da Senhora do Socorro na cidade da Régua

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui)
.
Portugal transfigura-se no verão. Festas e romarias acontecem por todos os recantos atravessando as tardes longas e entrando pelas noites quentes apinhadas de povo local e do que vem do estrangeiro em busca da alegria do folclore, dos sabores da gastronomia tradicional, dos sons da religiosidade e do Portugal que vive em seus corações... E, na cidade capital da vinha e do vinho do Porto - a bela Peso da Régua, localizada no coração do Douro onde contempla, espreguiçada no vale às margens do rio Douro as encostas repletas de vinhedos, também é hora de festa e alegria... a alegria das Festas de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ou Festas do Socorro, Senhora do mundo e padroeira também desta cidade do Portugal de nossas raízes.
Do portal do Município do Peso da Régua, transcrevo, quase como um convite para que vá até à Régua, se porventura passar ou estiver em Portugal:
.
5 de Agosto de 2008 - Festa de Nossa Senhora do Socorro afirma-se na Região e no País – de 01 a 16 de Agosto.
02 de Agosto marca o início da edição de 2008 da Festa de Nossa Senhora do Socorro /Festa do Douro, com a realização do Festival Internacional de Folclore, na Alameda dos Capitães. Uma organização em parceria do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Godim com a Comissão de Festas.
Presentes neste Festival Internacional de Folclore estiveram, além do Rancho Folclórico anfitrião, o Rancho Folclórico de Alvarelhos – Trofa; o Rancho Folclórico de S. Pedro de Roriz – St.º Tirso; o Rancho Folclórico de Sta. Maria de Cárquere – Resende e o Grupo de Cantares e Danças de St.ª Cruz de Riba Tâmega.
O Festival Internacional de Folclore tem vindo a afirmar-se de ano para ano, sendo, nesta altura, uma mostra excelente das tradições ligadas à vinha e ao vinho e que nos identificam como povo.
Segue-se o Festival da Francesinha, com destaque para os concertos de Mónica Sintra – dia 7; Jorge Palma – dia 8; Cristiane Sollari – dia 9 e Da Weasel – dia 10. De salientar, o local de realização desta iniciativa – Parque Multiusos, uma aposta do Município com vista à melhoria da qualidade de vida dos Reguenses, assente na requalificação urbana. A entrada é gratuita em todos os concertos.
Nesta altura, falta ainda intervir no parque de estacionamento contíguo (vulgo parque de estacionamento da Sirius), com o objectivo de o modernizar, tornando-o mais funcional para os seus utentes, melhorando, dessa forma, a qualidade do estacionamento no centro da cidade, articulando-se, assim, funcionalmente os dois espaços, dotando-o de unidade.
Além de ser uma mais-valia no que concerne à organização da Festa de Nossa Senhora do Socorro, o parque multiusos é a solução para o problema da feira semanal, dividida por três locais, desde 1999.
O conceito geral desta intervenção é a reabilitação de uma zona central, aproveitando os espaços para usufruto da população, contribuindo para minorar alguns problemas estruturais da cidade, dando-lhe uma nova vida. O investimento global é de cerca de 600 mil euros.
No dia 9, pelo terceiro ano consecutivo, realizar-se-á a 3.ª Prova de Perícia Nossa Senhora do Socorro. A primeira fase tem arranque marcado para as 18H00 e a segunda para as 21H00, na Rotunda do Tondela.
Igualmente pelo terceiro ano consecutivo, realizar-se-á no dia 10, a Corrida de Automóveis (madeira/rolamentos). O início está marcado para as 14H30. O percurso será entre a Igreja de S. José de Godim e a Escola E.B. 2,3.
No dia 11, a emblemática zona histórica do Peso receberá a Sessão de Fados, com início previsto para as 22H30, na Igreja Matriz e às 23H30, no Largo do Eirô.
O espectáculo de Stunt Riding, com piloto Paulo Matias é a proposta para o dia 12. Agendado para as 22H00, o espaço de eleição é a Avenida do Douro.
O dia 13 de Agosto reserva uma surpresa para os milhares de pessoas que tradicionalmente acorrem a Peso da Régua. A Comissão de Festas aposta numa alteração ao modelo tradicional da marcha luminosa, para que o programa seja enriquecido e as pessoas se identifiquem cada vez mais com a Festa de Nossa Senhora do Socorro.
O desfile do dia 13 terá a participação de várias fanfarras de Bombeiros Voluntários, grupos de bombos, animação de rua e samba. A dar início e a fazer o encerramento do mesmo, os tradicionais carros alegóricos.
O desfile terá início no largo da CP, seguindo pela Av.ª da Galiza, Av.ª João Franco, Av.ª de Ovar, terminando na Av.ª do Douro.
14, 15 e 16 são os principais dias da festividade que trás até Peso da Régua cada vez mais pessoas. A aposta da Comissão de Festas e do Município é na qualidade do programa que apesar de tradicional, surge anualmente renovado, com vista a aumentar a sua atractividade.
No dia 14, destaque para o arraial do Peso, com a participação, a partir das 02H00, do Quim Barreiros.
Os dias 15 e 16 ficarão marcados pela majestosa Procissão do Triunfo e pelos arraiais do rio.
A Comissão de Festas e o Município do Peso da Régua convidam-no a visitar Peso da Régua e a participar na Festa de Nossa Senhora do Socorro / Festa do Douro.
.
Do blogue "Escritos do Douro"
















































Clique no "player" e escute Chula de Pias ou Régua Cidade Graciosa.
Se deseja repetir as músicas é só clicar em ">" dos mini-player acima. Informamos que o player não funciona com navegador "Firefox".
(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" a rádio "ForEver PEMBA.FM". O player localiza-se no menu deste blogue, lado direito.)
  • Portugal - Douro - Peso da Régua - Aqui!
  • Câmara Municipal do Peso da Régua - Aqui!
  • Biblioteca Municipal do Peso da Régua - Aqui!

7/27/08

Em Portugal, A Ministra da Saúde descobriu que: Saúde vai atravessar período "muito crítico"...

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui - Portugal-Douro-Peso da Régua - Foto de J. L. Gabão)
.
Transcrevo abaixo, texto do Correio da Manhã, contrapondo entretanto à afirmação da titular da pasta da Saúde em Portugal que afirma a Saúde em Portugal "vai atravessar período muito crítico":
- Sra. Ministra, a Saúde em Portugal não vai, já está a atravessar um período tremendamente crítico e lastimável! Será que não dá para notar?
.
A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou que Portugal vai passar por um período “muito crítico”, dentro de três ou quatro anos, devido à falta de médicos.
No final da reunião de Conselho de Ministros, Ana Jorge, disse que não é possível prever quando é que Portugal vai poder resolver o problema da falta de médicos, sobretudo de família.
“O número de médicos que têm vindo a ser formados aumentou em cerca de 500 por ano, mas ainda é insuficiente para podermos atribuir médicos de família a todos os portugueses”.
Ainda segundo a ministra, “Portugal tem uma carência muito grande não só de médicos de família, como também em áreas de especialidade como urologia, obstetrícia, pediatria e anestesia”.
“Precisamos de mais médicos ainda nos próximos 10 a 15 anos”.
Dados apresentados pelo ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, indicam que em 2008, existirão 1.614 vagas para os cursos de Medicina.

6/12/08

Peso da Régua - Capital da vinha e do vinho do Porto em Portugal.

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui)
.
Este ventinho que corre
vem da terra do meu bem...
se me trazes soidades,
pega-as lá, leva-as também.
(Grande Cancioneiro do Alto Douro - Aqui!)
.
No calor de noites tropicais nossa memória calcorreia e lê caminhos de vida acontecida, reavivando locais, personagens, histórias, capítulos e entrelinhas de um tempo teimosamente inesgotável, arrumado carinhosamente em amplas e amadurecidas estantes da insondável e sábia biblioteca do agora... No recôndito calmo e ponderado dessas noites suaves de um estio permanente, a bússola saudade carregada de magnetismo, orienta o imaginário para campos e serras de nossas raízes, alimentando a vontade crescente de manifestar por alguma forma, que o tempo e a vida, o silêncio e a distância, jamais tolherão o reconhecer de onde partimos e o bem-querer a nossas origens...
J. L. Gabão - Fev. 2001
  • A bela cidade do Peso da Régua, o Douro das vinhas, do céu azul, das cerejas maduras, das amendoeiras em flôr, do vinho do Porto... - Aqui; Aqui; Aqui e Aqui !
  • 104 fotos recentes da cidade do Peso da Régua - Aqui !
  • Grande Cancioneiro do Alto Douro por Altino Moreira Cardoso - Aqui !

1/11/08

Ronda pela net - A Régua de minhas raízes tem nova rádio FM...

Escute aqui e aproveite para fazer uma visita à bela capital da vinha e do vinho do Porto lá pelo Douro de Portugal aqui:
Peso da Régua na net - http://paginas.terra.com.br/turismo/pesodaregua/