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1/05/14

Eusébio, o 'Pantera Negra', morre aos 71 anos

Eusébio, a 'Pantera Negra', a lenda do futebol português, morreu na madrugada de hoje, aos 71 anos. In "Notícias ao Minuto".

Eusébio da Silva Ferreira, o ‘Pantera Negra’, nascido em Lourenço Marques (atual Maputo, em Moçambique), a 25 de Janeiro de 1942, parte assim, a uns dias de completar 72 anos.

Fonte do Benfica adiantou que Eusébio morreu às 4h30 da madrugada de hoje, vítima de paragem cardiorrespiratória.

A lenda do futebol português, considerado por muitos um dos melhores futebolistas de todos os tempos, sempre teve várias complicações de saúde, principalmente problemas cardíacos. Em junho de 2012 esteve internado no Hospital da Luz, na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu na Polónia.

Eusébio estava em Poznan a acompanhar a seleção nacional durante o Campeonato da Europa de futebol, quando se sentiu mal e foi internado num hospital daquela cidade polaca.

O perfil de um campeão português

O futebol nos pés de Eusébio começou ainda menino, quando aos 15 anos jogava no "Os Brasileiros Futebol Clube", em Moçambique.

Foi uma passagem curta na vida de Eusébio, que depois de não passar nos testes para o Desportivo de Lourenço Marques, filial do Benfica no seu país de origem, representou o Sporting de Lourenço Marques, onde se começou a distinguir.

As notícias que chegavam à metrópole davam conta das qualidades do jogador e o brasileiro Bauer 'aconselhou' Eusébio a Bella Guttman, alertando o treinador para as qualidades daquele miúdo.

A década de 1960 estava a despontar e Benfica e Sporting envolveram-se numa disputa pelos serviços do 'Pantera Negra': as 'águias' comprometeram-se com a mãe de Eusébio, D. Elisa, e o Sporting com o clube.

O processo demorou a clarificar-se e Eusébio, que chegou a Lisboa em dezembro de 1960 com o nome de código Ruth, apenas viria a estrear-se pelo Benfica em maio de 1961.

Foi o princípio de tudo: uma carreira ímpar, com sucessos, prestígio, lesões, notoriedade e um nome que se transformou numa verdadeira marca, fosse ao serviço do Benfica ou da seleção, com a qual se estrearia em 08 de outubro de 1961.

No Benfica, acabado de se sagrar campeão europeu, Eusébio assumiu papel fundamental no último ano do treinador húngaro.

As 'águias' tinham acabado de alcançar o seu primeiro título europeu e já todos os consagrados (José Águas, Germano, Mário Coluna ou José Augusto) comentavam sobre quem sairia da equipa que derrotara o FC Barcelona (3-2) na final para Eusébio entrar. A rifa saiu a Santana.

O reinado do argentino Alfredo di Stefano (Real Madrid), um dos ídolos do próprio Eusébio, estava perto do fim e uma nova estrela surgia nos relvados, rivalizando com jogadores como Pelé, Puskas, Bobby Charlton ou Beckenbauer, e mais tarde, Johan Cruyff.

Explosão ou velocidade eram características normais em Eusébio, mas sob a sua chancela fica a excelência do remate: de qualquer ângulo, forte, colocado, em sucessivas imagens de corpo dobrado prestes a afligir os guarda-redes contrários.

Na final da Taça dos Campeões Europeus de 1962, o Real Madrid até esteve a vencer por 2-0, mas na noite dos pontapés de longe, mais de metade dos golos resultaram de remates de fora de área, Eusébio brilhou, pese embora o 'hat-trick' de Puskas.

A fama estava a caminho e o 'Pantera Negra' fez não só parte de um Benfica qual águia imperial na década de 1960 - cinco finais dos Campeões Europeus, duas ganhas e três perdidas -, mas de uma seleção 'gigante' no Mundial de 1966, em Inglaterra.

Na estreia de Portugal em campeonatos do Mundo, Eusébio foi um dos grandes responsáveis pelo terceiro lugar, ganhando o troféu destinado ao melhor marcador (nove golos) e sendo considerado por muitos o melhor futebolista da competição.

Na memória de todos ficaram os quartos-de-final com a Coreia do Norte, com Portugal a perder por 3-0 aos 25 minutos, naquele que Eusébio define como "o melhor jogo com a camisola da seleção e um dos melhores" da sua vida.

"Sempre acreditei e disse ao Simões que íamos ganhar. Falei com o Coluna para aguentar a defesa e não sofrermos mais golos".

A partir dos 27 minutos, Eusébio arrancou para uma das melhores exibições individuais da história do futebol: virou o resultado com quatro golos (4-3) e José Augusto ainda fez o quinto para Portugal.

Do primeiro Mundial de Portugal também permanece a imagem de Eusébio a chorar, depois de perder a meia-final frente à seleção da casa, a Inglaterra (2-1), numa carreira pela equipa das 'quinas' em que disputou 64 jogos e marcou 41 golos.

Com o Benfica, o 'King', nome que também passou a ser dado a Eusébio após a Puma ter criado umas botas de homenagem ao jogador, foi 11 vezes campeão nacional, ganhou cinco Taças de Portugal e foi campeão europeu (1961/62).

Até há pouco tempo, e antes do surgimento de jogadores como Luís Figo ou Cristiano Ronaldo (outros nomes grandes de tempos mais recentes), o currículo de Eusébio não tinha rival à altura entre os jogadores portugueses.

O 'Pantera Negra' foi sete vezes o melhor marcador do campeonato português (1963/4, 1964/5, 1965/6, 1966/7, 1967/8, 1969/70 e 1972/73), duas vezes o melhor marcador europeu (1967/8 e 1972/73) e uma vez eleito melhor futebolista Europeu.

Na fase final da carreira passou por outros clubes (Rhode Island, Boston, Monterrey, Beira-Mar, Toronto Metros, Las Vegas, New Jersey Americans e União Tomar), mas a possibilidade de emigrar em pleno auge foi 'vetada' no final da década de 1960.

O Inter de Milão cobiçava Eusébio e rezam as crónicas que oferecia três milhões de dólares (então cerca de 450.000 euros), mas o negócio nunca se chegaria a realizar: uns dizem que a Itália fechara as fronteiras a jogadores estrangeiros, outros que Salazar impediu a transferência.

Além dos golos e jogadas de génio, a carreira de Eusébio foi também marcada pelos sacrifícios impostos pelas várias lesões sofridas, que o levaram sete vezes à sala de operações para intervenções cirúrgicas aos joelhos, seis das quais ao esquerdo.

Hoje, Eusébio continua a ser nome de referência no Benfica e um embaixador da seleção portuguesa, mas a sua importância e mediatismo extravasou o mundo desportivo, tornando-o num autêntico símbolo.

Eusébio recebeu várias distinções nacionais e estrangeiras ao longo da vida, entre elas os colares de Mérito Desportivo (1981) e de Honra ao Mérito Desportivo (1990), além da "Águia de Ouro", o mais alto galardão do Benfica, em 1982.

Do desporto às artes, Eusébio viu a sua imagem inspirar cronistas, realizadores, bandas de música, escultores ou outros criativos.

Uma banda desenhada - Eusébio, o Pantera Negra (de Eugénio Silva) -, uma minissérie, da autoria de Manuel Arouca, uma estátua no Estádio da Luz e uma réplica em Boston, o nome de um avião da TAP e o nome de uma lontra no Oceanário são exemplos.

Eusébio também se 'transformou' em boneco no já extinto programa humorístico televisivo 'Contrainformação', onde tinha o nome de Deusébio.


O antigo jogador tem também o nome em ruas de várias localidades, na galeria da fama em Manchester, em Inglaterra, ou as pegadas no cimento da calçada da fama do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, em iniciativas que prolongam no tempo um futebolista de exceção.

  • No blogue ForEver PEMBA em 14 de JUnho de 2009 - Ronda pela net: Jornalismo brasileiro relembra o Moçambicano Eusébio - Pantera Negra...:
Transcrevo pela dimensão deste ídolo, grandioso e ao mesmo tempo simples que faz parte das memórias de nossa adolescência.

Por mérito, continua a ser, para mim e muitos de nós, o NÙMERO UM do desporto português, moçambicano e além fronteiras. Tanto é assim que o brasileiro GloboEsporte.com dedica-lhe reportagem neste dia 14 de Junho.
Aqui fica, com a devida vénia à "Globo", porque vale a pena ler e é homenagem a este gigante do futebol luso-africano que sempre recordaremos, gratos por todas as alegrias que nos fez viver:


""Amigos do Pantera Negra relembram histórico do maior craque do futebol português e revelam que apelido do jogador quando criança era 'Didi'. - Eusébio conseguiu reconhecimento internacional e títulos jogando pelo Benfica e pela seleção portuguesa durante as décadas de 60 e 70, mas a glória é compartilhada pelo povo de Moçambique, terra natal do craque, que reencontram o ídolo que costuma fazer visitas freqüentes aos amigos.


- Ele vem sempre aqui. A última vez foi em janeiro e quando chega é aquela festa. Ele jogava com os dois pés, corria muito e, tecnicamente, era o melhor. Tinha um chute mortífero impressionante. A qualquer distância o “gajo” marcava. - contou Bessa, ex-companheiro de Eusébio no Sporting do Moçambique no começo da década de 60. Segundo ele, Eusébio - que nasceu no dia 25 de janeiro de 1942 quando Moçambique era ainda uma colônia portuguesa - está no mesmo patamar que Pelé e Maradona. - Se for para citar outros grandes comparados a ele, lembro apenas desses dois.


Guerra complica o futebol no Moçambique - Além do Sporting do Moçambique, o companheiro de Eusébio jogou em grandes clubes do país como o Textáfrica e Ferroviário na época em que o futebol tinha uma exposição muito maior. Hoje, a paixão dos moçambicanos permanece, mas o esporte ainda se reergue, junto com todo o país que ficou em ruínas com a guerra civil (1976/1992).


- A guerra atrasou muito o nosso país. Não podíamos viajar, jogar, disputar torneios por conta dos conflitos - conta Bessa. Nessa época, Eusébio já estava bem longe e quase pendurando as chuteiras (1979) após, entre muitas conquistas, ser considerado o melhor jogador do Mundial de 1966. Atualmente, 17 anos após o término do conflito, o esporte caminha para o crescimento.


- Acho que o futebol moçambicano está melhorando. Muitos jogadores vão para o exterior e adquirem mais experiência. O Dominguez, por exemplo, é um deles - afirmou Bessa sobre o jogador que está no futebol sul-africano.


“Os Brasileiros”, o primeiro time de Eusébio - Natural de Maputo, Eusébio começou a dar seus primeiros dribles no bairro de Mafalala, região bem pobre, a cerca de 15 minutos do centro da capital (que na época, ainda se chamava Lourenço Marques).


- Ele praticamente nasceu jogando bola. Quantas vezes deixava de ir ao colégio só para jogar futebol! Era uma ligação impressionante! Eusébio sempre foi simples, uma pessoa muito boa e um fenômeno nos gramados – afirmou Alfredo da Silva, amigo de infância de Eusébio que serviu como guia da reportagem do GLOBOESPORTE.COM em Mafalala. A primeira equipe de Eusébio foi um time amador de garotos que tinha um nome bastante sugestivo: “Os Brasileiros”. Cada jogador tinha um apelido que se referia a algum jogador canarinho da época. Eusébio, por exemplo, foi apelidado de Didi.""
- GloboEsporte.com, 14 de Junho de 2009, 10h05.
  • Eusébio da Silva Ferreira - Aqui!
  • Bessa, amigo de Eusébio, mostra fotos antigas do eterno craque do Benfica - Aqui!
  • Alfredo, outro amigo de infância de Eusébio - Aqui!
  • FOTO: Eusébio tira ‘casquinha’ da taça - Aqui!
  • Em Roma, Eusébio lembra rivalidade com Pelé ao comparar Messi e C. Ronaldo - Aqui!
Clique na imagem para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue ForEver PEMBA. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

12/31/13

Que venha 2014 ... !

Clique na imagem para ampliar. Imagens da net e texto de J. L. Gabão. Este artigo pertence ao blogue ForEver PEMBA. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores.

6/12/08

Peso da Régua - Capital da vinha e do vinho do Porto em Portugal.

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui)
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Este ventinho que corre
vem da terra do meu bem...
se me trazes soidades,
pega-as lá, leva-as também.
(Grande Cancioneiro do Alto Douro - Aqui!)
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No calor de noites tropicais nossa memória calcorreia e lê caminhos de vida acontecida, reavivando locais, personagens, histórias, capítulos e entrelinhas de um tempo teimosamente inesgotável, arrumado carinhosamente em amplas e amadurecidas estantes da insondável e sábia biblioteca do agora... No recôndito calmo e ponderado dessas noites suaves de um estio permanente, a bússola saudade carregada de magnetismo, orienta o imaginário para campos e serras de nossas raízes, alimentando a vontade crescente de manifestar por alguma forma, que o tempo e a vida, o silêncio e a distância, jamais tolherão o reconhecer de onde partimos e o bem-querer a nossas origens...
J. L. Gabão - Fev. 2001
  • A bela cidade do Peso da Régua, o Douro das vinhas, do céu azul, das cerejas maduras, das amendoeiras em flôr, do vinho do Porto... - Aqui; Aqui; Aqui e Aqui !
  • 104 fotos recentes da cidade do Peso da Régua - Aqui !
  • Grande Cancioneiro do Alto Douro por Altino Moreira Cardoso - Aqui !

6/01/08

Diversificando - Barqueiros de Portugal

(Imagem original daqui! Clique na imagem para ampliar)
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Por terras de Vera Cruz também se fala e lê o Douro do barco rabelo, dos barqueiros de Portugal, do rio Douro sem igual que corta vinhedos e descobre encantos sonhados e do Portugal hospitaleiro de nossas saudades... Desse belo, terno e perene Portugal-Douro que péssimos políticos atormentam...maltratam. Por isso, e para amenizar a "ressaca" do regresso, transcrevo:
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“Barqueiros de Portugal”
P
rovavelmente pouca gente sabe a origem desse nome: BAQUEIROS DE PORTUGAL, mas, eram aqueles que lidavam com a faina nos barcos rabelos, que existiram até a década de 50 do século passado, embora já existisse a famosa ferrovia.Esses barcos rabelos foram por séculos a fora, a grande via de comunicação no Rio Douro, do interior com o litoral, posto que, era a única via fluvial navegável na região de Trás-os-Montes, que atravessava em todo norte de Portugal.Muita dificuldade existia para a subida do Rio Douro, os barcos eram conduzidos pelos ventos e nas calmarias muitas vezes eram obrigados a serem puxados pelas margens do rio, por uma junta de bois e puxados pelos próprios marinheiros, que eram verdadeiros heróis e nas descidas eram tocados pelos remos e pela corrente natural do rio.A primeira freguesia quando se sobe o Rio Douro é "Barqueiros", fazendo juz ao nome mostrado, sendo uma aldeia que, era um pouco diferenciada das outras, pelas suas características de sua cultura, pelo seu linguajar. Neste povo de Barqueiros, existiu um Grupo Folclórico de nome "Chula de Barqueiros", que com uma música folclórica do próprio nome "Chula Rabela de Barqueiros", uma das mais bonitas chulas portuguesas e cantada e dançada muito em Portugal e mormente aqui no Brasil, nas maravilhosas Casas de Folclore lusitano.Barqueiros, fica na região de MESÃO FRIO, sendo o qual de uma importância magistral na economia lusitana, uma vez que, é de sua região que vem famosos vinhos maduros, e hoje em dia toda a produção vinícula é coordenada por uma Cooperativa dos próprios vinicultores e no próprio rio já foi construído um cais. Nessa região também fica a cidade de "Pêso da Régua", e ali no século 17, o Rei de Portugal mandou plantar videiras de melhor qualidade, porque é uma região sêca, e surgiu o famoso "VINHO DO PORTO", o qual era transportado pelo Rio Douro para a cidade do Porto, e eram os famosos "Barqueiros" que em tonéis levavam o vinho pelas "barcaças".Do Vale de Mesão Frio, pois que tem uma posição estratégica, tornou-se o ponto de passagem obrigatória para quem se dirige do Douro Litoral ou Minho para o Alto Douro e as Beiras, sendo que a Portela de Padre Teixeira é a garganta mais baixa da Serra do Marão, que permite o acesso natural ao vale do Douro.Mesão Frio é uma das vilas mais velhas de Portugal, recebeu o foral de "Afonso Henriques" datado do troncoso, e conta-se que em séculos passados a rainha Dona Mafalda tentou construir uma ponte sobre o Rio Douro, perto da Aldeia de Barqueiros, num lugar chamado de Bernardo, mas com sua morte prematura o projeto ficou abandonado e por muito tempo as ruínas foram vistas, todavia, hoje com a barragem do rio ficaram as ruínas sepultadas.A demarcação da região dos vinhos finos foi feita pelo Marquês de Pombal e teve início em 1757 por Barqueiros, Vila Marim e Cidadelhe, todas freguesias do Concelho. Portanto, como vemos muito progresso foi ditado pelos famos "BARQUEIROS", que de geração em geração transmitiam as suas técnicas de viagens, e com barcaças levavam os produtos e vinhos para a ciade do Porto e foram grandes esteios do progresso do nosso QUERIDO E ETERNO PORTUGAL.
Adriano Costa Filho - Sexta-feira 30 MAI 08 - Mundo Lusiada OnLine.
(Adriano da Costa Filho, Diretor Administrativo da Federação Paulista de Tênis, Membro da Casa do Poeta de SP, Membro do Movimento Poético Nacional, Membro da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Membro da Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Honra Meritória,da Soberana Ordem Internacional do Mérito Desportivo e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.)
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4/11/08

Ecos da Imprensa lusa - Portugal/Brasil: Desinteresse brasileiro em investir e comprar em terras portuguesas...

Portugal/Brasil: Desinteresse brasileiro em investir e comprar em terras portuguesas frustra empresários e diplomatas.
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Lisboa, 10 Abr (Lusa) - O aparente desinteresse do Brasil em investir e comprar em Portugal produtos em maior quantidade e de maior valor, apesar dos apelos e esforços oficiais, deixa insatisfeitos diplomatas e empresários dos dois países, que ainda assim continuam optimistas.
Depois de o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, ter qualificado de "confrangedora" a "incapacidade de alargar o leque de exportações" portuguesas para o Brasil durante o Colóquio "1808-2008 E o Futuro das Relações Económicas Portugal/Brasil", Luiz Felipe Lampreia - embaixador brasileiro em Lisboa e actual administrador da Partex (Gulbenkian) - assumiu-se como pessimista, afirmando que tal "dificilmente vai mudar".
"O Brasil é um importador considerável, mas o que constitui a parte mais importante das importações são as mercadorias como o trigo e o petróleo, e também bens duráveis como máquinas e equipamentos que Portugal não produz", disse o embaixador, que actualmente é também conselheiro do grupo EDP no Brasil, depois de ter recentemente deixado a adminstração do grupo Sonae.
Até porque a China se assume cada vez mais como importante fornecedor do Brasil, Lampreia considera improvável um reforço da componente tecnológica na composição das exportações portuguesas - hoje praticamente circunscritas a vinho, azeite, bacalhau e outros chamados "produtos da saudade", populares junto da grande comunidade portuguesa no país sul-americano.
Já quanto aos investimentos no Brasil, Lampreia mostra-se mais optimista, tendo em conta o actual cenário de estabilidade macroeconómica no país, crescimento da economomia e as importantes descobertas petrolíferas, que envolvem a Galp Energia e cuja produção vai implicar importante dispêndio, uma vez que as reservas estão a grande profundidade e longe da costa.
"As empresas portuguesas estão bem situadas [no desenvolvimento do sector petrolífero brasileiro], fazendo parte de sociedades que exploram blocos de petróleo. E vão poder associar-se a esta expansão", disse Luiz Felipe Lampreia.
Quanto ao investimento brasileiro em Portugal, "é uma desilusão para todos a falta de interesse dos empresários brasileiros", que não parecem interessados em utilizar o país como uma "rampa de lançamento" para a União Europeia, conforme tem sido proclamado nos últimos anos a nível oficial, assumiu o embaixador Francisco Seixas da Costa.
Isto, referiu, apesar de algumas excepções - nomeadamente da Embraer, que comprou a OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, e da CSN, que controla a Lusosider, mas que ainda assim colocou travão a um volumoso investimento de expansão que tinha previsto em Portugal.
O embaixador brasileiro em Lisboa, Celso Vieira de Souza, mostra-se optimista quanto ao cenário do investimento, mas assume que no comércio externo tem havido nos dois países uma "incapacidade de diversificar" a composição das exportações.
"Cabe aos governos incentivar a vinda de delegações comerciais e promover o fortalecimento das relações económicas e comerciais", defendeu o embaixador brasileiro.
Antes, já o presidente da AICEP Portugal Global, o também embaixador Basílio Horta, havia afirmado "não se resignar aos valores" do comércio bilateral e investimento, "principalmente nesta fase", em que o Brasil está "em posição ascendente na cena económica mundial".
"Os números dão uma noção de um potencial de melhoria claro", com "o investimento brasileiro muito aquém das potencialidades", e Portugal "não se revendo" na composição das exportações para a maior economia sul-americana, sobretudo de produtos tradicionais.
Também para Ricardo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo (BES), "há um potencial colossal a aproveitar" nas relações económicas bilaterais.
Exemplo disto, referiu, é a inexistência de um fluxo turístico significativo do Brasil para Portugal, apesar de os portugueses estarem entre os maiores visitantes do país sul-americano, e de a TAP ter um papel preponderante nas ligações entre os dois continentes.
O investimento brasileiro em Portugal é historicamente pouco significativo, e, no ano passado, ficou-se pelos 92 milhões de euros, a 19ª posição no fluxo de investimento directo estrangeiro total em Portugal, enquanto que Portugal foi o primeiro investidor estrangeiro no Brasil entre 1998 e 2000, e em 2006 e 2007 ocupou a 5ª posição.
As exportações portuguesas têm vindo a crescer, mas a balança é ainda largamente favorável ao Brasil, e o perfil dos produtos vendidos é considerado ainda tradicional.
RTP.pt - © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008-04-10 16:55:01

4/04/08

Ronda pela net - Campos de reeducação: O silêncio cúmplice de Cavaco Silva...

Por José Pinto de Sá no blog "2+2=5" de 04/04/08, publicado por Armando Rocheteau às 21:12:
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De visita a Moçambique, Cavaco Silva perdeu uma excelente oportunidade de servir para alguma coisa. Além de descomprometido com a “esquerda”, tinha ainda a vantagem de ter pela frente a pessoa certa para tratar de um assunto que há décadas ensombra a história conjunta de Moçambique e de Portugal, a tal história do “cheiro a terra molhada e a temperos exóticos” (traduza-se: cheiro a cadáver e a trampa em geral). O dito assunto (os campos de reeducação, lembram-se?) é um dossier que continua por fechar. Aliás, continua por abrir. Cavaco podia tê-lo feito agora, é só lhe ficava bem. Teria dado uma excelente lição aos seus predecessores de esquerda. Mas não. Faltaram-lhe tomates, ou interesse, ou vontade política. Sucede que houve Operação Produção. Sucede que milhares de moçambicanos foram detidos e degredados sem qualquer julgamento. Sucede que na onda foram também muitos portugueses, e que, até hoje, nunca houve um sinal de arrependimento, um pedido de desculpas, ou uma reabilitação pública, já para não falar de indemnizações mais que justificadas. Armando Guebuza, actualmente Presidente da República de Moçambique, era na altura ministro do Interior, e foi o mentor do cambódjico processo, responsável directo por milhares de detenções sem culpa formada, e, pelo menos, centenas de mortes. Quer dizer: a pessoa certa para reabrir os arquivos, e informar de uma vez por todas quantos portugueses foram na leva, quais os seus nomes, qual o destino que tiveram, e, na pior das hipóteses, onde param os seus ossos. É chato, é macabro, mas há famílias e amigos que gostariam de ver este assunto arrumado. Pela minha parte, exijo a reabilitação da memória do anti-fascista e anti-colonialista português Virgílio David da Silva Faustino, meu grande amigo e companheiro de exílio, detido e deportado sem culpa formada. Sem culpa nenhuma, aliás. Cavaco optou pelo silêncio, e quem cala consente. É pena. Os moçambicanos, afinal as principais vítimas do monstruoso “processo reeducativo”, apreciariam por certo outra atitude do PR português, já que há muito aguardam em vão pela reabilitação dos seus “reeducandos”. Guebuza tem as mãos manchadas de sangue. Nada de estranho num dirigente africano, daqueles que o Ocidente patrocina e sustenta no poleiro. Só que, neste caso, também há sangue português, e Cavaco, se pretendia ser de facto o presidente de todos os portugueses, tinha obrigação de não se calar. Mas calou-se. Se existe de facto algo em comum entre Portugal e Moçambique não é o Eusébio nem o seu marisco favorito. Se existe um passado comum, é esse, o da tirania. E se existe um futuro comum, passa pela liquidação efectiva de heranças como a Operação Produção. O resto é demagogia, paternalismo e cobardia perante a História. O resto é m..r..a, em resumo.
  • Leia o texto original na íntegra Aqui !

11/27/07

Portugal desce um lugar no Desenvolvimento Humano.

Portugal caiu uma posição no índice de desenvolvimento humano (IDH) das Nações Unidas, situando-se na 29ª posição, atrás de países como a Eslovénia, Grécia ou Singapura, revela o relatório 2007/2008 da organização.
Portugal consegue 0,89 pontos num ranking que analisa dados relativos a 2005 em 177 países e regiões especiais e que é liderado pela Islândia com 0,96 pontos, revela o relatório de Desenvolvimento Humano de 2007 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) hoje publicado.
Entre os estados-membros da União Europeia, Portugal ocupa a 17ª posição no índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia o estado do desenvolvimento através da esperança média de vida, da alfabetização dos adultos e da escolarização, bem como indicadores de rendimento e outros.
Irlanda (5º), Grécia (24º), Eslovénia (27º) e Chipre (28º) são países da União Europeia à frente de Portugal, para além dos países nórdicos e das potências europeias Espanha, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
Atrás de Portugal, que integra a lista dos 70 países com desenvolvimento humano «elevado» contam-se estados-membros da UE como a Polónia, a Húngria ou a Bulgária e países do resto do mundo como os Emirados Arabes Unidos, México, Rússia ou Brasil (o último da lista dos países com desenvolvimento elevado).
A taxa de escolarização bruta combinada dos ensinos primário, secundário e superior atinge os 89,8% em Portugal, que viu aumentar de 92% em 2004 para 93,8% em 2005 a taxa de alfabetização de adultos.
A esperança de vida em Portugal situava-se em 2005 nos 77,7 anos e o valor do Produto Interno Bruto era de 20,4 dólares PPC (paridade poder de compra) per capita.
Em termos gerais, a Islândia, com 0,96 pontos, ultrapassou a Noruega que foi número um no ranking nos últimos seis anos.
Vinte e dois países, todos da África Subsahariana, estão classificados na categoria de países com «desenvolvimento humano baixo», sendo que em dez destes países, duas em cada dez crianças não atingirão os 40 anos, revela o relatório.
Pelo contrário, entre os 20 países de topo da lista, apenas a Dinamarca e os Estados Unidos terão menos de 9 crianças em 10 a atingir a idade de 60.
Na maior parte dos países, incluindo a China, a Índia, e o Brasil, o IDH subiu nos últimos 30 anos, mas alguns países apresentam retrocessos neste âmbito.
Ao todo, 16 países têm hoje um IDH menor do que em 1990 e três destes países - a República Democrática do Congo, a Zâmbia, e o Zimbabué- têm um IDH mais baixo do que tinham em 1975.
O índice analisa as estatísticas de 2005 de 175 países membros das Nações Unidas, juntamente com Hong Kong (Região Administrativa Especial da China), e os Territórios Ocupados da Palestina.
Este ano não estão incluídos 17 estados membros das Nações Unidas, entre os quais o Afeganistão, o Iraque e a Somália, devido à insuficiência de dados fidedignos.
Diário Digital /Lusa - 27-11-2007

10/25/07

Diversificando - Lisboa: O relógio do Arco renasce.

Conta a Marise Araujo (do BlueBus), lá de Lisboa:
Toda cidade que se preza tem o seu relógio de plantão.
Lisboa, a antiga Olissipo, que de acordo com a lenda foi fundada pelo grego Ulisses, também tem o seu e fica ali no centro, bem em cima dos arcos da rua Augusta, para quem quiser ver foto. Depois de um longo período em silêncio, desde ontem as badaladas do Relógio do Arco já podem voltar a ser ouvidas por todos que ali passam, depois de uma obra de recuperação e restauro que levou 148 dias - 3 552 horas, 213 120 minutos - e que devolveu à cidade um dos seus principais patrimônios.
...e continua contando:
Outra que está marcando a atualidade, é que a nova edição do jornal espanhol El País, lançada agora, vem totalmente reformulada e com uma nova fonte - o Majerit, criada pelo português Mário Feliciano, o mesmo autor do tipo de letra utilizado pelo Diário de Notícias daqui - “Queremos um jornal em que o texto seja central, mas que haja um espaço muito maior do que agora para a informação visual, gráfica e infográfica”, dizem os responsáveis.
Sinal dos tempos…
Todas da Marise para o BlueBus aqui !

10/18/07

Diversificando - Pós 25 de Abril de 1974, PORTUGAL tem uma "nova classe" de pobres.

Para a presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome, Portugal tem uma nova classe de pobres - pessoas com emprego mas sem um salário para fazer face ás despesas do agregado familiar.
Já o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza considera que falta coragem politica para resolver o problema.
Os idosos e as famílias mais numerosas constituem os principais grupos de risco de pobreza em Portugal, ao mesmo tempo que o fosso entre ricos e pobres continua a aumentar.
Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome, diz constatar que há cada vez mais pessoas a pedirem ajuda alimentar do que em anos anteriores.
Ouvida pela TSF, aquela responsável diz mesmo existir uma «nova classe» de «novos pobres» em Portugal, «pessoas que, embora auferindo de um salário, não têm no final do mês todos os rendimentos de que necessitam para fazer face às necessidades do seu agregado familiar».
Isabel Jonet salienta também o facto de muitos jovens trabalharem a recibos verdes, sem possibilidade de pagar a Segurança Social, «que se vêem a braços com situações dramáticas e que muitas vezes têm de pedir apoio a estruturas sociais para poderem sobreviver».
Perante este cenário, Isabel Jonet lança um apelo aos industriais e aos agricultores para que não desperdicem o que lhes sobra, até porque os bancos Alimentares estão receptivos a receber esses bens.
A nova realidade da pobreza em Portugal - pessoas com emprego e um salário que não chega para acudir a todas as necessidades da família - leva o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza a apontar o dedo ao poder político.
Para o padre Jardim Moreira tem faltado «coragem política» para resolver o problema da pobreza em Portugal.
«Não basta pôr soluções de remendos...que ajudam, é certo, mas não resolve. Por isso é preciso coragem política para poder resolver o problema», adiantou.
In - TSF ONLine - 16/10/07
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Notícias recentes sobre a POBREZA EM PORTUGAL:

8/09/07

Diversificando: Para os anais da história do futebol - Jogador luso "roubou" o cartão vermelho do árbitro...

SÓ VISTO:
Amigo acaba de me enviar com o seguinte comentário:
""No jogo Chile x Portugal nos oitavos de Final do Mundial Sub-20, o português Zéquinha (camisa 9) roubou o cartão vermelho do árbitro, que ia expulsar o seu companheiro Mano (camisa 18) e, claro, acabou também por ser expulso.
Um jogador a roubar um cartão a um árbitro, embora lamentável e condenável, já é engraçado... mas contado pelos brasileiros...é a cereja em cima do bolo.""
Digo eu: - Não é à toa que temos de "aguentar" todo dia anedota de português, por terras de Vera Cruz...!!!

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