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9/18/08

O que falam de Moçambique: Empresa sueca pretende plantar cana-de-açúcar em Cabo Delgado.

Dar es Salaam, Tanzânia, 18 Set - A Svensk Etanolkemi AB (Sekab) pretende trabalhar 100 mil hectares de terras em Cabo Delgado, norte de Moçambique, para alimentar uma fábrica de etanol na vizinha Tanzânia, anunciou em Dar es Salaam o director da empresa na Tanzânia.Anders Bergfors disse que a empresa tem planos para investir 300 milhões de dólares na construção de uma fábrica na Tanzânia para produzir etanol a partir da cana-de-açúcar que será plantada tanto em Moçambique como na Tanzânia.A fábrica terá uma produção anual de 100 mil metros cúbicos de etanol e deverá entrar em laboração entre 2010 e 2012, adiantou, citado pela agência noticiosa Bloomberg. Bergfors disse ainda que a Sekab aguarda autorização governamental para plantar 20 mil hectares de cana-de-açúcar perto de Bagamoyo, 80 quilómetros a norte de Dar es Salaam e acrescentou ter sido pedida autorização para trabalhar 200 mil hectares de terras no distrito tanzaniano de Rufiji.
- Macauhub -18/Set/08.

6/25/08

Biocombustíveis levam 30 milhões à pobreza, diz ong Oxfam.

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui.)
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Os biocombustíveis são responsáveis por um aumento de 30 por cento nos preços dos alimentos em todo o mundo, levando 30 milhões de pessoas à pobreza, disse em um relatório a agência humanitária Oxfam.
O uso de biocombustíveis está disparando conforme os países ricos tentam reduzir sua dependência do petróleo importado e reduzir emissões de dióxido de carbono, mas os críticos dizem que isso levou à falta de grãos, o que impulsiona os preços das commodities.
As exigências dos países industrializados por mais biocombustíveis nos seus combustíveis para transporte estão causando a espiral na produção e a inflação dos alimentos", disse o assessor de política de biocombustível da Oxfam, Rob Bailey, que escreveu o relatório. "As reservas de grãos estão agora em uma mínima histórica."
A Oxfam convocou os países ricos a retirar os subsídios para os biocombustíveis e reduzir as tarifas de importação.
"Os países ricos gastaram até 15 bilhões de dólares no ano passado dando apoio aos biocombustíveis enquanto bloqueiam o etanol brasileiro, mais barato e que é muito menos prejudicial para a segurança alimentar global", afirma o texto.
A agência também pediu aos países industrializados que acabem com as metas de biocombustíveis, incluindo os planos da União Européia para obter 10 por cento do seu combustível de transportes em fontes renováveis como os biocombustíveis até 2020.
A UE planeja critérios rígidos para garantir que os biocombustíveis não afetem mais do que ajudem. Alguns países membros querem metas condicionais por conta da disponibilidade comercial de combustíveis de segunda geração.
Por Pete Harrison, Bruxelas - Reuters, terça-feira, 24 de junho de 2008 22:53
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4/12/08

Moçambique e os biocombustíveis da moda...

(Imagem original encontrada na net)
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Alerta para biocombustíveis em Moçambique do economista Cardoso Muendane, docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM): Alimentação da população poderá ser posta em causa !
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O investimento para a produção de biocombustíveis em Moçambique poderá colocar em causa a alimentação no país, alertou o economista Cardoso Muendane, apelando ao Governo para agir com «muito cuidado».
Cardoso Muendane advertiu para «os riscos» na produção de biocombustíveis em Moçambique, uma forte aposta do Presidente Armando Guebuza.
«Fala-se muito em Moçambique dos biocombustíveis, neste momento de alta de preços de petróleo, como se não houvesse problemas nessa solução. O Governo terá de ter muito cuidado na forma de gerir a atracção de investimentos para a área dos biocombustíveis», afirmou o economista, docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Segundo refere a agência Lusa, citada pelo semanário Sol, o perigo prende-se com a redução de bens alimentares e a consequente insegurança alimentar, porque a prioridade dos produtores passará a incidir mais sobre os biocombustíveis e menos nas culturas alimentares, alertou Cardoso Muendane. No âmbito desta aposta, também «o preço da alimentação vai subir drasticamente, tornando-se inacessível para a já depauperada população moçambicana», sublinhou. - 2008-04-10 17:17:43 - Fábrica de Conteúdos.
  • CPLP/Economistas: Governo de Moçambique aconselhado a ter "muito cuidado" na opção por bio-combustíveis (RTP-Notícias-12/04/08) - Aqui !
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3/28/08

A Amazónia, os biocombustíveis e o meio ambiente...

(Imagens originais daqui e daqui)
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Repito o que já afirmei em post anterior sobre biocombustíveis:
Estão na moda!
Muito se fala, confabula em todos os níveis intelectuais e até nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Apontam-se com imensos benefícios e poucas contra-indicações.
Apresentam-se como a salvação do planeta, milagreiros na geração de empregos, incentivadores do mundo industrial, preponderantes na gestão do aquecimento global.
Eufóricos, governantes viram arautos entusiasmados destas novas fontes de energia.
Justificam até a volta da energia nuclear e passam por cima do terrível acidente de Chernobil ocorrido dia 26 de abril de 1986 na Ucrânia.
Moçambique não foge a este emergente e entusiasmado fenómeno globalizado.
Entretanto, não esqueçamos por favor os aspectos ecológicos consequentes, ressaltados por ambientalistas conscientes.
Consciência é o mínimo que se exige.
Nossos filhos e netos agradecem, pois é este o único planeta que lhes deixaremos.
Gotael
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Para ler e refletir:
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Brasil vive efeito destrutivo dos biocombustíveis, diz Time.
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Bruno Garcez da BBC Brasil em Washington - 27 de março, 2008 - 20h27 GMT - A mais recente edição da revista Time afirma, em reportagem que ilustra a sua capa, que o Brasil oferece um exemplo "vívido da dinâmica destrutiva dos biocombustíveis".
A reportagem, intitulada "O Mito da Energia Limpa", afirma que políticos e grandes empresas estimulam bicombustíveis como alternativas ao petróleo, mas isso está provocando uma alta do preço de alimentos, intensificando o aquecimento global e fazendo o contribuinte pagar a conta.
A reportagem afirma que o desmatamento na Amazônia está sendo acelerado por uma "fonte improvável: os biocombustíveis".
De acordo com o texto, "uma explosão da demanda por combustíveis agrícolas tem provocado uma alta recorde do preço mundial de colheitas, o que tem causado uma expansão dramática da agricultura brasileira, que está invadindo a Amazônia em um ritmo alarmante".
A reportagem diz que apenas uma pequena fração da floresta vem sendo usada para o plantio da cana-de-açúcar que gera o etanol brasileiro, mas acrescenta que o desmatamento resulta de uma "reação em cadeia tão vasta que chega a ser sutil".
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Efeito em cadeia.
E
sse efeito em cadeia, de acordo com a Time, tem início nos Estados Unidos, com o cultivo do milho usado para a fabricação da versão americana do etanol.
Segundo a revista, os fazendeiros americanos estão destinando um quinto do milho que cultivam para a produção de etanol, o que obriga os produtores de soja dos Estados Unidos a trocarem sua colheita tradicional pela do milho.
Essa transição vem fazendo com que fazendeiros de soja no Brasil expandam seus terrenos de cultivo, tomando áreas antes destinadas a pastos de gado. E obrigando produtores de gado a levarem suas fazendas para a Amazônia.
O artigo afirma que "é injusto pedir a países em desenvolvimento que deixem de desenvolver regiões sem dar qualquer compensação".
Mas acrescenta que, mesmo com incentivos financeiros suficientes para manter a Amazônia intacta, os elevados preços de commodities estimulariam o desmatamento em outras partes do mundo.
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11/14/07

Moçambique - Biocombustíveis - Solução ou problema ?

(imagem original daqui)
Segundo relatório da OXFAM transcrito abaixo e originado na BBCBrasil/Folha de São Paulo de 01/11/07, parece-nos, e cada dia mais convictos estamos, que este assunto (que deveria passar por discussão obrigatória aprofundada entre a sociedade dos países envolvidos) não se mostra, ecológicamente falando, tão límpido e desprovido de consequências negativas pesadas como alguns o tentam apregoar. Ótimo será que a preocupação com o futuro do planeta num todo se sobreponha a projetos e interesses políticos regionais de momento:

Corrida por biocombustíveis prejudicará pobres, diz Oxfam
da BBC Brasil

A corrida pelo biocombustível pode prejudicar as pessoas mais pobres do mundo, segundo um relatório da organização não-governamental britânica Oxfam publicado nesta quinta-feira.
A organização pede que a UE (União Européia) seja "flexível" em sua meta de que pelo menos 10% de todos os combustíveis para transportes renováveis seja proveniente de fontes renováveis até 2020, alertando que ela pode prejudicar pequenos produtores em países em desenvolvimento.
Recentemente, em viagem à África, o presidente Luis Inácio Lula da Silva promoveu a produção de biocombustíveis como forma de diminuir a pobreza em países em desenvolvimento.
Em sua meta, a UE afirma que o biocombustível usado no bloco tem que ser produzido de maneira sustentável, mas a Oxfam também quer garantias sociais.
O alerta se une ao de outras organizações que vêm expressando preocupação com os efeitos colaterais da corrida pela adoção de biocombustíveis na Europa.
A Oxfam teme que pequenos produtores acabem perdendo suas terras para grupos industriais na corrida para aumentar a produção de biocombustíveis e atender à demanda européia.
O relatório afirma que, para suprir a crescente demanda, a UE vai ter que importar biocombustíveis de cana-de-açúcar e óleo de dendê de países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.
A corrida das grandes empresas e governos na Indonésia, Brasil, Tanzânia e Malásia para pegar um pedaço do "bolo de biocombustível europeu" ameaça os pequenos fazendeiros, afirma o relatório.
Isso poderia acabar com o meio de vida deles, levar à exploração dos trabalhadores e afetar a produção de alimentos e seus preços, segundo a Oxfam.
O documento fala ainda das condições de trabalho "indecentes" nesses países, e cita o Brasil, onde, segundo a Oxfam, "as condições de trabalho nas plantações podem ser horríveis".
"Trabalhadores em plantações de cana-de-açúcar no Brasil recebem de acordo com o volume cortado - eles chegam a ganhar pouco mais de um dólar por tonelada cortada.
Esse sistema de pagamento por tarefa discrimina sistematicamente as mulheres, que geralmente não conseguem cortar o mesmo volume que os homens."
"Existem trabalhadores que vivem em condições subumanas, sem acesso a água limpa, e são forçados a comprar seus alimentos e medicamentos nas próprias plantações em que trabalham, a preços mais altos.
Em alguns casos, a acumulação crescente de "vales" faz com que os trabalhadores assumam dívidas que os mantêm presos nesses locais em regime de trabalho escravo", descreve o relatório.
A Ong agora pede que a UE reveja sua política de biocombustíveis e ofereça garantias para proteger os pobres.
A Comissão Européia afirma que está trabalhando para garantir que a política não seja um "tiro pela culatra".
O analista de meio ambiente da BBC, Roger Harrabin, disse que também há temores em relação ao custo ambiental de se produzir biocombustível de culturas como a do milho, por exemplo.
Cientistas disseram que gasta-se tanta energia na produção de alguns biocombustíveis que seria mais "limpo" continuar usando gasolina nos carros.
Para piorar as coisas, diz ele, florestas tropicais estão sendo derrubadas para abrir caminho para as plantações.
"Na briga para fornecer biocombustíveis para a UE e o resto do mundo, os pobres estão sendo esmagados", disse o conselheiro de políticas da Oxfam, Robert Bailey.
"As propostas da UE vão exacerbar o problema. É inaceitável que os pobres nos países em desenvolvimento arquem com os custos de tentativas questionáveis de cortar as emissões de gás carbônico na Europa."
"Biocombustíveis não são uma panacéia. Mesmo se a UE conseguir alcançar a meta dos 10% de maneira sustentável, e a Oxfam duvida que consiga, isso vai diminuir as emissões em uma pequena porcentagem, de um total que continua crescendo", concluiu.

9/08/07

Moçambique - Biocombustíveis afetam industria do pão.

(Maputo-06/09/07) A corrida aos biocombustíveis a é apontada como sendo uma das razões da instabilidade na indústria panificadora, daí que as principais moageiras nacionais continuam sem garantias de estabilidade do preço do pão e apontam como saída, a instituição de um subsídio do Governo. Segundo Luís Aveleire, director de operações da Companhia Industrial da Matola, CIM, que falava ontem em Maputo à jornalistas, os Estados Unidos da América, EUA, a maior fonte de trigo no mundo, aumentou drasticamente a produção de milho em detrimento do trigo, o que implica menor oferta. O milho cuja produção é subsidiada pelo governo americano faz parte da estratégia de Washington na aposta pela produção de biocombustíveis, para o caso em apreço, de etanol.
Os factores que contribuem para a escassez de trigo no mercado mundial, são a redução das áreas cultiváveis, substituição do trigo por milho ou soja, redução da reserva mundial e custo elevado do frete marítimo.
A título ilustrativo, a cifra de 117 milhões de toneladas de trigo projectadas para 2007 é tida como a mais baixa dos últimos anos.
As previsões indicam que a reserva de trigo nos países exportadores vai decrescer em cerca
de 40 porcento no corrente ano.
Debatendo-se com as contrariedades a que nos referimos, as moageiras afirmam não haver outra saída se não ajustar os preços na medida das possibilidades.
“Aquando do primeiro aumento do preço de trigo, as vendas reduziram cerca de 18 porcento”, lamentou Aveleire.
Como consequência da escassez de trigo no mercado mundial e aumento de preços, as moageiras agravaram também o preço de 50 quilogramas de trigo em 80 Meticais, passando de 675 para 755 Meticais, facto que provocou o aumento do preço de pão e o risco de colapso por parte das panificadoras.
Panificadores temem
Alguns panificadores que se viram na contingência de agravar o preço do pão de 200 gramas de 3.5 Meticais para 4 Meticais, debatem-se com o dilema da fuga de clientes e temem o colapso da sua actividade comercial.
“Nós tivemos que aumentar o preço de pão e as pessoas já não estão a comprar, isso reduziu muito o número de clientes, antes vendíamos mais de 500 pães por dia mas actualmente só vendemos cerca de cem, corremos o risco de falir,” disse ontem ao media- FAX, Maria João, da Indústria Panificadora de Belém.
Por seu turno, Salvador Mondlane, da padaria Sipal, disse ao mediaFAX que antes do aumento, as vendas diárias cifravam-se acima de 900 pães e que com o aumento não superam 200 “ isso é prenúncio de falência,” lamentou. Laura Tovele, que vive de revenda de pão desde 1983 (ha 24 anos) disse que a crise que se verifica na indústria de pão não tem precedentes, mas... “eu vivo deste negócio há muito tempo o que acontece agora nunca vi, tenho medo de ir à falência porque as pessoas já não compram, não sei como irei alimentar os meus filhos”, lamentou.
Sabe-se que uma das estratégias usadas pelos intervenientes da indústria de pão, é a redução da margem de lucros para a contenção de preços.
As moageiras afirmam terem reduzido o lucro de 25 para 15 porcento.
Daniel Maposse - MediaFAX de 06/09/07