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3/04/10

Arquipélago das Quirimbas e Lago Niassa ameaçados de desaparecer...

Cultivo nas zonas costeiras e destruição de mangais - Maputo (Canalmoz) – O Lago Niassa, na província com o mesmo nome e o Arquipélago das Quirimbas, na província de Cabo Delgado, estão sob ameaças de desaparecer do mapa geográfico nacional, nos próximos 100 anos, caso não se ponha termo às acções de prática de agricultura nas zonas costeiras e à destruição dos mangais nestas regiões. Este alerta foi lançado por Peter Bechetel, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (WWF) Moçambique, à margem dum seminário sobre o meio ambiente que teve lugar ontem em Maputo.

Falando ao Canalmoz, o representante do Programa das Nações Unidas para o Ambiente disse que, para além sofrer fortes acções agrícolas nas suas margens, o lago Niassa debate-se igualmente com problemas de disputa da fronteira entre Malawi e Tanzania e como o lago é único, isto tem efeitos para os três países que o partilham.

“Malawi e Tanzania estão a discutir um problema criado pelos colonizadores. A Inglaterra, depois da Segunda Guerra Mundial, passou a administrar a Tanzania e como já estava a dirigir os dois países, o aspecto da fronteira não teve relevância”, disse esclarecendo que agora que os dois países são Estados soberanos, o conflito das fronteiras está no topo da agenda e os efeitos fazem-se sentir nas margens do lago Niassa. Segundo Peter Bechetel, a fronteira entre os dois países está no meio do lago, mas agora o Malawi reivindica que a mesma deve ser removida mais para a costa tanzaniana.

Para os ambientalistas, estas discussões, em curso naqueles dois países, foram criadas pelos colonizadores e isto já está a criar problemas no lago, “apesar de existirem poucos impactos em Moçambique, em virtude da província de Niassa ser pouco habitada, o que não acontece do lado das províncias no Malawi e Tanzânia, que são densamente povoadas”.

Bechetel que falava ontem à margem do encontro ”Save Turism”, subordinado ao tema “Oportunidades para a Prática do Turismo Cientifico, Académico, Voluntário e Educacional em Moçambique”, organizado pelo Ministério do Turismo em parceria com a WWF, disse que Moçambique ao trazer este assunto para discussão, não está a fazer guerra contra nenhum destes países, mas sim a tentar salvar a biodiversidade do lado que está a ser posto em causa.

“As ervas marinhas são importantes para a reprodução e alimentação dos peixes, e estas estão a ser destruídas pelos agricultores”, lamentou.

Falando sobre o arquipélago das Quirimbas, sentenciou que as previsões mundiais indicam que o nível das águas do mar vai subir drasticamente nos próximos 100 anos, acompanhado de ciclones.

“Com o mar a galgar alguns metros, parte das ilhas do arquipélago das Quirimbas vai desaparecer e haverá muitos ciclones”, disse acrescentando que há dois anos, nalgumas zonas do arquipélago, a água aqueceu e espécies de animais aquáticos, bem como corais, foram destruídos.

Segundo explicou, os mangais que tem a função de defender a parte continental das tempestades estão a ser destruídos na ordem de 18 porcento e, neste momento, cerca de 700 famílias abandonaram uma das ilhas das Quirimbas, devido aos efeitos climáticos.

Um docente da Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais, na Universidade Lúrio, em Pemba, que interveio no debate, disse haver necessidade de se requerer mais hectares de áreas na zona de Ibo para que se façam estudos durante as férias do verão.

“A Universidade vai dar uma parte da logística e os investigadores poderão trabalhar com os estudantes e comunidade. Depois vamos publicar os resultados deste trabalho que é muito urgente para salvar a zona”, desafiou, sublinhando que o estudo está aberto aos interessados, incluindo instituições do ensino superior.

Disse ainda que o passo mais importante será encontrar os parceiros interessados em participar nesta área, apontando que a partir do ano em curso vai se fazer naquela zona uma área de conservação.
- (Fenias Zualo) - 2010-03-03 05:46:00 - CanalMoz

9/23/09

Governo de Moçambique pratica política ambiental que destrói a natureza

(Clique na imagem para ampliar)

"Vai acontecer-nos como a China, que só se preocupou com desenvolvimento e destruiu florestas, hoje as pessoas morrem com poluição diariamente e estão num ponto em que começaram a ver que o ambiente é importante. Agora estão a voltar para trás mas os danos já estão feitos - e agora vêm para o nosso país buscar recursos que eles não têm".

Moçambique - Ong acusa governo de adoptar "políticas ambientais erradas" - Maputo - A organização não-governamental (ONG) moçambicana Justiça Ambiental acusou terça-feira o Governo de Moçambique de adoptar "políticas ambientais erradas" ao concentrar as atenções no desenvolvimento, sem ter em atenção um balanço com as áreas social e económica.

Em declarações à agência Lusa, à margem do lançamento do filme a "Era da Estupidez", em Maputo, Anabela Lemos disse recear pelo caminho que as autoridades moçambicanas decidiram seguir, o de alcançar "desenvolvimento a todo o custo".

"Em Moçambique, estamos em risco com a questão da poluição, minas e iminente exploração de petróleo, que está a começar, mega-barragens ...

Pensar só em mega-projectos como solução de desenvolvimento não é a maneira certa de caminharmos", disse Anabela Lemos.

"Vai acontecer-nos como a China, que só se preocupou com desenvolvimento e destruiu florestas, hoje as pessoas morrem com poluição diariamente e estão num ponto em que começaram a ver que o ambiente é importante. Agora estão a voltar para trás mas os danos já estão feitos - e agora vêm para o nosso país buscar recursos que eles não têm", afirmou.

Em 2006, o Executivo de Maputo indicou a empresa brasileira Camargo Corrêa para estruturar a construção da barragem de Mpanda Nkuwa, obra que está no topo das prioridades do governo, e que pretende vender o excedente da energia produzida a outros países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A Justiça Ambiental tem tentado dissuadir os bancos chineses de prosseguirem com o financiamento da mega-barragem de Mphanda Nkuwa, advertindo para as consequências ambientais no Vale do Zambeze.

Recentemente, o governo de Maputo autorizou também a Oilmoz a construir uma refinaria em Maputo, avaliada em 8 mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros), um projecto também contestado devido ao impacto que poderá causar a biodiversidade.

Aliás, devido à proximidade do projecto a uma reserva de elefantes, os investidores viram-se forçados a mudar a localização prevista para aquela infra-estrutura.

Um dos argumentos usados a favor da viabilidade deste projecto, que tem uma capacidade de produção prevista de 350 mil barris por dia, mais de 20 vezes o consumo diário moçambicano, é a possibilidade de exportação para os países vizinhos, sobretudo para a África do Sul, a maior economia da região.

Já no ano passado, a Ayr-Petro-Nacala, da norte-americana Ayr Logistics, anunciou a construção de uma refinaria na cidade portuária de Nacala, na Província de Nampula, Norte de Moçambique.

"Estamos a chegar a um ponto que ninguém leva em consideração os problemas que estarmos a ter e que teremos se continuarmos nesse caminho: desenvolvimento a todo o custo, que é o nosso receio", comentou Anabela Lemos.

"O caminho que estamos a seguir não é certo. O pensamento só no desenvolvimento sem ter em consideração um balanço entre a área social, ambiental e económica, não chega. Não há desenvolvimento sem um balanço entre as três áreas. Nós estamos só preocupados com o desenvolvimento, o que é errado", avisou a ambientalista.

7/01/09

Cabo Delgado: Tanzanianos exploram madeira ilegalmente

Ronda pela net - Moçambique para Todos de 30/06/09:

Por Afonso Alberto, em Cabo Delgado - Tal como ocorre em outros pontos do país, a exploração de recursos florestais em Cabo Delgado, sobretudo a madeira, tem como base de sustentação diversas ilegalidades cometidas por operadores estrangeiros com a cumplicidade dos nacionais. Um levantamento feito recentemente pela Justiça Ambiental (JA) apresenta cidadãos de nacionalidade tanzaniana como os que mais exploram e exportam a madeira de forma ilegal. Nangade e Mueda, a norte da província, são os distritos mais devastados pelo saque.

Entre outras ilegalidades, o levantamento aponta para o corte excessivo - acima de 10 por cento da licença paga -, transporte de madeira sem guia de trânsito, corte sem licença, exploração de madeira de primeira classe em toros e a contratação ilegal de trabalhadores estrangeiros (provenientes do Ghana, Israel, Somália e China).

Na vertente da contratação ilegal de mão-de-obra estrangeira, destacam-se grandes empresas exploradoras de madeira, nomeadamente a Tieni, Madeira Alaman, MOFID, Wood Export e MITI.

A prática de actos de corrupção envolvendo alguns funcionários do Estado - entre dirigentes e técnicos no activo e passivo -, operadores florestais e alguns líderes tradicionais na facilitação da aquisição de licenças de exploração, acesso a novas áreas para corte e transporte de madeira, através de pagamentos em valores monetários, tráfico de influências e troca de favores são outras ilegalidades notórias na gestão da silvicultura na nortenha província moçambicana.

Fronteira desguarnecida - De acordo com a JA, os operadores exploram as limitações e constrangimentos de ordem institucional que o Estado enfrenta na administração do seu território. São disso exemplo os aproximadamente 250 quilómetros de fronteira desguarnecida (desde a foz do rio Rovuma à confluência com o Lugenda) e o facto de o sector florestal não possuir fiscais em número suficiente para manter a fiscalização em todas as áreas.

São no total 32 fiscais em toda a extensão da província. Aliás, a exploração ilegal da madeira por supostos cidadãos de origem tanzaniana é do domínio das estruturas competentes, nomeadamente as administrações distritais de Nangade e Mueda, serviços distritais de Actividades Económicas, tropa guarda-fronteira, incluindo estruturas do nível provincial. Contudo, devido à falta de recursos humanos e materiais nada está sendo feito com vista a minimizar o problema.

Enquanto isso, diz o levantamento, os infractores cortam a madeira nas zonas fronteiriças de Nangade e Mueda e escoam-na, atravessando o Rovuma, para Tanzania.

Outro ponto levantado pela JA é que os planos de maneio não estão acessíveis ao público e não são divulgados ao nível dos distritos, tornando impossível para os fiscais e as comunidades verificar se os mesmos estão ou não a ser seguidos.

Informações colhidas junto dos serviços distritais de Actividades Económicas apontam para uma inexistência de troca eficiente de informações entre elas e a direcção provincial de Agricultura, sobretudo no que se refere ao estágio de cobrança das multas aplicadas nos autos de notícias, assim como sobre as sanções aplicadas nas empresas infractoras.

Ecossistema ameaçado - O trabalho da JA conclui que o ecossistema florestal de Cabo Delgado, apesar de vasto e diversificado, encontra-se actualmente ameaçado pelos complexos padrões das actividades humanas. A interacção entre o corte ilegal e insustentável, combinada com as queimadas descontroladas põe em perigo a sustentabilidade florestal da província. Ainda não há reflorestamento nas zonas exploradas, sobretudo as concessionárias das espécies nativas.

Outro problema das florestas de Cabo Delgado está relacionado com o corte excessivo de árvores de grande porte. Essas árvores desempenham papel importante no balanço ecológico das florestas, sendo a sua presença muitas vezes vital para a manutenção de um ecossistema saudável.
- Savana, 26.06.2009.

4/28/09

PEMBA: Madeira apreendida será vendida em hasta pública

(Clique na imagem para ampliar)

A madeira apreendida em finais do ano passado pertença de quatro operadoras do ramo florestal em Cabo Delgado, que pretendiam exportá-la sem o competente processamento imposto por lei, vai ser vendida em hasta pública, segundo confirmou ao nosso Jornal o chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, Castro Rassul, que adiantou que o processo já foi entregue ao juízo das execuções fiscais.

Esta revelação contraria a posição que havia sido tomada pelas Alfândegas, em Pemba, que em despachos separados procedia à entrega dos contentores com a madeira apreendida às empresas prevaricadoras, alegando terem pago a totalidade das multas resultantes da infracção cometida.

“Por despacho de indiciação exarado a 17 de Fevereiro de 2009, pelo Tribunal Aduaneiro, referente ao processo (…) procede-se à entrega dos contentores de madeira à firma, em virtude desta ter pago a totalidade as multas resultantes da infracção cometida” lê-se no termo de entrega, com o mesmo teor, mas dirigido individualmente às empresas supostamente violadoras da lei.

No caso estão envolvidos a King Wey Lda, Moçambique Development, Lda, Pacific International, Lda, Tienhe e a Mofid, Lda, que já se julgadas libertas pela decisão das Alfândegas.

A fonte das Florestas e Fauna Bravia disse que o seu sector, depois que tomou conhecimento da decisão alfandegária optou por interpor recurso ao Tribunal Supremo que repôs a legalidade, para o que o produto seja vendido em hasta pública e o valor daí resultante reverter a favor do Estado.

A apreensão dos contentores de madeira que iam à exportação ilegal, ocorreu em Dezembro passado, quando por decisão da Agricultura, a Pacific International viu abortada a sua tentativa de exportar 18 contentores, dando lugar a que esta também denunciasse a Mofid, Lda, que no mesmo navio transportava 75, igualmente de madeira não serrada e as autoridades descobriram que o mesmo acontecia com as outras empresas.
- Maputo, Terça-Feira, 28 de Abril de 2009:: Notícias.

  • Outros post's que noticiam e denunciam o saque-destruição nas florestas de Cabo Delgado e Moçambique - Aqui!

3/03/09

Entre Novembro/08 e Janeiro/09, a Amazônia brasileira perdeu área igual a metade da cidade de São Paulo...

Apesar de "abrandada" por números estatísticos não muito firmes comparativos com periodo idêntico anterior que indicam diminuição, a notícia está aí e assusta... o desmatamento da Amazônia continua e desapareceram mais 754,3 quilômetros quadrados de florestas entre novembro de 2008 e janeiro de 2009.

A área equivale a metade da cidade de São Paulo - Brasil.

A ganância e o lucro fácil continuam a incentivar a destruição do meio-ambiente e do planeta. E as autoridades brasileiras terão muito, mas muito e urgente trabalho pela frente se realmente estão empenhadas em colocar fim à impunidade e a esse crime que envolve interesses políticos e comerciais escusos.

Transcrevo a notícia que está nas manchetes do dia e que li no portal "Globo Amazônia":

""Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta terça-feira (3) indicam que a floresta amazônica perdeu 754,3 quilômetros quadrados de florestas entre novembro de 2008 e janeiro de 2009.

A área equivale a metade do município de São Paulo. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 70% no ritmo de devastação. Entre novembro de 2007 e janeiro de 2008, a degradação florestal detectada pelo Inpe na Amazônia foi de 2.529,2 km². Quando comparado aos três meses anteriores (agosto a outubro de 2008), o índice apresenta queda de 60%. Nesse período, a degradação acumulada da floresta foi de 1.884 km².

A medição faz parte do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que identifica apenas focos de devastação com área maior que 2.500 m².

Apesar da queda significativa, o desmatamento na virada de 2008 para 2009 pode ter sido maior, já que as nuvens atrapalharam a visão dos satélites, encobrindo entre 63% e 86% da Amazônia. Estados como o Acre, Amazonas, Amapá e Roraima praticamente não foram monitorados, pois permaneceram encobertos.

Os estados onde mais houve degradação florestal, segundo o Inpe, foram o Pará (319 km²), Mato Grosso (272 km²) e Maranhão (88 km²) e Rondônia (58 km²). Nos outros estados da Amazônia Legal, o desmatamento medido pelos satélites não passou de 6 km².

Em breve, os focos de desmatamento detectados pelo Inpe poderão ser vistos de forma simples e amigável no mapa interativo do "Globo Amazônia", que mostra os pontos de destruição da floresta e possibilita aos internautas protestar contra queimadas e desmatamentos.

O sistema Deter é desenvolvido para dar apoio às fiscalizações contra crimes ambientais. Como consegue detectar áreas em que a floresta ainda não foi totalmente derrubada, ele permite que providências sejam tomadas antes que toda a mata seja destruída.

Normalmente, a divulgação dos números Deter é mensal, mas por causa do aumento das nuvens, o Inpe preferiu agrupar os dados do trimestre no mesmo levantamento.

O balanço anual e consolidado do desmatamento na Amazônia é medido pelo sistema Prodes, também do Inpe, que tem resolução melhor e consegue detectar focos menores de destruição.

Os dados desses sistema são divulgados pelo instituto no final do ano.""
- Globo Amazônia, em São Paulo, 03/03/09 - 10h33 - Atualizado em 03/03/09 - 14h08.

  • Do mesmo portal "Globo Amazônia" - Aprenda a vigiar a floresta utilizando o mapa do Globo Amazônia - Aqui!
  • Amazônia.org - Aqui!

Post's anteriores deste blogue sobre a Amazônia e o meio-ambiente:

  • Ecos da imprensa do Brasil: Área desmatada da Amazônia dobrou em Agosto - Aqui!
  • Amazônia brasileira: Em dois meses desmatamento igual a duas cidades do Rio de Janeiro - Aqui!
  • Brasil: Desmatamento da Amazônia assusta... - Aqui!
  • A Amazônia, os biocombustíveis e o meio ambiente - Aqui!
  • Aquecimento global e a irresponsabilidade do ser humano - Aqui!
  • Planeta TERRA - Mais uma vez os biocombustíveis - Aqui!
  • Amazônia para sempre... - Aqui!

1/12/09

Cabo Delgado - O saque às florestas continua... (2)

Do Notícias-Maputo de sábado último:

Todas as exportações de madeira, em Cabo Delgado, são ilegais. Quem diz que não? Esta afirmação é contundente demais, para não ser feita por pessoas ligadas a todo o processo que leva a que a madeira, saída dos diferentes pontos de corte, nesta província que ainda se pensa não esteja a ficar desertificada, chegue ao Porto de Pemba, para demandar destinos, quase únicamente asiáticos.

Mas a verdade é que levando esta pergunta (quem diz que não) a pelo menos dois fiscais da Agricultura, um aduaneiro, cinco operadores madeireiros, fica-se com a triste realidade de que, na verdade, as exportações de madeira, nesta província, são feitas não à margem da lei, mas sim, sem o seu cumprimento, sobretudo no que à exportação de toros diz respeito.

As únicas pessoas que respondem ao contrário são aquelas, por razões óbvias, que deveriam zelar pelo cumprimento escrupuloso das normas que o Estado moçambicano instituiu.

Mas quem sabe do negócio de madeira diz que só há denúncias quando as diferentes partes envolvidas na teia de exportação ilegal não se entendem.

Quer dizer, só sabemos da exportação ilegal quando uma das partes se zanga com a outra, por muitas razões, incluindo a divisão desigual ou “injusta” do bolo resultante da jogada ilegal.

É assim, desde o corte, arrasto, transporte, colocação em estância, empacotamento e exportação.

Estes passos todos são dados sob a vigia do sector responsável da Agricultura, através dos seus fiscais ajuramentados, agentes comunitários, autoridades administrativa, policial, aduaneira, marítima ou outros equiparados.

Estamos a dizer, que querendo, nada aconteceria contra a Lei. E é por isso que sempre que um destes se zanga sabemos do que normalmente acontece quando não há desentendimento.

Todas as vezes em que fomos dados a ouvir que uma determinada empresa de exploração florestal ou de exportação de madeira foi encontrada com a “ boca na botija”, é porque as madrastas se zangaram, logo há denúncia, inicialmente anónima, a seguir começa a tomar contornos oficiais, na impossibilidade de ignorar o acontecimento por parte de quem é pago pelo Estado, justamente para evitar que tais atropelos tenham lugar.

O escândalo do fim do ano resume-se no seguinte:

A Agricultura “vê” exportação ilegal de 18 contentores de madeira da empresa Pacífico Internacional.

Manda cancelar a operação, suspende o fiscal que deveria estar atento.

Não “vê” exportação ilegal doutra empresa, a Mofid, Lda. concorrente daquela que, por sinal, havia embarcado, no mesmo navio, 75 contentores, de madeira em toros, e não de madeira mal esquadriada, como no primeiro caso.

Portanto, não viu a carga mais atentadora à lei.

A Pacífico Internacional assume a violação da Lei e diz saber que no mesmo navio já tinham sido embarcados contentores da Mofid, Lda. em piores condições legais.

Há uma reverificação e descobre-se que era verdade.

Aqui quem deu ordens de embargo não foi a Agricultura, mas sim as Alfândegas.

Dois passos em frente, sabe-se que também havia duas empresas com contentores a bordo, nomeadamente, Kings Way e Tienhe, com 6 e 16, respectivamente, a transportar madeira em toros.

Quer dizer: cada empresa exportadora sabia que a outra estava igualmente a violar a Lei.

É assim que sempre fazem, só que a concorrência tinha feito com que a carga da Pacífico Internacional ficasse em terra, para que a Mofid fosse vender à vontade, e quem vem a reclamar é um cliente, na Ásia, que queria saber porquê não receberia madeira em toros se os outros iriam receber, toda vinda de Moçambique, província de Cabo Delgado, a partir do Porto de Pemba.

Deu no que deu!

A Agricultura, como sempre, corre a suspender o fiscal, que tinha a obrigação de assistir ao empacotamento da madeira da Pacífico Internacional, mas no caso da Mofid, Lda. não suspendeu nenhum que, por sinal, é um chefe sénior, que não se sabe como lá foi parar, não tendo nada a ver com a tarefa.

Como a Agricultura, as Alfândegas têm igualmente o seu homem em permanência. Aliás, a última palavra cabe a ela, porque é quem sela o contentor.

Logo, o fiscal da Agricultura, no caso da Pacífico Internacional, soube que ia madeira mal esquadriada.

O chefe sénior que ficou fiscal no caso da Mofid. Lda, também soube que ia madeira em toros.

Nos outros dois casos, “idem” aspas.

Em todos eles é crível que as Alfândegas soubessem que ia madeira em condições legalmente inadmissíveis, se é verdade que é sua obrigação autorizar a exportação só o que é permitido.

Mas já tinha autorizado a exportação! Não fosse a guerra das madrastas…

Ora, não se percebe o teatro que é montado a seguir. As Alfândegas não repreendem ninguém, mas vêm em força para o caso da Mofid. Lda. o que desagradou, de alguma forma, e não se sabe porquê, a Agricultura, esta que tinha vindo em força no caso da Pacífico Internacional...

P.S. Espero que seja mentira que há um documento vindo da “Nação” que obriga a que as autoridades deixem passar os toros. Também gostaria que fosse mentira que o navio, ora no cais do Porto, que chegou na noite de quarta-feira, pretende confundir(?) a carga levando aquela que o “Pacific Diamond” deixou, porque ilegal, usando a capa da empresa Handerson Internacional, subsidiária da Mofid. Espero mesmo!...
- Pedro Nacuo - Maputo, Sábado, 10 de Janeiro de 2009:: Notícias

Acrescento em duas linhas: E assim vai o "negócio" da madeira "saqueada" das florestas de Cabo Delgado... entre "acertos e desacertos" de "madrastas", "compadres" e "afilhados" que se locupletam com a maior "cara-de-pau"...
Até quando ???????

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1/09/09

Cabo Delgado - O saque às florestas continua...

O saque continua... Simplesmente lamentável. Até quando a impunidade, corrupção e alheamento das autoridades de Moçambique permitirão tais absurdos? Até quando ?... Claro que os destinos e benefícios auferidos com essa madeira ilegalmente saqueada das florestas de Cabo Delgado-Moçambique são por demais conhecidos. Como o são os "bolsos-recheados" que normalmente se beneficiam de tais saques. O povo (o verdadeiro e maioria) de Moçambique certamente não o é! Pelo contrário...

Quatro empresas multadas por exportação ilegal de madeira.
As autoridades florestais moçambicanas interceptaram mais de 900 mil metros cúbicos de madeiras ilegais para exportação, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, tendo multado quatro empresas, revelou hoje(sexta-feira) o jornal Notícias em Maputo.
As empresas Mofid, Lda., Pacífico Internacional, Kings Way e Thienhe preparavam-se para exportar 958,779 metros cúbicos de madeira em toros com dimensões legalmente proibidas já depois de os contentores terem sido revistados e terem obtido licença de exportação quando foram detectadas.

Segundo Castro Rassul, chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, que multou as empresas em 183 mil meticais (cerca de 26 mil euros), só a Mofid se preparava para enviar fraudulentamente para fora do país 519 metros cúbicos de madeira.

A infracção vai custar à empresa 439 mil meticais (14.600 euros), enquanto a Thienhe vai ter que pagar 159 mil meticais (5.300 euros) e à Pacífico Internacional foi aplicada uma multa de 131 mil meticais (4.300 euros). A Kings Way foi multada em 53.900 meticais (1.700 euros).

As empresas têm agora 15 dias para pagar as multas, consideradas insuficientes pelos restantes madeireiros da província que lembram tratar-se de empresas reincidentes neste tipo de práticas.

O jornal Notícias dá ainda conta da "estranheza" dos exploradores florestais da província de Cabo Delgado por a exploração ilegal de madeiras ser detectada apenas quando o produto já está no porto para ser expedido, considerando que contribui "para a má fama junto dos armadores e o consequente agravamento dos fretes".

Por isso, apelam às autoridades para que façam uma "investigação profunda" ao fenómeno, que dizem "manchar" não só os envolvidos, mas também toda a província, operadores e o próprio governo provincial.
- Angola Press/Notícias, 09/01/2009.
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10/02/08

Moçambique - Cabo Delgado: Empresas chinesas pilham madeira...

Empresas chinesas pilham madeira em Moçambique!
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Cinquenta e dois contentores com 900 metros cúbicos de madeira que ia ser ilegalmente exportada para a China foram apreendidos esta semana, na província moçambicana de Cabo Delgado.

Maputo - Cinquenta e dois contentores com 900 metros cúbicos de madeira que ia ser ilegalmente exportada para a China foram apreendidos esta semana, na província moçambicana de Cabo Delgado (norte), anunciou hoje a Autoridade Tributária. Em comunicado, a Autoridade Tributária de Moçambique, que inclui o serviço aduaneiro, indica que a madeira é do tipo pau-ferro, uma espécie rara no país, e seria exportada em toros e sem ser processada, quando foi confiscada no porto do município da Mocímboa da Praia.

"Por se tratar de tentativa de exportação ilegal de madeira, o processo está neste momento a seguir os trâmites legais na Delegação Aduaneira de Mocímboa da Praia", refere a nota de imprensa da Autoridade Tributária de Moçambique.

A lei moçambicana proíbe a exportação de madeira em toro não processada, recorda a Autoridade Tributária, que adianta que a mercadoria apreendia pertence a uma firma denominada TM Internacional.

O abate clandestino e indiscriminado de madeira em Moçambique levado a cabo por empresas chinesas tem sido recorrentemente noticiado pela imprensa local e apontado por organizações ambientais como uma das principais causas da desflorestação no país (calcula-se que sejam perdidos anualmente 219 mil hectares de floresta em Moçambique).

Nos principais portos do país têm também sido apreendidas com regularidade quantidades significativas de madeira em toros (que, por não ser processada localmente, não traz qualquer benefício para a indústria local ou para a população), abatida ilegalmente por empresas chinesas. Em Janeiro do ano passado, 47 contentores com madeira em toros de uma empresa chinesa designada MOFID foram também apreendidos pelas autoridades na província de Cabo Delgado. Mais tarde, em Outubro, as autoridades da província de Nampula (norte) anunciaram a apreensão de 531 contentores com 11 mil metros cúbicos de madeira avaliados em 3,5 milhões de euros, que iam ser ilegalmente exportados para a China. Em Janeiro deste ano, sete camiões com cerca de 70 toneladas de madeira pau-preto foram confiscados na província de Nampula quando se dirigiam ao Porto de Nacala, de onde a mercadoria seria exportada para China. Na província da Zambézia (centro), dois funcionários da Direcção da Agricultura local foram detidos em Julho deste ano, por alegado envolvimento num esquema de exportação ilegal de 30 contentores de madeira, em 2007.

O Governo moçambicano estima em 30 milhões de dólares anuais as receitas provenientes da exportação de madeira .
- África21 Digital - 02/10/08 - Download da matéria em PDF

9/29/08

Ecos da imprensa do Brasil - Área desmatada da Amazônia dobrou em Agosto...

Lamentável e para que conste: O desmatamento irresponsável e criminoso da Amazônia continua, segundo "O Estadão" (Jornal diário de São Paulo-Brasil) de hoje:

Área desmatada da Amazônia mais que dobrou em agosto.
Desmatamento somou 756 quilômetros quadrados, uma área maior que o território de Cingapura.

REUTERS - SÃO PAULO, 29/Set/08 - O desmatamento da Amazônia mais que dobrou em agosto na comparação com o mês anterior, somando 756 quilômetros quadrados, área maior que o território de Cingapura, por exemplo, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta segunda-feira, 29. No acumulado de 2008, a área de floresta perdida soma 5.681 quilômetros quadrados, de acordo com o instituto. Cingapura tem área total de 641 quilômetros quadrados.

Em agosto, o Pará foi mais uma vez o Estado com maior índice de desmatamento da Amazônia, destruindo 435,3 quilômetros quadrados de floresta, seguido pelo Mato Grosso, com 229,2 quilômetros quadrados devastados. O Inpe informou que 74% da Amazônia pôde ser vista por satélite, porém o Estado do Amapá ficou praticamente todo encoberto por nuvens (99 por cento), e em Roraima 77% do território não pode ser visto. Quando comparado ao desmatamento registrado em agosto de 2007, o aumento da destruição da floresta foi de 230 quilômetros quadrados. Nos 12 meses de agosto de 2007 até o mês passado, a Amazônia perdeu 8.673 quilômetros quadrados, informou o Inpe. Só em abril de 2008, 1.124 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados. Recentemente, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comemorou a queda do desmatamento em julho, quando o desmate atingiu 324 quilômetros quadrados. Na época, o ministro atribuiu a queda ao aumento da fiscalização e a acordos fechados entre o ministério e setores do agronegócio. Na semana passada Minc anunciou que vai divulgar os nomes dos 100 maiores devastadores da floresta.
- Reportagem de Eduardo Simões, O Estado de São Paulo, 29/Set/2008.

Leia também do Jornal "O Estado de São Paulo":

Leia neste blogue:

  • Amazônia brasileira: Em dois meses desmatamento igual a duas cidades do Rio de Janeiro - Aqui!
  • Brasil: O desmatamento da Amazônia assusta! - Aqui!
  • A Amazônia, os biocombustíveis e o meio ambiente. - Aqui!
  • Diversificando: Aquecimento global e a irresponsabilidade do ser humano. - Aqui!
  • Planeta Terra... - Aqui!
  • Diversificando: Amazônia para sempre... - Aqui!

9/17/08

Meio Ambiente - Reciclar é preciso - O exemplo brasileiro !







Sabia que a latinha de cerveja, que vc. despreza quando vazia claro, é 100% reciclável?
Pois é, dos materiais comuns utilizados no dia a dia e que descartamos, apenas o alumínio é totalmente reciclável e pode ser aproveitado para se tornar alumínio de novo. No caso do Brasil, que considero modelo a seguir neste campo, a reciclagem do alumínio (e não só) gera empregos e renda para milhares de irmãos brasileiros dedicados diáriamente à recolha das tais latinhas pelas ruas, praias e cidades, atingindo índices superiores a 85% e contribuindo em parcela importante para a economia do País. O que, ao demonstrar cuidado para com o planeta é exemplar principalmente para os jovens dos jovens países de expressão portuguesa como Moçambique e, porque não também para a Pátria Lusa lá pelo "Velho Continente", que ainda tem muito para caminhar e aperfeiçoar nesse campo, ora pois!
A propósito, saliento da mídia impressa brasileira:
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"""As mudanças climáticas do planeta têm assustado a população mundial. Prova disso é que parte da sociedade já se conscientizou dos problemas presentes no meio ambiente e, como não poderia deixar de ser, as embalagens fazem parte desse cenário. Estudo realizado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Embalagens (Cetea) revelou o tempo de degradação e o impacto de alguns tipos de embalagem no meio ambiente. Em todos os campos experimentais em que as embalagens foram avaliadas (solo, leito de rio, ambientes industrial e marítimo), a lata de aço foi a embalagem que apresentou maior evolução no processo de degradação. Segundo dados do professor Sabetai Calderoni, da USP, a lata de aço leva em média cinco anos para se degradar totalmente, enquanto o alumínio e o PET, por exemplo, levam mais de 100 anos... ...
... ...A lata de aço é sustentável porque é 100% reciclável e degradável, reutilizável, trabalha constantemente a redução nos níveis de no processo de fabricação e a maximização do índice de reciclagem, limita o uso de combustíveis fósseis e ainda avança tecnologicamente na redução do peso da lata para que se gere menos resíduos pós-consumo. O Brasil tornou-se sinônimo de reciclagem de latas de alumínio para bebidas fortemente influenciado pelas condições econômicas e sociais do país, porém reciclar somente um tipo de material não resolverá os problemas ambientais do planeta. Em 2007, no Brasil, 49% das latas de aço foram recicladas, o que representa mais de 290 mil toneladas de aço pós-consumo retornando ao processo de fabricação do material. Países como a Alemanha, Holanda e Áustria chegam a reciclar quase 80% do total de embalagens de aço pós-consumo. Na Europa, cerca de 2,5 milhões de embalagens de alimentos e bebidas foram reaproveitadas no último ano, o que previne a emissão de 4,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono no meio ambiente, equivalente a 2 milhões de carros fora das ruas. Projetos nacionais são criados para que se incrementem esses índices de reciclagem e para que se minimizem efeitos futuros indesejáveis, tais como o aquecimento global. Em 2001, foi criado um projeto de recuperação de embalagens de aço na região Nordeste denominado Reciclaço. A ação tem como objetivo trabalhar na recuperação de latas de aço de duas peças para bebidas pós-consumo. Quando o programa foi criado o índice de reciclagem era de 27%, hoje esse número saltou para 85%, devido ao incentivo financeiro para a coleta do material e a educação ambiental realizada junto às cooperativas e sucateiros.
Em 2007, foi criado pela Abeaço o projeto "Aprendendo com o Lataço", para educação ambiental para crianças em idade de formação, de 6 a 12 anos, o qual já atingiu quase 10 mil alunos com informações sobre consumo consciente. O projeto engloba conceitos desde a concepção da embalagem até o descarte final da mesma, aplicando definições de reciclagem, reutilização e redução, todas elas de forma lúdica. Se todos os responsáveis pela cadeia de embalagens, desde a concepção do design até o descarte final, aliados ao governo iniciassem projetos firmes de reciclagem e de conscientização do consumidor, a maioria da população sentir-se-ia responsável pelo futuro sustentável das próximas gerações. """ """
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O texto é extenso e poderá ser lido na íntegra aqui - "Gazeta Mercantil"!
E há muito que aproveitar e aprendar sobre como cuidar do nosso maltratado planeta no portal também com origem no Brasil "Planeta Sustentável".

9/16/08

África: Conferência internacional reúne no Porto especialistas mundiais em gestão dos recursos hidricos

Porto, 16 Set (Lusa) - A gestão da água no continente africano vai estar em análise em Outubro, no Porto, numa conferência internacional onde participa o inglês Tony Allan, um dos maiores especialistas mundiais na gestão de recursos hídricos.
"Vamos procurar colocar as questões relacionadas com a água em África no seu contexto político, já que elas são mais de natureza política e de gestão do que originadas por falta de água", disse hoje à Lusa Ana Cascão, especialista do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP).
A conferência, que decorre entre 2 e 3 de Outubro, numa iniciativa do CEAUP, vai reunir académicos, investigadores e quadros técnicos de cerca de uma dezena e meia de países, que vão analisar o problema dos recursos hídricos em África.
Durante a conferência vão ser apresentadas comunicações sobre vários casos concretos, entre os quais os que se referem ao acesso à água em Cabo Verde, na capital angolana, Luanda, e na área metropolitana de Maputo, capital de Moçambique.
O seminário que o Centro de Estudos Africanos é o primeiro que se realiza em Portugal abrangendo todo o continente africano.
- Leia a notícia em texto integral - Aqui! (RtpNotícias)

9/06/08

Os elefantes africanos...

Relembrando que os elefantes, animais inteligentes da floresta africana e não só, ao longo da história do mundo foram utilizados pelo homem para várias funções, como transporte, entretenimento e guerra, são actualmente, em todas as suas espécies, considerados animais em perigo de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN) tendo como causa principal a caça ilegal e o abate indescriminado quando se tornam violentos e atacam as populações próximas, ao perderem seu habitat invadido pelo ser humano.
A caça aos elefantes, causada principalmente pelo cobiçado marfim de suas presas é normalmente ilegal em quase todos os países africanos e o mundo, gradualmente, vem rejeitando o comércio desse material utilizado em jóias, etç.
Diversos jornalistas e defensores da natureza se têm dedicado ao assunto e á defesa da vida destes seres da floresta, denunciando, estudando, retratando e descrevendo para o mundo como pode ser pacífica a convivência com os mesmos. Transcrevo, como exemplo e alerta para entidades moçambicanas mais radicais ou extremistas no trato com estes animais:
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"Em uma clareira remota na República Central africana, a bióloga Andrea Turkalo observa a vida de animais ameaçados de extinção".
'Já foi dito que, na África, as comunidades humanas eram como ilhas rodeadas de elefantes', lembra Andrea Turkalo, da Wildlife Conservation Society. "Hoje, acontece exatamente o oposto." Ela sabe do que está falando: seu estudo pioneiro sobre os elefantes da floresta é conduzido em Dzanga Bai, uma clareira remota de 12 hectares que se localiza dentro de uma dessas grandes ilhas no continente um aglomerado de floresta tropical que resta no centro da África. Quando Turkalo chegou aqui, há quase uma década, pouco se sabia sobre o Loxodonta africana cyclotis, o primo do elefante comum que é menor e habita a savana e representa talvez um terço dos 600 mil elefantes que ainda existem na África. Como se espalham por áreas extensas no meio da floresta de vegetação densa, esses elefantes são extraordinariamente difíceis de estudar. Durante anos, pesquisadores se consideravam pessoas de sorte quando conseguiam avistar um único elefante da floresta, quem dirá ser capaz de observar um deles, e baseavam suas conclusões limitadas em evidências indiretas como fezes ou trilhas que levavam aos alimentos. Então Turkalo montou acampamento em Dzanga Bai, no parque nacional de Dzanga-Ndoki, onde os elefantes se juntam para beber água e escavar minerais do solo. Hoje ela trabalha em uma plataforma nas árvores e observa meticulosamente cada elefante que visita o local, anotando características físicas para estabelecer identidades individuais, então parte desses dados para estudar históricos de vida, estrutura familiar e padrões de comportamento em grupo. Equipada com repelente de insetos e uma espécie de telescópio, Turkalo passa a maior parte das tardes em sua plataforma, "desvendando as complexidades da vida dos elefantes da floresta".
- Matéria publicada originalmente na edição de fevereiro de 1999 da National Geographic.
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Elefantes de Samburu - Uma história de amor na África: Video-reportagem com imagens sensacionais que retrata os bastidores dos seis meses de trabalho do jornalista Michael Nichols na África - aqui!
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