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2/08/08

Como aplicar bem 130 milhões de Euros...

(Clique na imagem para ampliar)
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Afinal, imaginar não custa:
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130.000.000 !
Centro e trinta milhões de euros.
Centro e trinta milhões de oportunidades.
Cento e trinta milhões de razões para gastar dinheiro.
Cento e trinta milhões de desejos.
Cento e trinta milhões de pessoas que poderiam passar da miséria para a pobreza num só dia. Como?
Sim, e se o grau máximo de excentricidade fosse doar o jackpot especial do Euromilhões a uma associação de solidariedade?
Num dia em que todos nós pensamos no que faríamos com tanto dinheiro (que nem conseguimos imaginar quanto é na realidade), o Portugal Diário foi tentar perceber o que fazer com esta soma astronómica, mas só no bom sentido.
É claro que uma casa à beira mar, umas férias no Pacífico e um Jaguar descapotável fariam as delícias de qualquer pessoa, mas não haverá recompensa maior do que entrar directamente para o coração de milhares ou milhões de pessoas de um momento para o outro.
«Com 130 milhões de euros poderíamos ajudar muitas pessoas a passarem do limiar da miséria para o da pobreza ou até retirá-las desse estado.
Se pensarmos em dólares, porque é a unidade utilizada pela ONU, os cerca de 188 milhões de dólares ajudaram 515 mil pessoas a passar da miséria para a pobreza durante um ano ou então retirar mesmo da pobreza durante um ano cerca de 260 mil pessoas. Isso faria toda a diferença», refere o presidente da AMI, Fernando Nobre.
São milhões as pessoas que ainda vivem com menos de um dólar por dia, segundo dados da ONU, que atribui a esse estado o nível de miséria.
Um gesto do tamanho de 130 milhões de euros resolveria o problema a muita gente, nem que seja porque «em Angola, por exemplo, 60 por cento da população vive na miséria».
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Apadrinhamento de crianças
Embora os portugueses não sejam particularmente activos no campo da solidariedade (exceptuando alturas excepcionais de ajuda em massa), há várias organizações direccionadas nesse sentido, como acontece com a Helpo, que tem como objectivo apadrinhar crianças que vivem em situações de pobreza em África.
«Com 130 milhões de euros teríamos de mudar um pouco a nossa perspectiva, não apadrinhando apenas crianças, mas aldeias inteiras, ajudando-as a ultrapassar vários factores que continuam a dificultar a sua vida», conta a coordenadora da Associação Não Governamental, Joana Clemente.
«Hoje em dia já temos cerca de 3100 crianças apadrinhadas por portugueses, fruto de três anos de trabalho junto das comunidades da região de Nampula, Niassa e Cabo Delgado, uma vez que o norte de Moçambique, pelo seu isolamento, tem maior carência.
Vivem em simples palhotas», frisou, explicando que existem várias formas de apadrinhar crianças, devidamente seleccionadas entre uma comunidade colaborativa e sabendo que têm de frequentar pelo menos a segunda classe.
Qualquer pessoa pode apadrinhar uma criança, permitindo-lhe uma vida melhor, dado que o dinheiro é convertido em ajuda real que abrange a sua família, a própria aldeia e a região, dado que «20 por cento dos fundos são destinados para o desenvolvimento comunitário».
O próximo passo é ajudar São Tomé.
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O problema dos bairros sociais
«Não existe só pobreza em África. Portugal tem de despertar para o problema que está a afectar os subúrbios de Lisboa e Porto. Com 130 milhões de euros apostaria em três vectores: educação, emprego e habitação. E tinha em atenção os bairros sociais, pois aí a pobreza é uma realidade», avaliou o Padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
«Assistimos a um agravamento das condições de vida nas periferias das duas grandes cidades e, se queremos evitar o que está a acontecer em França, temos de agir rapidamente. Há situações gritantes, de uma enorme carência e falta de soluções para o futuro. É algo ainda praticamente ignorado pela nossa sociedade, que temos de ter em atenção», frisou, esperando o surgimento de um novo benemérito atento a estas causas.
In - Portugal Diário de 08/02/08
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