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3/06/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...Parte VI

(Imagem original daqui)
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SAÚDE EM PORTUGAL:
- Não custa perguntar: Trocaram o Ministro!... Será que já melhorou o atendimento à população nas "emergências" de Vila Real ?...
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Continuam uma porcaria e sem tendência de melhora, para não falar palavrão! O atendimento é péssimo, a desmotivação e o quase desinteresse dos funcionários é generalizada. Dia 04 de Março/08, familiares na Régua da Mãe que não é a Mãe do sr. Sócrates nem da ministra da saúde, tiveram de voltar a chamar a ambulância pois a Mãe que não é a Mãe do sr. Sócrates nem da ministra da saúde apresentava sintomas de falta de ar...Foi na tal ambulância para a vizinha (+ ou - 25 Kms.) Vila Real onde ficou no atendimento emergencial do hospital das 12 até às 19 horas, mais uma vez no tal corredor, na maca, suja de vômitos, com fezes e urina por todo o corpo (tem de usar fralda devido ao seu estado físico) e sem ninguém que lhe desse cuidados de higiene ou a alimentasse. Só após os Familiares que a acompanharam se aperceberem de seu estado e reclamarem com veemência é que se dignaram providenciar cuidados de higiene. E a imprensa pouco fala ou denuncia. É mais interessante bajular o poder, falar de futebol e de apitos dourados, acreditar em comunicados demagógicos, justificativas de Pinóquio e promessas que nunca se concretizam enquanto o povo sofre e morre por falta de assistência médica adequada num sistema de saúde ultrapassado, despreparado, pseudo reformado e arrasado. UMA VERGONHA de terceiro mundo... E ainda vem para a imprensa, um senhor de nome Carlos Vaz que se diz presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro salientar "a capacidade instalada no Centro Hospitalar, negando problemas na área da urgência resultantes do encerramento da urgência do hospital da Régua e do atendimento nocturno dos SAP de Alijó, Murça e Vila Pouca de Aguiar"(Noticias RTP)...
É preciso ter muita "lata" !
J. L. Gabão - 06/03/08.
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Post's anteriores do ForEver PEMBA relativos ao assunto:
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 3 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 4 !
  • SAÚDE em Portugal - Morreu Manuel Pinto, o idoso que o Hospital de Vila Real mandou para casa NU !...- Parte 5 !

1/28/08

SAÚDE EM PORTUGAL - RÉGUA: Morreu Manuel Pinto, o idoso que o hospital de Vila Real mandou para casa NU !...

Mil e uma desculpas ou justificativas virão por aí...
Os arautos do governo e seus simpatizantes fanáticos lançarão ao ar que é tudo campanha orquestrada da oposição contra a "iluminada" reestruturação das urgências...
Só que, esses seres "iluminados", fecharam as urgências sem a tal reestruturação estar providenciada...
Ninguém se responsabilizará pelo caos, pela anarquia, pela desorganização, pela vergonha e pela tragédia que imperam no sistema de saúde português. Nem pela morte do pobre Manuel Pinto lá da pacata Godim na cidade da Régua onde fecharam a urgência hospitalar.
E acabarão por concluir que o único culpado foi o pobre do Manuel Pinto...teve a culpa de adoecer aos 79 anos de idade...aí, mandaram-no para casa em Godim na Régua, para morrer depois de lhe darem alta NU, numa maca...no hospital de Vila Real, o tal hospital onde também deram alta no passado dia 4 de Janeiro, a uma Mãe que não é a digníssima Mãe do Sr. Sócrates nem de nenhum ministro, depois de sete horas internada numa outra maca, num corredor qualquer desse tal hospital.
Resumindo, É UMA VERGONHA...para não dizer UMA TRAGÉDIA ! Mas melhor que qualquer linha que eu escreva, falarão as linhas que abaixo transcrevo retiradas da imprensa portuguesa de algumas horas atrás:
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Correio da Manhã/27.01.08 - Manuel Pinto, residente em Godim (Peso da Régua), tinha 79 anos. Sem um historial clínico de doenças, foi assistido no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, e teve alta às O9h00 de anteontem. Às 14h00 voltou a dar entrada nas Urgências de Vila Real e duas horas depois estava morto.
A família quer apurar responsabilidades, perceber como é que os médicos não verificaram a gravidade do seu estado de saúde. “É incrível o que aconteceu. Como é possível deixarem sair um homem de aspecto cadavérico e sem roupa? E ainda mais deixá-lo ficar nas Urgências mais de quatro horas?”, interroga-se José Carvalho, o taxista que o transportou até casa ainda durante a manhã.O caso volta a colocar fortes dúvidas na qualidade da assistência a doentes. As acusações de negligência repetem-se e os familiares da vítima não escondem a indignação.Maria Julieta, viúva de Manuel Pinto, recorda os últimos dias de sofrimento, em que a saúde do marido parecia deteriorar-se. “Ele nunca tinha ido a um médico, mas nos últimos dias começou a queixar-se de dores de barriga”, lembra. As queixas agravaram-se na madrugada de sexta-feira. “Por volta das O2h15, chamei os Bombeiros da Régua, que o levaram para o Hospital de Vila Real. Passado quatro horas, uma médica disse-me que o meu marido não tinha nada de assustador. Tinha açúcar no sangue, tensão baixa e sintomas de princípio de pneumonia. Deu-lhe alta e passou algumas receitas”, continua.Maria Julieta ficou depois à espera de ser conduzida a casa. Visto que os bombeiros não consideraram que se tratava de uma situação urgente, foi necessário recorrer a transporte particular. Esperaram duas horas para serem conduzidos por um taxista amigo, possibilitando uma viagem acessível para os seus parcos recursos.Manuel Pinto chegou a casa ao princípio do dia. Aí ficou até às 14h00, altura em que piorou. “Como já não comia nada, chamei novamente os bombeiros”, recorda ainda a viúva da vítima, que o acompanhou na nova viagem às Urgências do Centro Hospitalar.Duas horas depois Manuel Pinho estava morto. Desconhece-se a causa da morte, que só será revelada com a autópsia. “Estou revoltada. Primeiro, se ele tem ficado no hospital da primeira vez, se calhar estava vivo. Depois mandarem o meu homem nu, para casa, sem uma peça de roupa. Nem uma bata lhe vestiram, é o desprezo completo”, lamenta Maria Julieta.A possibilidade de uma queixa junto do hospital não está posta de parte. O Centro Hospitalar vai amanhã averiguar o que sucedeu.
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ACUSAÇÕES AO HOSPITAL
Vizinho taxista que transportou Manuel Pinto para casa diz que o idoso estava nu quando teve alta em Vila Real.
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AINDA SEM EXPLICAÇÃOO
Centro Hospitalar promete amanhã averiguar o sucedido. Para já não tem explicação para morte do idoso.
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"CASOS IDÊNTICOS REPETIR-SE-ÃO"
“Era evidente quando o dissemos, há um ano, que o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) sem estar finalizada a reestruturação das Urgências era um crime.” Foi desta forma que o bastonário da Ordem dos Médicos reagiu ontem aos mais recentes casos divulgados pelo CM. Pedro Nunes diz que, “mais cedo ou mais tarde, estes casos teriam de acontecer”. O bastonário entende que “casos idênticos repetir-se-ão se não for rapidamente repensado o sistema”.
- A reportagem integral aqui!
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Portugal Diário - 26.01.08 - Hospital enviou idoso para casa nu: Homem tinha 79 anos e recorreu ao hospital de Vila Real com dores de barriga, gripe e fraqueza. Deram-lhe alta de madrugada. Taxista encontrou-o numa maca sem roupa. No dia seguinte voltou ao hospital, onde faleceu.
Vizinhos de um septuagenário falecido sexta-feira no Hospital de Vila Real acusam a unidade hospitalar de «falta de humanidade», depois de terem encontrado o idoso «numa maca completamente nu», disse à Agência Lusa o taxista e vizinho que o transportou.
O vizinho e taxista José Carvalho contou que Manuel Pinto, de 79 anos, entrou na urgência do Hospital de Vila Real ao início da noite de quinta-feira, queixando-se de dores, gripe e fraqueza. Depois de ter sido avaliado pelos médicos, teve alta às 02:00 da madrugada de sexta-feira.
José Carvalho contou ainda que recebeu um telefonema de uma vizinha para ir buscar o idoso ao Hospital de Vila Real, onde o encontrou numa maca, completamente nu e num estado que considerou muito debilitado.
«Tive que gritar por ajuda, para que alguém me auxiliasse a levantá-lo, sentá-lo numa cadeira de rodas e transportá-lo até ao carro. E isto depois de ter sido eu também a procurar um casaco para o tapar, porque estava sem roupas», descreveu. À SIC, o mesmo taxista precisou que pediu à esposa para esta dar o seu casaco ao marido e que colocou o xaile dela a «tapar os genitais».
Também à SIC, a viúva explicou que o marido não conseguia controlar as necessidades fisiológicas, pelo que, quando chegaram ao hospital «despiram o meu homem todo e deixaram-no em pelota».
Depois de ter recebido alta e com um diagnóstico de que não era nada de grave, o idoso regressou a casa, em Godim, Peso da Régua, onde vivia com a mulher, de 80 anos. Só que durante a manhã começou a sentir-se cada vez pior. Regressou à urgência do Hospital de Vila Real ao início da tarde de sexta-feira, transportado pelos bombeiros do Peso da Régua, onde faleceu a meio da tarde.
Em declarações à TVI, a viúva do idoso, explicou que ainda não sabe o que vai fazer. Primeiro tem de falar com as filhas que estão emigradas na Bélgica.
O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, no qual está inserido o Hospital de Vila Real, já anunciou que vai avaliar a ocorrência e pronunciar-se no início da próxima semana.
- A reportagem integral aqui !

Post's anteriores relativos ao assunto:

  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 3 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 4 !

1/11/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...IV

O drama ou tragédia que vivem milhares de portugueses atingidos com o encerramento das "urgências hospitalares" é danoso, preocupante e desperta sentimento de revolta para com os "artífices" de tal requalificação desastrosa de serviços de saúde em Portugal.
As notícias vão chegando via net e falam até em situação desesperante.
O "Portugal Diário" (edição eletrónica) em reportagem de Anadia a Vila Real, onde o senhor António Correia de Campos arremeteu em força com o encerramento de urgências sem antes providenciar alternativas, diz que "a população fala em situação «desesperante», não entende as razões da mudança e já não sabe a quem recorrer em caso de emergência."
E continua: "O desabafo foi lançado por um grupo de pessoas que aguardava pacientemente pelo familiar junto às urgências do Hospital de Vila Real.
Vindos de Chaves, tiveram de percorrer 60 quilómetros para resolver uma emergência, quando tinham à distância de 20 quilómetros, em Verín, um serviço que poderia resolver-lhes o problema:
«Se no Alentejo vão a Badajoz, nós também deveríamos aproveitar e ir a Espanha».
A requalificação dos serviços de urgência em Portugal está a causar polémica, com o ministro Correia de Campos a seguir as indicações dos peritos e os doentes a sentirem o seu impacto sem que haja uma real comunicação com as populações.
No terreno, sente-se apenas a reacção e não a acção.
Sabe-se o que vai fechar, não se conhecem as alternativas.
À porta das antigas urgências, como acontece em Peso da Régua ou Anadia, surge agora um aviso: em caso de urgência ligue para 808 24 24 24 (linha Saúde 24) ou 112.
Na realidade, as pessoas queixam-se, necessáriamente pela falta de informação, talvez pela falta de habituação, quase sempre pelas longas deslocações, pelo cansaço acumulado.
O Hospital de Vila Real acaba por ser um exemplo de aglutinação, pois passa a receber cada vez mais pacientes.
Numa noite, que não precisa de ser muito agitada, é usual ver chegar ambulâncias de sítios tão díspares como Chaves, Santa Marta de Penaguião, Alijó ou Lamego... ..."(e o restante da reportagem continua aqui).
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E eu acrescento:
Em suma, boa reportagem expondo a realidade.
Entretanto vem a público muita conversa-fiada por parte de "responsáveis" que tentam simplificar e justificar esta tragédia lusa como se fosse possível "cobrir o sol com uma peneira".
De minha parte repito aqui a vivência dolorosa de familiares em Portugal que, por e-mail, detalham a realidade lamentável acontecida em Vila Real-emergência há poucos dias:
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""""Todos temos de reclamar, de falar até que nos ouçam !!!!
Conto o que se passou dia 4 de Janeiro último, no hospital de Vila Real:
- Por volta das 18h30 da tarde a nossa Mãe sentiu-se mal em casa na Régua.
- Liguei de imediato para o 112 e eles demoraram cerca de 10 minutos.
- Os bombeiros que atenderam ao chamado perderam imenso tempo à procura do equipamento médico para emergências que não encontravam e que teriam de usar com a nossa doente...Falta de hábito ?... Depois telefonaram, porque a isso são obrigados, não sei para quem, a questionar para onde levar a paciente. Mais tempo perdido e eu desesperada a desatinar...Decidem então que vai para o Hospital de Vila Real.
- Deu entrada às 20horas. Uma hora e meia após o pedido de "socorro emergêncial".
- Quando chegou ao hospital não tinha maca para ficar já que o mesmo hospital estava a "estourar pelas custuras".
- Como os bombeiros não a podiam deixar no chão tiveram que aguardar que liberassem uma maca para a deitar. O que aconteceu um longa hora depois quando voltaram à Regua para atender outras emergências.
- A Mãe deu entrada no hospital como caso urgente mas, até ser vista por um enfermeiro quando deveria ser atendida por um médico, demorou mais de uma hora. Nessa noite malfadada do dia 4 de janeiro chegavam constantemente ambulâncias de todas as partes e o hospital "explodia" de doentes.
- Por volta das 22 horas (três horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) finalmente é vista por um médico que manda fazer alguns exames.
- Às 23 horas (quatro horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) faz os exames ao sangue. Mais tarde um raio x. E a espera na sala da urgência era horrível com montes de pessoas doentes. A maior parte idosos... Não imagina o corredor repleto doentes a passar mal. No ar um cheiro forte, enjoativo que me fez sentir mal.
- Entretanto a espera continuava... De tempos em tempo perguntavamos o que se passava com nossa Mãe e ninguém dizia nada. Só que tinhamos que aguardar.
- O tempo passou e cerca das 04h30 da madrugada (dez horas depois que chamei os serviços de emergência) o segurança veio informar que a nossa Mãe doente tinha de ficar "internada" para observação, naquele corredor de hospital sem condições e a abarrotar de doentes.
Nesse tempo todo de espera não apareceu um médico para nos informar o que se passava com nossa Mãe. Só a boa-vontade de um leigo em saúde - o segurança - é que esclareceu por dó, algumas de nossas interrogações.
- Na manhã de sábado, dia 5, às 9h00 (quatorze horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) fomos informados pelo hospital que a Mãe tivera alta e, quando lá cheguei para indagar ao médico o mal que a acometera não o localizaram. Não consegui falar com ele. Um enfermeiro, a meu pedido, pegou os papéis que estavam sobre a Mãe e informou lacónicamente que teria sido um mal súbito...!!!
...Traumatizante. Deus permita não tenha de usar a "emergência" tão cedo.""""
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Necessários mais comentários ?
É este o "retrato" do atual sistema de saúde em Portugal.
Não dá para ficar calado.
Magoa, revolta, preocupa.
Entre outras coisas é muita falta de respeito para com o cidadão comum, limitado económicamente e dependente desses serviços públicos sociais. Porque, repito, se fosse a digníssima Mãe do senhor Sócrates ou de outro ministro, não passaria certamente, como a Mãe cidadã anónima e comum passou, por uma qualquer emergência hospitalar fria, desprovida de condições de atendimento e de bem cuidar dos doentes, distante de sua casa, neste Portugal interiorano...!
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Post's anteriores:
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 33 !

Leia também:

  • Requalificação das urgências ainda por cumprir - aqui !
  • O que fazer em caso de emergência ? - aqui !
  • Ministro não cumpre plano para as urgências. - aqui !
  • Algumas imagens - aqui !

1/09/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...III

A jornalista Paula Góes da Global Voices OnLine, repercute de Londres o ForEver Pemba e o "sistema de saúde em Portugal-Vila Real" - Aqui !
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Global Voices Online é uma iniciativa sem fins lucrativos do projeto “global citizens' media” criado pelo Centro Berkman para Internet e Sociedade da Escola de Direito de Harvard, uma incubadora de pesquisa focada no impacto da Internet na sociedade.
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O lema da Global Voices:
O MUNDO ESTÁ FALANDO. VOCÊ ESTÁ OUVINDO ?
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1/08/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...II

(Imagem original daqui)
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Resumo de uma sexta-feira (dia 4-janeiro-2008) à noite no hospital do Lordelo em Vila Real - Portugal - Europa - Primeiro Mundo, ou "flagrantes da vida real" de um hospital em Portugal:
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Cena Primeira - Porque fecharam as emergências hospitalares na cidade da Régua, chega uma ambulância daquela cidade a Vila Real - Hospital do Lordelo, com uma Mãe de 83 anos (que não é a digníssima Mãe do Senhor Sócrates nem de nenhum ministro) doente, vomitando, passando mal e que precisa de cuidados hospitalares.
Embora a Mãe (que não é a digníssima Mãe do Senhor Sócrates nem de nenhum ministro) tenha de ser internada, não há quartos vagos nem macas disponíveis.
É atendida na própria maca da ambulância, no corredor da emergência onde fica retida, isolada dos familiares que a acompanham impedidos de ficar a seu lado por normas internas do hospital.
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Cena Segunda - Outras ambulâncias chegam continuamente ao hospital do Lordelo em Vila Real, vindos de outras cidades do norte de Portugal que ficaram, por determinação do governo, sem os serviços de emergência.
Os doentes vão-se acumulando nos corredores da emergência.
São atendidos, consoante surge disponibilidade de escassos, perante a demanda, enfermeiros e médicos de plantão que tentam superar sem resultado o caos em que está sendo lançado o serviço de saúde em Portugal.
E vão ficando a Mãe de 83 anos (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates nem de nenhum ministro) e os doentes, por lá, jogados nos corredores da emergência do hospital do Lordelo de Vila Real, aguardando a demorada vez de receberem cuidados médicos, um quarto que vague, uma cama na enfermaria que fique disponível ou uma maca do próprio hospital que não aparece.
Não fossem as macas das próprias ambulâncias em que chegaram, teriam de ficar deitados no chão dos corredores do hospital.
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Cena Terceira - Sete longas horas depois, já de madrugada, chegam finalmente os exames (análises) da Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç., etç.) confirmando, acreditem, a necessidade de internação no corredor do hospital, já que não há disponibilidade de quartos nem enfermarias vagas.
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Cena Quarta - Os familiares são aconselhados a voltar para casa na Régua, porque não lhes é permitido o acesso à Mãe (que não é a digníssima Mãe do Senhor Sócrates...etç., etç.) deitada com seus 83 anos, numa maca há mais de sete horas e "internada" num corredor do hospital do Lordelo em Vila Real na madrugada do dia 5 de janeiro de 2008 - sábado.
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Cena Quinta - Sábado, dia 5 de janeiro de 2008 -Em casa na Régua, preocupados, cansados e sem dormir, às 10 horas da manhã, os familiares da Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç. etç.) são avisados (porque telefonaram para o hospital) que podem voltar a Vila Real para buscar a paciente já em alta do hospital do Lordelo em Vila Real.
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Cena Sexta - Correm para Vila Real, que fica a uns 25 Kms. da Régua e providenciam o regresso da Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç., etç.) ao aconchego do lar e da Família na Régua, transportando-a penosamente em carro comum particular, porque se pretendessem utilizar uma ambulância dos serviços hospitalares, adquirida pelo governo do senhor Sócrates com recursos monetários dos impostos que o cidadão comum paga, teriam de "contribuir" com a taxa obrigatória de trinta e poucos euros...
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Cena Final - Felizmente a Mãe (que não é a digníssima Mãe do senhor Sócrates...etç., etç.) melhorou e está a recuperar as energias em casa, acarinhada por filho e netos.
E continua tentando viver, preocupada e preocupando-nos com a possibilidade de vivenciar tão lamentável experiência em nova emergência de saúde que a obrigue a ficar internada, deitada numa maca, num corredor frio de qualquer hospital distante da Régua, em sua pátria - Portugal!
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E acrescento
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O sangue transmontano é assim, rijo, estóico, teimoso.
Não quer morrer.
Resiste, luta, mesmo abandonado criminosamente por quem é eleito para melhorar a qualidade de vida da nação portuguesa, mesmo na humildade de suas possibilidades económicas que não lhe permitem usufruir nem ingressar no lucrativo mercado privado de saúde, mesmo quando grande parte da mídia lusitana se cala e aceita servil as aberrações que vão acontecendo no país Portugal.
É inaceitável o que está a acontecer em Portugal.
Para não dizer vergonhoso.
As "cenas" que coloco acima, são reais, aconteceram, estão a acontecer diáriamente e vão-se ampliando gravemente por todo o Portugal.
A saúde da nação portuguesa, principalmente da população humilde, pobre está a ser jogada na lama.
Não é um bem de consumo como outro qualquer.
Está agregada á vida humana e a qualidade dessa vida depende da facilidade de acesso, dos predicados dos serviços de saúde e, fundamentalmente, de infraestruturas modernas, funcionais, que se multipliquem apetrechadas de equipamentos novos e profissionais atualizados, dedicados, competentes, com espírito de missão.
A necessidade de serviços de saúde cresce na mesma proporção das privações sofridas no tempo pelo cidadão português (e não só) e quanto menor foi a possibilidade de acesso a cuidados de saúde ao longo da vida.
Não se pode ECONOMIZAR em saúde. Principalmente com a saúde da NAÇÃO.
Isso de dizer que “quem quiser saúde que a pague” não só contraria o que se encontra estabelecido na Constituição da República Portuguesa que dispõe “que todos têm direito à protecção da saúde” (artº 64, nº1), e não apenas aqueles que têm dinheiro para a pagar, sendo este direito garantido “através do serviço nacional de saúde universal e geral…tendencialmente gratuito” (artº 64, nº2, alínea a da Constituição da República).
Repetindo, o principio de “quem quiser saúde que a pague” que alguns defendem é não só contrário ao que estabelece a nossa Constituição mas também ao respeito que deverão merecer o ser humano e as Mães, Irmãos, Família, Amigos e conterrâneos de todos nós!
E também porque a maioria da Nação Portuguesa não aufere salário nem prerrogativas de ministro que permitam suportar o custo de consultas médicas e serviços de saúde privados...de primeiro-mundo!
Há que criar, inaugurar cada vez mais e mais Unidades de Saúde. Fechar, encerrar Unidades de Saúde demonstra escassez de clarividência e crueldade social!
  • Visite aqui a cidade de Peso da Régua, a cidade que ficou sem Hospital por determinação do Governo - aqui !

1/02/08

Portugal-SAÚDE-Como não é a Digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...

(Imagem original daqui)
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Em 24 de Abril de 2007 a agência "Lusa" divulgava:
  • "Portugal ofereceu estádio à cidade palestiniana de Al-Kahder - O novo Estádio Internacional da cidade de Al-Kahder, nos arredores de Belém, Cisjordânia, cuja construção foi financiada por Portugal, através do Instituto Português de Cooperação para o Desenvolvimento (IPAD), vai ser inaugurado segunda-feira.
    O recinto, uma oferta de Portugal aos desportistas palestinianos cuja construção custou dois milhões de dólares, tem capacidade para 6.000 espectadores, é certificado pela FIFA e dispõe de piso sintético e iluminação.
    A cerimónia de inauguração, que tem o alto patrocínio do presidente Mahmoud Abbas, abrirá com uma marcha de escuteiros locais, conduzindo as bandeiras de Portugal e da Palestina, e a execução dos respectivos hinos nacionais.
    Na cerimónia discursarão a ministra do Turismo, Khouloud Daibes, em representação do Presidente, Jorge Torres Pereira, representante de Portugal junto da Autoridade Nacional Palestiniana, em nome do Governo português e do IPAD, e o presidente da Câmara de Al- Khader, Adnan Sbeih.
    Segundo informações obtidas pela Agência Lusa, Portugal irá oferecer camisolas dos jogadores Cristiano Ronaldo, Deco e Quaresma, que serão expostas numa sala do estádio Al-Khader.
    Os organizadores estão a envidar esforços para a obtenção de mensagens vídeo de Luís Figo, Cristiano Ronaldo, José Mourinho e Luís Filipe Scolari, para serem difundidas durante a cerimónia.
    Segundo o representante diplomático de Portugal, estas "seriam naturalmente, mensagens de apoio às esperanças e às alegrias bem conhecidas dos praticantes e adeptos do futebol e representariam mais uma forma de passar uma mensagem de paz à juventude palestiniana, na língua internacional, que é o desporto".
    Após a cerimónia inaugural, vai disputar-se um jogo entre a equipa local Al-Khader, reforçada com os melhores jogadores palestinianos, e a equipa Maccabi Akhi Natsrat (Nazareth), uma equipa da primeira divisão israelita, que integra jogadores árabes e judeus.
    Khalil Shahwan, director do Departamento de Juventude e Desportos de Belém, agradeceu, em entrevista publicada hoje pelo diário El-Quds, à "nação amiga portuguesa" pela sua importante contribuição, esperando que esta sirva de exemplo a outros países, para que ajudem o povo palestiniano a realizar as suas necessidades."
- Bonito...politicamente correto. Ficaram todos bem na fotografia!
Entretanto, "rondando" a net, encontrei e transcrevo com a preocupação e angustia de quem vê parentes Queridos, em Portugal, sofrerem as vicissitudes da incompetência, da frieza, da falta de sensibilidade humana demonstrada por quem governa Portugal e com as revolta e repulsa que voto a determinados políticos que, do alto de seus pedestais de vidro, olham para os mais humildes como seres insignificantes:
  • Blog "Eu Jornalista" - "O novo estádio da cidade de Al-Kahder, nos arredores de Belém, na Cisjordânia, cuja construção foi financiada por Portugal, através do Instituto Português de Cooperação para o Desenvolvimento, vai ser inaugurado na próxima segunda-feira... ... ... Já fechámos urgências, maternidades, centros de saúde e escolas primárias, mas oferecemos um estádio à Palestina. Devíamos fechar o Hospital de Santa Maria e oferecer um pavilhão multiusos ao Afeganistão. A seguir fechávamos a cidade Universitária e oferecíamos um complexo olímpico (também com estádio) à Somália e por último fechávamos a Assembleia da República e oferecíamos os nossos políticos aos crocodilos do Nilo."

Pois é...digo eu para fechar: Não é a digníssima Mãe desses senhores que carece de proteção hospitalar decente e próxima em caso de emergência. Residem em templos repletos de benesses sociais e cívicas exclusivas, com o padre de plantão ao pé do altar... E, se assim não acontecer, qualquer avião particular ou helicóptero será solução imediata e rápida que os levará para os melhores centros hospitalares, quem sabe além fronteiras ou até à vizinha Espanha. O "resto", que aguente e pague a ambulância e os impostos ! ...ou morra !