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9/17/09

Eleições em Moçambique: O que se escreve nos jornais moçambicanos

Canal de Moçambique, Ano 1 * N.º 40 * Maputo, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009 - Frelimo só fala das realizações: O partido Frelimo, na província de Maputo, não consegue explicar com clareza o que irá fazer, caso vença as eleições. Até esta 4ª feira, ontem, quando a campanha ia no seu 4º dia, a Brigada da Frelimo na província de Maputo, chefiada por Manuel Chang, ministro das Finanças, estava ainda a falar das realizações do governo no mandato prestes a terminar. A única coisa que vem dizendo ao eleitorado é: “vote na Frelimo e no seu candidato, Armando Guebuza, para continuarmos a combater a pobreza”. Sobre como será combatida tal pobreza, a Frelimo não explica. Não diz o que vai fazer para que os pobres deixem de ser pobres quando no País se sente cada vez com maior agudeza, uma elite governamental a consolidar o seu lote de propriedades enquanto a população tem estado a apertar cada vez mais o cinto.

A reportagem do Canalmoz destacada para cobrir a campanha do partido no poder, ontem, trás o essencial daquilo que foi o trabalho da Frelimo no Município da Matola. A nível do comité da cidade da Matola, uma caravana chefiada por Manuel Chang, fez o seu itinerário seguindo até ao bairro Patrice Lumumba, onde decorreu um comício. Na caravana, simpatizantes da Frelimo entoavam canções enaltecendo o esforço do seu partido, empunhando bandeirolas, distribuindo panfletos e dísticos contendo símbolos e fotos do candidato às presidenciais, Armando Guebuza. O comício orientado por Chang tinha como objectivo pedir votos ao eleitorado local. Falando no momento, Chang disse aos presentes que o partido Frelimo é tudo o que os moçambicanos precisam para verem suas preocupações deixarem de existir.

Chang recordou aos presentes no comício que o governo, dirigido pelo líder do partido no poder, se esforçou o máximo possível para erradicar a pobreza absoluta, o desemprego, o analfabetismo. Não revelou números auditados por entidade independente. Aproveitou o momento para pedir mais votos para candidato da Frelimo, para que este possa no próximo mandado terminar com o trabalho já iniciado, o de resgatar a esperança do povo e proporcionar uma vida melhor ao povo. Não promete futuro melhor. Não fala, desta vez, em evitar-se votar em quem ainda nada tem, mas antes em quem já tem o suficiente para que não precise de ir aos cofres do Estado alimentar as suas contas privadas com a corrupção. Não falou desta vez nem votar-se em quem já tem fortuna que permita guardar bem os cofres do Estado. Os “insaciáveis”, desta vez, parece estarem a evitar dizer que quem ainda não tem o suficiente quer o poder apenas para roubar, uma retórica que se ouviu muito nas eleições anteriores.

Já se viu que quem tem quer mais e mais e mais, pelo que a corrupção tem-se revelado imparável. Mas dela não se ouviu falar pelo menos até agora.

Aposta na OMM - A Campanha da Frelimo na província de Maputo está a apostar essencialmente nas mulheres. O partido no poder está a usar a sua Organização da Mulher Moçambicana (OMM) como seu instrumento para atingir o público eleitor. O grupo de mulheres denominado “OMM de choque” concentrou-se logo as primeiras horas da manhã de ontem, na sede provincial do partido, afim de receberem a agenda sobre o local para escalar. Mas até ao momento em que a nossa equipe de reportagem se retirou do local, por volta das 13 horas, o mesmo grupo ainda não tinha uma agenda específica, tendo terminado a sua propaganda em frente ao comité e um pouco pelo bairro vizinho, bairro “Cinema 700”. Como tem acontecido com vários outros partidos, este grupo de mulheres privilegiou a campanha porta-a-porta, mantendo, desse modo, um contacto interpessoal com eleitorado local.

Segundo explicou a chefe do grupo, Maria Mazive, sendo este um grupo composto apenas por mulheres têm como público-alvo também as mulheres, mas de preferência mães de famílias e idosas. Maria Mazive disse ainda que este tipo de campanha, porta-a-porta, visa criar um ambiente de confiança e convenção com o público-alvo.

Questionada sobre a mensagem do grupo e a sua credibilidade, a fonte disse que leva uma mensagem de esperança de combate à pobreza e de promoção da valorização da mulher, principalmente a mulher doméstica. A fonte indicou como uma das realizações do actual Governo, o recém aprovado instrumento de proibição de violência contra a mulher.

Quanto à credibilidade da sua mensagem transmitida ao eleitorado feminino, a fonte disse que se pode avaliar pelo nível de aderência que, defende, “é maior a cada dia que a caravana passa”. “A nossa mensagem é bem recebida. É só ver quantas mulheres aderem à campanha a cada dia. As mulheres moçambicanas acreditam na nossa mensagem, na Frelimo e no próprio candidato, Armando Guebuza,” vincou Maria Mazive. (António Frades)

Canal de Moçambique, Ano 1 * N.º 40 * Maputo, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009: “As eleições deviam ser adiadas porque já estão viciadas - Não sou analfabeto e nem demente. Sou médico tal como o Dr Leopoldo da Costa. Só que ele agora além de médico já é palhaço - José Palaço, ex-deputado da AR, sobre presidente da CNE” - Maputo (Canalmoz) - José Palaço, antigo deputado e chefe de bancada pela União Democrática (UD) na primeira legislatura e ex-membro da Comissão Permanente da mesma, apelou que as eleições marcadas para o dia 28 de Outubro próxima sejam adiadas porque já estão viciadas e chegou mesmo a dizer que o presidente da CNE é um “palhaço”.

José Palaço encontrava-se no debate agendado com presidente da CNE no Parlamente Juvenil a que Leopoldo da Costa faltou.

Quanto ao Dr. Leopoldo que até a semana passada acumulava o cargo de presidente da CNE com o cargo de reitor do ISCTEM violando também dessa forma a Lei que proíbe terminantemente que quem estiver na CNE tenha outras ocupações. Colaço disse ao «Canalmoz» que foi àquele lugar para falar de “colega para colega” com ele, uma vez, referiu, “somos ambos médicos de profissão”.

De acordo com o ex-deputado da Assembleia da República o adiamento das eleições iria evitar uma série de danos de saúde nas pessoas sensíveis tais como “a hipertensão e até a problemas mentais”.

O antigo membro da CP da AR, que concorria pela coligação CDU-UPM, também excluída pela CNE, disse: “Não sou analfabeto e nem demente. Sou médico tal como o Dr. Leopoldo da Costa. Só que ele agora além de médico já é palhaço”.

Este membro da coligação excluída que estamos a citar disse ter esperanças depositadas que “o Dr. Mondlane (presidente do CC) salve os moçambicanos e o processo”, mas defende que as eleições devem ser adiadas para se poder reorganizar o que já nasceu torto.

A terminar disse lamentar que um médico de nome e créditos firmados se tenha metido onde se meteu. “Agora ele já é palhaço”. (Luís Nhachote)

Outros Títulos de hoje:

  • Parlamento Juvenil exige demissão do Presidente da CNE - Vertical, Maputo quinta-feira 17.09.2009 Nº 1908.
  • Contra “decisões de conveniência” da CNE, jovens ponderam marchar pelas ruas de Maputo - MediaFax, Maputo, Quinta-feira, 17.09.09 *Nº4375.
  • Processo eleitoral ao rubro: G19 pronuncia-se hoje! - MediaFax, Maputo, Quinta-feira, 17.09.09 *Nº4375.
  • Aos orgãos eleitorais: Críticas e condenações aumentam de tom - Media Fax, Maputo, Quinta-feira, 17.09.09 *Nº4375.
  • Conselho Constitucional é última esperança... - Diário do País, Maputo, 5ª feira, 17 de Setembro de 2009, edição nº. 561 Ano III.
  • CNE saltou etapas da lei - Diário do País, Maputo, 5ª feira, 17 de Setembro de 2009, edição nº. 561 Ano III.
  • Políticos inviabilizam encontro da juventude - Diário do País, Maputo, 5ª feira, 17 de Setembro de 2009, edição nº. 561 Ano III.
  • Partidos só querem abocanhar fundos da CNE, diz jornalista Fernando Lima - Diário de Notícias, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009 – Edição 1475.
  • Enquanto a Frelimo canta vitória, Renamo diz possuir programa para acabar com o sofrimento do povo - Diário de Notícias, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009 – Edição 1475.

9/16/09

Eleições em Moçambique e a "imparcialidade" da CNE

(Clique na imagem para ampliar)

A CNE, continua em destaque.

Tem quem defenda e tem quem "ataque" a isenção ou a que deveria ser "imparcialidade" deste orgão na aprovação das listas de partidos concorrentes às eleições moçambicanas.

Afinal, a atual CNE é realmente digna de confiança na gestão democrática das eleições em Moçambique? Ou será tudo "intriga" e "ingerência" nos assuntos eleitorais moçambicanos?

Hà dúvidas! Falta descobrir se as anomalias acontecem por incapacidade administrativa ou é proposital.

Transcrevo do "Diário Independente" de hoje:

"A Comissão Nacional de Eleições (CNE) aprovou listas ilegais referentes às eleições para as Assembleias Provinciais pertencentes aos partidos Frelimo e Renamo, segundo noticia hoje MAGAZINE INDEPENDENTE.

Tais listas estão afixadas para quem as quer ver nas vitrinas da própria CNE, desde a passada terça-feira dia 8 de Setembro.

Contrariamente ao que disse publicamente Leopoldo João da Costa, Presidente da CNE, a "anarquia" confundida por partidos excluídos em nome da democracia também atingiu as duas maiores formações políticas, ao não conseguirem alistar o número mínimo necessário de suplentes exigidos por Lei para as Assembleias Provinciais.

Espreitando as listas afixadas descobre-se que a Frelimo, no círculo eleitoral de Boane, devia propor 7 membros efectivos e um número minimo de 4 suplentes, mas apenas meteu 2 suplentes e mesmo assim foi "autorizada" a participar.

Na Cidade da Matola, a Frelimo devia candidatar 44 elementos seus e um minimo de 22 suplentes. Estranhamente, candidatou apenas 15 suplentes e apesar disso foi aprovada a sua lista.

No circulo eleitoral da Manhiça, o partido no poder candidatou os 11 efectivos necessários e devia juntar um mínimo de 6 suplentes mas conseguiu apenas 5 e passou no gabinete.

Na Cidade de Beira, o partido dos camaradas apresentou os 25 efectivos exigidos por Lei mas onde devia propor 13 suplentes, apresentou 12 faltando um e foi aprovado na secretaria.

Em Vilankulo, apresentou os 9 efectivos exisidos e devia concorrer com um mínimo de 5 suplentes mas meteu quatro e passou.

Renamo - A sorte do jogo da secretaria atingiu também a Renamo.

No circulo eleitoral de Boane a perdiz apresentou os 7 efectivos exigidos e devia apresentar no mínimo 4 suplentes mas conseguiu 3.

Em Matutuine, apresentou 3 efectivos e no lugar de 2 suplentes apresentou apenas 1 e o jogo da sorte da CNE deu-lhe uma passagem automática. E em Xai-Xai, a Renamo apresentou os 9 efectivos necessários e tinha que dar 4 suplentes mas no fínal de contas apresentou 8 efectivos e 4 suplentes e foi aprovada estalista.

A acreditarmos na desculpa de Leopoldo da Costa, não são apenas os famosos excluídos que apresentaram listas incompletas, como se vê nestes casos dos dois maiores partidos."
- In Diário Independente, Maputo, 16 de Setembro de 2009.