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5/09/09

PEMBA - O caos no trânsito... 2 e outras "coisitas" mais referentes a caça, educação cívica, etç. !

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui)

""EXTRAS - Apertadíssimos! - Retomo hoje o tema do trânsito rodoviário de Pemba. Apareci, com efeito, na edição de 14 de Março, a dizer que já não há quem controla o quê na rua. Volto a dizer que não é verdade que é devido ao número cada vez maior de viaturas que Pemba todos os dias aceita, apesar disso ser verdade, tendo em conta que o projectista desta bela baía se um dia voltasse, cairia de costas e daria nomes a nós que fazemos crescê-la como ele não previa, porque inconcebível.

A indisciplina rodoviária tem a ver com outras coisas: desde a atitude dos controladores de trânsito às nossas. Sim, nós, com viaturas ou não, acabamos ficando no mesmo saco, que nos põe como indisciplinados, porque a luta de diminuir as estradas da cidade de Pemba é por todos travada e as vitórias estão aí à vista.

Havíamos falado do “bem-vindo” onde hoje florescem umas barracas, que ficaram mais importantes do que o trânsito pacífico daquele local, porque se trata de um potencial de presentes e futuros acidentes de viação, durante o casamento que se tem entre os alcoolizados e aqueles que sobem e descem dos “chapas”. Mais importante que a saúde pública, porque a casa de banho ficou ao ar livre da outra berma da estrada, quando, paradoxalmente, a seguir temos um outro mercado florescente: de carne seca de caça.

Esta, outra questão: donde vem a carne seca de caça? Como chega à capital provincial? As regiões mais próximas de Pemba, conhecidas como as que têm um potencial de fauna bravia, no seio da qual saem os cudos, as gazelas, os facoceiros e, quê mais, pertencem ao Parque Nacional das Quirimbas: Pemba-Metuge, Ancuabe e Quissanga. E depois? Por aqui, não será errado concluir que a carne vem do interior do parque. Pode ser difícil detectar na montante, mas aqui na jusante, onde se vende e compra quase que oficialmente, é sim, possível.

Mas estamos nas estradas: é preciso dizer que no chamado mercado das batatas nada se está à procura senão acidentes que podem calar a boca de muitos residentes de Pemba, e não só! Que tamanho tem a avenida 25 de Setembro para ao mesmo tempo ter uma fila de táxis e paralelamente encostarem os autocarros urbanos, sendo que na outra berma também temos táxis que paralelamente se encostam aos autocarros e mini-bus dos tanzanianos? Sinceramente que não fica espaço para quem não quer ali parar. Será disso que resultarão os acidentes, se já não os houve!

Na Casa China, para além dos camiões-cavalo que ela própria recebe para o seu abastecimento, agora temos os “chapas” a estacionarem paralelos e muitas vezes fechando, inclusive, os caminhos particulares de quem quer sair das suas casas e/ou instituições.

E para condimentar este emaranhado de coisas, veio o Governo provincial a ajudar os indisciplinados. Construiu uma sala de conferências nas traseiras da Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação, onde ultimamente faz as suas sessões e esqueceu-se de prever um parque de estacionamento, tendo descoberto aquilo que os outros fazem: ocupar a estrada, dum e do outro lado, cerca de 500 metros de viaturas de 16 administradores distritais ou seus representantes (quando se tratar de sessões alargadas), cerca de 15 de directores provinciais e outras tantas de convidados às sessões. Numa zona que muito antes era de certo modo cheia, pois está próxima de uma loja de ferragens, seguida do maior supermercado de Pemba.

Entretanto, entre a Igreja Maria Auxiliadora e a casa ministerial do Ministério da Defesa Nacional, ou seja, entre aquela Igreja e as casas militares onde alguma vez funcionou uma discoteca “Pentágono”, existe um vão, que em certa altura alojou barracas e nos últimos anos sazonalmente acolhe feijão-nhemba, uma vez por ano! E dava muito bem para um parque, ainda que provisório!""
- Pedro Nacuo, Maputo, Sábado, 9 de Maio de 2009 :: Notícias

  • Pemba - O caos no trânsito - 1 (Crónica do Pedro Nacuo para o Notícias) - Aqui!

3/14/09

PEMBA - O caos no trânsito...

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui)

Segundo Pedro Nacuo: ""A indisciplina apossou-se do trânsito rodoviário da cidade de Pemba, não tanto porque o número de viaturas aumentou, embora tal não seja inegável, mas sobretudo porque já ninguém controla o quê, ou controla-se aquilo que sempre se conhece.

Em plena jornada nacional de trânsito, dá para recordar que as estradas da paradisíaca cidade de Pemba estão a ficar magrinhas demais. Aqui onde se aloja a única baía moçambicana que faz parte das mais belas do mundo, na também terceira maior baía à escala planetária, para além de aceitar, igualmente, a famosa praia do Wimbe.

A facilidade que Deus criou para quem tem a tarefa de controlar, para o caso de Pemba, é que há uma entrada, via terrestre, só tem uma única via, até ao aeródromo, depois do que pode, querendo, voltar, ir ao Wimbe/Expansão ou continuar a viagem ao encontro do centro da cidade.

A subir, no chamado Bem-Vindo, tem-se pela faixa direita, claro, na descida, um local que há seis anos tínhamos chamado a atenção, nesta página, para o facto de que a estrada estava muito apertada porque ali vivia um grande mecânico, razão por que os carros “doentes” ocupavam uma boa parte da estrada, tornando-a apertada e dificultando a visibilidade de quem por ela transitava, ainda que não fosse de qualquer veículo. Era a oficina do meu amigo Ruben. Este saiu do local, mas vieram barracas: uma, duas, três, vinte, e agora há quase meia centena delas.

A aparente prosperidade tomou conta do local, ao mesmo tempo que os “chapa” escolheram o local para levar os seus clientes. E ficou duas vezes apertado: pelas barracas e os seus clientes e também por causa dos carros, “chapa” e autocarros que ali deixam ou levam os seus passageiros.

Do outro lado, já na faixa pela qual vínhamos, também há um local de paragem dos transportes semicolectivos, mas estava previsto, por isso menos embaraçoso, assim como acontece em relação à paragem mais famosa de Pemba, a do embondeiro. Um reparo, mesmo assim: do outro lado da faixa, onde também estava previsto que parassem veículos, através da reentrância que se faz para casos afins, a estrada continua, mesmo assim, apertada, porque o local onde deveriam estar os passageiros, um agente económico entendeu transformá-lo num parque dos seus automóveis para o serviço de “rent-a-car”. Os passageiros ficam agora na estrada à espera da viagem e ela tornou-se pequena.

Havia sinal que proibia que depois da rotunda frente ao Comando do Décimo Batalhão das FADM, veículos, com peso total superior a oito toneladas transitasse, obrigando a que eles desviassem ao encontro da marginal que os conduziria ao Porto. O objectivo era evitar a degradação acelerada da “25 de Setembro” que foi feita não para aquele tipo de veículos. É por isso que a reabilitação pela CMC seguiu a estrada que admitia o trânsito pelos camiões e cavalos e não no interior da cidade onde se previa que só transitassem veículos ligeiros.

Hoje todo o tipo de veículos, incluindo os que transportam madeira, algodão e outro tipo de mercadoria, transitam tanto na “25 de Setembro” como em todas as outras, sem excepção. Então, nas ruas que não previam camiões, as viaturas ligeiras devem encostar, os motociclos “idem” aspas, para que os “monstros” passem.

Nas “Batatas”, para além de tudo (curva, ser mercado), agora é uma paragem de todos os transportadores de passageiros: táxis, “chapa”, autocarros, incluindo o TPM-Pemba. Quando estes todos disputam o espaço, não há viatura que transite, a estrada não só fica apertada como acaba não existindo!

Nas horas de ponta fica uma chatice em que todos se insultam, mas sem dirigirem os insultos a quem deixou florescer a indisciplina.

Na mesma avenida, já na casa China, para além dos camiões que servem a esta, os “chapa” vieram engrossar a desnecessidade de diminuir a estrada, já param em paralelo, deixando a estrada muito magrinha, fechando totalmente as entradas particulares das casas vizinhas, incluindo para a nossa delegação.

No mercado Marínguè, para além dos táxis, temos a degradação da estrada que está a torná-la mais apertada ainda e do outro lado do Desportivo, o Viking e os Correios disputam a capacidade de quem mais diminui a estrada.

Em todo o mundo as paragens são determinadas pelas autoridades competentes, neste caso o Conselho Municipal, conforme as conveniências e não o sabor das inconveniências, conforme se pode ver do que atrás foi dito. Criar embaraço de propósito, para haver acidentes, é o que parece estar a ser feito em relação ao mercado das Batatas, na casa China, no Marínguè e no “Bem-Vindo”, do lado das barracas.

Isto é que se devia controlar e disciplinar, numa pequena cidade onde o resto é de somenos importância, porque todos se conhecem: sabemos de quem é um ou outro carro, se é legal ou não, se o seu condutor está ou não encartado, etc. ... Sabemos de tudo, mas perdemos muito tempo em controlar o conhecido e deixamos aquilo que periga a vida das pessoas na via pública.

Ou fazemos as duas coisas ou façamos, principalmente, esta última.

Em nossa opinião, evitar acidente é criar condições para que não haja acidente. Ou não é?""
- Pedro Nacuo, Maputo, Sábado, 14 de Março de 2009 :: Notícias