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9/15/09

Moçambique/eleições: Há jornalistas a violar de forma "grosseira" valores da profissão, diz MISA

Maputo - O Instituto de Comunicação Social da África Austral em Moçambique (MISA-Moçambique) denunciou hoje a "violação crassa e grosseira de alguns valores fundamentais da profissão" por parte de jornalistas, tendo apelado para "uma "informação verdadeira" durante a campanha eleitoral.

Num comunicado de imprensa divulgado hoje (segunda-feira), o MISA-Moçambique, entidade que faz a monitoria da liberdade de imprensa na África Austral, deplora o facto de haver jornalistas a "assessorar ou colaborar com gabinetes eleitorais de partidos políticos, sem terem suspenso a sua actividade profissional".

"Em nossa opinião, os jornalistas que assim agem violam, de forma grave, os princípios basilares da profissão, todos eles reflectidos no Código de Conduta para a Cobertura Eleitoral, particularmente os que têm a ver com a imparcialidade, isenção e igualdade de tratamento e de oportunidade aos candidatos, partidos políticos e coligações", lê-se na nota de imprensa.

A organização, sedeada em Windoek, capital da Namíbia, diz que chegou a "conclusão" que são verdadeiras as denúncias segundo as quais "alguns jornalistas" estão a violar, de forma crassa e grosseira, alguns dos valores fundamentais e nobres da profissão.

"MISA-Moçambique investigou-as, tendo chegado à conclusão de que elas (denúncias) correspondem à verdade", diz a instituição, que apela aos jornalistas envolvidos na cobertura do processo político, em geral, e da campanha eleitoral, para observarem os valores fundamentais.

"O princípio da imparcialidade e de isenção pressupõe que, no tratamento do material eleitoral, o jornalista deve manter-se equidistante dos interesses dos candidatos e dos partidos políticos, devendo ainda abster-se de aceitar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de limitar a sua imparcialidade", refere o comunicado do MISA-Moçambique.

A campanha eleitoral para as eleições gerais de Moçambique, marcadas para 28 de Outubro, teve início este domingo.
- In ANGOP/Agência Angola Press, 14-09-2009 17:56.

7/10/09

ASSIM VIVEM OS JORNALISTAS MOÇAMBICANOS... ou como fazer mau jornalismo!

Não consta do "Manual do Mau jornalismo", mas poderia:

Injustiçados e abandonados - Cerca de 20 jornalista de diferentes órgãos de Comunicação Social moçambicana ao nível da região Centro do País, abandonaram, anteontem, a sala de sessões onde decorria o Seminário regional do Medias em Matéria do Ambiente, alegadamente por sentirem injustiçados e abandonados após aperceberem-se que o mesmo não passava de mais uma burla dos organizadores, nomeadamente: o Centro de Desenvolvimento Sustentável(CDS) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental(MICOA).

Dados na posse do «vt», indicam que o mau-estar instalou-se logo que os jornalistas das quatro províncias do centro de Moçambique, respectivamente, Manica, Sofala, Tete e Zambézia se aperceberam que a organização não estava presente no evento, aliado ao facto de condições mínimas e necessárias não terem sido criadas para o efeito, isto após sucessivos adiamentos para a sua realização.

Só para citar alguns casos caricatos que devem ter passado despercebido nos organizadores deste evento, os jornalistas não possuíam blocos de nota, guião, esferográficas e nem agendas e muito menos sabiam quem seriam os palestrantes nas sessões, aliado ao facto de que os facilitadores previamente seleccionados não dominavam os assuntos ligados ao meio ambiente.

Por exemplo, questionado sobre o plantio da Jatrofa - os respectivos facilitadores - após insistência dos profissionais da imprensa em querer se inteirar do assunto, refugiaram-se e/ou melhor, chegaram afirmar que a plantação desta cultura, tratava-se de questões propagandísticas do partido no poder em Moçambique, a Frelimo.

Mais, além das humilhações acima descritas, os jornalistas provenientes das outras províncias - após terem sido prometidos o pagamento das despesas de alojamento, dormida e refeições - à última hora foram obrigados a ter que arcar com as suas despesas e um contabilista do MICOA - cuja identidade não foi revelada é alegadamente citado em como tendo dito o seguinte: “aquele que sentir-se injustiçado retire da sala e vá para sua casa pois, o MICOA não recebeu ordens para custear as vossas despesas”.

Dada a violência das palavras - quase meio-infantis do suposto contabilista do MICOA - criou-se um ambiente não propício para que os trabalhos pudessem decorrer a contento e, a título de exemplo, um jornalista, questionou: “será que não houve plano traçado para a realização do evento?”.

PNUD «ENVERGONHADO»
Entretanto, Dulcenea Baquete, representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Manica, deixou estas palavras: “Isto me surpreende! Não foi o combinado com os Parceiros para a realização deste seminário pois, trata-se de uma Iniciativa do Presidente da República(PR), Armando Guebuza e houve um acordo para o pagamento de todas despesas inerentes para os participantes”, tendo acrescentado que “foi falta de coordenação. Estou envergonhada com tudo isto que aconteceu”.

Recordar que o encontro era para realizar-se em 5 dias e com a participação de 30 jornalistas da região centro do Pais, tendo sofrido alterações depois do mau ambiente criado entre jornalistas e organizadores.

Porém, outras fontes referem que o mesmo sucedeu com o realizado na região sul de Moçambique pois, logo que os escribas aperceberam-se da desorganização criada, teriam sem sucesso abandonado a sala.

Por outro lado, os participantes destes encontros questionam o método que os organizadores usam para seleccionar os participantes, havendo alguns casos em que foram convidados adidos de imprensa quando na verdade estes teriam tido o seu “retiro” em Namaacha.

Uma das nossas fontes revelou que os organizadores destes seminários, “devem não ter percebido a mensagem deixada pelo Presidente da República pois, no lugar dos mesmos serem abrangentes, criou-se um círculo de amigos, sobretudo, quando os mesmos versam também a distribuição de algum subsídio/migalhas”, apelando-se a uma urgente rectificação dos processos selectivos, havendo casos de jornalistas, sobretudo, os chamados da imprensa independente que “nem são convidados para os mesmos”.

Um escriba disse em Chimoio ao «vt» que “mais do que a realização de seminários, estes eventos são de uma pouca vergonha, onde o álcool e a promiscuidade - a exemplo do acontecido em Xai Xai - estão acima das cabeças dos organizadores pois, muita das vezes, as pessoas que idealizam os eventos, usam fundos do Estado para fins não recomendados pelo Chefe do Estado”.

Aliás, nestas andanças os escribas, bastantes vezes têm sido os mais sacrificados. Contam-se histórias até de arrepiar cabelos, porém, engendradas por outros colegas que a bem pouco tempo também estiveram nestas jornadas, mas que menosprezam seus colegas e os casos de Chimoio e Xai-Xai, talvez sirvam de exemplo para aquelas pessoas que “sem escrúpulos e vergonha, querem saciar os seus apetites a custa de colegas”, disse outro repórter em Chimoio, visivelmente, consternado com a situação que viveu.

SNJ
Victorino Machirica, representante do Sindicato Nacional de Jornalistas(SNJ) em Manica, abordado sobre o dilema, resumiu: “esta gafe mancha-nos. Estamos a cumprir uma das recomendações do Chefe do Estado que - numa reunião com os editores da Comunicação Social Moçambicana disse para que todos os jornalistas participassem sem excepção - A não planificação de algumas actividades dá nisto. Estou envergonhado pois, fui e a pessoa encarregue de contactar os jornalistas e, não só. Também encarreguei- me de encaminhar a lista dos respectivos participantes”, acrescentando que “não contava com esta situação; sinto-me um aldrabão para com os meus colegas jornalistas, por um assunto planificado e não bem coordenado por quem de direito.
- José Sebastião, Vertical – 10.07.200, via MPT.