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12/22/09

Deputados da RENAMO não vão tomar posse, afirma Afonso Dhlakama


Os deputados da RENAMO, maior partido da oposição, não vão tomar posse no novo Parlamento, garante o presidente do partido, Afonso Dhlakama.

Numa longa entrevista ao canal televisivo moçambicano STV, Afonso Dhlakama disse que os 51 deputados da RENAMO não tomarão posse, porque os resultados das eleições foram, nas suas palavras, uma fraude generalizada.

Nas eleições gerais de 28 de Outubro, a FRELIMO, partido no poder, ganhou com 75 por cento dos votos, elegendo 191 dos 250 deputados da Assembleia da República.

Armando Guebuza, presidente da FRELIMO, também ganhou as eleições presidenciais com 75 por cento dos votos.

Os resultados foram contestados pela oposição, que alegou a existência de fraudes.

Na entrevista à STV, Afonso Dhlakama foi mais longe e disse que os membros da FRELIMO meteram votos nas urnas e que houve inclusivamente fabrico de material à margem da legalidade: “A CNE (Comissão Nacional de Eleições) mandou fazer os boletins de voto na África do Sul mas a FRELIMO tinha uma gráfica à parte.”

“Fale com o Guebuza, para ele explicar como é que o partido dele conseguiu boletins de voto 10 dias antes das eleições”, disse Afonso Dhlakama, acrescentando que houve mesas com 60 eleitores de onde saíram mil votos em Armando Guebuza.

O que a FRELIMO fez, frisou, “é crime”, protegido pela polícia, sendo que o partido quer “acabar com a democracia” em Moçambique.

Dhlakama considerou normal a saída de destacados dirigentes do partido para o MDM, de Daviz Simango, porque na RENAMO pode entrar-se e sair. “Saíram porque quiseram, foram traidores. Na FRELIMO entra-se e só se sai morto”, disse.

Afonso Dhlakama garantiu também que irá organizar manifestações pacíficas em todo o país, embora diga que “a FRELIMO está preparada para matar”.

“Mas a RENAMO vai responder com muita força, somos mais fortes do que meia dúzia de comunistas da FRELIMO”, afirmou, acrescentando: “O país não é Guebuza, ou a mulher dele, ou os primos dele. O país são as 11 províncias.”

O que Afonso Dhlakama propõe é um Governo de transição, para “reorganizar Moçambique para todos e não para meia dúzia de guerrilheiros da FRELIMO”, separando as instituições do Estado do partido, e pedir à ONU que supervisione “as primeiras eleições democráticas” do país.

“Não perdi quatro vezes, fui roubado quatro vezes”, disse a propósito de anteriores derrotas eleitorais, acusando de seguida a FRELIMO de ter também beneficiado o novo partido de Daviz Simango, o autarca da Beira, antigo dirigente da RENAMO.

“Daviz Simango é um miúdo, um pára-quedista”, que “fez falcatruas” na câmara da Beira no primeiro mandato. “Daviz apanhou oito deputados porque a FRELIMO queria que Daviz fosse o líder da oposição. Os oito deputados foram fabricados pela FRELIMO”, afirmou.

Afonso Dhlakama explicou ainda que vive em Nampula para estar mais perto “da maioria que vota RENAMO”.
- 22/12/2009-11.57H-Destak/Lusa destak@destak.pt

7/29/09

Ecos da imprensa moçambicana: Porquê os cidadãos do centro e norte são reaccionários e os do sul revolucionários?

Um texto que retrata e expôe claramente um dos "cancros" que levam, pós independência de 1975, ao Moçambique dependente de hoje, socialmente dividido em elites minoritárias e maiorias pobres sob a administração de um partido de raizes antidemocráticas, violentas, segregacionista até, onde prevalecem o apadrinhamento, perseguição política disfarçada, o medo e a censura camuflada, etç. Poucos, dentro de Moçambique, têm a coragem de "falar" como o lúcido Adelino Timóteo:

Beira (Canalmoz) - Em miúdo, na rádio, em casa dos meus pais, em Macurungo, eu ouvia uma canção que dizia: “Joana é reaccionária, Guambe é reaccionário, Simango é reaccionário, Murrupa é reaccionário, Unhai é reaccionário, Gwengere é reaccionário…” Era uma canção entoada por pessoas cujas vozes me pareciam estridentes, sombrias, ao mesmo tempo uníssonas.

No rol das palavras que compunham o vocabulário, então, reaccionário era uma palavra recorrente. Outros termos recorrentes eram Nação, Povo e Tribalismo e Luta. Como miúdo que era a princípio custou-me entender o que seria aquilo de reaccionário. Mas pelo timbre da voz dos cantantes daquela canção da autoria do partido Frelimo dava para entender que aquele epíteto estampado àquelas figuras não era coisa boa.

Os mais velhos me contaram que a canção amiúde entoada nos feriados como 3 de Fevereiro, 1.º de Maio, 7 de Abril, 25 de Junho, 25 de Setembro, visava censurar aquelas pessoas. E ninguém mais falava do assunto.

Um dos temas mais difíceis de abordar, por me parecer delicado, é aquestão do tribalismo. Em Moçambique, já desde há muito, tenho ouvido uns políticos tratarem por tribalistas uns aos outros. Igualmente, tenho percebido que o termo tribalismo alinha com o símbolo reaccionário, escamoteando-se a verdade. Logo, pela história recente, percebi que todos aqueles nomes que nomeei acima eram indivíduos do centro e norte.

Nunca falei nenhuma língua nacional, por razões que não interessa aqui evocar, mas que é conhecida de toda agente que comigo lida. Por isso, nunca tomei posição neste assunto delicado, mas que é amiúde evocado.

Um dia, quando lia um dos livros do Doutor Hélder Martins notei que numa das passagens ele se referia a um assunto que extravasava nesta melindrosa questão, porque por suposta ligação com Simango a Frelimo matou o meu pai. E Barnabé Lucas N’como, no seu livro Uria Simango Um Homem Uma Causa dissecara-a voltando ao assunto, entornando o caldo, pois defendendo que a Frelimo matou o meu pai por ele ser da etnia de Simango e mataram Simango, esposa e outros seus companheiros do cativeiro por uma questão de efeito e causa: serem de uma etnia diferente.

Seja como for, os reaccionários foram mortos por linchamento e enterrados numa vala comum de M’telela. A Frelimo mantêm-nos presos, prolongando a pena de morte a que os votaram.

Ninguém os quer restituir à sorte de merecerem de um funeral condigno, apesar da injustiça da história que os tratou mal por serem do norte e centro.

Só os revolucionários, que por colação são heróis do meu país, logo do Sul, têm direito a uma parcela do Estado, um lugar na cripta.

É isto que me ocorre dizer da história corrente deste país. E pelo que tenho percebido, dizer a verdade aqui é correr o risco de receber etiquetas, os apelidos reaccionário e tribalista.

Também eles, por tabela, em miúdo, me chamaram de reaccionário.

Sou filho de um assassinado a quém chamavam reaccionário.

Barnabé Lucas N’como teorizou que aquelas personalidades que então denominavam reaccionários e continuam sendo vaiadas apesar de mortos, foram vítimas de uma situação social que ninguém pode escolher: o ser do norte, sul ou centro.

Nenhum teórico do sistema conseguiu até hoje responder a uma pergunta que talvez vai-nos acompanhar até à morte: Porquê os cidadãos do centro e norte são reaccionários e os do Sul heróis e revolucionários?

Nem o tristemente célebre Sérgio Vieira, nas suas rotineiras aparições, nunca sustentou a sua famosa teoria das traições que resvalaram no genocídio que se cometeu contra muitos filhos deste País (leia-se que disse País e não região/partido porque o País, a Nação, é um elemento Superior).

Quando há pouco menos de um mês me encontrava na Áustria acompanhei pela comunicação social que o partido Frelimo recorreu ao Tribunal Administrativo pretendendo chumbar o nome Praça André Matsaingaíssa atribuído à rotunda da Chipangara. E da modorra do meu silêncio voltou a acordar a pergunta: Porquê os cidadãos do centro e norte são reaccionários e os do Sul heróis e revolucionários?

Há poucos dias, assistindo a TVM, chamou-me atenção o deputado frelimista Manuel Tomé a chamar tribalista a Viana Magalhões, da Renamo, em virtude deste ter questionado a exclusão a que são votados os cidadãos de outras etnias neste processo de consolidação da Unidade Nacional.

Há um grande nome do protonacionalismo, da Beira, Kamba Simango, que serviu de inspiração a Eduardo Mondlane, que a história de Moçambique tem renegado. E de novo apetece-me perguntar: Porquê os cidadãos do centro e norte são reaccionários e os do Sul heróis e revolucionários?

É pena que os nossos políticos continuem a perder tempo chamando-se tribalistas uns aos outros, no lugar de reflectirem sobre o aprofundamento da unidade nacional.

Enquanto o termo tribalismo for usado para a exclusão e discriminação do outro continuaremos a falar de uma nação que não será una, e jazerá sem alicerces, pois as zangas do passado ainda são latentes.

Os detractores de Uria Simango continuam zangados com o “tribalismo”(falso) de Simango e outras vítimas que o acompanharam ao infortúnio por serem do centro e norte. Porquê os cidadãos do centro e norte são reaccionários e os do Sul heróis e revolucionários?

Não vamos continuar a tapar o Sol com a peneira. É urgente uma efectiva Unidade Nacional e Reconciliação.
- Adelino Timóteo, CanalMoz, Ano 1, N.º 5, Maputo, Quarta-feira, 29 de Julho de 2009.

7/24/09

Para além de fragilizada na sua participação, juventude moçambicana está alienada e atrelada ao governo.

Diário de Notícias, Maputo, quinta-feira, 23 de Julho de 2009 – Edição 1436 - “Juventude está alienada e atrelada ao governo” -advogam analistas, associações juvenis e jovens estudantes, sustentando que os jovens parlamentares não são produtivos.

Numa altura em que se aproxima o período eleitoral, agendado para Outubro que se avizinha, a massa juvenil, que representa amaioria da população moçambicana, é chamada a posicionar-se em relação aos processos políticos, para além dos sistemas de gestão pública do país.

Nesse âmbito, abrem-se muitos campos de debate e análise, entre eles na imprensa, para discutir o modo como os jovens podem influenciar as decisões políticas em Moçambique.

Facto curioso, é que os próprios jovens são manietados pelos “mais velhos” governantes para proferir discursos enganadores contra outros jovens, principalmente quando chegam épocas de campanhas e eleições políticas.

Segundo jovens de diversas sensibilidades, dentre os quais, o Analista, Venâncio Mondlane; o actor e ex-Presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Gilberto Mendes; o jovem músico, Azagaia, entre outros, a juventude moçambicana está sendo alvo de manipulações ideológicas onde, por causa disso, os que podem decidir tomam como base disciplinas partidárias. Estes afirmaram ainda que “a nossa juventude é alienada e atrelada aos interesses do governo”.

Estas declarações foram avançadas, terça-feira última, em Maputo, durante um programa televisivo da privada STV que pretendia discutir “o papel dos jovens na influência das decisões políticas”, o qual foi marcado por desvios constantes do foco do tema, para além de se dar enfoque à defesas ideológicas sobretudo, partidárias e muitos tumultos.

Para Dalfino Guila, representante do CNJ, os jovens encontram-se fragilizados na sua participação, e, por exemplo, os representantes da juventude na casa do povo não são produtivos nem respondem aos interesses dos jovens.

Ainda sustentando esta ideia, Gilberto Mendes afirmou que o problema é falarem o politicamente correcto e não exigem nada.

Por sua vez, o jovem músico MC Roger, disse que a solução para a problemática que aflige a juventude é o resgate da auto-estima, que muitos jovens não possuem. Disse que os jovens devem procurar trabalhar e parar de reclamar.

Ainda no debate, um jovem fez o que muitos que exibiram capacidade de retórica não foram capazes de o fazer, que é apresentar acções concretas e projectos que podem tirar os jovens do actual cenário de desemprego. O referido jovem apresentou o projecto “Mudjoco” que resgata e insere socialmente ex-meninos de rua, aliás, ele apresentou-se como sendo menino da rua.

Venâncio Mondlane tentou dar uma solução ao debate, afirmando que “para mudarmos o actual cenário devemos erradicar as células partidárias nas instituições públicas”.

De salientar que, os participantes do “Debate da Nação” fugiram radicalmente do tema, mostraram a desorganização juvenil por discutirem eficácia partidária e alguns a proferirem insultos contra outros intervenientes, como o MC Roger, que insistentemente, o chamaram de boçal por almoçar ou jantar com o Presidente da Repúbica
- André Manhice.
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Acrescento: Não só a juventude moçambicana está em grande parte alienada, "presa" por conveniência e subserviente por obrigação ou "dívida" ao domínio do partido no poder, como tal "vírus" se espalha por todo o Moçambique, "infetando" a maioria da população pobre, política e socialmente inculta além de desinformada e desinteressada em todos os sentidos, sem outra opção melhor que a motive. E, "em terra de cegos, quem tem um olho é rei", sim senhor!

6/23/09

Ronda pela imprensa moçambicana em vésperas de eleições: Guebuza "vira o disco e toca o mesmo" !

Guebuza repete o mesmo discurso do passado e dos “sucessos”: [António Frangoulis e António Niquece, ambos deputados pela Frelimo, concordam que o informe ontem apresentado pelo chefe do Estado no Parlamento, é repetição do que o Governo foi dizer aquando das respostas às perguntas dos deputados, e justificam que não podia ser informe diferente, pois “ele é o chefe do mesmo governo”.]; [A Renamo boicotou o informe do chefe do Estado, justificando que “Guebuza e o seu partido estão a combater o diálogo democrático no país”, por isso “a Renamo não coabita com pessoas que a princípio excluem os demais partidos democráticos”.]

Maputo (Canal de Moçambique) – Armando Guebuza despediu-se ontem do Parlamento. Esteve na Assembleia a prestar o seu último informe sobre o estado geral da Nação e não disse nada de novo. Repetiu o que os ministros do seu governo estiveram a dizer aos representantes do Povo na última sessão de perguntas ao Governo.

A informação de Armando Guebuza, que para além de chefe de Estado é também presidente do Partido Frelimo, foi essencialmente uma repetição dos discursos que apregoam “sucessos alcançados pelo executivo sob sua liderança”, os mesmos que vêem sendo propalados desde o início de Abril do presente ano, quando o governo tornou público o balanço de meio-termo do presente quinquénio que afinal de contas termina já daqui a meses dado que estão já agendadas para 28 de Outubro as 4.ªas Eleições Gerais (Presidenciais e Legislativas) que desta vez decorrerão em paralelo com as 1.ªs Eleições para as Assembleias Provinciais.

Guebuza não disse mais nada para além do que tem sido propalado pelos seus ministros em todas ocasiões que têm a oportunidade de falar ao público. O que ontem o chefe do Estado fez também não foi mais do que o resumo do que foi dito pelos seus ministros nos dias 3 e 4 de Junho corrente quando estes foram ao parlamento responder às perguntas dos deputados sobre o grau de cumprimento do plano quinquenal do governo.

Sobre os célebres “7 milhões”: Sobre os já muito falados “7 milhões” o chefe de Estado repetiu o jargão que já se tornou useiro e vezeiro. “Com os sete milhões iniciámos uma mudança de paradigma de desenvolvimento, onde o beneficiado passou a ter o papel de protagonista neste processo”, disse Armando Guebuza. Referiu-se igualmente aos sucessos alcançados com a locação dos “célebres” 7 milhões aos distritos e repetiu o discurso de êxitos: “emergência de pequenos empresários locais de agro processamento...; início de prestação de mais serviços a nível do distrito; aumento de produção, da produtividade e de áreas de cultivo...”. Não fez qualquer menção aos protestos que em presidências abertas lhe têm sido dados a conhecer, pelos oradores em comícios, sobre o uso dos tais sete milhões anuais que já por mais de uma ano consecutivo andam a ser distribuídos pelos 128 distritos do país.

Abastecimento de água: Sobre água o presidente da República disse que “a taxa de cobertura em abastecimento nas zonas rurais subiu de 40%, em 2004, para 52%, em 2008”.

Adversidades: Como obstáculos enfrentados pelo País durante o mandato em que ele é guia
os destinos da nação, Armando Guebuza falou da “crise de petróleo, subida do preço dos cereais, actual crise financeira”, actos de xenofobia na Africa do Sul,” no plano externo. Enumerou depois as “calamidades naturais cíclicas, queimadas descontroladas, explosão do paiol de Mahlazine”, como sendo os obstáculos internos que travaram o desenvolvimento do país.

Para não variar, ressalvou que apesar dos constrangimentos não houve crise: “...implementámos medidas intersectoriais que resultaram na mitigação dos efeitos dessas perturbações e crises”.

Na Educação fala de quantidade e não de qualidade: Guebuza falou entretanto do aumento de número das escolas do ensino geral. Segundo ele foi de cerca de 10 mil, em 2004, para 12 mil em 2008. Acrescentou que aumentou o número de ingressos: de cerca de 4 milhões, em 2004, para 5 milhões, em 2008. Falou ainda dos 7 mil profissionais graduados em escolas de ensino técnico profissional até 2008, contra cerca de 4 mil graduados até 2004; aumento de 17 instituições de ensino superior de 2004 para 38 instituições da mesma categoria de ensino em 2008. Foi assim que o chefe do Estado abordou o actual estado da educação no país, sem tocar na componente qualidade que é largamente e assumidamente tida como “péssima” pelos cidadãos deste país.

Saúde: No sector da saúde, Guebuza reclamou sucesso no combate à malária, tuberculose, eliminação da lepra, pronta resposta às altas taxas de infecções das populações pelo HIV/Sida. “Pela primeira vez nos últimos 20 anos, o número de casos de malária e de mortes por esta doença registou uma redução progressiva”, disse.

Na mesma tónica de reclamar sucessos alcançados durante a sua governação, Guebuza falou do equilíbrio de género, assistência social aos necessitados, agricultura, combate à criminalidade, corrupção, medidas de profissionalização da administração pública, transportes, comunicações, cultura, desporto...

Repetiu o que o governo disse: António Frangoulis e António Niquice, ambos deputados da Frelimo, disseram ao «Canal de Moçambique» estarem satisfeitos com a exaustividade do informe do ontem prestado pelo Chefe do Estado, tendo concordado, no entanto, que o mesmo “não diferiu, no essencial, do que foi dito pelos membros do Conselho de Ministros” quando entre 3 e 4 de Junho corrente foram ao Parlamento responder às perguntas dos deputados.

“Visto que ele é chefe do Governo, não podia dizer algo muito diferente em relação ao que foi dito pelo governo quando esteve cá” para responder às perguntas dos deputados, disse Frangoulis quando questionado pelo «Canal de Moçambique» se encontrava diferença entre o informe do presidente da República e o balanço feito no Parlamento pelo governo há 20 dias.

“Na essência não há diferença, afinal o governo fez o balanço do quinquénio e o chefe do Estado também fez o mesmo, com a diferença dele (Guebuza) ter falado de tudo”, enquanto “os ministros cada um falou da sua área”, disse António Niquice, também deputado pela Frelimo, quando lhe colocámos a mesma questão.

“Não coabitamos com alguém que nos exclui”: Esta foi a justificação dada pelo porta-voz da Bancada da Renamo-União Eleitoral, José Manteigas, quando questionado pelo «Canal de Moçambique» sobre as razões que levaram a sua bancada a faltar à sessão plenária de ontem na AR que se destinou exclusivamente a ouvir o informe de presidente da República.

“A bancada parlamentar da Frelimo recusa sempre as nossas propostas. A bancada da Frelimo nunca quis dialogar com a Renamo, sempre recorre à maioria para esmagar as nossas opiniões, e o líder máximo desta bancada é o senhor Guebuza. O Aparelho de Estado está tomado e partidarizado e o promotor de tudo isto é o senhor Guebuza. Guebuza e seu partido estão a matar o diálogo político no País. Só serve o que a Frelimo diz, por isso decidimos não nos fizemos presentes ao seu informe, pois não queremos coabitar com pessoas que a princípio nos excluem”, disse José Manteiga explicando ao nosso jornal as razões que fizeram com que a Renamo-UE boicotasse o último informe do chefe do Estado à nação.

O próximo informe à nação será proferido pelo presidente que for eleito a 28 de Outubro/2009.
- Borges Nhamirre, Canal de Moçambique-Ano 4 - N.º 847 Maputo, Terça-feira, 23 de Junho de 2009.