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6/04/08

Ecos da Imprensa lusa - Manuel Alegre: "Portugueses sofrem porque votaram PS"

Num Portugal socialista empobrecido, em crise, limitado, injusto, sem saúde, de hospitais fechados, velhos desamparados, de produção industrial baixa, nada competitiva, que muito importa, intimidado por vizinhos europeus com poder económico desenvolto, de salários insuficientes para um custo de vida elevado, de políticas equivocadas, políticos insensíveis, birrentos, inconvenientes, teimosos e jovens sem perspectivas de emprego e futuro, vão-se levantando vozes que clamam por justiça, por ajustamento igualitário da sociedade portuguesa, por direito à saúde, ao emprego, à vida com decência...vozes do povo cansado, desgastado, revoltado, já impaciente e de socialistas até, como a de Manuel Alegre, em comício de hà poucas horas em Lisboa, que transcrevo:
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Manuel Alegre: "Portugueses sofrem porque votaram PS".
"Nunca precisei de pedir licença a ninguém para estar onde estou. E, hoje, apetece-me estar aqui!"
Foi desta forma que o deputado socialista Manuel Alegre terminou o seu discurso no comício festa "Abril Maio, Agora Aqui".
Um comício-festa que se realizou ontem à noite no Teatro da Trindade, em Lisboa, com o objectivo de denunciar as "desigualdades gritantes que existem na sociedade portuguesa" e que corporizou um manifesto já subscrito por diversas personalidades da Esquerda portuguesa, desde bloquistas, socialistas a "renovadores" do PCP e outras esquerdas independentes.
Naquele que foi o discurso mais esperado da noite, Manuel Alegre explicou que o comício-festa mais não foi do que um "acto cultural com contornos políticos" e que o que uniu todos os presentes foi "a preocupação, inquietação e solidariedade para com todos os portugueses que passam momentos difíceis porque votaram nos socialistas".
Foi também a forma que este histórico do PS encontrou para responder aos seus companheiros de partido, nomeadamente Vitalino Canas e António Vitorino, que o criticaram por participar num evento que consideram ter sido organizado pelo Bloco de Esquerda para atacar as políticas do Governo.
Neste comício-festa marcaram presença nomes da Esquerda portuguesa tão diferentes como os de Helena Roseta, Francisco Louçã, Miguel Portas, Mário Tomé, o ex-tarrafalista Edmundo Pedro, o general Alfredo Assunção (que foi braço direito de Salgueiro Maia), Alípio de Freitas (antigo companheiro de Zeca Afonso) e José Neves, um dos fundadores do PS.
Os 490 lugares sentados do teatro Trindade foram escassos para todos quantos queriam assistir ao vivo ao evento - no qual discursaram também o deputado José Soeiro e a professora universitária Isabel Allegro Magalhães -, o que gerou alguns protestos, com algumas pessoas a exibirem os cartões do PS. Como alternativa, foi montado um écrã gigante no espaço Chiado, onde a festa pôde ser acompanhada em directo via internet.
Antes dos discursos, houve um momento musical a cargo do vocalista dos UHF, António Manuel Ribeiro, e dos Rádio Macau, que receberam uma grande ovação quando cantaram "Quando uma rosa morre (outra nasce em seu lugar)".
- Jornal de Notícias - 04/06/2008 - 02H00.