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12/06/07

América Latina - Chavéz ao cair da máscara...

(Imagem original daqui)
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Chávez diz que oposição teve 'vitória de merda'
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Claudia Jardim de Caracas para a BBC - 05 de dezembro, 2007 - 21h18 GMT - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, subiu o tom nesta quarta-feira ao desqualificar a vitória da oposição no referendo de domingo e dizer que seus adversários tiveram "uma vitória de merda" ao derrotar o projeto de reforma constitucional do governo.
Ao final de uma entrevista coletiva do alto comando militar, Chávez apareceu repentinamente, vestido de verde-oliva, e criticou a vitória da oposição.
"Já estão enchendo de merda. É uma vitória de merda e a nossa, chamem de derrota, mas é de coragem, de dignidade", afirmou Chávez, cercado de militares que gritaram a palavra de ordem que agora caracteriza os discursos do presidente: "Pátria, socialismo ou morte".
"Não perdemos nada. Não acreditem nossos adversários que estamos chorando", acrescentou. "Haverá que dizer-lhes, sobretudo ao império norte-americano, que estamos mais fortes do que nunca e seguiremos em frente, construindo o socialismo", completou Chávez, visivelmente irritado.
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"Empate técnico"
Chávez disse que, se tivessem terminado de contar todos os votos, o resultado seria "um empate técnico" ou uma "vitória" para a sua proposta.
No referendo, 50,7% dos eleitores votaram a favor do "não" à reforma, contra 49,29% que optaram pelo "sim".
Na madrugada da segunda-feira, quando admitiu a derrota, Chávez havia qualificado a vitória da oposição de "pírrica" (obtida a alto preço) e advertiu que seus adversários deveriam saber administrá-la.
O líder disse, então, que, se fosse esperar os quatro dias de apuração das urnas do exterior e de alguns outros Estados, o pais estaria incendiado com protestos, e, por isso, resolveu admitir a derrota no domingo mesmo.
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Referendo
O presidente venezuelano reiterou nesta quarta-feira que seu projeto de reforma poderá ser submetido a um novo referendo, que poderia ser solicitado por iniciativa popular.
Chávez afirma que talvez tenha se equivocado ao propor a reforma neste momento. "Pode ser que ainda não estejamos maduros, nem o povo está preparado para assumir o projeto socialista", disse Chávez em um programa de uma emissora de televisão estatal.
"Mas ainda assim, quase conseguimos, de maneira que é possível, por iniciativa popular, reapresentar (a reforma) em um momento mais oportuno", concluiu.
Com 5% de assinaturas do total de eleitores inscritos no registro eleitoral, a população poderia convocar um novo referendo para votar a reforma constitucional.

12/02/07

Diversificando - Análise política: Chávez quer liderar América Latina.

(Imagem original daqui)
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Projeto de reforma constitucional tem artigo que estabelece como objetivo transformar região numa só nação
Lourival Sant’Anna, enviado especial de O Estado de S. Paulo - domingo, 2 de dezembro de 2007. - CARACAS - Em todos os discursos que fez nos últimos dias de campanha para o referendo de hoje, o presidente Hugo Chávez insistiu num ponto: "Essa reforma constitucional transformará a Venezuela numa potência mundial."
Para um país com o 37º Produto Interno Bruto do mundo (US$ 182 bilhões, quase seis vezes menor que o do Brasil), pode parecer apenas a delirante promessa de um líder populista.
Mas Chávez está falando sério.
E há pessoas bem-informadas no seu entorno e na oposição que identificam nessa pretensão um lastro econômico e geopolítico, além de ideológico.
A importância da reforma para esse projeto está na reformulação do Artigo 153 da Constituição.
O texto atual fala em "promover a integração latino-americana e caribenha", nos termos usuais dos tratados internacionais.
A nova formulação elimina a idéia de relações entre nações e estabelece como objetivo transformar o subcontinente numa só nação.
"A República promoverá a integração, a confederação e a união da América Latina e do Caribe", diz o novo texto. O objetivo é "a estruturação de novos modelos que permitam a criação de um espaço geopolítico, dentro do qual os povos e governos de nossa América vão construindo um só projeto grão-nacional, a que Simón Bolívar chamou ‘uma nação de Repúblicas’", prossegue o novo texto do Artigo 153.
Quando fala de "revolução socialista bolivariana", Chávez não está pensando apenas na Venezuela.
Se estivesse, seria apenas uma "revolução socialista".
O termo "bolivariano" significa, para ele, levar adiante um plano idealizado por Bolívar há 200 anos, de criar uma poderosa nação americana por sobre as fronteiras artificiais desenhadas pelas potências ibéricas, que deram origem aos Estados latino-americanos modernos.
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Tese Antiga
Chávez não reinventou isso agora.
Essa tese renasceu há 40 anos na Venezuela, e desde então tem influenciado não só a esquerda revolucionária civil como a militar, da qual Chávez é ao mesmo tempo um produto, um importante formulador e um líder.
Segundo essa linha de pensamento, a Venezuela é a líder natural dessa grande nação latino-americana, por possuir as maiores reservas de petróleo do mundo, segundo as estimativas da estatal PDVSA, que levam em conta depósitos prováveis e possíveis, óleo extra-pesado e betume, que se tornarão rentáveis à medida que a tecnologia avance e o preço do barril se mantenha nos níveis exorbitantes em que está hoje.
Por esse critério, a Venezuela supera a Arábia Saudita, maior produtora mundial, respondendo por um quinto do petróleo do mundo e por 87% da América Latina e Caribe.
Para Chávez, de 53 anos, que com a reforma pretende permanecer décadas no poder, só há um país que pode se interpor no seu plano de liderar essa grande nação latino-americana: o Brasil.
Fonte - O Estado de São Paulo - 02/12/07.