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8/03/08

Ditadura chinesa censura até samba brasileiro!

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Mais uma vez impera a força de interesses mercantilistas voltados com cobiça e exclusividade para o gozo do lucro. Mais uma vez se colocam de lado principios éticos que o desporto inspira, permitindo-se a venda da beleza do espetáculo olimpíco proporcinado por jovens do mundo que buscam, idealistas, promover a amizade a a paz entre os povos, a um país que não está nem aí com os direitos humanos, respeito à vida e às liberdades indivíduais e de expressão, que não protege a privacidade de seus cidadãos, mata, fuzila, ameaça o ser humano, persegue jornalistas, a natureza e o mundo com sua prepotente ditadura mascarada, disfarçada em recém inaugurados palcos de desenvolvimento e progresso. Afinal estas Olimpíadas a iniciar dentro de alguns dias não diferem muito em sua essência das acontecidas em 1936-Berlim, onde um ditador e louco de nome Hitler, movido pela idéia de superioridade da raça ariana e do domínio do mundo, não ficou nem para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro.
Pena que o mundo dito livre feche os olhos, omisso, e as admita no cenário da China antidemocrática. E vamos a ver no que dão. Para já e como se pode ler na transcrição abaixo, nem o samba brasileiro escapa da raiva policialesca chineza:
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CHINA IRRITA SAMBISTAS BRASILEIROS E CENSURA BATUCADA:
PEQUIM (Reuters) - Dias de clausura, alimentação limitada a sanduíches e proibição de batucada dentro de um bar pela polícia chinesa. Os integrantes da velha guarda da escola de samba Vila Isabel dizem que não esperavam por isso ao serem convidados para uma nada política apresentação na sede da 29ª. Olimpíada.
Em mais um esforço pré-Olímpico para promover diferentes culturas, o Ministério da Cultura chinês organizou na sexta-feira e no sábado o show "Noite Latino-americana" no Grande Salão do Povo, em Pequim, onde se reúne anualmente o Congresso Nacional do Partido Comunista. Mas, segundo os sambistas, não soube lidar com os convidados estrangeiros.
"Na quinta-feira chegamos às 9 da manhã e tivemos de esperar dez horas para ensaiar. Não podia sair. No dia seguinte foi a mesma coisa. Não aguento mais ver sanduíche e água, que foi tudo que comemos. E comemos no chão, porque não podia sair nem do camarim", disse à Reuters o mestre Adilson Pereira após o show do sábado.
"Batucar também não podia. Nem aqui nem na rua. Quando batucamos em um bar do outro lado do hotel onde ficamos veio polícia e tudo. O que a gente passou aqui não é mole", comentou outro membro da delegação da Vila Isabel.
Segundo ele, os policiais consideraram 1 da manhã um horário inapropriado para manifestações culturais barulhentas dentro do bar.
Uma fonte da diplomacia brasileira em Pequim afirmou que a embaixada deve divulgar uma nota oficial nos próximos dias para lamentar o tratamento dedicado aos sambistas, que seguirão no país para outras apresentações.
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PASTICHE.
Além dos problemas fora do palco, os sambistas brasileiros também sofreram com o pouco tempo que tiveram para, possivelmente pela primeira vez na história, colocar quatro mulatas para dançar seminuas em um palco onde se reúnem membros do governo chinês.
Visivelmente frustrados, os membros da Vila Isabel tocaram "Kizomba" e "Aquarela Brasileira" em cinco minutos, após esperarem 1h20 ao som dos artistas de Argentina, Cuba, Colômbia, Peru e Bahamas.
Para o sonolento público chinês presente, não fez diferença quando os brasileiros entraram no palco para sua breve performance. Houve quem saísse do salão e quem se espantasse com os trajes sumários das mulatas.
Ao lado da reportagem da Reuters, uma moça colocou as duas mãos sobre a boca, em sinal de incredulidade. Um senhor preferiu ir embora e voltar apenas quando começou a apresentação dos mariachis mexicanos.
Muitos homens olharam sem demonstrar nenhum desejo, nem mesmo quando as moças desciam sensualmente até o chão. O Carnaval não é transmitido na China, por ser considerado lascivo demais. No final, aplausos não mais do que formais.
O ápice da programação oficial foi quando o grupo de mexicanos entoou a canção chinesa "Molihua". Aplausos quase delirantes.
Para os brasileiros, a recepção do público foi boa o suficiente.
"É um público que mal sabe o que fazemos e que, levando isso em conta, foi muito bacana com a gente. Mas espero que tocando nos bares a gente consiga chamar a atenção um pouco mais para o samba de verdade do Brasil", disse mestre Adilson, campeão do Carnaval do Rio de Janeiro de 2006.
- Reuters Brasil por Maurício Savarese, sábado, 2 de agosto de 2008 16:13