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12/22/09

Deputados da RENAMO não vão tomar posse, afirma Afonso Dhlakama


Os deputados da RENAMO, maior partido da oposição, não vão tomar posse no novo Parlamento, garante o presidente do partido, Afonso Dhlakama.

Numa longa entrevista ao canal televisivo moçambicano STV, Afonso Dhlakama disse que os 51 deputados da RENAMO não tomarão posse, porque os resultados das eleições foram, nas suas palavras, uma fraude generalizada.

Nas eleições gerais de 28 de Outubro, a FRELIMO, partido no poder, ganhou com 75 por cento dos votos, elegendo 191 dos 250 deputados da Assembleia da República.

Armando Guebuza, presidente da FRELIMO, também ganhou as eleições presidenciais com 75 por cento dos votos.

Os resultados foram contestados pela oposição, que alegou a existência de fraudes.

Na entrevista à STV, Afonso Dhlakama foi mais longe e disse que os membros da FRELIMO meteram votos nas urnas e que houve inclusivamente fabrico de material à margem da legalidade: “A CNE (Comissão Nacional de Eleições) mandou fazer os boletins de voto na África do Sul mas a FRELIMO tinha uma gráfica à parte.”

“Fale com o Guebuza, para ele explicar como é que o partido dele conseguiu boletins de voto 10 dias antes das eleições”, disse Afonso Dhlakama, acrescentando que houve mesas com 60 eleitores de onde saíram mil votos em Armando Guebuza.

O que a FRELIMO fez, frisou, “é crime”, protegido pela polícia, sendo que o partido quer “acabar com a democracia” em Moçambique.

Dhlakama considerou normal a saída de destacados dirigentes do partido para o MDM, de Daviz Simango, porque na RENAMO pode entrar-se e sair. “Saíram porque quiseram, foram traidores. Na FRELIMO entra-se e só se sai morto”, disse.

Afonso Dhlakama garantiu também que irá organizar manifestações pacíficas em todo o país, embora diga que “a FRELIMO está preparada para matar”.

“Mas a RENAMO vai responder com muita força, somos mais fortes do que meia dúzia de comunistas da FRELIMO”, afirmou, acrescentando: “O país não é Guebuza, ou a mulher dele, ou os primos dele. O país são as 11 províncias.”

O que Afonso Dhlakama propõe é um Governo de transição, para “reorganizar Moçambique para todos e não para meia dúzia de guerrilheiros da FRELIMO”, separando as instituições do Estado do partido, e pedir à ONU que supervisione “as primeiras eleições democráticas” do país.

“Não perdi quatro vezes, fui roubado quatro vezes”, disse a propósito de anteriores derrotas eleitorais, acusando de seguida a FRELIMO de ter também beneficiado o novo partido de Daviz Simango, o autarca da Beira, antigo dirigente da RENAMO.

“Daviz Simango é um miúdo, um pára-quedista”, que “fez falcatruas” na câmara da Beira no primeiro mandato. “Daviz apanhou oito deputados porque a FRELIMO queria que Daviz fosse o líder da oposição. Os oito deputados foram fabricados pela FRELIMO”, afirmou.

Afonso Dhlakama explicou ainda que vive em Nampula para estar mais perto “da maioria que vota RENAMO”.
- 22/12/2009-11.57H-Destak/Lusa destak@destak.pt

11/18/09

Moçambique: Eleições de cartas marcadas ?

Maputo, 18 Nov (Lusa) - Os observadores da União Europeia às eleições moçambicanas de 28 de Outubro constataram "numerosas irregularidades" durante o apuramento dos votos, "sem que estas afectem significativamente os resultados". Num balanço hoje divulgado em Maputo, a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) dá conta de "irregularidades eleitorais e inconsistência nos procedimentos" em 73 distritos das 11 províncias de Moçambique. Segundo o documento, ainda que as irregularidades no processo eleitoral não tenham afectado significativamente os resultados das eleições "constituem uma séria fraqueza do processo". © 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

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O país da mentira, por Adelino Timóteo em 18/11/2009:

Beira (Canalmoz) - A mentira sempre foi usada pela Frelimo como uma arma para a reconciliação com a verdade por que ela não se pauta.

Nós sabíamos que estas eleições eram mais uma mentira disfarçada, que agora a Frelimo festeja, canta com toda a pompa e circunstância. Com a mentira que a Frelimo forjou, recorrendo ao cliché de que é um partido (qual?) maduro, organizado, disciplinado, nunca conseguiu esconder a grande máscara que dissimula por detrás do seu rosto sórdido, anti-democrático, totalitário, comercial, arrogante, colonial, as diversas máscaras que usa e descarta. Esta Frelimo de 1968 (não a de Mondlane e Simango), é a triste e pobre herança que teremos que suportar enquanto vai jogando com paus de sete, oito, talvez dez bicos, na verdade uma holding disfarçada de partido, ora da aliança de operários e camponeses, ora do que mais convém na circunstância, ora sem ideologia. Assim, manieta todos e manipula tudo dos bastidores em que se posiciona, levando os incautos a dançar a música que ela toca.

Nas eleições praticamente terminadas, a Frelimo consagrou-se na sua elevada vocação para a mentira, e deu mais um salto. No absurdo do teatro em que a esmagadora e silenciosa maioria dos moçambicanos não afinam, só 44 porcento foi às urnas e disso a Frelimo realmente conseguiu ¾ só que esses três quartos não passam de apenas 27% dos moçambicanos que se recensearam.

A maioria absentista (56 porcento) nestas eleições mostrou mais uma vez ter uma lucidez superior para não caírem em tamanha mentira segundo a qual se está a construir a democracia em Moçambique.

A Frelimo festeja, canta, pula. Mas no ridículo/dissono como comemora este feito se disfarça, porque consciente que a mentira é o que lhe resta para a reconciliação com uma verdade que eles construíram nos bastidores onde sempre actuaram, actuam, em nome do povo, de que não se pode afirmar legítima representante, apenas aspirante de um sonho desfalecido.

Muitos dos intelectuais moçambicanos vivem frustrados no sonho de um país justo, pleno, limpo. Mas a forma como a Frelimo postula a mentira, aterrorizando por debaixo das suas botas, semeando medo e pânico nas instituições que acreditávamos um dia fossem isentas e imparciais, mostra-nos um pudor que não sentem, uma vergonha que não têm, para festejarem o ridículo que eles próprios se tornaram, quando dos feitos dos processos que tiveram em mãos vemos que só eles querem que nos contentemos com o pão que diabolicamente amassaram.

A mentira que a Frelimo vem propugnando arrasta-se, espalha-se como um vírus que tende a infectar, lastimosamente, um grupo, um pequeno punhado que mais não pode – não tem como – viver o resto da sua vida amarrado à mentira e só lhe restando fazer corpo com os castelos de areia construídos, e depois, legar as heranças da mentira a seus filhos e netos. Ademais este feito da vitória da mentira sobre a democracia é sui generis em África, onde penosamente os lúcidos que não compactuam com a mentira terão que resistir a terem que consentir que a democracia seja vassala de uma mentira que virou cultura.

Sobre o leito horrendo da mentira quase não há uma instituição “democrática” (as aspas são minhas) neste País que não transporte o rosto desavergonhado da mentira, porque os mentirosos desenvolveram neles o estertor, o talento, a habilidade de não terem pudor, e de fazerem crer em mentiras em que nem eles próprios crêem.

Como são servis, como são funestos os obnóxios da CNE, CC, STAE’s, presidentes das mesas de voto, embrulhados em seus fatos de ofício grotescamente disfarçados da mais fina lealdade, quando o que aspiram é o padrão mais elevado da mentira ensinada pelos seus senhores, quais feudais, que têm-nos por seus reféns e vassalos! Alheios à construção da cidadania têm de fazer profissão de fé, e alinhar, defendendo a mentira, driblando a verdade, cerceando as instituições democráticas, enchendo urnas, apedrejando o concidadão, o patrício, para a defesa dos donos da utopia, os donos da mentira que são os accionistas maioritários deste país que vêm “construindo” com o suor da sua intrujice.

Não é que se tenha vergonha de ser moçambicano. Nos últimos dias fomos os mais desdenhados, os mais vilipendiados, pela mentira colossal, vil. Superiormente mestrados em mentira, falta-nos explorar a nossa capacidade de nos servirmos da mentira, torná-la uma ciência a tal extremo de a vendermos para os ricos do Ocidente, com que saldaremos os nossos altos débitos, lançando alavancas para um progresso frutífero e a elevação do PIB.

Agora que o barulho cessou, reservamos alguns minutos para reflexão.

Um dia, seremos nós mesmos, os construtores desta argamassa de mentira, que chamaremos a nossa própria consciência à razão. Até lá, bajuladores da mentira, teremos tido um soberano aspirando a defesa da nossa mentira. Um dia, seremos nós, os construtores desta argamassa de mentira, a desdenhar os ditos eleitos do povo à condição de membros dos órgãos deliberativos certificados pela mentira que aplaudimos impávidos e serenos.

Em casa, há que deitarmos mãos à moral, dos nossos jovens, das ovelhas (que ainda não estão perdidas), se a intenção é determos a mentira daqueles que aspiram ser nossos servidores de olhos postos no tesouro e nos sacos azuis da moçambicanidade perene.

Nada nos resta senão chamar a atenção dos outros. Há que estarmos atentos ao pão da mentira que nos é servido à mesa, e estarmos cientes que a graça de sermos moçambicanos com inteligência não se deve à Frelimo, mas à nossa capacidade nata de olharmos e destrinçarmos a mentira da verdade. Atentos aos sinais, tenhamos presente que a palavra derruba, seja qual for a mais alta muralha da mentira.

9/17/09

Eleições em Moçambique: O que se escreve nos jornais moçambicanos

Canal de Moçambique, Ano 1 * N.º 40 * Maputo, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009 - Frelimo só fala das realizações: O partido Frelimo, na província de Maputo, não consegue explicar com clareza o que irá fazer, caso vença as eleições. Até esta 4ª feira, ontem, quando a campanha ia no seu 4º dia, a Brigada da Frelimo na província de Maputo, chefiada por Manuel Chang, ministro das Finanças, estava ainda a falar das realizações do governo no mandato prestes a terminar. A única coisa que vem dizendo ao eleitorado é: “vote na Frelimo e no seu candidato, Armando Guebuza, para continuarmos a combater a pobreza”. Sobre como será combatida tal pobreza, a Frelimo não explica. Não diz o que vai fazer para que os pobres deixem de ser pobres quando no País se sente cada vez com maior agudeza, uma elite governamental a consolidar o seu lote de propriedades enquanto a população tem estado a apertar cada vez mais o cinto.

A reportagem do Canalmoz destacada para cobrir a campanha do partido no poder, ontem, trás o essencial daquilo que foi o trabalho da Frelimo no Município da Matola. A nível do comité da cidade da Matola, uma caravana chefiada por Manuel Chang, fez o seu itinerário seguindo até ao bairro Patrice Lumumba, onde decorreu um comício. Na caravana, simpatizantes da Frelimo entoavam canções enaltecendo o esforço do seu partido, empunhando bandeirolas, distribuindo panfletos e dísticos contendo símbolos e fotos do candidato às presidenciais, Armando Guebuza. O comício orientado por Chang tinha como objectivo pedir votos ao eleitorado local. Falando no momento, Chang disse aos presentes que o partido Frelimo é tudo o que os moçambicanos precisam para verem suas preocupações deixarem de existir.

Chang recordou aos presentes no comício que o governo, dirigido pelo líder do partido no poder, se esforçou o máximo possível para erradicar a pobreza absoluta, o desemprego, o analfabetismo. Não revelou números auditados por entidade independente. Aproveitou o momento para pedir mais votos para candidato da Frelimo, para que este possa no próximo mandado terminar com o trabalho já iniciado, o de resgatar a esperança do povo e proporcionar uma vida melhor ao povo. Não promete futuro melhor. Não fala, desta vez, em evitar-se votar em quem ainda nada tem, mas antes em quem já tem o suficiente para que não precise de ir aos cofres do Estado alimentar as suas contas privadas com a corrupção. Não falou desta vez nem votar-se em quem já tem fortuna que permita guardar bem os cofres do Estado. Os “insaciáveis”, desta vez, parece estarem a evitar dizer que quem ainda não tem o suficiente quer o poder apenas para roubar, uma retórica que se ouviu muito nas eleições anteriores.

Já se viu que quem tem quer mais e mais e mais, pelo que a corrupção tem-se revelado imparável. Mas dela não se ouviu falar pelo menos até agora.

Aposta na OMM - A Campanha da Frelimo na província de Maputo está a apostar essencialmente nas mulheres. O partido no poder está a usar a sua Organização da Mulher Moçambicana (OMM) como seu instrumento para atingir o público eleitor. O grupo de mulheres denominado “OMM de choque” concentrou-se logo as primeiras horas da manhã de ontem, na sede provincial do partido, afim de receberem a agenda sobre o local para escalar. Mas até ao momento em que a nossa equipe de reportagem se retirou do local, por volta das 13 horas, o mesmo grupo ainda não tinha uma agenda específica, tendo terminado a sua propaganda em frente ao comité e um pouco pelo bairro vizinho, bairro “Cinema 700”. Como tem acontecido com vários outros partidos, este grupo de mulheres privilegiou a campanha porta-a-porta, mantendo, desse modo, um contacto interpessoal com eleitorado local.

Segundo explicou a chefe do grupo, Maria Mazive, sendo este um grupo composto apenas por mulheres têm como público-alvo também as mulheres, mas de preferência mães de famílias e idosas. Maria Mazive disse ainda que este tipo de campanha, porta-a-porta, visa criar um ambiente de confiança e convenção com o público-alvo.

Questionada sobre a mensagem do grupo e a sua credibilidade, a fonte disse que leva uma mensagem de esperança de combate à pobreza e de promoção da valorização da mulher, principalmente a mulher doméstica. A fonte indicou como uma das realizações do actual Governo, o recém aprovado instrumento de proibição de violência contra a mulher.

Quanto à credibilidade da sua mensagem transmitida ao eleitorado feminino, a fonte disse que se pode avaliar pelo nível de aderência que, defende, “é maior a cada dia que a caravana passa”. “A nossa mensagem é bem recebida. É só ver quantas mulheres aderem à campanha a cada dia. As mulheres moçambicanas acreditam na nossa mensagem, na Frelimo e no próprio candidato, Armando Guebuza,” vincou Maria Mazive. (António Frades)

Canal de Moçambique, Ano 1 * N.º 40 * Maputo, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009: “As eleições deviam ser adiadas porque já estão viciadas - Não sou analfabeto e nem demente. Sou médico tal como o Dr Leopoldo da Costa. Só que ele agora além de médico já é palhaço - José Palaço, ex-deputado da AR, sobre presidente da CNE” - Maputo (Canalmoz) - José Palaço, antigo deputado e chefe de bancada pela União Democrática (UD) na primeira legislatura e ex-membro da Comissão Permanente da mesma, apelou que as eleições marcadas para o dia 28 de Outubro próxima sejam adiadas porque já estão viciadas e chegou mesmo a dizer que o presidente da CNE é um “palhaço”.

José Palaço encontrava-se no debate agendado com presidente da CNE no Parlamente Juvenil a que Leopoldo da Costa faltou.

Quanto ao Dr. Leopoldo que até a semana passada acumulava o cargo de presidente da CNE com o cargo de reitor do ISCTEM violando também dessa forma a Lei que proíbe terminantemente que quem estiver na CNE tenha outras ocupações. Colaço disse ao «Canalmoz» que foi àquele lugar para falar de “colega para colega” com ele, uma vez, referiu, “somos ambos médicos de profissão”.

De acordo com o ex-deputado da Assembleia da República o adiamento das eleições iria evitar uma série de danos de saúde nas pessoas sensíveis tais como “a hipertensão e até a problemas mentais”.

O antigo membro da CP da AR, que concorria pela coligação CDU-UPM, também excluída pela CNE, disse: “Não sou analfabeto e nem demente. Sou médico tal como o Dr. Leopoldo da Costa. Só que ele agora além de médico já é palhaço”.

Este membro da coligação excluída que estamos a citar disse ter esperanças depositadas que “o Dr. Mondlane (presidente do CC) salve os moçambicanos e o processo”, mas defende que as eleições devem ser adiadas para se poder reorganizar o que já nasceu torto.

A terminar disse lamentar que um médico de nome e créditos firmados se tenha metido onde se meteu. “Agora ele já é palhaço”. (Luís Nhachote)

Outros Títulos de hoje:

  • Parlamento Juvenil exige demissão do Presidente da CNE - Vertical, Maputo quinta-feira 17.09.2009 Nº 1908.
  • Contra “decisões de conveniência” da CNE, jovens ponderam marchar pelas ruas de Maputo - MediaFax, Maputo, Quinta-feira, 17.09.09 *Nº4375.
  • Processo eleitoral ao rubro: G19 pronuncia-se hoje! - MediaFax, Maputo, Quinta-feira, 17.09.09 *Nº4375.
  • Aos orgãos eleitorais: Críticas e condenações aumentam de tom - Media Fax, Maputo, Quinta-feira, 17.09.09 *Nº4375.
  • Conselho Constitucional é última esperança... - Diário do País, Maputo, 5ª feira, 17 de Setembro de 2009, edição nº. 561 Ano III.
  • CNE saltou etapas da lei - Diário do País, Maputo, 5ª feira, 17 de Setembro de 2009, edição nº. 561 Ano III.
  • Políticos inviabilizam encontro da juventude - Diário do País, Maputo, 5ª feira, 17 de Setembro de 2009, edição nº. 561 Ano III.
  • Partidos só querem abocanhar fundos da CNE, diz jornalista Fernando Lima - Diário de Notícias, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009 – Edição 1475.
  • Enquanto a Frelimo canta vitória, Renamo diz possuir programa para acabar com o sofrimento do povo - Diário de Notícias, Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009 – Edição 1475.

9/10/09

Moçambique/eleições: MDM faz campanha em todo o país, apesar de "perseguido" e restringido pela CNE

Maputo, 10 Set (Lusa) -- O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) vai fazer campanha em todo o país, apesar de apenas poder concorrer em quatro dos 13 círculos eleitorais nas eleições deOutubro por deliberação da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

António Colaço, cabeça de lista do partido pela Zambézia, um dos círculos excluídos, garantiu hoje à Agência Lusa que no domingo, dia em que começa a campanha eleitoral, o MDM estará em campanha em todo o país, com o líder, Daviz Simango, em Cabo Delgado, outro dos círculos excluídos.

O MDM recorreu hoje da decisão da CNE, que alegou irregularidades na candidatura do partido em nove círculos, e espera no decorrer da próxima semana uma decisão favorável.

Além de restringir os círculos onde o MDM pode concorrer nas eleições legislativas, a CNE excluiu do processo eleitoral mais 10 pequenos partidos e coligações, também por irregularidades detectadas, uma situação que está a causar polémica em Moçambique.

Hoje, embaixadores de países da União Europeia e o encarregado de negócios dos Estados Unidos reuniram-se com a CNE, manifestando-se preocupados com "a liberdade e transparência" do processo das eleições gerais de 28 de Outubro.

De acordo com a deliberação da CNE, entre os 19 partidos que não foram excluídos do escrutínio, apenas a FRELIMO, partido no poder, e a RENAMO, a principal força política da oposição, podem concorrer nos 13 círculos eleitorais do país, enquanto os restantes vão concorrer apenas em alguns.

"A CNE está a ter dificuldades em mostrar a deliberação do Conselho que indica quais as nossas falhas. Esse documento que a CNE nos devia fornecer é fundamental para apresentarmos ao Conselho Constitucional. Fizemos um pedido por escrito mas não nos facultaram essa deliberação", disse à Lusa António Colaço.

"Estamos certos da nossa razão. Que sejam eles (CNE) a provar que não temos razão", acrescentou, referindo que o partido está a sensibilizar os membros das províncias para que "não desmoralizem".

- FP./Lusa

7/21/09

Ecos da imprensa Moçambicana: Daviz Simango candidata-se a Presidente da República


Canal de Moçambique, Ano 4 - N.º 866 Maputo, Terça-feira, 21 de Julho de 2009 - Esta 5.ª Feira no Conselho Constitucional Daviz Simango candidata-se a Presidente da República - confirmou ontem ao Canal de Moçambique o seu mandatário que é também mandatário do MDM.

Beira (Canal de Moçambique) -Daviz Simango vai na quinta-feira formalizar a sua candidatura à Presidência da República no Conselho Constitucional, em Maputo. O acto, segundo fonte do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), de que o candidato é presidente, vai decorrer às 14h45h do dia 23 de Julho.

O mandatário do candidato Daviz Simango é José Manuel de Sousa que é simultaneamente o mandatário do MDM. A Lei 7/2007 prevê que o candidato a presidente da República apresente a sua candidatura ao Conselho Constitucional. Já as listas de candidatos à Assembleia da República são submetidas à Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A Lei prevê que o número de proponentes de cada candidato a Presidente da República não seja inferior a dez mil cidadãos (10.000) com capacidade eleitoral e devidamente recenseados, nem superior a vinte mil (20.000). Menos um ou mais um para além dos limites mínimo e máximo que a lei admite, é suficiente para o processo todo ser considerado nulo.

Qualquer candidato que anuncie ter proponentes em número abaixo ou acima dos limites previstos na lei aplicável estará apenas a pretender influenciar politicamente o eleitorado a favor da sua própria figura.

Até este momento está inscrito no Conselho Constitucional como candidato apenas o actual chefe de Estado e presidente do Partido Frelimo, Armando Emílio Guebuza.

O mandatário do MDM confirmou-nos ontem que antes do prazo limite, isto é antes de 29 de Julho corrente o MDM formalizará também na CNE as listas de candidatos e respectivos suplentes, quer para as eleições legislativas, quer para as primeiras eleições provinciais. Lembrar ainda que a Lei prevê que depois de submetidas as candidaturas, os mandatários poderão se notificados de eventuais anomalias e depois de notificados pelos organismos competentes têm cinco dias para as suprirem.

Frelimo - Entretanto, a Frelimo entregou ontem na Comissão Nacional de Eleições os processos que formalizam as suas listas de candidatos às Assembleia da República e às Assembleias Provinciais. A mandatária de Armando Guebuza e do Partido Frelimo é Verónica Macamo. -(Redacção).

7/07/09

MDM formaliza candidatura às legislativas de Moçambique em Outubro

Por incompetência "conveniente" da CNE (avaria das máquinas de recenseamento eleitoral), cerca de 19.800 eleitores poderão ficar sem votar" nas eleições de 28 de Outubro.

07/07/09, 11:38, OJe/Lusa, O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), de Daviz Simango, formalizou hoje a candidatura na Comissão Nacional de Eleições para as legislativas, com o propósito de "fazer parte de todos os órgãos eleitorais".

O MDM é o terceiro partido moçambicano a apresentar a candidatura para o escrutínio, depois do partido Os Verdes e da Renamo, principal força política da oposição em Moçambique.

Moçambique realiza a 28 de Outubro as quartas eleições gerais (presidenciais e legislativas) e as primeiras provinciais.

Falando a jornalistas, o mandatário do MDM, Manuel José de Sousa, disse que o partido formalizou a candidatura com o propósito de "fazer parte de todos os órgãos que advêm deste processo eleitoral", mas disse estar "reticente" quanto aos resultados do escrutínio.

"O MDM está tão reticente quanto vocês (jornalistas).

Esperemos que o povo possa dar essa resposta no dia 28.

O nosso propósito é concorrer e fazer parte de todos os órgãos que advêm deste processo eleitoral", afirmou Manuel José de Sousa.

Até ao dia 25 de Julho o partido liderado por Daviz Simango, edil da cidade da Beira, centro de Moçambique, vai concluir a escolha de candidatos a deputados à Assembleia da República, assegurou o mandatário do MDM.

A apresentação hoje do MDM antecede a formalização da candidatura do presidente da formação política.

"Em devido momento apresentaremos a candidatura de Daviz Simango", frisou José Manuel de Sousa.

O calendário da Comissão Nacional de Eleições (CNE) estabelece que a apresentação das candidaturas termine a 29 de Julho, dia em que encerra também o processo de recenseamento eleitoral.

O porta-voz do MDM, Geraldo Carvalho, acusou na segunda-feira a Frelimo, partido no poder, e a Renamo, de inviabilizarem as suas actividades políticas por alegadamente destruírem as suas bandeiras.

A Renamo, por seu turno, acusou a Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de "sabotar" o processo de recenseamento com o propósito de beneficiar a Frelimo.

O deputado da Renamo Luís Gouveia defendeu a "extinção" do STAE, por eventualmente ser "uma célula do partido Frelimo", após denunciar que há máquinas de recenseamento eleitoral avariadas desde o último recenseamento.

Luís Gouveia, do gabinete eleitoral da Renamo, considerou que as máquinas não foram reparadas até ao momento por "negligência" dos responsáveis pelos órgãos eleitorais.

Exemplificando, Luís Gouveia apontou a província de Tete, centro, onde "existem 212 brigadas de recenseamento paralisadas devido a avarias das máquinas, impedindo mais de 93.000 pessoas de se recensearem.

Se a situação da avaria das máquinas persistir, cerca de 19.800 eleitores ficarão sem votar" nas eleições de 28 de Outubro.

12/11/08

Ronda pela net: Retrato - Eleições e turismo em Moçambique.

Li hà momentos no "mielamundi" em post "Chroniques du Mozambique" que tento reproduzir em língua portuguesa:

AS ELEIÇÕES:
Moçambique centrou a atenção nas eleições municipais acontecidas no final do mês. Propaganda, T-shirts, loincloths, bandeiras e cartazes distribuídos nas ruas. A disputa foi jogada entre a Frelimo e a Renamo. O jogo aconteceu entre o partido que levou o país à falência após a independência, ao querer implementar uma política social radical (Frelimo) e o partido revolucionário que tem destruído estradas, escolas, pontes, hospitais, etc. e mergulhou o país em 17 anos de guerra civil (Renamo)...

Cada uma das partes tem a sua quota de apoiantes. Deve ser dito que a Frelimo oferece tanque cheio de gasolina para todos os automobilistas e motociclistas que desejem pendurar uma bandeira em seu carro ou motorizada e patrocinou comícios por todo o lado com música africana oferecida por artistas da moda e com as mulheres a cantar e dançar em uma campanha politizada. Como você diria? É compra de voto ????.... Na campanha de sons e de cores a Frelimo, pareceu levar a melhor... Talvez porque é o partido dominante...

POLICIA:
O policial no meio da estrada, na sua bela camisa branca também é estressante para motoristas e turistas como nós...

A regra de ouro é sorrir e sempre ter à mão um pedaço de goma de mascar, um cigarro, uma caneta para oferecer como cortesia... Muito cansativo... Mas às vezes pode calhar-lhe um policial que toma vitaminas... Desta vez ele nos fez estacionar ao lado. E decidiu ser rigoroso na inspecção do veículo. Testa tudo... o pisca da direita, o da esquerda, faróis, pára-brisas... tudo funciona, nada a argumentar. Mas o mais divertido foi o seu zelo enquanto a dois metros tínhamos um parque de autocarros apinhados de público, sem pára-brisas da frente ou da retaguarda e luzes, sem parafusos, faróis e pisca-pica pendurados por um fio ao longo da "carrosserie"...

POVO:
Em Moçambique contato humano é algo especial. Antes de você dizer "Olá", já lhe é pedido dinheiro. Pequeno, grande, jovem ou velho é sempre direto ao dizer "dar-me 100 balles". Se você precisa de ajuda você tem de comprá-la... O que faz com que você entenda que, para além do preço acordado, uma gratificação suplementar será bem-vinda.... Só as mulheres nunca pedem nada... Elas não têm o tempo...!

Felizmente a atmosfera é cordial e quando tentamos explicar em nosso Português com sotaque que o dinheiro não cai do céu e da necessidade de se trabalhar com sacrifício para o conseguir, riem na nossa cara... Fecham a mão do "patrao"(significando avareza) e desejam "boa viagem."....

O roubo parece ser um esporte nacional... desde a base até ao alto da pirâmide vêm a corrupção, roubo, fraude, que são praticadas com impunidade. O administrador da cidade expropria dos seus cidadãos para apoderar-se gratuitamente das melhores terras,... o empresário retém os salários dos funcionários mais de 6 meses para ter capital e fazer negócios com carros do Dubai, os enfermeiros roubam drogas nos hospitais... Porquê ficará mal então roubar algumas telhas do telhado do vizinho para consertar o seu?...

AS FANTASIAS DE UM VIAJANTE PERANTE A REALIDADE:
A viagem começa no sofá da casa, com uma bela fotografia ou um livro/guia de viagens em suas mãos.
Os editores e programas de TV sabem como"vender" o sonho...
Imaginamos, projetamos, construímos um "mundo"...
E é assim que forjamos uma imagem de Moçambique: um diamante bruto a ser descoberto... praias paradisiacas, gente verdadeira.
E partimos... Mais de 15 dias por estradas de Moçambique. Desde as margens do Lago Niassa até ao arquipélago Quirimbas, litoral norte. Esperamos 15 dias antes de encontrar água corrente (e, portanto, um chuveiro) e 18 dias antes de conseguir água quente. Em 2/3 do norte do país, não há quase nenhuma infra-estrutura para turistas.... Mas o país é imenso, difícil de percorrer autónomamente, de áreas "de interesse" ainda muito pouco desenvolvidas. Uma ilha "Património Mundial" em ruínas, praias onde o lixo permanece e o viajante, após tanto esforço e cansaço em horas de carro ou em transportes públicos, depara-se com praias onde todos defecam de manhã até à noite. E é assediado em cada paragem por aqueles que procuram dinheiro, doces, etç...

Moçambique está longe de ter o brilho que vendem como "paraíso". Não!... Moçambique aparece em revistas turisticas direcionadas para aqueles que têm dinheiro onde lhes é apresentado em pacotes luxuosos a comodidade de avião privado, arquipélagos reservados e fechados de praias de águas turquesa, com turistas que se deslocam acima da miséria, do roubo e de praias-lixeira, de Camping's onde o turista mais simples recebe uma lata de água salobra para o chuveiro.

Moçambique vende felicidade para quem tem dinheiro, mas não para viajante comum, ecológico, amante da natureza e do contato sem muros com o povo, além de menos abonado financeiramente.

12/07/08

Moçambique/Eleições: Resultados em Cabo Delgado.

Os eleitos em Cabo Delgado, após campanha de resultados previsíveis, em que se "usou e abusou" mais uma vez do alento com parcialidade da máquina estatal e administrativa moçambicana a favor do partido no poder, perante uma oposição ineficiente, acéfala, bloqueada e tolhida indevidamente em muitos casos:

- Cidade de Pemba: Safique Yacub da Frelimo.
Teve 22.820 votos (81,65%) contra 4.570 (16,35%) de Mussa Incacha e para Assembleia Municipal, a Frelimo teve 22.439 votos (81, 62%) - 33 mandatos e a Renamo 6 mandatos.

- Vila de Mueda: Mobiro Namiva da Frelimo.
Conseguiu 8.833 votos (96,61%) e Cristovão Chilule 310 votos (3,39%) e na AM a Frelimo arrecadou 13 mandatos e nenhum da Renamo.

- Cidade de Montepuez: Rafael Correia da Frelimo.
Amealhou 12.545 votos (83,70%) e Tomé Fernando da Renamo, 2.443(16,30) e na AM, a Frelimo tem 18 mandatos e 3 da Renamo.

- Vila de Mocímboa da Praia: O vencedor é Fernando Meigos com 9.225 votos (62,55) da Frelimo.
Fonte 'Vertical', edição nº. 1.716 de 05/12/08.