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10/12/08

Moçambique - Solução inovadora, barata, corajosa e bem-sucedida traz saúde para o povo.

Li hà momentos no Diário de Notícias de Lisboa:
Técnicos de cirurgia são vigorosa arma de luta em Moçambique. Apesar da pobreza que ali persiste, o segundo maior país lusófono de África dá passos decisivos no combate à doença, aproximando-se das metas definidas pelos organismos internacionais para o sector. As doenças materno-infantis têm regredido graças à melhoria dos cuidados de saúde.
"Quando as pessoas estão a morrer e não há médicos, o que é que se pode fazer?

"Esta pergunta, feita, um dia, por uma alta figura da saúde, em Moçambique, é a resposta a quem questiona a solução encontrada em 1982. Uma solução inovadora, barata, corajosa e bem-sucedida, a da formação de técnicos de cirurgia.

Em 1982, debatendo-se com os problemas da guerra e com um enorme caudal de dificuldades na área da saúde, Moçambique teve uma ideia controversa: formar técnicos de cirurgia, homens e mulheres que, mesmo sem formação académica, fossem capazes de se fixar nas zonas rurais e começar a melhorar a grave situação da mulher, na gravidez e no parto.

A solução moçambicana pode ser controversa mas, com as pessoas a morrer e sem médicos para as atender, era preciso fazer alguma coisa, e Moçambique, "de uma forma corajosa, inovadora e barata", agiu, como disse Margareth Chan, directora-geral da OMS, numa entrevista à produtora que recentemente realizou e transmitiu, pela rede pública da televisão americana, um programa de choque, com o significativo título de Birth of a Surgeon ("Nascimento de Um Cirurgião").

O documentário, feito pela Wide Angle, produtora de programas educativos, provocou forte reacção nos Estados Unidos e os telespectadores emocionaram-se com a história pessoal de Emília Cumbane, uma parteira de Maputo, treinada para praticar actos cirúrgicos (cesarianas e histerectomias, por exemplo) e que afirma adorar essa sua profissão, "que produz pessoas".

Não faltam, claro, as vozes críticas de quem entende que os técnicos de cirurgia não têm preparação académica, nem formação prática, para realizar intervenções e prevenir ou resolver complicações. De forma directa, Margareth Chan entrou no debate e, numa entrevista à mesma produtora, Wide Angle, citou o dirigente moçambicano na pergunta que abre este texto, reconhecendo o mérito destas soluções, práticas, corajosas, baratas, inovadoras e… que ajudam realmente a reduzir a dimensão do problema. A considerável redução da taxa de mortalidade materna e os números contidos em estudos científicos já publicados provam que a solução funciona e indicam o que é essencial - que a face da saúde em África pode estar já a mudar.

A experiência moçambicana foi já profundamente estudada e os resultados de, pelo menos, cinco estudos científicos, realizados em 1996, 1999 e 2007, muito animadores. Para além da constante redução da taxa de mortalidade materna, há outras situações que têm sido sublinhadas: de uma forma geral, as intervenções feitas por técnicos de cirurgia não diferem das que são realizadas por pessoal especializado e, ao contrário do que acontece com os médicos, os técnicos fixam-se nos locais e, num balanço feito cinco anos depois do início do processo, verificou-se que nenhum médico colocado num determinado hospital permanecia nele, mas que, pelo contrário, uma considerável maioria de técnicos nele se conserva em funções.
- In Diário de Notícias, 12/10/08.

3/27/08

África - Falta saneamento básico decente...

O Observador -Ano I-Nº 0180-Maputo-Quinta-feira, 27 de Marçode 2008 - Seis entre dez africanos chafurdam em dejectos humanos por falta de um saneamento decente - Um assunto que muitos preferem evitar, mas nos países em desenvolvimento o acesso a banheiros é uma questão preocupante e que afecta muitas pessoas, de acordo com as Nações Unidas.
Duas entre cinco pessoas não têm acesso a um vaso sanitário e a falta de saneamento básico põe em risco a vida de 2,6 bilhões de pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“No mundo hoje em dia, são mais de 15 milhões de mortes decorrentes de doenças infecciosas”, declarou David Heyman, sub-diretor-geral da OMS para as doenças transmissíveis. “Se tivéssemos hoje boas condições de saneamento e fornecimento de água aceitável, reduziríamos o número de doenças para dois milhões”. “As pessoas não gostam de falar sobre saneamento”, disse Jon Lane, director-executivo do Conselho de Água e Saneamento, uma organização das Nações Unidas dedicada a melhorar as condições em comunidades carentes.
Em pesquisa feita pelo British Medical Journal, 11 mil profissionais da saúde citaram o saneamento como o mais importante avanço na medicina desde1840.
Segundo Lane, muitos países lidam com esse assunto de maneira equivocada. Muito tempo foi perdido na tentativa de envolver sectores privados com o saneamento. Em África, seis entre 10 pessoas não tem acesso à que as agências consideram “um saneamento decente que separe dejetos humanos do contato humano”. Falta de saneamento básico aumenta não apenas os riscos de doenças como também põe em perigo mulheres e crianças que ‘se expõem a assédio sexual quando evacuam à noite ou em áreas abandonadas’. Entre 1995 e 2004, o acesso a saneamento melhorou para 1,2 bilhão de pessoas. Caso as coisas continuem como estão, ainda haverá 2,4 bilhões de pessoas sem saneamento básico em 2015. “As Nações Unidas têm a responsabilidade de mobilizar ações concretas para que melhorias sejam alcançadas. São necessários investimentos imediatamente”, exigiu o presidente da Equipa de Tarefas-ONU-Água, Pasquale Steduto.
No Peru, 800 milhões foram gastos com um surto de cólera que atingiu o país em 1991 - valor esse muito maior que o necessário para prevenir tal surto novamente.

1/23/08

Montepuez - Malária fez 73 mortes em 2007.

Maputo, Quarta-Feira, 23 de Janeiro de 2008:: Notícias - A malária matou o ano passado setenta e três pessoas, no distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, de um total de quarenta e nove mil casos diagnosticados.
Segundo as autoridades sanitárias locais, aquele número de óbitos representa uma redução em relação aos registados no ano anterior, em que morreram 90 pessoas, dos 90 mil casos registados.
O director distrital da Saúde disse que a distribuição de redes mosquiteiras a crianças menores de cinco anos de idade contribuiu para a redução de casos e de óbitos devidos à malária.
Nas primeiras duas semanas deste mês o distrito de Montepuez registou 900 casos de diarreia, sem nenhum óbito. (RM)

1/22/08

População de Cabo Delgado e do Norte de Moçambique mais afetada por doenças intestinais.

22/o1/08 - Maputo - TribunaFax - Parasitoses intestinais graves no País - O Ministério da Saúde, MISAU, levou a cabo, de 2005 a 2007, um estudo sobre a distribuição de parasitoses intestinais e bilharziose em criancas escolares, tendo concluido que, depois da malária, ocupam o segundo lugar, em termos de importância, na saúde pública.
Em termos globais, a taxa de prevalência de parasitoses, no País, é de 53,3 porcento, o que significa que, em cada grupo de 100 crianças do EP1, EP2 e EPC, 53 têm parasitoses intestinais. A taxa de prevalência de bilharziose urinaria é de 47%, facto que significa que, em cada grupo de 100 crianças do EP1, EP2 e EPC, 47 apresentam parasitoses intestinais. De acordo com Gerito Augusto, do Instituto Nacional de Saúde, dos 128 distritos, 75 são endémicos às parasitoses intestinais, sendo as crianças as mais vulneráveis, devido ao seu hábito de vida e higiene. Os principais parasitas são lombrigas e trichiura.
Os principais sinais de manifestação das parasitoses é a falta de apetite, irritabilidade e ou apatia, dores e desconforto abdominais, náuseas, vómitos e diarreia.
As províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia são as mais afectadas, enquanto as cidades Quelimane, Beira e Chimoio, estão afectadas.
“As regiões Centro e Norte do País são as mais afectadas, o que pode estar associado às desigualdades económicas. Podemos notar que, quando mais saimos da zona Norte em direcção ao Sul, as taxas tendem a baixar”, explica Augusto, frisando que as parasitoses intestinais afectam, sobretudo, indivíduos que vivem em condições precárias de higiene e saneamento do meio ambiente.
Este estudo abrangeu cerca de 83 mil estudantes dos seis aos 23 anos de idade de 1ª a 7ª classe.
Refira-se que este constitui o primeiro levantamento, depois da Independência e tinha como principais objectivos determinar a prevalência de parasitoses intestinais e da bilharziose, em crianças escolares, identificar os parasitas intestinais mais frequentes, bem como elaborar mapas de distribuição de parasitoses intestinais e bilharziose. (NN)