1/23/07

Pemba - A morte das florestas...III

Madeira retida no Porto de Pemba: Transporte de retorno está a ser difícil.
O processo de retorno dos 47 contentores de madeira cujo embarque para exportação foi embargado, pelo Governo Provincial de Cabo Delgado, por suspeitas de conterem produtos florestais não autorizados está conhecer percalços demorados de modo que ainda não foi concluído.
Fonte próxima do processo disse ao “Notícias” que coloca-se primeiro a quantidade dos contentores que devem ser desempacotados, um por um, depois de chegarem ao parque, associado às condições existentes no local para atender agrandes quantidades de uma só vez.
A agravar, no tarde do Sábado, um dos contentores que estava a retornar ao parque tombou na Praça 25 de Setembro, vulgarmente chamada Kankhomba, obstruindo a rotunda a partir da qual é possível se comunicar com a praia de Wimbe, Porto de Pemba e o centro da cidade.
Foi necessária a mobilização de meios suplementares para afastar o contentor e depois retirá-lo, o que só foi possível pela madrugada de Domingo, com a intervenção de uma máquina da Empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
Ainda não há informações dando conta de mais um contentor, para além daquele que em pleno recinto portuário foi detectado com umbila e jambire, espécies cuja a exportação só se pode efectuar em madeira serrada e não em toros, como aconteceu.
A “operação” contínua e prevê-se que hoje possa ser concluído depois que o governo provincial poderá se pronunciar à volta do que foi encontrado neste intricado caso que está a ser conduzido com relativo secretismo e com acompanhamento minucioso das entidades das Florestas e Fauna Bravia, agentes das forças de segurança entre outros.
Enquanto isso, está a ficar cada vez mais oneroso para a empresa que infligiu as normas, tendo em conta que para além de não poder fazer embarcar a mercadoria, no navio que lhe vai cobrar como se nada tivesse acontecido, há o facto de que deve pagar o porto pela entrada e saída da mercadoria, fora os outros encargos colaterais que advém do transporte de retorno ao parque.
Maputo, Terça-Feira, 23 de Janeiro de 2007:: Notícias

1/22/07

Pemba - A morte das florestas...II



Por suspeita de tentativa de exportação ilegal : Apreendidos em Pemba 47 contentores de madeira.
As autoridades de Cabo Delgado acabam de abortar a exportação de 47 contentores que se presume tenham madeira em toros e serrada em moldes ilegais, de uma operadora denominada MOFID, pertença de cidadãos chineses, abrindo assim mais um “caso”, cujas investigações decorrem com a promessa de, a breve trecho, o Executivo apresentar os detalhes do acontecimento.
Pelo menos 12 dos 47 contentores, segundo apurou o “Notícias” no contacto com o porta-voz do Governo Provincial, Mateus Matusse, foram inspeccionados pela equipa multissectorial e um deles continha estes produtos madereiros.
Na sexta-feira de manhã iniciou-se o transporte da totalidade dos contentores de volta ao parque de madeiras da MOFID, sito no Bairro de Muxara, arredores da cidade de Pemba, onde está a prosseguir o seu desempacotamento, sob acompanhamento de um aparato policial, para a verificação minuciosa do seu conteúdo.
A operação, que envolveu agentes dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, Alfândegas, Polícia, SISE e outros, começou no crepúsculo da passada segunda-feira, quando estes grupos se fizeram ao porto de Pemba para uma “inspecção de rotina”, segundo classificou, quando contactado pela nossa Reportagem, o delegado do porto, Joaquim Daúdo.
Na realidade, a operação teve lugar na véspera da chegada do navio “Uafl Express”, que transportaria a madeira para a Ásia e que já partiu deixando-a em terra para o cumprimento das imposições das autoridades visando a averiguação do caso.
A primeira reacção veio de alguns madereiros que operam em Cabo Delgado, contactados por este Jornal e que não quiseram identificar-se, que acham que, a provarem-se os factos, há lugar para pensar que a MOFID podia não estar a cometer a falcatrua pela primeira vez.
“Ela não pode convencer a ninguém que esta seja a primeira vez. Sendo assim, achamos que faltava era mais esta mão dura do Governo provincial, e a tal denúncia que dizem ter sido popular”.
A lei e regulamento vigentes em Moçambique sobre exploração florestal proíbe que a umbila e jambire, espécies encontradas em pelo menos um contentor inspeccionado, sejam exportadas em toros, assim como obrigam a que a madeira serrada tenha que ter no máximo 10 centímetros de espessura, havendo uma tolerância de 10 porcento.
A largura não tem limites.
São pretensamente estas normas que não terão sido cumpridas pela MOFID.
A apreensão é muita, no meio de especulações em relação ao conteúdo dos contentores que vão ser examinados fora do recinto portuário e às medidas que esperam a operadora, que desde que se instituiu a proibição de exportação de madeira em toros daquelas espécies se tornou na primeira a ser apanhada com a “boca na botija”.
É a segunda vez que a MOFID sofre um revés em pleno porto de Pemba.
A primeira deu-se quando em Abril de 2004 e na companhia de outras empresas similares, viu a sua carga embargada sob ordens do Tribunal Provincial Judicial de Cabo Delgado.
Na realidade, nessa altura o juiz de instrução criminal mandara apreender toda a madeira de oito empresas de exploração da área que se encontravam no recinto portuário, em Pemba, prestes a embarcar no navio “Na Yue Jiang”, com destino a Hong Kong, por haver indícios de falsificação de documentos de embarque da mercadoria.
O navio, com capacidade bruta de 11.115 toneladas e líquida de 6.259, acabaria por ficar retido, depois de duas semanas a embarcar madeira das empresas MOFID, Alman Lda, Panga Lda, Moz Wood, Timber World, Sothgate Forest, Naomy Lda e Saftrad (Moçambique) Lda, até que a providência cautelar fosse retirada.
PEDRO NACUO - Maputo, Segunda-Feira, 22 de Janeiro de 2007:: Notícias