9/15/07

O Brasil "descobre" Moçambique...

Empresários moçambicanos saem do Brasil cheios de ilusões !
Os mais de 50 empresários moçambicanos que nos últimos dias estiveram em jornadas de negócios no Brasil, sucessivamente em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, regressam à casa com toda a expectativa de terem despertado os brasileiros para um país chamado Moçambique. Até aqui, a relação comercial entre Moçambique e Brasil é mais retórica que prática. Os brasileiros, com uma economia bem mais pujante que a moçambicana, estão, como se diz na gíria, “noutra”, pelo que, apesar da língua comum, das similaridades culturais, de um modo geral, não têm o nosso país na agenda. Dos 87 biliões de dólares de importações que os brasileiros já fizeram, de Janeiro a Julho deste ano, de uma previsão de 155 biliões até Dezembro, Moçambique não contribuiu com um centavo dólar que fosse. Por outras palavras, nos primeiros sete meses de 2007, o nosso país não exportou rigorosamente nada para o Brasil! Também os brasileiros não exportaram muito para Moçambique no mesmo período: apenas 12 milhões de dólares. Sem dúvidas, muito pouco para dois países que se consideram irmãos. Mas esta realidade não é apenas deste ano. Vem de há alguns anos: em 2006, Moçambique exportou para o Brasil 15 milhões de dólares; em 2005, 20 milhões; em 2004, 14 milhões; e em 2003, 4 milhões. O nosso país está em 129º lugar no ranking dos países que exportam para o Brasil, liderado pelos Estados Unidos da América, Argentina, China e Países Baixos. Os produtos que Moçambique exporta para o Brasil são estatuetas e outros objectos de madeira, quadros, bijutarias e obras de cestaria. Recebe, em contrapartida, do Brasil basicamente carnes, frangos, calçado, vestuário, entre outros. Em 2006, o Brasil totalizou 35 milhões de dólares em exportações para Moçambique; em 2005, 28 milhões. Inverter esta tendênciaÉ esta tendência que Moçambique quer inverter. Por isso, na sua visita ao Brasil, o Presidente da República levou consigo mais de 50 empresários. Para além de falar com políticos, o Chefe do Estado reuniu com homens de negócios, incentivando-os a investir em Moçambique e ou a fazerem parcerias com os empresários moçambicano. Guebuza funcionou como um catalizador, enquanto em paralelo os empresários faziam os seus contactos. Falou com os ministros da parte económica do governo de Lula, com as administrações da Vale do Rio Doce, da Camargo Correia, visitou e reuniu com o presidente da Federação das Associações Industriais de São Paulo. No Rio de Janeiro, os empresários, já sem o Chefe do Estado, participaram num seminário com os empresários brasileiros na Federação das Câmaras de Comércio Exterior do Brasil, onde tiveram oportunidade, através de vários painéis, de “vender” Moçambique como um bom destino de investimento. No fim, ao cabo de nove dias, ficou a convicção de que se começou a abrir uma porta importante para o investimento, dado o enorme potencial do Brasil.
O PAÍS - 14.09.2007

9/14/07

Moçambique: Banco Mundial concede crédito para projectos de saneamento.

Maputo, 13/09/07 - O Banco Mundial anunciou quarta-feira a concessão de um crédito de 11 milhões de euros para apoiar vários projectos de capacitação institucional e de serviços de saneamento em quatro províncias moçambicanas do centro e norte. Os projectos visam a expansão da cobertura dos serviços de água nas cidades de Beira, Quelimane (centro), Nampula e Pemba (norte) e estabelecer plataformas institucionais e de regulação para a gestão de águas em pequenas aglomerações urbanas, indica uma nota do Banco Mundial, hoje divulgada. Segundo o comunicado, esses objectivos do plano recebem, no quadro deste projecto, aprovado em 08 de Agosto de 2007, 11 milhões de euros em subvenções adicionais do Fundo Catalítico para o Crescimento em África. A responsável pela equipa do projecto pelo Banco Mundial, Jane Walker, disse que "o acesso à água afecta significativamente o bem-estar das pessoas através do seu impacto na saúde, educação, igualdade de género, e produtividade". Por isso, acrescentou, "este projecto visa estender particularmente a rede em zonas suburbanas, onde a maioria da população com baixos rendimentos vive e onde a incidência do risco de doenças provocadas pela água é maior". A iniciativa compreende três componentes, designadamente a continuação do investimento e do apoio às cidades da Beira, Quelimane, Nampula e Pemba-Cabo-Delgado, a capacitação institucional e apoio operacional à Direcção Nacional de Águas (DNA) e à Comissão de Regulação da Água (CRA). O auxílio à DNA prevê a criação de uma Unidade de Gestão de Recursos, cujo papel será o de gerir, planear e supervisionar a execução de investimentos e de envolver operadores externos em pequenas aglomerações urbanas, destaca o Banco Mundial. "A Unidade de Gestão de Recursos será concebida para estar em sintonia com os fundos de investimentos sob o proposto projecto "Millennium Challenge Corporation" e vai ser aplicado em quatro províncias do norte do país", conclui.
In - Angola Press-13/09/07