3/14/09

PEMBA - O caos no trânsito...

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui)

Segundo Pedro Nacuo: ""A indisciplina apossou-se do trânsito rodoviário da cidade de Pemba, não tanto porque o número de viaturas aumentou, embora tal não seja inegável, mas sobretudo porque já ninguém controla o quê, ou controla-se aquilo que sempre se conhece.

Em plena jornada nacional de trânsito, dá para recordar que as estradas da paradisíaca cidade de Pemba estão a ficar magrinhas demais. Aqui onde se aloja a única baía moçambicana que faz parte das mais belas do mundo, na também terceira maior baía à escala planetária, para além de aceitar, igualmente, a famosa praia do Wimbe.

A facilidade que Deus criou para quem tem a tarefa de controlar, para o caso de Pemba, é que há uma entrada, via terrestre, só tem uma única via, até ao aeródromo, depois do que pode, querendo, voltar, ir ao Wimbe/Expansão ou continuar a viagem ao encontro do centro da cidade.

A subir, no chamado Bem-Vindo, tem-se pela faixa direita, claro, na descida, um local que há seis anos tínhamos chamado a atenção, nesta página, para o facto de que a estrada estava muito apertada porque ali vivia um grande mecânico, razão por que os carros “doentes” ocupavam uma boa parte da estrada, tornando-a apertada e dificultando a visibilidade de quem por ela transitava, ainda que não fosse de qualquer veículo. Era a oficina do meu amigo Ruben. Este saiu do local, mas vieram barracas: uma, duas, três, vinte, e agora há quase meia centena delas.

A aparente prosperidade tomou conta do local, ao mesmo tempo que os “chapa” escolheram o local para levar os seus clientes. E ficou duas vezes apertado: pelas barracas e os seus clientes e também por causa dos carros, “chapa” e autocarros que ali deixam ou levam os seus passageiros.

Do outro lado, já na faixa pela qual vínhamos, também há um local de paragem dos transportes semicolectivos, mas estava previsto, por isso menos embaraçoso, assim como acontece em relação à paragem mais famosa de Pemba, a do embondeiro. Um reparo, mesmo assim: do outro lado da faixa, onde também estava previsto que parassem veículos, através da reentrância que se faz para casos afins, a estrada continua, mesmo assim, apertada, porque o local onde deveriam estar os passageiros, um agente económico entendeu transformá-lo num parque dos seus automóveis para o serviço de “rent-a-car”. Os passageiros ficam agora na estrada à espera da viagem e ela tornou-se pequena.

Havia sinal que proibia que depois da rotunda frente ao Comando do Décimo Batalhão das FADM, veículos, com peso total superior a oito toneladas transitasse, obrigando a que eles desviassem ao encontro da marginal que os conduziria ao Porto. O objectivo era evitar a degradação acelerada da “25 de Setembro” que foi feita não para aquele tipo de veículos. É por isso que a reabilitação pela CMC seguiu a estrada que admitia o trânsito pelos camiões e cavalos e não no interior da cidade onde se previa que só transitassem veículos ligeiros.

Hoje todo o tipo de veículos, incluindo os que transportam madeira, algodão e outro tipo de mercadoria, transitam tanto na “25 de Setembro” como em todas as outras, sem excepção. Então, nas ruas que não previam camiões, as viaturas ligeiras devem encostar, os motociclos “idem” aspas, para que os “monstros” passem.

Nas “Batatas”, para além de tudo (curva, ser mercado), agora é uma paragem de todos os transportadores de passageiros: táxis, “chapa”, autocarros, incluindo o TPM-Pemba. Quando estes todos disputam o espaço, não há viatura que transite, a estrada não só fica apertada como acaba não existindo!

Nas horas de ponta fica uma chatice em que todos se insultam, mas sem dirigirem os insultos a quem deixou florescer a indisciplina.

Na mesma avenida, já na casa China, para além dos camiões que servem a esta, os “chapa” vieram engrossar a desnecessidade de diminuir a estrada, já param em paralelo, deixando a estrada muito magrinha, fechando totalmente as entradas particulares das casas vizinhas, incluindo para a nossa delegação.

No mercado Marínguè, para além dos táxis, temos a degradação da estrada que está a torná-la mais apertada ainda e do outro lado do Desportivo, o Viking e os Correios disputam a capacidade de quem mais diminui a estrada.

Em todo o mundo as paragens são determinadas pelas autoridades competentes, neste caso o Conselho Municipal, conforme as conveniências e não o sabor das inconveniências, conforme se pode ver do que atrás foi dito. Criar embaraço de propósito, para haver acidentes, é o que parece estar a ser feito em relação ao mercado das Batatas, na casa China, no Marínguè e no “Bem-Vindo”, do lado das barracas.

Isto é que se devia controlar e disciplinar, numa pequena cidade onde o resto é de somenos importância, porque todos se conhecem: sabemos de quem é um ou outro carro, se é legal ou não, se o seu condutor está ou não encartado, etc. ... Sabemos de tudo, mas perdemos muito tempo em controlar o conhecido e deixamos aquilo que periga a vida das pessoas na via pública.

Ou fazemos as duas coisas ou façamos, principalmente, esta última.

Em nossa opinião, evitar acidente é criar condições para que não haja acidente. Ou não é?""
- Pedro Nacuo, Maputo, Sábado, 14 de Março de 2009 :: Notícias

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