Na estrada do tempo de Porto Amélia/Pemba:
As vacas do Macedo
Em tempos idos, a mosca tsé-tsé, vulgo mosca-do-sono, não permitia em Cabo Delgado a vida de certos animais e complicava bastante a dos humanos.
Em 1956, ano da minha chegada àquelas paragens, funcionavam ainda em certas localidades (recordo Balama e Ancuabe) os serviços da MCT ( Missão de Combate às Tripanossomíases), dirigidos pelo conhecido Dr. Carmo.
Humoristicamente, o significado de MCT era: “Moscas Continuai Tranqüilas”. Contudo, foram serviços eficazes, vindo mais tarde a ser extintos por ter sido considerada erradicada essa tão perigosa doença.
Humoristicamente, o significado de MCT era: “Moscas Continuai Tranqüilas”. Contudo, foram serviços eficazes, vindo mais tarde a ser extintos por ter sido considerada erradicada essa tão perigosa doença.
Consta-me que regressou em força, mas desconheço se assim é.
Quando em 1958 a família se radicou na então Porto Amélia, o único talho existente, propriedade do sr. Manuel Macedo, era abastecido a partir de Nampula, donde, uma vez por outra, eram trazidas umas quantas reses.
Entre a chegada e o abate sobreviviam pastando ora junto à captação de água perto do aeroporto ora junto à marginal, no palmar da D. Inácia, no local onde, em 63/64, foram construídas as instalações da INOS, mais tarde utilizadas pela Manutenção Militar.
Situados no tempo e no espaço, permitam que recorde uma hilariante peripécia ocorrida nesses longínquos tempos e locais.
Por toda a África sopravam já os ventos da mudança e com eles chegavam os primeiros contingentes militares, totalmente constituídos por elementos nados e criados na então metrópole.
Pese embora a designação de "Caçadores Especiais", a preparação militar seria pouca e os conhecimentos de África nulos ou perto disso. Passe o exagero, alguns estariam mesmo convictos que, naquelas paragens, abrir uma torneira equivalia a ficar com um jacaré nos braços. Mas adiante...
Após um mês de viagem, mal punham pé em terra era a procura de tudo o que durante esse tempo fora uma miragem. Deixo aos eventuais leitores a liberdade da imaginação...
Depois de muita deambulação encontraram-se uns quantos, já pela noitinha, “cara-a-cara” com as citadas vacas.
Quando em 1958 a família se radicou na então Porto Amélia, o único talho existente, propriedade do sr. Manuel Macedo, era abastecido a partir de Nampula, donde, uma vez por outra, eram trazidas umas quantas reses.
Entre a chegada e o abate sobreviviam pastando ora junto à captação de água perto do aeroporto ora junto à marginal, no palmar da D. Inácia, no local onde, em 63/64, foram construídas as instalações da INOS, mais tarde utilizadas pela Manutenção Militar.
Situados no tempo e no espaço, permitam que recorde uma hilariante peripécia ocorrida nesses longínquos tempos e locais.
Por toda a África sopravam já os ventos da mudança e com eles chegavam os primeiros contingentes militares, totalmente constituídos por elementos nados e criados na então metrópole.
Pese embora a designação de "Caçadores Especiais", a preparação militar seria pouca e os conhecimentos de África nulos ou perto disso. Passe o exagero, alguns estariam mesmo convictos que, naquelas paragens, abrir uma torneira equivalia a ficar com um jacaré nos braços. Mas adiante...
Após um mês de viagem, mal punham pé em terra era a procura de tudo o que durante esse tempo fora uma miragem. Deixo aos eventuais leitores a liberdade da imaginação...
Depois de muita deambulação encontraram-se uns quantos, já pela noitinha, “cara-a-cara” com as citadas vacas.
Fazendo uso dos “profundos conhecimentos de África”, logo concluíram tratar-se de búfalos e nisso viram uma primeira oportunidade de dar largas aos dotes de “caçadores confirmados”, adquiridos à custa dos coelhos e perdizes da Pátria distante.
Da descoberta, à ação foi um ápice. Correm ao quartel, pegam em armas e aí vai disto que amanhã pode ser tarde...
A surpresa e a decepção tiveram-na pela manhã, quando confrontados com o gozo dos mais antigos e a obrigação de reparar os danos causados ao amigo Macedo.
Os infringidos aos pobres animais, esses já não tinham remédio...
Da descoberta, à ação foi um ápice. Correm ao quartel, pegam em armas e aí vai disto que amanhã pode ser tarde...
A surpresa e a decepção tiveram-na pela manhã, quando confrontados com o gozo dos mais antigos e a obrigação de reparar os danos causados ao amigo Macedo.
Os infringidos aos pobres animais, esses já não tinham remédio...
António Coelho, 6/12/2001
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