Partiu esta madrugada nossa Querida Professora, Amiga e Poetisa, Glória de Sant'Anna.
A notícia veio até mim por este pequeno e simples texto:
"... É com profunda dor, que te venho anunciar o falecimento da nossa Mãe.
Morreu às 4 horas da madrugada do dia de hoje..."
Não é fácil falar ou comentar quando o coração está apertado, amargurado com mais esta passagem da vida que envolve e atinge um ser humano de valor sentimental imensurável para muitos de nós que aprendemos a caminhar na vida pela força e ensinamentos recebidos de suas delicadas mãos sempre dadas às nossas, desde os tempos da infância.
Só consigo dizer que jamais esquecerei seu olhar terno, suave, sua voz tranquila, meiga mas firme e de palavras inteligentes, doces, sempre doces, repletas de poesia e sabedoria...
Jamais deixarei de a considerar minha Querida Professora, quase uma segunda Mãe...
Jamais deixarei de a considerar a minha Querida e Eterna Poetisa do Mar Azul de Pemba...
E é com lágrimas nos olhos, com imensa tristeza, com uma tremenda saudade que não tem fim, que, aqui de longe, a revejo no meu imaginário no meu último abraço, no meu último adeus terreno, ciente que a reencontrarei sempre em meus sonhos e na poesia de todos os entardeceres que aprendi a descobrir com a beleza de seus versos e com a generosidade que emanava de seu coração de poetisa, professora e Mãe.
- J. L. Gabão, 02 de Junho de 2009.
Em tempo: Que a beleza e força espiritual de D. Glória (como sempre e carinhosamente por nós era chamada), que são eternas, nos inspire a todos, seus Amigos, assim como a seus Filhos e Familiares, a superar a saudade que fica!
Quando o n'pure chega
É madrugada e o n'pure voltou e canta
para o vermelho-laranja do horizonte
e o silêncio em volta dos telhados
é longo e doce
Uma linha de fumo branco sobe
da fogueira do guarda envolto na capulana escura
e a folhagem parada freme de súbito
ao grito do n'pure
Em redor dos troncos tombaram
as primeiras-tímidas flores da acácia rubra
durante a noite (penso)
ou soltas pelas asas leves do n'pure
para o vermelho-laranja do horizonte
e o silêncio em volta dos telhados
é longo e doce
Uma linha de fumo branco sobe
da fogueira do guarda envolto na capulana escura
e a folhagem parada freme de súbito
ao grito do n'pure
Em redor dos troncos tombaram
as primeiras-tímidas flores da acácia rubra
durante a noite (penso)
ou soltas pelas asas leves do n'pure
- Glória de Sant'Anna - "Amaranto".
Tocantes palavras para alguém que partiu, deixa saudades.
ResponderEliminarNão conheci a tua professora e poetisa Glória de Sant'Anna, mas venho acompanhando sua poesia, no mundo virtual, desde que a "descobri" em tuas páginas neste mundo virtual que nos prende,alimenta espiritualmente e apaixona.
E, só de a ler e de te ler, também ficarei com saudades.
Pesâmes a seus Familiares.
Beijos da,
Mónica- São Paulo - Brasil
uma palavra de Adeus ...
ResponderEliminaramiga sensível, delicada, de olhar terno e meigo, sempre atenta aos mais simples gestos do mundo ... a minha querida prima Glória de Sant'Anna deixa-nos com muitas saudades mas lega-nos também um precioso testamento poético. O seu corpo parou mas a sua alma grandiosa continua a trilhar um caminho eterno em sinergia com as coisas mais sensíveis do Universo.
Tenho a certeza que a sua alma revisitará o azul do Índico, a baía de Pemba e escutará de novo os sons dos tambores desse continente-mãe da Humanidade onde ela foi tão feliz. A todos os familiares directos a minha solidariedade na dor da despedida. Beijo grande aos meus primos Milúzinha, Ingrid, Né, Ni, João, Rui e Afonso bem como aos netos e bisnetos da nossa querida poetisa.
Com toda a amizade,
da Mimi
Meu querido Jaime:
ResponderEliminarSoube-o pelas notícias e depois abri o teu mail. Uma Poetisa não morre, é a sua Poesia, mas era tão bom sabê-la viva, entre nós, contemporâneos desta Glória de Pemba, Moçambique e não só.
Acabo de enviar um beijo às duas meninas que conheço e, assim que possa, também o 'chuinga' lhe prestará (mais) um tributo, que todos serão poucos.
Um beijo,
IO
Pois é! Nossas "referências" vão diminuindo implacável e rapidamente neste plano de vida terrena...
ResponderEliminarEstamos atenuando a saudade e a distância com as imagens nítidas, brilhantes de sua poesia eterna...
Jaime
Estamos gratos pelas vossas queridas palavras.
ResponderEliminarO chão falta como ar
a sua ausência
marca o espaço
tão presente
Um abraço grande para cada um de vós.
Inez
Parabéns pelo blog!
ResponderEliminarJá virei seguidor.
Abraços.
http://mundo-editorial.blogspot.com
Obrigado. "Seguiremos" também Vcs. e com atenção. Cumprimentos.
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