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4/18/15

Em 18 de Abril de 2008 partiu o Padre VALENTE!

E já se passaram 7 anos!
A notícia chegou a minha cx. postal assim bem simples, resumida, dura:
  • Acabei de receber a notícia do falecimento do Sr.Padre Valente. Aconteceu hoje, 18.04.08, por volta das 18H30 em Cucujães, onde estava a residir há pouco tempo. O seu funeral vai realizar-se na sua terra natal - Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco - no próximo Domingo, 20.04.08, pelas 15 horas. E assim mais um amigo nos deixou. Que Deus lhe dê o eterno descanso. M. C.
O Padre Joaquim Antunes Lopes Valente marcou a vida de muitos de nós que vivenciamos a adolescência dos anos 60/70 na então Porto Amélia. Fundou e dirigiu nessa época, por decisão do Bispo de Porto Amélia D. José dos Santos Garcia (que reside na Aldeia do Souto - Guarda - Portugal com 95 anos de idade) o Colégio de São Paulo, pertencente à Diocese de Porto Amélia hoje Pemba. E espelhamos em nosso comportamento como adultos já maduros, onde quer que estejamos situados no nosso dia a dia, muito do que apreendemos nessa instituição pioneira em Cabo Delgado e do que o pulso firme do Padre Valente nos transmitia com sua personalidade um tanto rude, de poucos sorrisos mas constantemente generosa. É assim que o recordo e, em nossos convívios virtuais e reais, sua figura é citada com respeito, amizade. E agora o será mais ainda e com saudade ! Que descanse em paz e Abençoe lá do Alto seus "lapussos"!
O que diz um de seus ex-alunos do Colégio Liceal de São Paulo:
  • Morreu o homem que foi responsavel pelo funcionamento da primeira instituição de ensino secundario em Cabo Delgado. Eu, os alunos do Colégio Liceal de Sao Paulo e a cidade de Pemba devemos-lhe muito. Logo após a Independência de Mocambique veio revelar-se, que a obra do padre Joaquim Antunes Lopes Valente, o grande homem que hoje choramos, viria a contribuir significamente até mesmo para o implantação do novo país ao provedenciar quadros de alto nivel para a gestão e afirmação da jovem nação.
    Aproveito o ensejo para afirmar aqui o que vários colegas já me ouviram dizer muitas vezes: - Os dirigentes e altos funcionarios provenientes do nosso Colégio, fazem parte de um grupo, infelizmente não tao numeroso quanto desejariamos, de responsáveis íntegros deste jovem pais. Não vou mencioná-los porque além de competentes e honestos são também humildes. Quem sabe uma outra qualidade consolidada num Colegio tão competentemente dirigido pelo padre Valente.
    Tenho esperanca que outros com mais jeito para estas coisas ponham aqui nestas paginas claramente o quanto devemos a este grande missionario a quem Moçambique deve muito.
    Minha solidariedade para a familia enlutada. - C. M.

Faleceu o Padre Valente ! - Histórico de vida

E já se passaram 7 anos!
Histórico de vida do Padre Joaquim Antunes Lopes Valente, Professor e Amigo falecido no passado dia 18 deste mês no Lar de Santa Teresinha de Cucujães. 
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O Padre Joaquim Antunes Lopes Valente nasceu em 30 de Outubro de 1926, no Louriçal do Campo, Concelho de Castelo Branco, Diocese da Guarda.
Entrou no Seminário das Missões de Tomar em 1940.
Fez a sua primeira Consagração Missionária em 15 de Setembro de 1950.
O último ano de Teologia foi passado como Prefeito e Professor em Tomar (1952-1953).
Foi ordenado sacerdote em 26 de Julho de 1953, no Seminário de Cucujães.
De 1953 a 1955 cursou Direito Canónico na Universidade Católica de Salamanca (Espanha).
Foi Director e Professor dos Teólogos e Vice‑Reitor de Cucujães.
Em 29 de Outubro de 1957 partiu para a recém‑criada Diocese de Porto Amélia (Pemba), no norte de Moçambique.
Foi Secretário da Diocese, Vigário Geral e Director do Colégio diocesano São Paulo. Foi um dos mais próximos colaboradores do primeiro Bispo da Diocese, D. José dos Santos Garcia.
Tomou parte nas Assembleias Gerais da Sociedade Missionária da Boa Nova em 1968 e 1974, 1986 e 1990.
Em Abril de 1975 regressou a Portugal.
Em Abril de 1977 parte para o Brasil, para a Paróquia de Alto Piquiri (Paraná, Brasil).
Pouco depois, toma posse da Paróquia de Sete Quedas (Mato Grosso do Sul).
Era uma paróquia nova onde teve de construir quase tudo: Igreja, casa paroquial, centro catequético. Dedicou-se muito à formação de Leigos e à evangelização pela rádio.
Além de Pároco, foi também Superior Regional dos nossos Missionários no sul do Brasil.
Colaborou com Tribunal eclesiástico do Mato Grosso do Sul.
Em Agosto de 2001, regressa a Portugal muito doente (diabetes e outras complicações). Restabeleceu-se no Louriçal do Campo em casa da sua irmã Mariana.
Os últimos anos foram passados no Seminário de Cernache e no nosso Lar de Santa Teresinha, onde acaba de falecer.
O Seminário das Missões de Cucujães promoveu as exéquias no dia 19 de Abril, às onze horas. Foram presididas por D. José dos Santos Garcia que, apesar dos seus 95 anos, veio de Aldeia do Souto. Agradeceu a Deus a vida deste colaborador com quem sempre podia contar como homem fiel e dedicado.
A celebração do Funeral foi no dia 20 de Abril em Louriçal do Campo, presidida pelo sr. Bispo da Guarda, D. Manuel Felício da Rocha.
Louvou a família do P. Joaquim Valente, uma família de padres e religiosas e a paixão do P. Joaquim pela Missão, que o levou a dedicar-se profundamente ao povo moçambicano e a recomeçar tudo no Brasil onde fez longo trabalho.
Participaram uma dúzia de padres, todo o povo do Louriçal e amigos de várias partes do país.
(P. M. N. - 22/04/08).

9/29/07

De Porto Amélia a Nangororo...

A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração.
(Henrique Maximiliano Coelho Neto - Romancista e contista brasileiro - 1864/ 1934)
Passo por lá todos os dias (ou madrugadas) para "tomar uns copos"...
É um Bar sem igual onde consigo "embriagar-me" descobrindo o som suave, cadente das ondas que buscam as areias brancas das praias de Pemba, a sombra dos palmares da Maringanha, o cantar das cigarras no tempo da primavera, o cheiro das acácias rubras e os Amigos que descobriram caminhos e horizontes diversos...
É, afinal, magia que suprime a distância e permite continuemos juntos e presentes em nossa Pemba, como conta e ensina Helena Vilas Boas:
Foi há muitos anos atrás.
Tantos, que até lhes perdi a conta.
Frequentava o Colégio Liceal de S.Paulo um grupo de alunos, onde imperava a amizade e camaradagem que perdura ao longo dos tempos.
Amigos, que quis o destino, um dia se separassem e cada um seguisse a sua caminhada pela longa estrada da vida, mas sem nunca se esquecerem uns dos outros.
Uns, foram partindo para a eterna caminhada, outros continuam lutando pela sua sobrevivência até quando a saúde lhes permitir.
Pois esse grupo de alunos era orientado pelo bem conhecido Padre Joaquim Antunes Lopes Valente, se a memória não me falha.
Homem de grandes conhecimentos, participativo,muito activo e empreendedor, adorava os seus alunos, preocupando-se com os seus estudos e pelos caminhos que iam trilhando na vida.
Participativo nas horas de recreio mas exigente nas aulas, estava sempre reclamando por uma melhoria nas notas.
Um dia resolveu proporcionar-nos uma visita de estudo até à Companhia Agrícola de Nangororo!
Sabendo ele que na dita companhia trabalhavam o Pai do Júlio Carrilho (Sr. José Franco Carrilho) e o meu Pai também (Jaime Correia de Sousa), resolveu por intermédio dos mesmos, chegar a um acordo com o Gerente, Sr . Soromenho e assim se fixou a data e os pormenores da viagem.
No dia aprazado, às 7 da manhã, lá estavam alguns dos muitos alunos que fizeram parte da visita!
E enquanto aguardávamos pela chegada do machimbombo, foram-nos tirando umas fotografias para a posteridade, fotografias essas que conservo com muito carinho ainda que envelhecidas pelo tempo...como nós! ... ... ...
E eis que finalmente chega o tão desejado machimbombo!
Um transporte colectivo de 50 lugares, que fazia regularmente a carreira Montepuez/P.Amélia e pertencia a ADELINO COELHO, Pai do Tó Coelho (Namarrocolo).
Toca a tomarem os seus lugares e lá vamos nós cantando e rindo, todos felizes, na companhia de quase todos os Professores/as que compunham o quadro de ensino do nosso Colégio.
Rumámos em direcção ao Alto Gingone, passámos em frente ao aeroporto por uma estrada de terra batida, que deixava um rasto de poeira vermelha tonalidade muito característica daquelas terras.
Daí a pouco e já de rota batida, passámos em frente à casa do Dias da cal, homem de muitos afazeres e com uma magnífica prole que vivia na sua humilde casinha rodeada de uma grande extensão de cajueiros e mangueiras, onde se respirava aquele cheirinho tão característico de África!
Pouco depois já atravessávamos os terrenos do Sr. Karling, um alemão que habitava para os lados do Miéze e de seguida estávamos a passar ligeiros por Muaguide/Metuge, rumo a Nangororo.
Quando chegámos ao alto da colina donde se avistava praticamente uma grande extensão de terreno a perder de vista, toda ela pertencente à Companhia, o machimbombo parou para contemplarmos a paisagem imponente, que se apresentava aos nossos olhos.
Hectares enormes de sisal, de diversos tamanhos, plantados por mãos de mestre, alinhados em autênticos corredores de um verde intenso, onde se destacavam de vez em quando na paisagem, um ou outro embondeiro ou uma ou outra sumaumeira.
Então começámos a descida até ao Rio Ride, atravessando a ponte, que apesar de estreita tinha sido bem construída.
Era impressionante.
Olhando para o fundo, o rio corria por um desfiladeiro muito estreito e as suas margens eram perigosas devido ao declive.
No entanto, por altura das cheias, as águas inundavam tudo, deixando de se ver inclusivé a ponte, ficando a população isolada por terra, vindo as mercadorias que necessitavam através de "machileiros" que, por mar, iam e vinham, fazendo o trajecto entre Nangororo/P.Amélia, desembarcando ora em Bandar, ora na Missanja, dependendo do vento, das correntes marítimas, da chuva, fazendo depois todo o percurso a pé!
Transposto o Rio Ride, entrámos na recta final com destino aos escritórios, não sem antes passarmos pelos acampamentos dos contratados, que trabalhavam na dita companhia.
Ainda tivemos oportunidade de vislumbrar um comboio carregado de sisal, que lentamente se deslocava pela planície, arrastando as suas "zorras" com destino à fábrica de transformação, mais se assemelhando a uma enorme serpente deambulando pela selva africana!
Ao chegarmos ao destino, já nos aguardava o Sr. Soromenho, gerente da dita compª. que prontamente entrou na viatura e nos serviu de cicerone.
Levou-nos até à Marunga e Kelimaquito e posteriormente à fábrica.
Aqui merece um certo destaque a visita .
Observámos a colocação das folhas de sisal recolhidas em bruto numa passadeira rolante que as conduzia para uma prensa, onde sob jactos de água a polpa da folha se ia soltando (vulgo taca-taca) e restavam os fios amarelados, que eram transportados para uns estandais e aí ficavam a corar e a secar até que estivessem capazes de serem enfardados e enviados em navios para a Alemanha.
Ao meio dia estávamos de regresso aos escritórios que tinham sofrido uma enorme transformação, pois era a sala de recepção aos Professores e Alunos que os honraram com a sua visita.
Havia de tudo um pouco. Desde os salgados aos variados doces, todos eles feitos pelas hábeis e prendadas mãos das várias Senhoras que fizeram parte da organização e recepção.
No final fomos saindo e tomando um ar fresco debaixo das acácias, outros jogando à linha e ao ringue, outros ao paulito, outros ainda deixando-se fotografar para a posteridade...
E, enquanto divertíamo-nos, os mais "velhos" iam trocando impressões em amena cavaqueira !
E assim se foi aproximando a hora da partida... ... ...
Meus Amigos, muito chorei eu!
Não dá para relatar....eheheheh!
Ainda por cima, o Padre Valente lembrou-se, em sinal de agradecimento, de cantarmos todos a tradicional canção "CHEGOU A HORA DO ADEUS IRMÃO, VAMOS PARTIR...
Recordo-me muito bem de olhar para o Júlio Carrilho...Até ele chorava!
Mas tinhamos que regressar e para animar a malta, todo o caminho cantaram o Frère Jacques , o kossac cow-boy kossac, entre outras, mas eu é que viajei todo o tempo muda que nem um penedo, sonhando com o sítio onde muito aprendi da vida selvagem, caçadas, pescarias, batuques durante a noite, enfim onde durante anos fui muito feliz e onde sonho regressar um dia!
Abraços a todos vós.
Lena Sousa
In - Bar da Tininha - MSN - 28/09/07 - onde poderão encontrar fotos de Helena Vilas-Boas com alguns Amigos e alunos do Colégio de São Paulo, pertencente à época à Diocese de Porto Amélia e funcionando inicialmente nas instalações da antiga Escola D. Francisco de Almeida, recordando aquele dia passado em Nangororo. Complemento que a autora do texto, porque seu Pai Jaime Correia de Sousa era funcionário da Companhia Agricola de Nangororo, cresceu práticamente na povoação de Nangororo, só se deslocando a Porto Amélia para formação colegial.

5/12/07

Ainda sobre o convívio de alunos do Colégio Liceal de São Paulo em Fátima em 19 de Maio próximo.

Diz-me por e-mail Carlos Lopes Bento (antigo Administrador da Ilha do Ibo e autor de trabalhos de inestimável valor sobre as Quirimbas):
""A propósito do próximo Encontro em Fátima e como homenagem a essa tão humana e cristã instituição que ajudou a educar e a instruir muitos dos nossos filhos, lembrando sempre o Padre Valente e os seus exigentes professores, envio uma foto,(10.2.1972) onde está
a minha filha Isabel, actualmente, professora de Geografia na Escola Secundária do Cartaxo.
Para todos os jovens desse tempo, espalhados por esse mundo fora, vai um abraço de muita amizade. - Carlos Lopes Bento

Trabalhos publicados de Carlos Lopes Bento:
http://br.geocities.com/quirimbaspemba/ e aqui.

7/20/07

Pemba - Provérbios Macuas

Retalhos da cultura e tradição Macua/Africana:
10 Provérbios Macuas

Ajuda Mútua

  1. OHIYA MVITHE, WIWANANA - DEIXAR RESTOS DE COMIDA NO PRATO É FRUTO DE MÚTUO ACORDO DOS COMENSAIS. (QUANDO NUMA FAMILIA AS VONTADES SÃO CONCORDES E UNIDAS HÁ HARMONIA, PAZ E FELICIDADE. PORTANTO TUDO ISTO PARA SE CHEGAR À CONCLUSÃO DE QUE A UNIÃO FAZ A FORÇA).
  2. ASINÀMUKUTTU KHANIMANANA MAKUKHU - AS MULHERES QUE TÊM FILHOS PEQUENINOS NÃO SE RECUSAM ENTRE SI AS FOLHAS DE PLANTAS COM QUE LIMPAM O CÓCÓ AOS MESMOS. (NAS OCASIÕES É QUE SE CONHECEM OS AMIGOS. AMIGO QUE NÃO PRESTA E FACA QUE NÃO CORTA, QUE SE PERCAM POUCO IMPORTA).
  3. OPHWANYA ONOPHWANYIHANIWA - O POSSUIR BENS DE FORTUNA É FRUTO DO CONTRIBUTO DOS OUTROS. (UMA MÃO LAVA A OUTRA E AMBAS O ROSTO).
  4. OKHALA ONOKHALIKANIWA - VIVER É AJUDARMO-NOS UNS AOS OUTROS A VIVER. (NOS TRABALHOS SE RECONHECEM OS AMIGOS, OU QUEM TEM AMIGOS NÃO MORRE NA CADEIA).
  5. KÀKUVELE ,MYUPA SIMMALENE - SE ALGUEM GRITA "VINDE DEPRESSA EM MEU AUXÍLIO" É PORQUE SE ACABARAM AS FLECHAS OU AZAGAIAS. (AMIGOS, RETESEMOS OS BRAÇOS NUM MAIOR ESFORÇO, PORQUANTO SE O DONO DA MACHAMBA NOS CONVIDOU, É PORQUE TEM VERDADEIRA PRECISÃO DO CONTRIBUTO DAS NOSSAS ENXADAS).
  6. MÒNO MMOSÁ KHULIPALE - UM BRAÇO SÓ NÃO TEM FORÇA. (EU NÃO TENHO RAZÃO NO QUE DIGO, PORQUE ESTOU SOZINHO. SE EU TIVESSE TESTEMUNHAS, SEM DUVIDA OUTRO DEVERIA SER O DESFECHO DO MILANDO...)
  7. MUNAKÉRELA OWELÉLELIWA, KIHIKHANLAKA NI MUTTHÚ OKÀKIHA - FAZEIS-ME ISTO PORQUE ME ENCONTRO COMO O PEIXE FORA DE AGUA, JÁ QUE NÃO TENHO NINGUÉM PARA ME DEFENDER. (QUEM NÃO TEM PADRINHOS MORRE MOURO. COMO, PORÉM, NÃO DISPÔE DE MEIOS, NEM TÃO-POUCO TEM TIOS OU OUTROS FAMILIARES QUE A AJUDEM A SALDAR O MILANDO RESULTANTE DO DIVORCIO, RESIGNA-SE A CARPIR A SUA POUCA SORTE ATÉ AO FIM DA VIDA).
  8. MUTHHÚ KHANÍVA EKULUWE,AREVÁ MUNÈNE - NINGUÉM MATA O PORCO SELVAGEM E SE PÕE A CHAMUSCÁ-LO. (NEM SEMPRE AQUELE QUE DANÇA PAGA A MUSICA. UNS BATEM O MATO; OUTROS APANHAM AS LEBRES).
  9. WÈTTA ÈLI, MURETTE - ANDAREM DUAS PESSOAS EM COMPANHIA UMA DA OUTRA É REMÉDIO. (AI DO HOMEM QUE VIVE SÓ. COMPANHIA DE DOIS, COMPANHIA DE BONS. VIDA DE SÓ, VIDA DE JOB. SÓ ME ACONSELHEI, SÓ ME CHOREI).
  10. NIHIKU NIMOSÁ KHANNÙTTA TTHORÓ - O RATO DO CAMPO "TTHORÓ" NÃO APODRECE NUM SÓ DIA. (UMA VEZ NÃO SÃO VEZES . O QUE SE NÃO FAZ NO DIA DE SANTA MARIA, FAZ-SE AO OUTRO DIA. O QUE SE NÃO FAZ NUMA VEZ FAZ-SE EM DUAS OU TRES).

Compilação de Elsa Anjos baseada na pesquisa e trabalho do Padre Alexandre Valente de Matos, Missionário durante 30 anos no norte de Moçambique.

Retirado daqui -http://br.geocities.com/gotaelbr/imagens3.htm

Sobre a pintura reproduzida acima: Eduardo S. Tingatinga (Edward Said Tinga Tiga) foi o primeiro artista na Tanzânia que introduziu esse tipo de trabalho. Ele morreu em 1972, com 32 anos de idade. Seu estilo de trabalho tem sido copiado pelos seus amigos. Pintura do artista A. Hassani (número TT 1005), publicada por HSP Publications, Zanzibar - Tanzânia. O cartão postal retrata duas girafas pintadas no estilo "Tinga Tinga".

5/05/10

Retalhos: De Porto Amélia a Pemba - João Sabadino Portugal

João Sabadino Portugal - Mascote ilegal - Fora da lei...

Nasceu em 1962.
O dia e o mês ninguém sabe.
Nem o nome original.
Aos cinco anos roubaram-lhe o colo materno.
Dois anos depois veio para Portugal com um grupo de Fuzileiros de quem era mascote.
Anos mais tarde descobriu que estava ilegal.

- MOÇAMBIQUE, JUNHO DE 1967
Um Destacamento de Fuzileiros Especiais portugueses veste o camuflado e arranca para a primeira operação na zona de Mocimboa da Praia, Cabo Delgado. Devidamente artilhados, os soldados entranham-se mato adentro à procura de presença inimiga.

Alguns passos adiante deparam-se com um grupo de mulheres indígenas. Seguem-lhes o rasto, discretamente, até à aldeia mais próxima. Logo que se apercebem da chegada de militares, os locais começam a fugir, apavorados. Procuram por um abrigo, arranjam uma forma de escapar à chacina.

Enquanto isso, um dos fuzileiros tenta impedir a sua fuga com disparos contínuos e ensurdecedores de metralhadora. Findo o carregador faz-se silêncio, e um manto de capim ruma ao céu, deixando a descoberto uma aldeia sem vivalma. Deserta. Por instantes, pensou-se que todos estivessem mortos. Puro engano. Um buraco estrategicamente cavado na terra serviu-lhes de escudo.

Escapam à morte, mas não de serem capturados e, posteriormente, entregues ao cuidado dos serviços competentes, em Porto Amélia (Pemba). Durante o regresso, os militares aproveitam uma curta paragem para se refrescarem no mar. Os indígenas, que nunca tinham vislumbrado tamanha imensidão de água ficam perplexos. Eufóricos. Durante breves momentos a aflição cede lugar à descompressão. A uma felicidade que parece não ter fim. O brilho espelhado no olhar de uma das crianças, que corre despreocupadamente pelo areal, desperta a atenção do grupo de fuzileiros. E como naquela época era comum os Destacamentos terem uma mascote, um dos militares , por impulso, coloca a hipótese de o adoptar. Assim foi.

João Sabadino Portugal. Foi desta forma que se passou a chamar o petiz. João, porque era dia 24, o mesmo em que se comemora o S. João – passando a ser também esse o dia em que comemora o seu aniversário. Sabadino, porque era sábado. Portugal, porque, afinal, tratava-se de um Destacamento de Fuzileiros Especiais portugueses. Com a autorização da mãe, o rapaz foi viver para o quartel dos soldados.

O petiz tinha a própria camarata, o próprio armário e uma farda igual à dos seus novos compinchas. Durante dois anos foi a coqueluche dos militares. Em 1969, quando a Comissão chegou ao fim, aos 70 oficiais que se preparavam para regressar a Portugal, juntou-se o pequeno João, à responsabilidade de um Oficial Imediato. Tinha sete anos. E uma vida pela frente. Agora, em Portugal.

João guarda poucas recordações desses tempos. "Lembro-me do quartel, de um macaco, de quem tinha muito medo, mas que estava sempre a atiçar, recordo-me de andar vestido com uma farda que me fazia sentir muito importante, e de ser bem tratado por todos eles", confidencia. "Os maus tratos vieram depois ", deixa escapar acompanhando as palavras com um ligeiro abanar de cabeça. Prenúncio de um sentimento mal resolvido.

CASCAIS, JUNHO DE 1969
Meia dúzia de dias após a chegada a Portugal, João foi entregue aos cuidados da mãe do Oficial Imediato que o adoptou: "Foi ela que me criou e educou, a ele só via ao fim-de-semana", começa por contar. "Mas ela era muito mazinha comigo", acrescenta, sem disfarçar um nervoso miudinho, que se acentua quando recorda a dura vida que levou ainda muito novo. "Sabem o que é ter que aspirar, lavar loiça, coisas que não me competiam Era como se eu lhes tivesse que dar algo em troca da educação, da comida Era um escravo", conclui, inconformado.

A gota de água foi quando, já após a morte da senhora, João levou uma violenta tareia de mangueira do pai adoptivo que lhe deixou marcas que ficarão para sempre gravadas na cabeça. E no corpo. Sempre que se vê ao espelho, a antiga mascote tem de enfrentar duas enormes cicatrizes nas costas que lhe trazem à memória lembranças que luta para esquecer. "É verdade que fiz uma coisa estúpida na escola, algo que agora não posso estar aqui a dizer, mas ", começa por revelar. " Só sei que foi a primeira e a última vez que me bateram assim".

Revoltado, João fugiu de casa. Mas logo que o encontrou, e para que o episódio não se repetisse, o Oficial decidiu mandá-lo para casa de familiares, nos Açores. "Fui para lá estudar e trabalhar na pesca. Mas se nós saíamos para o trabalho à noite, como é que eu ia conseguir acordar de manhã para ir para a escola!?", interroga.

Com a ajuda dos companheiros de pesca conseguiu arranjar dinheiro para comprar um bilhete de regresso ao Continente. Apanhou o primeiro avião e mal desembarcou em Lisboa foi bater a casa do pai adoptivo. Este, sem dó nem piedade, virou-lhe as costas.

João fez-se à estrada, sozinho, com vinte escudos no bolso. "Estava com uma raiva tão grande dele que comecei a andar, a andar. Fui de Carcavelos até Lisboa, precisava de gastar toda a energia que tinha no corpo. Cheguei à Rua das Flores e parei porque estava cansado. Depois, passei a viver ali. Batia à porta de casa das pessoas para pedir comida. Dormia perto dos bombeiros, no jardim ou em carros abandonados", recorda sobre os sete anos como sem-abrigo.

LISBOA, DE 1979 EM DIANTE
Durante esses tempos, João Sabadino Portugal fez amizades de ocasião, outras que, apesar das curvas e contracurvas da vida, mantém. Tentou o amor. "Éramos amigos, depois apaixonámo-nos, mas aquilo deu azar." Arranjou biscates em troca de comida. E, como a vida não lhe corria de feição, deixou-se enveredar por caminhos mais sinuosos. Meteu-se na droga. "Fumei uns charros, mais nada." Esteve preso. "Eu não sabia para o que é que ia, fui com eles, e olha, assaltámos um café." Conseguiu sobreviver a tudo.

No meio do turbilhão de emoções, certo dia, para piorar as coisas, João perdeu o Bilhete de Identidade. Naturalmente, tratou rapidamente de obter a segunda via. "Fui a Alvaiázere, onde estava registado, buscar a minha certidão de nascimento, preenchi a papelada, meti lá o dedo para impressão digital e disseram-me para ir levantá-lo dali a uma semana."

Quando lá voltou disseram-lhe que tinha de se dirigir aos registos centrais. Foi o que fez. Preencheu mais uma série de papéis, sem perceber muito bem para o que é que rabiscava, e ficou a saber que para receber o novo B.I. tinha que arranjar comprovativos dos locais onde tinha vivido e trabalhado nos últimos anos. Uma missão quase impossível para alguém com uma vida desregrada. "Tentei explicar-lhes, mas parece que ninguém me ouviu".

Entretanto, passaram-se vinte e sete anos. João Sabadino Portugal continua fora da lei.

Todos estes anos, trabalhou esporadicamente através de empresas de cedência de pessoal, fez os devidos descontos para a Segurança Social, uma vez que tem cartão de contribuinte. No que respeita a saúde, nunca necessitou de cuidados médicos que justificassem a apresentação de um cartão de identificação. E a polícia nunca o abordou. É caso para dizer que, no meio de tanto azar, tem tido alguma sorte.

Mas esta não é uma situação confortável. "Preocupa-me muito, se um dia quero ir a algum lado, dar uma volta maior, não posso. Se eu tenho registo, para quê tudo isto!? Estou baralhado, estou baralhado", diz repetidamente, em alto e bom som, como quem se esforça por se fazer ouvir. Mas a burocracia tem orelhas moucas.

No seu caso, a dificuldade na obtenção de um novo B.I. prende-se com o Decreto Lei 308-A/75 de 24 o Junho, que regulamenta a legalização dos oriundos das ex-colónias. Ou seja: se o João Sabadino tivesse chegado a Lisboa antes de 25 de Abril de 1969 não haveria problema, mas como só chegou em Junho não pode ser considerado português, sendo que também não é moçambicano. O problema só foi detectado porque, entretanto, perdeu o Bilhete de Identidade. “Parece que antes de sair a dita lei davam B.I. a todos, mas depois, para se nacionalizarem, teriam que preencher determinados requisitos, como casar com um portuguêsa, estar cá há mais de cinco anos...”, explica.

SEIXAL, JULHO DE 2005
Quis o destino que em Maio deste ano João Sabadino Portugal se cruzasse com um dos fuzileiros que o trouxeram para a então Metrópole. Há trinta anos que João Serra o procurava. "Após o regresso de Moçambique, ainda mantivemos o contacto. Tinha uma banda de música, os 'The Tigers', e costumava ir buscá-lo aos fins-de-semana para participar nos espectáculos."

Mas a determinada altura, a coisa mudou de figura. "Um dia liguei para casa da senhora que tomava conta dele e ela disse que eu só estava a prejudicá-lo, a desencaminhá-lo. Então deixei de o fazer", revela João Serra, que, a partir daí, perdeu o rasto ao pequeno João. Nunca o esqueceu.

Anos depois, o ex-fuzileiro iniciou uma busca incansável pelo menino traquina que fez as delícias do Destacamento de Fuzileiros. "É incrível ter sido tão difícil dar com ele. Afinal, andou todo este tempo por Lisboa", reflecte João Serra que não descansou enquanto não soube do paradeiro da 'pequena mascote'. "Abordei pessoas na rua, procurei em circos, andei por conservatórias. Ele era como se fosse um filho para mim. Nunca perdi a esperança."

Esperança é a palavra que melhor descreve aquilo que João Sabadino Portugal voltou a sentir depois de reencontrar João Serra. Já não se recordava dele, mas assim que soube de quem se tratava foi incapaz de conter as lágrimas. "Era como se estivesse em frente a alguém da minha família", explica. Após o encontro com o velho militar, a vida de João Sabadino Portugal deu uma volta de 180 graus. Foi viver para a outra margem do rio Tejo, arranjou um novo trabalho e até fez novas amizades. "Estava cansado. Queria um futuro melhor. Tinha lá pessoas de quem gostava, mas nem sequer pensei duas vezes quando ele me fez o convite. Precisava de sair dali, tinha que fazer alguma coisa para fugir daquele ambiente", explica a antiga mascote.

Agora, a prioridade máxima de João Serra é ver a situação deste homem legalizada – a última tentativa para resolver esta “novela de difícil solução”, como lhe chama, foi redigir uma carta ao cuidado do Ministério da Administração Interna – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Até à data, ainda não obteve qualquer resposta.

Por seu lado, João Sabadino Portugal vive a aguardar por dias mais felizes. Para contrariar os ponteiros do relógio, quando não está a trabalhar – e para não pensar muito –, este homem, pouco sociável, fechado, aproveita o difícil passar das horas para ler e ver televisão. "Leio tudo o que me passam para a mão. Na televisão, gosto de ver documentários, filmes e futebol, pelo menos quando é o meu Benfica", conta, folheando nervosamente o 'Baudolino' de Umberto Eco. "Já o li duas vezes, foi o meu afilhado – filho da mulher com quem vivi – que me ofereceu", diz, cabisbaixo.

Para João Sabadino Portugal – assim como para muitos de nós, a ficção é a melhor forma de fugir a uma triste realidade.

HÁ VIDA DEPOIS DO SOFRIMENTO
João Sabadino Portugal está a viver uma segunda vida. Passado o pesadelo reaprende a sorrir. E o culpado por esta metamorfose é João Serra. O antigo soldado do Destacamento de Fuzileiros Especiais portugueses em Mocimboa da Praia deu-lhe a mão que precisava para tentar dar um novo rumo à sua vida. É um esforço desmedido, uma luta de todos os dias. Mas ele não desiste, apesar de saber que a caminhada não será fácil.

João Serra tem feito tudo o que está ao seu alcance para que este homem consiga reencontrar a felicidade. Desde casa, a trabalho, o ex-fuzileiro tem-lhe proporcionado momentos únicos em família. Momentos que nunca teve, uma família que nunca teve. Aos fins-de-semana, João Serra leva a antiga mascote para sua casa, junto da mulher, filhos e amigos. Juntos passam agradáveis momentos de convívio. “Acho que lhe devemos isso, quando o trouxemos de Moçambique, ele era como um filho para todos nós”,sublinha. Dito isto conclui:  ”Ao longo de todos estes anos, nunca o esqueci, apesar do afastamento. Agora, sinto que tenho que fazer algo por ele, e faço-o de boa vontade.”

EM BUSCA DA FAMÍLIA PERDIDA
O reencontro com João Serra trouxe a João Sabadino Portugal nova luz. A antiga mascote descobriu que, ao contrário do que sempre lhe foi dito, afinal a mãe pode estar viva. "Achei que era impossível. Sempre me disseram que a minha família tinha morrido", conta,emocionado. E confidencia que apesar de ter acreditado nessa realidade, nem sempre a aceitou. “Houve alturas em que chorava pelos cantos, sentia-me sozinho, sentia a falta de uma mãe", acrescenta.

Encontrá-la é agora a sua prioridade.

O seu grande sonho. "Tirava-me este peso todo que tenho cá dentro, esta mágoa. Seria uma alegria." Com o auxílio de João Serra, até já enviou um email para a televisão de Nampula a expor a situação. Enquanto não há novidades, contempla a mãe, com saudade, através da fotografia que registou o momento da despedida em Moçambique. A imagem foi-lhe oferecida por João Serra e agora vive numa moldura pregada na parede do seu novo quarto.

E-MAIL PARA A TV DE NAMPULA
Data: Quinta-feira, 30 de Junho de 2005
Assunto: PROCURA-SE FAMILIARES
Ex.mos Senhores,

Peço a vossa ajuda com o objectivo de João Sabadino Portugal, hoje com 43 anos, saber se tem família em Moçambique. Em 1968, foi adoptado por uma unidade militar portuguesa, que o trouxe para Portugal em Junho de 1969. Até ao momento, desconhecia a possibilidade de existência de familiares, devido a informações deturpadas que lhe foram transmitidas. Agora, foi confrontado com fotografias que lhe foram mostradas por um antigo militar da unidade. A sua família vivia na zona de Mocimboa da Praia e pensa-se que mais tarde se deslocaram para Porto Amélia.
Agradecendo a atenção dispensada para esta acção humanitária, apresento os meus melhores cumprimentos,

João Serra.

MOÇAMBIQUE - DATAS COM HISTÓRIA
- 25 de Setembro de 64 Início, em Mueda, da luta de libertação nacional.
- 25 de Abril de 74 golpe militar em Portugal abre caminho para a independência do território.
- 25 de Junho de 75 é proclamada a independência. Samora Machel torna-se no primeiro presidente do país.
Se tiver informações que possam ajudar este cidadão contacte:

João Serra, antigo fuzileiro
Telemóvel: 93 51 00 952
- Sugestão de Tó Coelho.

Provérbios Macuas
- Colaboração de Elsa Anjos baseada na pesquisa e trabalho do Padre Alexandre Valente de Matos, Missionário durante 30 anos no norte de Moçambique.

AJUDA MÚTUA
1 - OHIYA MVITHE, WIWANANA - DEIXAR RESTOS DE COMIDA NO PRATO É FRUTO DE MÚTUO ACORDO DOS COMENSAIS.
(QUANDO NUMA FAMILIA AS VONTADES SÃO CONCORDES E UNIDAS HÁ HARMONIA, PAZ E FELICIDADE. PORTANTO TUDO ISTO PARA SE CHEGAR À CONCLUSÃO DE QUE A UNIÃO FAZ A FORÇA).

2 - ASINÀMUKUTTU KHANIMANANA MAKUKHU - AS MULHERES QUE TÊM FILHOS PEQUENINOS NÃO SE RECUSAM ENTRE SI AS FOLHAS DE PLANTAS COM QUE LIMPAM O CÓCÓ AOS MESMOS.
(NAS OCASIÕES É QUE SE CONHECEM OS AMIGOS. AMIGO QUE NÃO PRESTA E FACA QUE NÃO CORTA, QUE SE PERCAM POUCO IMPORTA).

3 - OPHWANYA ONOPHWANYIHANIWA - O POSSUIR BENS DE FORTUNA É FRUTO DO CONTRIBUTO DOS OUTROS.
(UMA MÃO LAVA A OUTRA E AMBAS O ROSTO).

4 - OKHALA ONOKHALIKANIWA - VIVER É AJUDARMO-NOS UNS AOS OUTROS A VIVER.
(NOS TRABALHOS SE RECONHECEM OS AMIGOS, OU QUEM TEM AMIGOS NÃO MORRE NA CADEIA).

5 - KÀKUVELE ,MYUPA SIMMALENE - SE ALGEM GRITA "VINDE DEPRESSA EM MEU AUXÍLIO" É PORQUE SE ACABARAM AS FLECHAS OU AZAGAIAS.
(AMIGOS, RETESEMOS OS BRAÇOS NUM MAIOR ESFORÇO, PORQUANTO SE O DONO DA MACHAMBA NOS CONVIDOU, É PORQUE TEM VERDADEIRA PRECISÃO DO CONTRIBUTO DAS NOSSAS ENXADAS).

6 - MÒNO MMOSÁ KHULIPALE - UM BRAÇO SÓ NÃO TEM FORÇA.
(EU NÃO TENHO RAZÃO NO QUE DIGO, PORQUE ESTOU SOZINHO. SE EU TIVESSE TESTEMUNHAS, SEM DUVIDA OUTRO DEVERIA SER O DESFECHO DO MILANDO...)

7 - MUNAKÉRELA OWELÉLELIWA, KIHIKHANLAKA NI MUTTHÚ OKÀKIHA - FAZEIS-ME ISTO PORQUE ME ENCONTRO COMO O PEIXE FORA DE AGUA, JÁ QUE NÃO TENHO NINGUEM PARA ME DEFENDER.
(QUEM NÃO TEM PADRINHOS MORRE MOURO. COMO, PORÉM, NÃO DISPÕE DE MEIOS, NEM TÃO-POUCO TEM TIOS OU OUTROS FAMILIARES QUE A AJUDEM A SALDAR O MILANDO RESULTANTE DO DIVORCIO, RESIGNA-SE A CARPIR A SUA POUCA SORTE ATÉ AO FIM DA VIDA).

8 - MUTHHÚ KHANÍVA EKULUWE,AREVÁ MUNÈNE - NINGUÉM MATA O PORCO SELVAGEM E SE PÕE A CHAMUSCÁ-LO.
(NEM SEMPRE AQUELE QUE DANÇA PAGA A MUSICA. UNS BATEM O MATO; OUTROS APANHAM AS LEBRES).

9 - WÈTTA ÈLI, MURETTE - ANDAREM DUAS PESSOAS EM COMPANHIA UMA DA OUTRA É REMÉDIO.
(AI DO HOMEM QUE VIVE SÓ. COMPANHIA DE DOIS, COMPANHIA DE BONS. VIDA DE SÓ, VIDA DE JOB. SÓ ME ACONSELHEI, SÓ ME CHOREI).

10 - NIHIKU NIMOSÁ KHANNÙTTA TTHORÓ - O RATO DO CAMPO "TTHORÓ" NÃO APODRECE NUM SÓ DIA.
(UMA VEZ NÃO SÃO VEZES . O QUE SE NÃO FAZ NO DIA DE SANTA MARIA, FAZ-SE AO OUTRO DIA. O QUE SE NÃO FAZ NUMA VEZ FAZ-SE EM DUAS OU TRES).

(Transferência de arquivos dos sitios "Peso da Régua/Pemba" que serão desativados em breve.)

10/31/05

Quadro d'Honra 1972/1973


Cliquem na foto acima para ampliar.

Aqui estão eles, "jovens" e sempre recordados Amigos de Porto Amélia/Pemba.
Pequena homenagem ao Rev. Padre Dr. Valente, na época diretor do Colágio Liceal de São Paulo na então Porto Amélia e que aniversariou neste passado dia 30 de Outubro.

Agradecemos a Belinha Firmino pela foto que retiramos do Bar da Tininha-MSN