Segundo o assessor de cooperação externa do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e SIDA (DST/SIDA), Paulo Guilherme Meireles, o projecto envolve o intercâmbio de experiências dos dois países e seu custo está avaliado em 250 mil dólares (212 mil euros).
O programa brasileiro "Saúde e Prevenção nas Escolas", uma parceria dos Ministérios da Saúde e da Educação para prevenir a infecção pelo HIV, outras doenças sexualmente transmissíveis e também a gravidez não planeada, vai ser aplicado em Moçambique.
O programa difunde conceitos de saúde sexual e reprodutiva junto da população juvenil, promove a prática segura do sexo e amplia os debates sobre direitos humanos, igualdade de géneros, discriminação e preconceito nas escolas públicas brasileiras.
O projecto moçambicano "Geração Bis" terá também intervenção no Brasil em Julho de 2006, com a vinda de cerca de 20 estudantes que farão palestras em escolas brasileiras.
O programa "Geração Bis", que funciona em Moçambique desde Abril deste ano, capacita jovens portadores do HIV para trabalhar com outros jovens sobre a prevenção da SIDA, sexo seguro, incentivo ao tratamento e defesa de seus direitos.
Um destes jovens é Sérgio Mahumane, de 24 anos, que está no Brasil a participar na elaboração do novo projecto.
"Este projecto na área de educação interligando Moçambique e Brasil é fundamental para que possamos defender os nossos direitos e esclarecer outros jovens", afirmou o estudante à Agência Lusa.
Mahumane é um dos beneficiários da cooperação entre os dois países na área da SIDA, já que recebe medicamentos anti-retrovirais produzidos no Brasil.
"Há dez meses soube que sou seropositivo e estou a ser tratado, estou bem e disposto a lutar pelos direitos dos jovens", assinalou.
O novo projecto de cooperação entre Brasil e Moçambique vai culminar numa publicação que reproduzirá as principais experiências dos dois países no combate e prevenção do HIV/SIDA entre os jovens.
O projecto envolve o Ministério da Saúde do Brasil, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Itamaraty, o Ministério moçambicano da Educação, o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e organismos internacionais.
A Universidade de Brasília (UnB) também é parceira do novo projecto com Moçambique e está a criar uma especialização em HIV/SIDA no nível superior.
A SIDA é um dos maiores problemas de saúde pública em Moçambique, com os últimos dados a indicar que cerca de 16 por cento da população está infectada pelo vírus HIV e mais de 500 pessoas são contaminadas diariamente no país.
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