4/08/07

Pemba diverte-se...

O mês de Março, na cidade de Pemba, foi de muita diversão, apenas manchado pelos acontecimentos de cariz nacional que, uma vez a outra, assustavam ou recolhiam os pembenses a uma reflexão, com o luto a contagiar alguns de nós, porque afinal, somos tão moçambicanos que qualquer aflição em qualquer ponto toca a um ou dois no outro extremo do nosso país. É assim que estamos espalhados pelo nosso território.
Fora isso, e pela iniciativa que tardava chegar, da discoteca Wimbe, em cada fim de semana tivemos, sem falhar, um músico da capital para tocar em Pemba, agradando a audiência que nos tempos que correm, diga-se, está mais contente com o que se faz por estes jovens que só precisam de um computador para, no fim, dizerem que tocaram ou cantaram. Fazer o quê, se têm uma faixa muito vasta de adeptos, admiradores, fãs, portanto...
Sobre a prata da casa, valorizada aqui e acolá. Sobre a música tradicional, valorizada aqui e acolá. Sobre a música ligeira tocada a partir das pequenas investigações que se fazem aos ritmos tradicionais, valorizada aqui e acolá. Infelizmente! É mesmo difícil ser-se profeta em sua própria terra.
Com que então, o Wimbe nos trouxe na primeira semana de Março, 3 e 4 de Março, Zico/Doppas, cantaram e encantaram com o que na actualidade lhe faz diferente e não sai da boca da malta jovem. Que “não tem culpa de ser assim” ou ainda, “Teresinha vocêêê!”.
Nos dias 9 e 10 foi a vez do Mahel, um espectáculo que não se esqueceu dos que, fundamentalmente, nessa altura no centro sofriam. Uma oportunidade que serviu para que a solidariedade voltasse a vincar.
Toda a receita, de 10.500,00MT, juntou-se às ofertas em pleno espectáculo que totalizaram 50.800,00MT, mais uma tonelada e meia de produtos alimentares e numerosas peças de vestuário, incluindo malas. Era o propósito dos organizadores.
Danny OG é quem veio na semana seguinte para dar o que pôde e se apercebeu que os pembenses também estão na moda. Esperava-se então a Neyma, que em data prevista, 23 de Março veio “expor-se” aos seus fãs e pode não ter ficado decepcionada como o fizeram os espectadores.
Ora, para fechar o mês, 30 e 31, a dupla Lizha James e a Dama do Bling vieram criar problemas. É que, sabendo-se que o mês já havia “morrido”, todos os pedidos circunscreviam-se no “paga lá bilhete para ver a Lizha e a Dama”.
Eram mensagens de telefones celulares ou simplesmente a ousadia de mandar parar alguém para fazer esse pedido. Muitos não ficaram satisfeitos nesses dois dias, porque não houve tanta gente disponível quanta necessidade de ir ao espectáculo.Resta perguntar silenciosamente aos artistas se se sentiram bem na baía, que não tem outro nome pela boca do seu presidente do Conselho Municipal, Agostinho Ntawale, senão “a terceira maior do mundo”.
Para fazer algo diferente, foi cem porcento! Para nos exercitarmos em função dos tempos completamente turísticos que aí vêm, foi boa experiência! Para evitar a rotina, foi algo conseguido!
E se o objectivo fosse alcançar intrigas tendentes a sabotar, por motivos comerciais, tais espectáculos, foi insignificativamente conseguido, porque a desmobilização que no princípio se quis, via mensagens de celulares, desinformando sobre a presença ou não de determinado artista, não encontrou eco.
Mesmo assim, se o caso for esse, será que estamos a subir? Mas interessa é que não tenha sido apenas para experimentar, porque os organizadores provocaram... agora aguentem! Mas não se esqueçam das coisas locais, que é o que os outros (turistas) vêm para cá ver.
Pedro Nacuo - Maputo, Sábado, 7 de Abril de 2007:: Notícias

1 comentário:

  1. Olá Jaime, vim convidar-te a ir ver um post do 'chuinga' hoje. Beijo, IO.

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