Parque Nacional das Quirimbas: Potenciar investigação na gestão dos recursos – defende Nelson Manjate, coordenador do programa de investigação naquela área de conservação.
Reforçar a componente investigação é uma das prioridades para este ano no Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas (PNQ), em Cabo Delgado, por forma a melhorar os mecanismos de gestão dos recursos marinhos e florestais disponíveis e minimizar os conflitos entre o Homem e a fauna bravia naquela área de conservação. Nelson Manjate, coordenador do programa de investigação no parque, diz que é preciso quantificar e mapear os recursos disponíveis, por forma a determinar-se com clareza a parte que pode beneficiar as comunidades em termos de rendimentos, e aquela que deve ser mantida no estrito interesse da conservação.
Na hora do balanço do plano de maneio 2004/2008, Nelson Manjate disse estar em curso uma avaliação visando aferir o alcance das intervenções feitas ao longo desse período, numa perspectiva que poderá iluminar o processo de elaboração de uma nova matriz, onde a componente investigação constitui uma prioridade.
“Precisamos estabelecer prioridades que sejam pertinentes na gestão do parque. Outros sonhos poderão ser abraçados no futuro mas, nesta fase, precisamos ser muito objectivos: Potenciar a investigação para o reforço da gestão e minimização do conflito Homem/fauna bravia, sobretudo com o elefante, macacos e porcos selvagens que abundam no parque. É importante que se estabeleça um critério científico de uso dos recursos, isto é, deixar que as comunidades deles tirem benefícios sem sair dos limites estabelecidos...”, explica Nelson Manjate.
Uma das actividades de vulto no PNQ é a pesca artesanal, tendo sido estabelecido um programa de controlo das capturas com vista a avaliar as tendências e a partir disso fazer-se a necessária monitoria.
O objectivo desse programa, segundo a nossa fonte, é ver o nível de captura em cada área de pesca, identificar casos de sobrepesca e recomendar medidas de controlo aos gestores do parque.
“Temos também um programa de controlo total que envolve as comunidades. Por exemplo, nas áreas de desova das tartarugas envolvemos fiscais comunitários para vigiar. O período de desova inicia em Novembro e prolonga-se por seis meses. Acontece que os ovos das tartarugas são roubados por desconhecidos, idos sobretudo da Tanzania os quais além dos ovos também compram as próprias tartarugas para comer. Os fiscais comunitários fazem vigilância a esta situação. Em 2009 vamos iniciar com um programa de marcação de tartarugas envolvendo um grupo de fiscais treinados para o efeito. A ideia é termos um controlo efectivo da população de tartarugas no parque...”, explica Nelson Manjate.
Ainda na componente investigação, o parque tem privilegiado a transmissão de técnicas de produção de ostra doze meses ao ano, considerando que a cultura daquele marisco é uma das fontes de rendimento das comunidades locais.
Com relação à disponibilidade de animais no parque, a nossa fonte disse haver potencialmente mamíferos. Segundo afirmou, há uma colaboração com as estâncias turísticas que oferecem serviços de mergulho, actividade que lhes permite obter dados sobre o tipo de animais existentes.
Uma das perspectivas na área da investigação é a elaboração de um estudo sócioeconómico do impacto da monitoria da pesca artesanal.
A ideia, segundo Nelson Manjate, é saber qual é o rendimento que o peixe produz para as famílias, considerando que a pesca é uma das actividades principais das comunidades.
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