Eu não sou alto nem baixo...
Não sou gordo nem magro...
Não tenho côr nem raça...
Não sou macho nem fêmea...
Não tenho idade:
Pois antes de ser Eu já era...
E depois de ser seguirei sendo...
O tempo não me consome!
Na minha natureza
A água não me molha...
O fogo não me queima...
O vento não me refresca...
E tão pouco me resseca!
O que pensa que conhece o meu nome se engana:
O meu corpo, o meu rosto, o meu nome
São mera maquilhagem de um personagem de teatro
Convidado a representar no palco do Mundo.
Não sou rico nem pobre
Porquanto tudo que tenho
(Muito ou pouco... até o meu própio corpo...)
Foi-me emprestado
E, um dia, de tudo serei despojado!
Eu sou essa Chispa Viva,
Actuando detras da máscara,
Esse Heroi adormecido,
Que, sem nada buscar,
Procura libertar-se HOMEM!
Por Herculino Loureiro.
- Primeiro poema escrito por Herculino Loureiro em 1972 - Moçambique/Pemba (ex Porto Amélia) e publicado à época na "Página de Cabo Delgado" do então "Diário de Lourenço Marques" onde colaborava com seus textos. Acrescento, segundo o autor: "Embora um pouco tarde (dia da poesia), venho tentar prestar um pequeno tributo à memoria e amizade do teu saudoso Pai - Jaime Ferraz Rodrigues Gabão"; "Escrevi este poema aos 19 anos de idade. Tem rima solta porque eu sempre compunha ao correr da pena...". De minha parte, só tenho que agradecer a meu Amigo Herculino a honra de sua dedicatória e o privilégio/permissão de editar aqui, depois de 38 anos, seu primeiro poema.
Este Poema é lindo pela riqueza de detalhes e clareza e ser enxuto transmitir bem o seu recado e ainda por prestar uma homenagem com tantos significados, parabéns meu amigo e um grande abraço...
ResponderEliminarOBRIGADO.
ResponderEliminarO seu comentario ajuda a "situar-me".
Um cordial abraco!
Herculino