Que dizer...
Amadurecemos, ou "endurecemos" com as "bofetadas" da vida. Mas será que estamos preparados para estas "despedidas" inevitáveis?
Quanto pensamento incerto aparece nestes momentos...
Quanto desejamos dizer quase sem nexo e muita mágoa... Que um dia todos nós nos separaremos. E sentiremos saudades das conversas, de tudo o que permutamos em vivência, em descobertas, em sonhos... e que Amigos, como D. José acalentaram sonhassemos. Que já agora, hoje, sentiremos saudades dos ensinamentos, da bondade e generosidade sem ostentações nem luxos dessa figura simples que, em um tempo já distante, apareceu em nossas vidas, num recanto inesquecível de África.
Os dias, meses, anos vão passar. Nossos filhos ou nossos netos verão aquelas fotografias, aquelas palavras escritas, aqueles exemplos de vida que guardamos e mostramos orgulhosos como "jóias preciosas" e perguntarão: Quem são? Porquê?
Alguém dirá que eram nossos Amigos. Que foram e são nossos Amigos. Que, com eles vivemos os melhores anos de nossas vidas... e porque com eles também aprendemos a viver, a tentar calcorrear o caminho do bem na vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
O poeta Vinicius de Morais diria: "Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus Amigos!"""
Não vou/vamos enlouquecer... Temos o conformismo da vivência e a fortaleza da FÉ.
D. José estará abençoando-nos e protegendo lá no Alto. Descansando de seu árduo percurso terreno, grandioso e repleto de obras.
E só nos resta agradecer por o termos como Amigo e Mestre. E por ele orar!
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Faleceu D. José dos Santos Garcia!
Bispo emérito de Porto Amélia (Pemba) Moçambique, tinha 97 anos. Missa exequial na Segunda-feira, às 15 horas, em Cucujães, Oliveira de Azeméis.
Faleceu hoje (11DEZ2010), com 97 anos de idade, D. José dos Santos Garcia, bispo emérito de Porto Amélia (Pemba), em Moçambique.
D. José Garcia nasceu na Aldeia do Souto, Covilhã, a 16-04-1913. Foi ordenado presbítero a 25.07.1938. Tendo sido nomeado bispo de Porto Amélia (Pemba), em Moçambique, foi ordenado Bispo, em Nampula, a 16.06.1957.
A Missa exequial tem lugar na Segunda-feira, dia 13, às 15 horas, na Igreja Paroquial de Cucujães, Oliveira de Azeméis, que fica ao lado do Seminário das Missões.
No passado dia 12 de Maio, o falecido bispo participou nas Vésperas com Bento XVI tento oportunidade de o saudar pessoalmente e de receber a sua bênção no fim a celebração na Igreja da Santíssima Trindade, Fátima.
D. José Garcia esteve nestes últimos dias no Seminário da Imaculada Conceição da Guarda tendo sido levado para Cucujães nas últimas horas da sua vida.
Em 2007, por ocasião das suas bodas de ouro episcopais, o prelado foi entrevistado pela Agência ECCLESIA, tendo passado em revista uma vida ao serviço da Igreja.
D. José dos Santos Garcia trabalhou, enquanto jovem padre, nos seminários de Portugal. Foi enviado, em 1955, para Moçambique, onde cheguou a 31 de Dezembro.
Na antiga colónia portuguesa foi um grande obreiro da «Missão do Mutuáli», Diocese de Nampula, onde construiu a Igreja, internatos masculino e feminino e centro de saúde.
D. José recordava-se que foi professor dos "primeiros padres nativos daquele país". E acentuou: "a «Missão de Mutuáli» foi classificada, por dois inspectores, como a mais pobre de Moçambique".
Nomeado Bispo de Porto Amélia, hoje Pemba, em 1957, promoveu uma pastoral planeada em que eram prioridades a formação do clero, dos leigos e de religiosas moçambicanas. Para isso criou os Seminários, a Escola de Professores Catequistas e a primeira congregação religiosa de Moçambique, Filhas do Coração Imaculado de Maria. "Recordo com saudade aqueles tempos" - afirmou o prelado.
Promoveu a evangelização e dotou as missões de esmerada estrutura. Sofreu com a divisão da sua diocese nos tempos da luta pela independência quando não podia visitar todos os cristãos.
Voltando a Portugal em 1974, colaborou com a Diocese da Guarda naquilo que lhe foi pedido e ele faz questão de destacar as "aulas de missionologia aos seminaristas". Veio "muito doente de África" e "ajudava naquilo que podia".
Depois dos 85 anos dedicou-se a reformar a Igreja e as capelas da sua terra natal, Aldeia do Souto e a escrever livros: «Alicerce e Construção duma Igreja Africana»; «Diário do Mutuáli»; «Evangelização de Cabo Delgado» e «Notas para a História da Paróquia de Aldeia do Souto».
Estes dois últimos foram oferecidos aos amigos no dia da festa dos 90 anos. Além de reflexões pessoais, os três primeiros são documentos para história da Igreja em Moçambique.
Em Outubro de 2006, nas celebrações do dia da cidade da Covilhã, a edilidade local concedeu-lhe a medalha de ouro da cidade. Homenagens justas ao «homem das longas barbas brancas» que deixou saudades em terras africanas.
- Luís Filipe Santos, Diocese do Porto, Missionários da Boa Nova/Agência Eclesia.
Uma nota de J. E. Carrilho sobre D. José dos Santos Garcia, Bispo Emérito de Porto Amélia/Pemba: '"Não nos podemos esquecer que ele foi o "construtor" do Colégio (de São Paulo), Seminário e do prédio mais alto de Pemba e tudo com azulejos grená/verde. Paz à sua alma!"" - 14/12/2010.
Uma nota de J. E. Carrilho sobre D. José dos Santos Garcia, Bispo Emérito de Porto Amélia/Pemba: '"Não nos podemos esquecer que ele foi o "construtor" do Colégio (de São Paulo), Seminário e do prédio mais alto de Pemba e tudo com azulejos grená/verde. Paz à sua alma!"" - 14/12/2010.
D. José, um grande amigo dos desprotegidos, com um verdadeiro espírito de missão, depois de uma longa caminhada por este mundo tão egoista e desigual,deixou-nos. Paz à sua alma.
ResponderEliminarCabo Delgado não esquecerá.
As nossas condolência toda a sua Família.
Carlos Bento.