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3/12/09

Régua - Douro: Um momento alto da vida do Comandante Carlos dos Santos (1959-1990).

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Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua de minha origem e raízes, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique... Para isso estou contando com a gratificante colaboração de um aficionado e morador ilustre da nossa querida cidade capital do Douro - Peso da Régua, o Dr. José Alfredo Almeida:

Esta imagem é um verdadeiro ícone dos Bombeiros de Peso da Régua e, especialmente, do Comandante Carlos Cardoso dos Santos. Ele é um dos heróis da realização de um evento nacional que ocorreu na nossa cidade, em Setembro de 1980: 24º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses.

Aqui o Comandante Carlos dos Santos (este o seu nome do bilhete de identidade), na Rua dos Camilos, na nossa cidade, emoldurada de uma enorme assistência de pessoas, dentro do velho jipe Willy's (que ele próprio fora buscar as bombeiros de Sanfins do Douro por troca com uma ambulância), abre o desfile motorizado dos bombeiros portugueses, de quase todas as 436 associações, que foi um dos pontos altos desse Congresso.

Sobre a sua vida e a obra deste grande Comandante no Corpo de Bombeiros de Peso da Régua (ou na Santa Casa Misericórdia) podemos ler uma bela biografia intitulada “O Reguense - Carlos Cardoso dos Santos”, da autoria de Manuel Igreja e ainda um artigo do actual Presidente da Direcção dos Bombeiros de Peso da Régua (in http://bvpesodaregua.com.sapo.pt/) onde destacamos esta parte:

“Não permitiu o destino que eu tivesse a honra de ser director nos anos em que Carlos dos Santos foi Comandante. Se eu tivesse tido essa sorte, sei que aprenderia mais, do pouco que sei, sobre este grande mundo dos Bombeiros. Porém, o destino gosta de nos pregar as suas partidas. E, no meu caso pessoal, essa partida foi ter convivido, alguns anos, com um seu grande amigo, um homem que também dedicou muito da sua vida aos Bombeiros do Distrito de Vila Real, o senhor Rodrigo Félix, um grande director dos Bombeiros Voluntários da Cruz Verde de Vila Real que, certamente aonde estiver, lá no outro mundo, estará a sorrir de satisfação por ter contribuído para o livro da vida de Carlos Cardoso dos Santos. Foi Rodrigo Félix que, em princípios do ano de 1999, me convenceu, sem precisar de me dar muitas explicações, que gostava de propor à Liga dos Bombeiros Portugueses, a atribuição do Crachá de Ouro ao Comandante Carlos Cardoso dos Santos, então já no Quadro de Honra, pelo reconhecimento de 31 anos de missão no comando do Corpo Bombeiros Voluntários do Peso da Régua. A proposta, que mereceu o nosso indiscutível apoio, seguiu o seu caminho e, como todos sabem, foi aprovada por unanimidade. Assim, em jeito de recordação, gostava de ler o que esse amigo escreveu sobre Carlos Cardoso dos Santos:

“A Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua enviou a esta Federação uma proposta aprovada em sua reunião de 17 de Maio do ano em curso, de condecoração, com o «Crachá de Ouro» da Liga dos Bombeiros Portugueses do Comandante no Quadro Honorário do seu Corpo de Bombeiros, Senhor Carlos Cardoso dos Santos. Pode, assim verificar-se que o Senhor Carlos Cardoso dos Santos prestou serviço activo durante cerca de 31 anos e já se encontra no Quadro Honorário há 9 – 40 anos de serviço.

Pode, ainda, verificar-se a acção desenvolvida na sua Associação e no Comando do seu Corpo de Bombeiros, de tal forma brilhante, que mereceu o reconhecimento da Câmara Municipal do Peso da Régua que lhe atribuiu a Medalha de Prata do Município.

Com efeito, de uma educação esmerada, dialogante, de excelente trato, cumprindo as missões com uma entrega total, o Senhor Comandante Carlos Cardoso dos Santos foi sempre um exemplo como homem e como Bombeiro.

Durante três décadas tudo deu de si em prol do Bem Comum com verdadeiro espírito de voluntariado, muito contribuindo com o seu exemplo, para o bom-nome e prestígio da sua Associação e Corpo de Bombeiros.

A nível do Distrito, foi sempre respeitado e tido como um dos melhores Comandantes de Bombeiros, entre os vinte e sete Corpos existentes.

Penso, sinceramente, que o meu amigo Rodrigo Félix, nestas palavras que acabei de citar, disse tudo que o autor do seu livro, o jornalista Manuel Igreja, não disse nas 31 páginas, desta parte de reconhecido grande Comandante. Ainda bem, que deixou coisas da sua vida por contar, alguns pormenores que, mesmo em traços largos, certamente enchiam muitas mais páginas. Para mim, é a oportunidade, de revelar pela primeira vez, algumas palavras em seu reconhecimento, que sei serão ouvidas com profunda emoção pelo Comandante Carlos Cardoso dos Santos”.

Aqui queremos recordar que Carlos dos Santos, com apenas 37 com de idade, tomou posse como Comandante do Corpo de Bombeiros de Peso da Régua, em 3 de Outubro de 1959, em que a Direcção da Associação era constituída por Dr. Júlio Vilela, José Pinto da Silva, Noel de Magalhães, Alfredo Baptista, Augusto Mendes de Carvalho e Teófilo Clemente.

Carlos dos Santos foi ocupar o lugar deixado no fim da sua carreira do grande Comandante Lourenço Medeiros (a quem o escritor reguense dedicou no seu livro “Pátria Pequena” um notável elogio à sua personalidade e carácter) e permaneceu no comando do Corpo de Bombeiros de Peso da Régua até ao limite de idade permitida, até ao de 1990, cumprindo 31 anos de serviço à causa do voluntariado e, sobretudo, ao serviço do bem e do engrandecimento e prestígio da Associação. Teve cargos na direcção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real, mas foi conhecido, respeitado e mesmo admirado pelos seus pares, como um bom e dedicado Comandante.

Foi reconhecido em 1999, por proposta da sua Associação, com o “Crachá de Ouro” da Liga dos Bombeiros Portugueses, entregue no Salão Nobre do Quartel Delfim Ferreira, pelas mãos do senhor Governador Civil de Vila Real, Dr. Artur Vaz.

Esta sua foto, com o seu jipe…. é o rosto de um homem feliz, sereno, solidário e bom que não esquecemos. O rosto de um homem que só fez o bem. Aos bombeiros. A todos nós reguenses. - Peso da Régua, Março de 2009, José Alfredo Almeida.

  • Os Bombeiros do Peso da Régua e... o seu menino - Aqui!
  • Os Bombeiros da Régua em Coimbra, 1940-50 - Aqui!
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3/09/09

Os Bombeiros de Peso da Régua e… o seu menino!

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Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua de minha origem e raízes, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique... Para isso estou contando com a gratificante colaboração de um aficionado e morador ilustre da nossa querida cidade capital do Douro - Peso da Régua, o Dr. José Alfredo Almeida:

Nesta bela imagem, com mais de meio século de vida, da autoria do fotografo A. Santos, dono do antigo estúdio “Foto Reguense”, que existiu num prédio da Rua João de Lemos, pertencente hoje aos herdeiros do médico Egídio Viana, a figura central é um menino vestido com uma farda de bombeiro, um ilustre reguense de nome José Figueiredo Pinto da Fonseca, que sobressai, com um olhar sereno e feliz, no meio de uma galeria de bombeiros notáveis dos anos de 1930 a 1950.

Gostaríamos de saber mais da razão desta foto, sobretudo o que ela queria assinalar, mas não conseguimos essa informação. Apenas soubemos que a esse tempo, era comum os bombeiros adoptarem como “mascote” uma criança.

Do grupo de nove bombeiros voluntários fardados ao rigor identificamos, na parte superior, os nomes de José Maria Almeida Júnior, Gastão Mirandela, Claudino Clemente e Joaquim Laranja e, na parte inferior, os de Alberto Loureiro de Almeida e Sampaio Coutinho.

O bombeiro Gastão Mirandela ostenta na sua farda duas medalhas de mérito, o que já prova o seu reconhecimento como um grande e valente bombeiro.

Encontramos no nosso arquivo uma carta escrita, há alguns anos, pela senhora D. Elvira Maria de Figueiredo Pinto da Fonseca Pereira Guedes, já falecida, uma preciosa relíquia na arte de bem escrever, com emoção, amor e respeito aos bombeiros do seu tempo, daqueles anos de 1930-50, que conheceu de perto, com eles conviveu e até muito ajudou, que aqui reproduzimos:

”Exmo Senhores:
Desde pequena fui habituada a respeitar os bombeiros da minha terra. Vivi paredes meios com eles quando o quartel era no Cimo da Régua e a sineta ficava perto do meu quarto, de maneira, o que fazia que quando tocava a sineta de noite me despertava a ponto de traumatizar os meus primeiros anos de vida.

Brinquei com os primeiros quarteleiros, com o João dos Óculos e tantas vezes acarinhada pelos Comandantes Afonso Soares e Camilo Guedes, pelos senhores Gastão Mirandela, Claudino Clemente, Joaquim Laranja. Lembro ainda do patrão Álvaro e mais tarde do Zé Pinto quarteleiro, dos Trovões, e um cãozinho chamado Voluntário. Toda a corporação era venerada em minha casa como heroína de bondade e abnegação, talvez porque um homem que foi durante muito tempo o seu Comandante, era meu tio-avô, refiro-me a Lourenço Medeiros, cujos últimos anos de vida, só pensou ficar no novo quartel e no quarto dos rapazes, como ele dizia.

Depois, já rapariga, trabalhei muito para vós com a Senhora D. Branca Martinho. Quantos espectáculos, festas, exposições de capacetes… quase era obrigatório trabalhar para os bombeiros da nossa terra.

Acontece que no passado dia 1 de Outubro, fui transportada a Vila Real numa das vossas ambulâncias e a simpatia foi tanta, tanto o carinho e a amabilidade, que eu acho-me devedora e aproveito o vosso próximo aniversário para enviar uma pequena oferta e, peço, para transmitirem aos homens que me levaram a minha gratidão muito grande (…).

Pela vossa gentileza creia-me muito grata.”

São de comover estas suas encantadoras memórias. Todos os nomes daqueles bombeiros são homens que hoje gostamos de os recordar. Somos devedores a esta simpática senhora de uma infinita gratidão, pela sua ternura e generosidade pelos bombeiros de seu tempo de menina.
- Março de 2009, José Alfredo Almeida.
Peso da Régua.

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3/06/09

Bombeiros da Régua em Coimbra, 1940-50.

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Esta bela foto poderia ter como legenda o seguinte: “Bombeiros Voluntários de Peso da Régua formam-se na mais antiga e prestigiada universidade do país, na cidade de Coimbra”.

Devem ser raros os Corpos de Bombeiros que entram pela Porta Férrea da velha universidade de Coimbra, com o um dos seus mais belos carros de incêndios (o velho Ford, hoje uma peça de museu) e, em frente da velha torre da universidade (a cabra dos estudantes), no meio do Pátio dos Estudos Gerais, retratam para a posteridade esse momento de uma passagem (ou visita?) por esse lugar intemporal, junto a um estudante de capa e batina.

De qualquer forma esta foto dos anos de 1940 a 1950 assinala a importância que os bombeiros da Régua sempre tiveram no país, onde são conhecidos e reconhecidos pelo seu trabalho e espírito dedicado de missão à causa do voluntariado.

Nesta imagem pode ver-se uma geração de grandes bombeiros da Régua, como o Octávio Silva, o Manuel Gonçalves, o Castelo Branco, o José Silveira, o José Clemente e ainda o saudoso João Figueiredo, mais conhecido por “João dos Óculos” que, em 1953, perdeu a vida num incêndio.

Em jeito de homenagem a todos esses grandes bombeiros recordamos aqui uma parte de uma bela crónica que o escritor João de Araújo Correia que escreveu em memória do bombeiro João Figueiredo.

“Quando, em 1953, ardeu por completo, nesta vila, a CASA VIÚVA LOPES, empório de secos e molhados, como se diz no Brasil, morreu no incêndio o bombeiro João Figueiredo, mais conhecido por João dos Óculos.

No dia seguinte ao fogo, vi o cadáver, estendido de costas, de lado de dentro de uma abertura, que tinha sido, poucas horas antes, uma das portas da grande mercearia.

O corpo do João, ligeiramente vestido, como que ostentava, em toda a extensão das partes descobertas, o que se diz em Medicina, queimaduras de primeiro grau.

Não sei se a rápida morte do João foi devida às queimaduras, talvez mais extensas do que as ostentadas, se foi devido a asfixia ou queda. Não li o relatório de autópsia nem sei até se o João foi autopsiado. Sei que morreu no incêndio da CASA VIÚVA LOPES.

Era um pouco triste e um pouco frio, no trato, o João dos Óculos. Mas, homem bem comportado, honesto compositor na IMPPRENSA DO DOURO. Vi-o trabalhar, muitas vezes, sem erguer olhos do componedor.

Tive muita pena do desgraçado bombeiro. Tanto mais, que me eram simpáticos os seus padrinhos e pais adoptivos, o já cansado tipógrafo João Monteiro e sua mulher Senhora Glorinha, proprietários de uma arcaica tipografia quase morta chamada TRANSMONTANA. (…).

Tive muito pena do João dos Óculos, falecido em 1953”.

Teve pena dele o médico e o escritor João de Araújo Correia. Teve pena do João dos Óculos toda a Régua do seu tempo e a de agora que, através do seu Corpo de Bombeiros, jamais o deixará esquecer como um dos seus heróis.
- José Alfredo Almeida, Peso da Régua.

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3/04/09

Os Bombeiros da Velha Guarda de Peso da Régua.

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Os Bombeiros da Velha Guarda de Peso da Régua.
Aqui estão os alguns dos bombeiros que fizeram as primeiras páginas de uma história de 129 anos de vida: os bombeiros da velha guarda de Peso da Régua.

Nesta imagem, que remonta ao tempo dos sócios activos, ou seja dos fundadores da nossa Associação (28 de Novembro de 1880), podem ver-se os homens do Corpo de Bombeiros do final do século XIX e das três primeiras décadas do século passado (1893-1927), juntos ao seu Comandante José Afonso de Oliveira Soares (de barba branca) eleito em Assembleia Geral, no ano de 1893, depois de Gaspar Henriques da Silva Monteiro, que havia sucedido a Manuel Maria de Magalhães, ter renunciado ao cargo.

Está ladeado ainda do então Chefe Camilo Guedes Castelo Branco (o poeta), vendo-se também dois directores cujos nomes não conseguimos identificar, o 2 º Comandante Joaquim de Sousa Pinto (sócio fundador) e, por ultimo, o grande Chefe de Esquadra José Maria Leite (sócio fundador).

Magnífica fotografia, onde igualmente se destaca uma das primeiras bandeiras da Associação, ainda com o título de “REAL”, atribuído em 1892 pelo Rei D. Luís I.

Não há certeza, mas tudo indica que mesma, da autoria de um desconhecido fotógrafo de nome Jorge José Lehamann, foi tirada antigo Jardim Alexandre Herculano, já que o Quartel se situava ali perto, no Largo dos Aviadores.

Como tributo a esse grupo de bombeiros recuperamos parte de uma bela crónica, intitulada “Bombeiros da Velha Guarda”, do escritor João de Araújo Correia (1899-1985):

“ Fim de Novembro, fazem anos os Bombeiros da Régua. Contam oitenta e cinco, mas parece que nasceram ontem. Nem uma ruga, nem um cabelo branco, nem um desalento…Garbosos até o capacete, fazem do seu garbo agilidade, frescura e força. Que milagre!

Confraternizam, em cada aniversário, os Bombeiros da Régua. Depois das cerimónias piedosas e do desfile nas ruas, sentam-se à mesa e comem. Comem bem e gracejam… Mas talvez que nenhum se lembre, nem bombeiros nem contribuintes de sócios e bombeiros antigos, que também se sentaram, em ágape semelhante para comer e gracejar.

Quem vai contando anos, dos que já fazem mossa, não dos bombeiris, que rejuvenescem, lembra-se da velha bomba e de quem a movia e sustentava. Lembra-se de Afonso Soares, com a sua barba branca; do poeta Camilo Guedes, de gravata à La Vallière; do José Avelino, que comia um boi por uma perna; do José Ruço, que pertencia ao grupo auxiliar; do Joaquim Maria Leite, o Riço, que pertencia ao corpo activo com alma de criança e alma de bombeiro. Mas, de quantos se não lembra ainda? Justino Lopes Nogueira, o Justino, daria um livro de inocentes recordações alegres.

O quartel dos Bombeiros, situado ali em baixo, na Chafarica, largo dos Aviadores, como hoje se diz, era o clube da terra. Havia outro, mas, aristocrático, presidido pelo monóculo do Dr. Costa Pinto. Clube, ponto de reunião sem preconceitos, era o quartel dos bombeiros. Ali se jogava e conversava à vontade. Ali se davam gargalhadas que faziam estremecer o quartel. Guarda-lhe o eco algum ouvido então adolescente….”.

Todos esses gloriosos bombeiros que, o reconhecido prosador e contista invoca, são por nós também lembrados, com orgulho, pelo seu passado que nos souberam tão bem legar.
- Março de 2009, José Alfredo Almeida.
Peso da Régua.
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