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4/14/08

Fome no mundo - Antevisão sinistra...

(Imagem original daqui)
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A "descoberta" recente(?) da alta a nível mundial de preços dos alimentos alarma as nações. Políticas, muitas vezes de cariz populista voltadas para a angariação de votos através da pobreza e ignorância humanas se vêm em perigo de frustar, a médio prazo, multidões e povos esfaimados que cobrarão inevitávelmente o preço a seus eleitos.
Tal era prevísivel pois o mundo é limitado e, sobrecarregado a cada dia por mais "gente" que vai nascendo imprevidentemente, sem planejamento nos grotões de pobreza, está sendo castigado sistemáticamente por desmatamento selvagem, poluição irresponsável, aquecimento global inconsequente, industrialização e consumismo exagerados, etç., etç. como demanda de toda essa "população" excessiva, de custo também alto em programas sociais consequentemente necessários e sustentados por impostos crescentes oriundos dum rol concentrado, propenso a rarear de contribuintes.
África será, lamentávelmente, por todas as suas fraquezas sociais, um dos primeiros continentes atingidos por essa onda gigantesca que se aproxima. Díficil será evitar...Mas há que correr contra o tempo... ...
Transcrevo abaixo o que acabo de ler na edição eletrónica do Jornal Folha de São Paulo/BBC-Brasil, deste final de tarde de domingo, a respeito:
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FMI E BIRD PEDEM AÇÃO URGENTE CONTRA ALTA ALIMENTAR
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, e o diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, defenderam neste domingo a adoção de medidas urgentes para conter a atual inflação de alimentos.
"Temos agora que colocar nosso dinheiro onde está a nossa boca, para que possamos colocar comida em bocas famintas", disse Zoellick, usando uma expressão idiomática da língua inglesa que significa algo como não ficar apenas no discurso, mas tomar uma ação.
Os comentários dos dois líderes foram feitos na entrevista coletiva que marcou o encerramento da reunião de primavera do FMI e do Bird, em Washington, neste domingo.
De acordo com Zoellick, o fato de o preço de alimentos ter dobrado nos últimos três anos poderá fazer com que 100 milhões de pessoas em países de baixa renda mergulhem ainda mais na pobreza.
O presidente do Banco Mundial lembrou que o Programa Mundial de Alimentos da ONU pediu que até o início de maio sejam feitas contribuições para que o órgão possa sanar seu rombo de US$ 500 milhões.
"Já há indicações de contribuições que chegam quase à metade da cifra exigida, mas não é o bastante. É crucial que governos confirmem seus compromissos o quanto antes e que outros também comecem a fazê-lo."
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INSTABILIDADE
O líder do Bird saudou o fato de que o elevado preço das commodities e seu impacto no crescimento e no desenvolvimento será um dos temas da reunião dos ministros das Finanças do G8, que será realizada em junho, no Japão.
"Mas, falando honestamente, a reunião do G8 será em junho. E não podemos esperar tanto assim."
Tanto Zoellick como Strauss-Kanh destacaram que a inflação poderá causar graves instabilidade políticas. No sábado, o diretor do fundo chegou a afirmar que a crise alimentar poderá levar a guerras em diferentes países.
"Ontem mesmo, nós vimos a queda do governo do Haiti", lembrou, Zoellick, comentando a queda do primeiro-ministro haitiano, Jacques Edouard Alexis, que perdeu seu cargo após uma série de protestos violentos contra a alta do preço de alimentos no país.
Zoellick destacou que o Bird destinou US$ 10 milhões ao Haiti e lembrou que o governo brasileiro também fez uma contribuição ao país caribenho.
O presidente do Banco Mundial lembrou, no entanto, que a contribuição emergencial do Bird exigirá uma "ginástica" para contornar trâmites burocráticos atualmente exigidos já que "muito do nosso dinheiro está alocado mediante determinadas fórmulas e categorias".
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ADAPTAÇÃO
A necessidade de adaptação também foi destacada pelo diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss Kahn, que afirmou que a atual crise obrigará o órgão a reestruturar algumas de suas "ferramentas financeiras" que não são apropriadas para lidar com crises como a atual.
Stauss-Kahn chegou a ironizar a maneira como o fundo é visto, muitas vezes associado à recomendação de políticas macroeconômicas duras e com um pesado custo social.
"Muitos podem se surpreender ao ver o diretor do FMI preocupado com crise de alimentos". Mas acrescentou: "Não se surpreendam, nós iremos destinar tempo, recurso e expertise para lidar com isso".
13/04/2008 - 20h42 - BRUNO GARCEZ da BBC, em Washington.
  • ONU - Uso de biocombustíveis se tornou um crime contra a humanidade - O GLOBO OnLine - 14/04/08, 13h00 - Leia o texto Aqui !

4/12/08

Moçambique e os biocombustíveis da moda...

(Imagem original encontrada na net)
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Alerta para biocombustíveis em Moçambique do economista Cardoso Muendane, docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM): Alimentação da população poderá ser posta em causa !
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O investimento para a produção de biocombustíveis em Moçambique poderá colocar em causa a alimentação no país, alertou o economista Cardoso Muendane, apelando ao Governo para agir com «muito cuidado».
Cardoso Muendane advertiu para «os riscos» na produção de biocombustíveis em Moçambique, uma forte aposta do Presidente Armando Guebuza.
«Fala-se muito em Moçambique dos biocombustíveis, neste momento de alta de preços de petróleo, como se não houvesse problemas nessa solução. O Governo terá de ter muito cuidado na forma de gerir a atracção de investimentos para a área dos biocombustíveis», afirmou o economista, docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Segundo refere a agência Lusa, citada pelo semanário Sol, o perigo prende-se com a redução de bens alimentares e a consequente insegurança alimentar, porque a prioridade dos produtores passará a incidir mais sobre os biocombustíveis e menos nas culturas alimentares, alertou Cardoso Muendane. No âmbito desta aposta, também «o preço da alimentação vai subir drasticamente, tornando-se inacessível para a já depauperada população moçambicana», sublinhou. - 2008-04-10 17:17:43 - Fábrica de Conteúdos.
  • CPLP/Economistas: Governo de Moçambique aconselhado a ter "muito cuidado" na opção por bio-combustíveis (RTP-Notícias-12/04/08) - Aqui !
  • Alguns post´s anteriores sobre "biocombustíveis" - Aqui !

11/14/07

Moçambique - Biocombustíveis - Solução ou problema ?

(imagem original daqui)
Segundo relatório da OXFAM transcrito abaixo e originado na BBCBrasil/Folha de São Paulo de 01/11/07, parece-nos, e cada dia mais convictos estamos, que este assunto (que deveria passar por discussão obrigatória aprofundada entre a sociedade dos países envolvidos) não se mostra, ecológicamente falando, tão límpido e desprovido de consequências negativas pesadas como alguns o tentam apregoar. Ótimo será que a preocupação com o futuro do planeta num todo se sobreponha a projetos e interesses políticos regionais de momento:

Corrida por biocombustíveis prejudicará pobres, diz Oxfam
da BBC Brasil

A corrida pelo biocombustível pode prejudicar as pessoas mais pobres do mundo, segundo um relatório da organização não-governamental britânica Oxfam publicado nesta quinta-feira.
A organização pede que a UE (União Européia) seja "flexível" em sua meta de que pelo menos 10% de todos os combustíveis para transportes renováveis seja proveniente de fontes renováveis até 2020, alertando que ela pode prejudicar pequenos produtores em países em desenvolvimento.
Recentemente, em viagem à África, o presidente Luis Inácio Lula da Silva promoveu a produção de biocombustíveis como forma de diminuir a pobreza em países em desenvolvimento.
Em sua meta, a UE afirma que o biocombustível usado no bloco tem que ser produzido de maneira sustentável, mas a Oxfam também quer garantias sociais.
O alerta se une ao de outras organizações que vêm expressando preocupação com os efeitos colaterais da corrida pela adoção de biocombustíveis na Europa.
A Oxfam teme que pequenos produtores acabem perdendo suas terras para grupos industriais na corrida para aumentar a produção de biocombustíveis e atender à demanda européia.
O relatório afirma que, para suprir a crescente demanda, a UE vai ter que importar biocombustíveis de cana-de-açúcar e óleo de dendê de países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.
A corrida das grandes empresas e governos na Indonésia, Brasil, Tanzânia e Malásia para pegar um pedaço do "bolo de biocombustível europeu" ameaça os pequenos fazendeiros, afirma o relatório.
Isso poderia acabar com o meio de vida deles, levar à exploração dos trabalhadores e afetar a produção de alimentos e seus preços, segundo a Oxfam.
O documento fala ainda das condições de trabalho "indecentes" nesses países, e cita o Brasil, onde, segundo a Oxfam, "as condições de trabalho nas plantações podem ser horríveis".
"Trabalhadores em plantações de cana-de-açúcar no Brasil recebem de acordo com o volume cortado - eles chegam a ganhar pouco mais de um dólar por tonelada cortada.
Esse sistema de pagamento por tarefa discrimina sistematicamente as mulheres, que geralmente não conseguem cortar o mesmo volume que os homens."
"Existem trabalhadores que vivem em condições subumanas, sem acesso a água limpa, e são forçados a comprar seus alimentos e medicamentos nas próprias plantações em que trabalham, a preços mais altos.
Em alguns casos, a acumulação crescente de "vales" faz com que os trabalhadores assumam dívidas que os mantêm presos nesses locais em regime de trabalho escravo", descreve o relatório.
A Ong agora pede que a UE reveja sua política de biocombustíveis e ofereça garantias para proteger os pobres.
A Comissão Européia afirma que está trabalhando para garantir que a política não seja um "tiro pela culatra".
O analista de meio ambiente da BBC, Roger Harrabin, disse que também há temores em relação ao custo ambiental de se produzir biocombustível de culturas como a do milho, por exemplo.
Cientistas disseram que gasta-se tanta energia na produção de alguns biocombustíveis que seria mais "limpo" continuar usando gasolina nos carros.
Para piorar as coisas, diz ele, florestas tropicais estão sendo derrubadas para abrir caminho para as plantações.
"Na briga para fornecer biocombustíveis para a UE e o resto do mundo, os pobres estão sendo esmagados", disse o conselheiro de políticas da Oxfam, Robert Bailey.
"As propostas da UE vão exacerbar o problema. É inaceitável que os pobres nos países em desenvolvimento arquem com os custos de tentativas questionáveis de cortar as emissões de gás carbônico na Europa."
"Biocombustíveis não são uma panacéia. Mesmo se a UE conseguir alcançar a meta dos 10% de maneira sustentável, e a Oxfam duvida que consiga, isso vai diminuir as emissões em uma pequena porcentagem, de um total que continua crescendo", concluiu.