O lançamento mundial de 'Pipas de Massa' A excepção deve-se ao facto de o ilustrador do próximo livro de Madonna ser português.
Pipas de Massa, vai ser primeiro editado em Portugal e só uma semana depois conhecerá edição mundial.
A Dom Quixote, editora em Portugal da série de livros infantis da cantora pop, iniciada em Setembro de 2003 com As Rosas Inglesas, está a preparar um programa especial para o dia 1 de Junho que conta com a participação de Rui Paes, o autor das ilustrações.
Além de uma sessão de autógrafos, a actriz Carmen Dolores irá ler a história numa sessão pública em local ainda a anunciar.
Pipas de Massa é o quinto livro infantil assinado por Madonna e, como os anteriores, também neste a cantora/escritora cede os seus direitos à Spirituality for Kids Foundation, uma instituição norte-americana de ensino.
Os quatro títulos anteriores venderam, no conjunto, cerca de dois milhões de cópias em todo o mundo, 30 mil dos quais em Portugal.
O primeiro, As Rosas Inglesas, foi o que mais vendeu, tendo originado à sua volta um fenómeno de merchandising.
De tal forma que tanto os editores (a Callaway) como a autora já pensam na sequela.
Assim, é provável que a Pipas de Massa se siga As Rosas Inglesas II.
Em Pipas de Massa, como nos livros anteriores, a moral é universal - a verdadeira felicidade está na partilha -, mas a inspiração é italiana.
A começar pelo título Lotsa da Casha, no original.
Em português, optou-se por Pipas de Massa, que não transmite a intenção de "italianizar", como no inglês e que pode causar estranheza na leitura.
Na tradução assinada, mais uma vez pela dupla familiar Miguel e Susana Serras Pereira, o protagonista, Pipas, aparece com uma pronúncia estranha, que troca os "ss" pelos "ch", numa tentativa de reconstruir o sotaque italiano do inglês de Madonna.
Uma estranheza de que fala Rui Paes, o ilustrador, colocando algumas reservas à tradução nacional. "Talvez por ter lido tantas vezes a história em inglês", justifica.Itália - país onde Madonna tem raízes familiares - está também muito presente na ilustração.
A pedido da própria, como faz questão de salientar Rui Paes, que diz ter-se inspirado na cidade Siena e na arquitectura de Génova para construir os ambientes onde decorrem as aventuras do tão amargo, quanto rico, Pipas.
Até agora Rui Paes ilustrara apenas um livro de contos assinado pela mãe, a escritora
Glória de Santana. Tinha, então, 18 anos. Entretanto, em matéria de ilustração limitara-se aos palcos, num trabalho de cenografia que não considera muito distante, na forma, da tarefa de dar imagem às palavras de um livro.
Num e noutro caso é preciso criar ilusão.
O interesse desta série de livros de Madonna está na assinatura, mas, sobretudo, na grande qualidade das ilustrações que os acompanham.
São elas que trazem um enorme valor acrescentado a narrativas com pouco de original. São elas, ainda, que fazem destes exemplares objectos de culto para quem valoriza a imagem. Madonna sabe disso.
E os seus editores também.