5/24/05

A safra do "Ma-Schamba"...

Envaidecido aqui deixo:

Do Ma-Schamba - Publicado por jpt às 03:26 PM

Brasil em Moçambique

Desde há algum tempo que é visível, mais Brasil aqui.
Desde os produtos comercializáveis (o frango é do Brasil, até halaal), vencendo a concorrência sul-africana, aos quadros de projectos estatais ou multilaterais.
Empresas talvez nem tanto. Ainda...mas hão-de chegar, se tudo correr normalmente.
É então natural que surjam blogs.
Através do atento Forever Pemba descobri um pequeno cosmos de blogs brasileiros emitidos de Maputo: A África e Seus Mistérios, O Que Aconteceu Por Aqui!, Gabriel na África, África, Filhos de Maputo, Viva Maputo, Brasil na África.
Em rápida visitas pude apreender, blogs do quotidiano, boa onda, muito local conhecido, convívio, muitas fotos - aqui e ali até uma cara conhecida.
No conjunto permito-me destacar o África - Sabores e Delícias, coisa feita por quem gosta de comer e de saber o que come. Sim, gastronomia local. Visitável e de pedir por mais.

5/23/05

A Quilombagem II


Posted by Hello Mercado de Escravos

DESCOBERTA (???):

O "Estado de S. Paulo" - 22/05/2005

Salvador - A menos de 100 quilômetros da capital, a superintendência regional do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) "descobriu" recentemente uma comunidade de descendentes de quilombolas que vive praticamente isolada e como se ainda estivesse no século 19, quando a escravidão foi abolida no Brasil.

Como a Canudos descrita por Euclides da Cunha na virada dos séculos 19 e 20 no sertão da Bahia, as cerca de 300 pessoas que habitam a região do povoado de Acupe, no município de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano (região que no passado concentrou o maior número de engenhos de açúcar do Estado) sobrevivem da agricultura de subsistência e, eventualmente, vendem o pouco excedente de frutas, legumes e hortaliças que produzem a moradores de Santo Amaro.

É um local em que o Estado brasileiro não se faz presente, exatamente como ocorria na Canudos de Antonio Conselheiro. Os quilombolas de Acupe não aparecem nos registros oficiais do País, pois não possuem documentos e foram contatados pela primeira vez pelo INSS no início do mês durante uma visita da coordenadora regional do Programa de Educação Previdenciária Solange Dantas a Santo Amaro. "Estava ocorrendo uma feira na cidade e havia um grupo de quilombolas que funcionários da prefeitura nos apresentou", conta.

Ela conversou, entre outras, com uma senhora centenária do grupo e se inteirou do quase que total alheamento da comunidade ao mundo atual. "Eles não tem certidão de nascimento, CPF, carteira de identidade, título de eleitor; poucos possuem certidão de batismo que não tem valor legal e títulos de terra", contou, informando que os quilombolas não sabem da existência de um instituto de seguro social no Brasil e que muitos já poderiam estar recebendo aposentadorias.
O Programa de Educação Previdenciária foi criado para tentar localizar e integrar no sistema os cerca de 27 milhões de brasileiros que estão fora dele. São trabalhadores informais, pescadores e agricultores. "Os quilombolas se encaixam num tipo de seguridade especial criada exatamente para não deixar desamparados trabalhadores rurais que nunca pagaram o INSS, mas que trabalharam durante todo a vida", explicou Solange.

Segundo ela, o instituto junto com a prefeitura de Santo Amaro e o governo da Bahia vai promover uma espécie de mutirão da legalidade na segunda quinzena de junho para tirar os documentos de todos os moradores da comunidade quilombola de Acupe e finalmente "trazê-los" para o ano de 2005.

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