Paulo Peres foi ver 'Hotel Ruanda' e comenta:11:30 Quase 1 milhão de pessoas foram assassinadas em Ruanda em meados dos anos 90.
Um massacre de 100 dias que o mundo ignorou e no qual se destacou a coragem de um homem - Paul Rusesabagina, que salvou mais de 1,200 escondidos no Hotel Milles Collines, do qual era gerente, em Kigali, a capital.
Em 'Hotel Ruanda', estréia de hoje, o diretor e roteirista Terry George ('Em Nome do Pai') conta a história deste herói num filme pontuado por forte emoção e tamanho realismo que mais se assemelha a um documentário.
O filme é um cruel registro do genocídio provocado pela perseguiçao dos extremistas hutus aos tutsis, o que arrasou o país enquanto a comunidade internacional virava as costas e limitava-se a retirar do país os estrangeiros.
Lá ficaram somente Paul, sua mulher, seus filhos e centenas de tutsis pobres e ricos.
Paul, temendo a invasão iminente do hotel e tentando salvar seus compatriotas, usou de seu prestígio junto ao general corrupto que dava proteção, em troca de uísque escocês, ao líder dos sanguinários guerrilheiros. E até mesmo junto a tímida força de paz da ONU.
A câmera de George nao poupa nenhum detalhe.
Mostra corpos espalhados pelas ruas e estradas, como na chocante sequência em que Paul e seu motorista param sua van subitamente num mar de corpos espalhados pela estrada e são obrigados a dar marcha a ré para sair dali.
Don Cheadle, visto até aqui como coadjuvante de filmes policiais, é uma gratíssima surpresa vivendo Paul com sensibilidade.
Sophie Okonedo, como sua mulher Tatiana, também impressiona.
Não foi a toa que os dois foram indicados ao Oscar deste ano por suas interpretaçoes.
Joaquim Phoenix, no papel do câmera de uma rede de TV, e Nick Nolte, o coronel da ONU, não destoam dos protagonistas.
Terry George faz um filme brilhante numa produção certamente desprovida de recursos e que poucos diretores teriam coragem de encarar.
Todas do Paulo Peres, escolha uma na lista
aqui.
Com a devida vénia do excelente Blue Bus