9/09/05

Mocimboa da Praia...ainda !

Governo de Moçambique confirma 8 mortos e 47 feridos em Mocímboa da Praia - 2005/09/09

Oito mortos e 47 feridos, dois dos quais em estado grave, é o resultado do confronto entre elementos da FRELIMO e da RENAMO, em Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, confirmou quinta-feira o ministro do Interior.

Segundo José Pacheco, a polícia deteve cinco elementos da Renamo, acusando-os de saques, estando em busca de outros membros do principal partido da oposição moçambicana, nomeadamente dirigentes, que se encontram em lugar incerto.
Segundo a imprensa moçambicana, está a decorrer uma `caça ao homem´ na região, com as autoridades no encalço de Armindo Milaco, deputado da Renamo à Assembleia da República e acusado de ter provocado os incidentes e de se encontrar na posse de armas supostamente roubadas a agentes policiais.
Falando aos jornalistas, após ter visitado aquele município da província de Cabo Delgado, José Pacheco descreveu a situação como `calma e tranquila´ e afirmou que as instituições públicas retomaram quinta-feira com os trabalhos.
`A situação está calma, normalizada´, mas `muita gente está fora da Mocímboa da Praia receando a continuação dos desacatos.
Os serviços públicos retomaram quinta-feira´, explicou o ministro.
Na terça-feira, o conselho de ministros de Moçambique criou uma comissão chefiada por José Pacheco para avaliar as implicações dos confrontos, que resultaram igualmente na morte de um polícia.
O grupo de trabalho, composto pelos ministros da Saúde, Ivo Garrido, e da Administração Estatal, Lucas Chomera, constatou que os tumultos obrigaram a população a abandonar o município, o que forçou as autoridades sanitárias a interromperem a campanha de vacinação de crianças actualmente em curso em todo o país.
`Estes confrontos estão a prejudicar o programa de vacinação em Mocímboa da Praia, isso vai exigir um reforço adicional do Governo, alargando o calendário´, disse Pacheco.
A Polícia da República de Moçambique decidiu reforçar o contingente policial com efectivos de outras províncias, disse ainda o governante, que anunciou `tolerância zero para essa situação´.
`Não vamos tolerar toda essa acção, que desvirtua o normal funcionamento das actividades governamentais´, referiu Pacheco, que afastou qualquer hipótese de negociações com a oposição.
`Lamentavelmente, a Renamo está em parte incerta, mas também, o que está em causa não são as negociações, é necessário que os acordos de paz sejam respeitados, para evitar mais desacatos´, concluiu, referindo-se às negociações de 1992, em Roma, que puseram termo a 16 anos de guerra civil entre o governo da Frelimo e a guerrilha da Renamo...
Fonte: Agência LUSA - via Imensis

9/08/05

Situação mantém-se tensa em Mocímboa da Praia.

Do Imensis:


O presidente do município de Mocímboa indicou ter sido incendiada uma casa esta manhã.
A causa próxima dos incidentes continua a ser pouco clara, com as diferentes partes a apresentarem diferentes versões, e até mesmo os diferentes órgãos de informação a apresentarem números diferentes de vítimas mortais (entre 5 a 12 mortos).
Segundo a Frelimo, membros da RENAMO terão vandalizado e queimado casas de membros da Frelimo na manhã de terça-feira, dia 6, e morto um polícia à catanada.
Isto terá acontecido depois da Polícia ter impedido a tomada de posse dita ilegal do seu candidato (a RENAMO constituiu um executivo sombra e não é claro se tentou tomar a sede do executivo local).
Segundo a RENAMO, há 7 mortos, 3 a tiro e 4 à catanada, todos vítimas da Polícia ou de membros da Frelimo, resultantes da invasão do gabinete paralelo criado pela RENAMO. As casas queimadas são de militantes da RENAMO.Entretanto, o ministro do Interior informa haver 5 detidos do partido da perdiz.

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Governo vai repor ordem em Mocímboa - 2005/09/08


O Presidente da República, Armando Guebuza, disse ontem, em Maputo, que o Governo vai continuar a trabalhar para repor a ordem e tranquilidade pública no município de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado.
O Chefe do Estado fez esta declaração a jornalistas, á sua saída da Praça dos Heróis Moçambicanos, onde depôs uma coroa de flores por ocasião das comemorações do Dia da Vitória, ontem assinalado no país.
Enquanto isso, a calma regressou àquele município, para onde se deslocaram ontem os ministros do Interior e da Saúde, José Pacheco e Ivo Garrido, para se inteirarem da ocorrência.
Continuaremos a trabalhar para que o Estado de Direito seja respeitado no país.
O país tem normas, o país tem leis que ser respeitadas por todos os cidadãos, afirmou Guebuza, comentando os desacatos provocados pela Renamo naquele município e que se saldaram em pouco mais de uma dezena de mortos, 47 feridos, dentre graves e ligeiros, e destruição de algumas infra-estruturas económicas e sociais.Armando Guebuza disse ser bastante preocupante que enquanto o povo moçambicano se engaja na luta pelo desenvolvimento e eliminação da pobreza, existam forças contrárias que utilizam a violência para travar esse esforço.
Dados a que o nosso enviado teve acesso indicam que o delegado político provincial da Renamo, Armindo Milaco, responsabilizado pela Polícia de ser o mentor dos tumultos, encontra-se algures no município de Mocímboa da Praia com duas armas automáticas arrancadas às autoridades policiais.Entretanto, a Renamo nega qualquer responsabilidade nos tumultos de terça-feira, na vila de Mocímboa da Praia.
Fernando Mazanga, porta-voz desta organização política, disse ontem, em conferência de Imprensa, que quem está a reivindicar o poder para o candidato derrotado Saíde Assane, é a população local.
Por outro lado, a Polícia confirmou ontem ter detido alguns indivíduos, em número não especificado, indiciados de envolvimento na pilhagem de estabelecimentos comerciais.
A Renamo diz que dos detidos sete são seus militantes e reclama a sua libertação imediata.
Refira-se que dos 47 feridos registados no hospital rural, 36 tiveram alta, permanecendo no leito hospitalar 11...

fonte: NOTÍCIAS