9/19/05

Um elétrico chamado Amizade !!!

Vindos do Porto, bondes portugueses chegam na terça-feira, dia 20 de Setembro/05.
O primeiro bonde turístico de Santos começou a funcionar em setembro de 2000, marcando o processo de revitalização do Centro Histórico.
O sucesso foi grande, tanto que outra unidade e um reboque foram restaurados e colocados para circular na linha turística.
Cinco anos depois, a Cidade ganha mais três bondes, doados à Prefeitura pelo Museu do Carro Eléctrico da Cidade do Porto (Portugal). Eles serão desembarcados na terça-feira (20), às 10 horas, no Terminal da Rodrimar (cais do Saboó), para integrar o Museu Vivo do Bonde, projeto desenvolvido pela Administração Municipal.
Os veículos portugueses serão restaurados nas oficinas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos), por uma equipe de funcionários especializados em carpintaria, mecânica, elétrica, pintura e marcenaria.
As características originais dos bondes serão mantidas, inclusive as cores amarelo e branco. Um deles ficará exposto temporariamente na Estação do Valongo, para que o público possa conhecê-lo antes do restauro.
A vinda dos bondes foi viabilizada graças ao apoio de empresas locais, que cuidaram do transporte terrestre e aquático e do desembaraço alfandegário.
A Prefeitura mantém contato com cidades de vários países onde circulam bondes, com o objetivo de conseguir outras unidades para o Museu Vivo.
As conversações estão sendo realizadas com autoridades de São Francisco (Estados Unidos), Barcelona (Espanha), Turim (Itália) e Lisboa (Portugal), entre outras.
Via: Diário Oficial de Santos e site Oficial da PM de Santos-Brasil
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O Museu do Carro Eléctrico foi fundado em 1992 pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, S.A., com o objectivo de preservar e divulgar uma vasta colecção de carro eléctricos, atrelados e veículos de mercadorias de inegável valor patrimonial.
O Museu do Carro Eléctrico tem como missão preservar, conservar e interpretar, em benefício do público, espécies e artefactos ilustrativos e representativos da história e desenvolvimento dos transportes públicos urbanos sobre carris da cidade do Porto.
Através da investigação e da exposição das suas colecções, da organização de exposições e programas de índole cultural (dos quais se destacam os desfiles anuais de carros eléctricos e os ciclos de música "Noites de Massarelos") o Museu do Carro Eléctrico proporciona aos seus públicos a oportunidade de aprender, experimentar e conhecer de perto a história, o desenvolvimento e o impacto sócio-económico dos transporte públicos sobre carris da cidade do Porto.

Carro Eléctrico nº8
Carro de traçcão animal adquirido à Starbuck Car and Wagon Company of Birkenhead, pela CCFP. Este tipo de veículos circulou pela primeira vez na cidade do Porto em 15 de Maio 1872. Serviu ainda como atrelado das máquinas a vapor e eléctricos. Restaurado em 1990.
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Horário de funcionamento do Museu (Porto):
-3ª a 6ª feira das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h00
-Sábados, Domingos e Feriados das 15h00 às 19h00
Encerra às 2ªs feiras (pode ser visitado mediante marcação prévia).
Endereço:
Alameda Basílio Teles, 514150 - 127 Porto
Contactos:
Tel.: 22 615 8185
Fax: 22 507 1150

Katrina - Opinião !

NEGROS, ONDE ESTÃO ?

A América (e o resto do mundo) entrou em estado de choque com os pobres desalojados do Katrina. Negros, a maioria. Os jornais, as rádios, as televisões, os colunistas, os "pundits" apontam o dedo a uma pobreza americana, de raça negra, sulista, vítima da desigualdade, dos cortes orçamentais aos programas de combate à pobreza, dos cortes na Saúde e na Educação, dos cortes do welfare. Vítima do racismo e do esquecimento, da feroz desigualdade dos estados do sul, de maioria negra, em que os brancos controlam o poder económico e social. Está tudo certo, é tudo verdadeiro.

Mas, toda a gente sabe que existe uma classe média negra na América, com poderosas organizações de direitos civis. E que existe, tanto em Hollywood e Los Angeles, como em Chicago, como em Nova Iorque, um clube de milionários negros, poderosíssimos, que controlam o mercado da música rap que domina o mundo, controlam o merchandising da música rap, e controlam o mercado de raça negra consumidor desse merchandising (e não só, todos os miúdos brancos, de todo o mundo ocidental e abastado, copiaram a street fashion e os tiques dos rappers americanos).

Mas, alguém viu da parte desta gente, que se caracteriza pelo consumo conspícuo de moda de alta costura e logos, de diamantes, de roupas caríssimas, de iates e carros, de jactos privados, e de um estilo de vida ostentosos à boa maneira dos líderes africanos corruptos, alguém viu, dizia eu, um grande movimento de solidariedade e ajuda financeira aos seus irmãos negros do sul? Alguém viu P. Diddy, Lil Kim, Russell Simmons, Quincy Jones, Mary J. Blige, e os milhares de rappers milionários de Chicago e Nova Iorque e da Califórnia, fazer o que fizeram alguns actores e celebridades de Hollywood e ajudar, ou abraçar, um desgraçado que perdeu a família e os bens no Katrina?

Alguém viu o reverendo Jesse Jackson, ou Eddie Murphy, ou inefável reverendo Al Sharpton, ou mesmo os boxeurs negros e bem de vida como Mike Tyson (e de Michael Jackson e da sua família nem é bom falar) levantarem a voz e a mão num gesto altruísta? Só Oprah Winfrey o fez, e tem feito, e continua a fazer. Ela é a negra mais bem sucedida da América e a que tem maior consciência social. O resto, não existe, ou existe egocentricamente. Corruptamente.

Quando se culpa apenas a Administração Bush de tudo, e os brancos de tudo, de todo o racismo, deixa-se de lado o racismo de negros contra negros, o fosso entre ricos e pobres da mesma cor. Existe, e são poucos os que o saltam. Na América, como em África, quem menos ajuda os negros são os negros.

14-09-2005 - Clara Ferreira Alves
(Jornalista portuguesa) - via e-mail.
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