10/21/05

Mocimboa da Praia...ainda ! - X

POR SUPOR-SE SER O LÍDER DOS DESACATOS DE MOCÍMBOA DA PRAIA, Frelimo quer expulsão do deputado da Renamo da Assembleia da República.

Maputo -Continua a haver colisão entre os dois principais partidos moçambicanos: a Frelimo e a Renamo.
Ontem, no plenário e antes da ordem do dia que daria continuidade às perguntas ao Governo, a
bancada parlamentar da Frelimo voltou a desobstruir a ferida referente aos desacatos de Setembro último, em Mocímboa da Praia, os quais ceifaram mais de uma dezena de vidas humanas e contabilizaram cinquenta feridos, sendo todos referentes à população civil.
A Frelimo, algo que cheira ao pontapear da Lei- Mãe, é pela expulsão, da Assembleia da República (AR), do deputado da Renamo e representante político deste partido em Cabo Delgado, por supostamente ter liderado os desacatos da pacata vila de Mocímboa da Praia.
Armindo Milaco, ainda de acordo com o partido no poder, foi quem rebentou com as hostilidades, pois coube ao mesmo a tarefa de atiçar o fogo para que se empossasse Saíde Assane, candidato da Renamo, derrotado na eleição intercalar de Maio pretérito.
Com efeito, de acordo com fontes oficiosas, Assane perdeu o escrutínio por uma margem ínfima: 5%, pois ficou com 47% enquanto que o candidato da Frelimo, Amadeu Pedro, arrecadou 52%.
A "perdiz", na hora, disse que os resultados estavam adulterados e prometeu não reconhecer o resultado do escrutínio, facto que a levou a empossar o seu "edil", na localidade de Nanduada, a quatrocentos quilómetros da capital provincial, Pemba.
O facto foi presenciado por alguns populares, bem como por alguns membros da Renamo idos de Maputo.
Porém, os desacatos envolvendo a polícia, simpatizantes da Renamo e da Frelimo, teriam supostamente sido gerados pela criação do Governo paralelo e Milaco, tudo fez para que a manifestação ganhasse corpo.
Dadas as acusações e a pretensão de expulsar o seu deputado da AR, a "perdiz" não cruzou os braços.
Retribui pela mesma moeda e disse alto e em bom tom que, se houve hostilidades e morte de inocentes em Mocímboa da Praia, é porque a Frelimo tomou vanguarda nelas e é a "principal responsável" pelo sucedido.
O acalmar dos nervos de ambas as bancadas só foi possível com a intervenção do presidente da AR, Eduardo Mulémbwè. O mesmo chamou os deputados à razão ao explicar-lhes que deviam olhar ùnicamente para a discussão da ordem do dia, a qual levou de volta os ministros da Saúde e de Finanças, Paulo Ivo Garrido e Manuel Chang, respectivamente.
Na discussão de ontem, tal como na da quarta-feira última, voltaram à tona as questões referentes à dívida ao Tesouro, que ainda não foi paga e que os responsáveis seriam algumas pessoas ligadas à nomenklatura política hodierna.
No que se refere à Saúde, a questão referente à pandemia do HIV/SIDA é que foi predominante. A Renamo quis saber de Garrido quais é que eram as perspectivas do Governo com vista a diminuição do número de pessoas infectadas por esta doença.
Paulo Ivo Garrido reconheceu haver muito que fazer para inverter o cenário e aconselhou para que a mitigação daquela doença não fosse vista como tarefa do Governo, mas sim de todo o povo moçambicano.
Laurindos Macuácua

Texto extraído do: DIÁRIO DE NOTÍCIAS - Sexta-feira, 21 de Outubro de 2005 – Edição nº 505
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HIV - Campanha em Moçambique.

HIV em Moçambique - Campanhas devem aliar informação à cultura.

Presidente moçambicano admitiu falhas na luta contra a sida no país.
O presidente moçambicano defendeu ontem a necessidade de se reformularem os conteúdos das mensagens nas campanhas de luta contra a sida em Moçambique e a sua adequação aos comportamentos das diferentes comunidades do país.
“As campanhas de prevenção revelam as suas próprias limitações”, admitiu Armando Guebuza na abertura do VII curso de formação pan-africano sobre o programa de controlo, prevenção e tratamento contra o HIV, que arrancou em Maputo.
“A informação e a educação quando não são articuladas com o conhecimento, tradição e cultura das populações aparentam não surtir os efeitos desejados na redução das taxas de prevalência da doença”, sublinhou.
Infectados 19 por cento de adultos.
Dados oficiais indicam que 16 por cento da população adulta de Moçambique (entre os 15 e 49 anos) está infectada pelo HIV.
De acordo com os mesmos dados, 95 por cento dos casos de infecção resultam de relações sexuais desprotegidas.
Para reverter a situação, Guebuza considerou pertinente a unificação de esforços, recursos e capacidades para reforçar a prevenção, tratamento e mitigação dos efeitos da sida no país.