10/22/05

Ainda o caso do empresário português detido em Pemba...II

Empresário português que acusou juízes vai apoiar investigações.

O empresário português Amadeu Costa Oliveira, que acusou diversos juízes do norte de Moçambique de extorsão, regressou ao país "para auxiliar as investigações" entretanto abertas e que envolvem os referidos magistrados.
"Tenho uma fábrica para manter em funcionamento e um compromisso para colaborar com a justiça moçambicana para se apurar a verdade", disse hoje o empresário, em Maputo.
Costa Oliveira, sócio de uma serração, esteve 12 dias detido, entre Agosto e Setembro, em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, norte, por alegados crimes de burla.
Libertado sob caução, Costa Oliveira acusou diversos juízes provinciais de lhe terem extorquido 10 mil dólares (cerca de oito mil euros) para a sua libertação.
Este valor, segundo o empresário, correspondia a metade do que foi exigido, tendo acabado por falhar uma tentativa, alegadamente combinada com o Procurador-Geral da República, para apanhar em flagrante os suspeitos de corrupção.
Esta semana, o Conselho Superior de Magistratura Judicial de Moçambique anunciou que nomeou uma comissão para averiguar as denúncias de corrupção contra o juiz-presidente de Cabo Delgado, Carlos Niquice, e Hirondina Pumule, juíza na mesma província.
Em anteriores declarações à Lusa, a juíza Hirondina desmentiu as acusações e considerou que o empresário português se encontrava fugido à justiça por se ter ausentado para Portugal, quando o seu passaporte estava "retido" no tribunal de Cabo Delgado.
Hoje, Costa Oliveira exibiu seu passaporte português, no qual consta um carimbo de entrada em Moçambique com data de 16 de Outubro de 2005.

HIV - Campanha em Moçambique II

Governo prevê mais de 15 mil mortes por SIDA na função pública.

Mais de 15 mil funcionários públicos, entre professores e técnicos de Saúde, vão morrer vítimas de SIDA até 2010 em Moçambique, segundo uma estimativa governamental que apontou que 95 por cento das infecções devem-se a relações sexuais desprotegidas.
Segundo o ministro da Saúde de Moçambique, Ivo Garrido, prevê-se que 9.200 professores e 6.000 profissionais de Saúde do país, incluindo enfermeiros, morram nos próximos cinco anos em resultado da doença que afecta 16 por cento da população adulta de Moçambique (entre os 15 e 49 anos), de um total de mais de 18 milhões de habitantes. "Isto irá levar a uma diminuição do número de professores e profissionais da Saúde, na medida em que a nossa capacidade de formação será menor do que o ritmo de morte", advertiu Ivo Garrido, que falava no parlamento moçambicano.
Deste modo, acrescentou, haverá superlotação de unidades sanitárias e "gastos astronómicos" na compra de medicamentos e em outras intervenções relacionadas ao combate à doença.
Em 2004, 97 mil moçambicanos morreram de SIDA, nomeadamente 20 mil crianças menores de cinco anos, de um total de 1,4 milhões de infectados por HIV, vírus que causa a SIDA. Destes, contam-se 800 mil mulheres, 570 mil homens e 80 mil crianças.
Ainda no último ano, registaram-se mais de 100 mil novos casos de HIV/SIDA no país, dos quais 34 mil foram raparigas menores de 20 anos. "Este facto demonstra claramente uma feminização da SIDA", pois, "a vulnerabilidade da mulher ao HIV/SIDA para além de factores biológicos, também se deve a factores sócio-económicos que afectam negativamente a rapariga e a mulher jovem", sublinhou. "A esperança de vida média dos moçambicanos diminui de 46 para 38 anos" devido à SIDA, concluiu o ministro da Saúde de Moçambique.

Via: Notícias Lusófonas de 22/10/2005