São Paulo (Reuters) - No cinema e na literatura, a África é muitas vezes um lugar de sonho para europeus problemáticos, que se reencontram em meio a um continente mostrado como selvagem e de costumes exóticos.
"A Massai Branca", que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira, integra a lista de filmes desse gênero.
Os longas "Entre Dois Amores" (baseado nas memórias da dinamarquesa Karen Blixen), "África dos meus Sonhos" (baseado no livro da socialite italiana Kuki Gallmann) e a premiada produção alemã "Lugar Nenhum na África" (do livro de Stefanie Zweig) trilharam o mesmo caminho.
Os longas "Entre Dois Amores" (baseado nas memórias da dinamarquesa Karen Blixen), "África dos meus Sonhos" (baseado no livro da socialite italiana Kuki Gallmann) e a premiada produção alemã "Lugar Nenhum na África" (do livro de Stefanie Zweig) trilharam o mesmo caminho.
"A Massai Branca", dirigido por Hermine Huntgeburth ("Bibi, A Bruxinha"), tem roteiro baseado no livro de memórias da suíça Corinne Hofmann, que abandonou uma vida de conforto na Europa para viver ao lado de um guerreiro no Quênia.
No filme, ela ganha o nome de Carola e é interpretada pela atriz Nina Hoss.
Para qualquer europeu que vai para uma região mais reclusa da África, o choque cultural é muito grande.
Mas a fascinação pode vir com a mesma intensidade.
É exatamente isso que acontece com Carola, que passa as férias no Quênia com seu noivo, Stefan (Janek Rieke).
Carola se apaixona à primeira vista pela figura imponente de Lemalian (Jacky Ido), um guerreiro da tribo Samburu.
Decidida, a moça abandona a vida confortável na Europa e o namorado e decide ir atrás desse novo amor.
Logo descobre que viver na África não é tão fácil.
Depois de alguns contratempos, acaba encontrando Lemalian.
O relacionamento entre os dois não evolui como ela sonhou.
Carola logo descobre que o guerreiro desconhece o romantismo e nem imagina que uma mulher possa sentir prazer.
A relação sexual tem por função satisfazer apenas os homens, segundo a cultura local.
Nada disso a impede de seguir em frente e continuar ao lado do guerreiro, a quem ela ensina alguns novos comportamentos.
"A Massai Branca" explora bastante os choques culturais entre a civilização européia de Carola e o mundo em que ela tenta entrar agora.
Embora Lemalian se mostre mais aberto à cultura de Carola do que os outros membros da tribo, ele não se curva às sugestões dela.
A suíça, por sua vez, assusta-se com as tradições do povo de seu marido, que inclui a mutilação sexual das meninas.
Carola parece desconhecer algumas tradições africanas que são bastante debatidas, aliás, no restante do mundo.
Cabe ao padre local (Nino Prester) conduzi-la ao conhecimento e aceitação das diferenças.
Carola é teimosa e não abre mão de seus sonhos.
Por isso, não pensa em voltar para a Europa.
Acha que, com o tempo, também conseguirá produzir algumas mudanças no ambiente que adotou.
Como não podia deixar de ser, a paisagem africana emoldura bem essa história de amor e choque cultural, assim como alguns rituais tradicionais, que dão ao filme um toque semidocumental.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
Filme de Hermine Huntgeburth baseado no relato autobiográfico da suíça Corinne Hoffmann, um best seller na Europa.
A Massai Branca ("The White Massai", Alemanha/2005, 132 min.)
- Drama.
- Cotação: Bom