9/27/07

Bispo de Moçambique acusa europeus de infectar camisinhas com HIV.

A mais proeminente figura da Igreja Católica de Moçambique causou revolta em ativistas anti-Aids nesta quinta-feira, ao afirmar que camisinhas produzidas na Europa são deliberadamente infectadas com o vírus HIV "para acabar o povo africano".
"Sei que em dois países europeus estão produzindo camisinhas com vírus de propósito", disse em entrevista à BBC o arcebispo Francisco Chimoio.
"Eles querem acabar com o povo africano. Querem colonizar tudo. Se não tomarmos cuidado, estamos liquidados", acrescentou.
O arcebispo, que não detalhou exatamente os responsáveis pela suposta fraude, disse ainda que drogas antirretrovirais também estão sendo contaminadas.
A Igreja de Moçambique se opõe formalmente ao uso de camisinhas para combater a Aids, e prega a fidelidade no casamento ou a abstinência sexual.
"Se quisermos mudar a situação para encarar o HIV/Aids, é necessário adotar uma nova mentalidade. Se não mudarmos nossa mentalidade, estaremos liquidados em breve", acrescentou o arcebispo.
"(A nova mentalidade) significa casamento, fidelidade às suas mulheres e jovens se abstendo das relações sexuais."
Ativistas anti-Aids qualificaram as declarações como "bobagem".
"Há anos utilizamos camisinhas, e ainda achamos que elas são seguras", disse à BBC a ativista moçambicana Marcella Mahanjane.
Já o ativista Gabe Judas, que coordena um grupo de teatro para promover a conscientização sobre o problema, disse:
"As camisinhas são uma das melhores maneiras de se proteger contra a Aids. São uma maneira segura e as pessoas devem usá-las".
O correspondente da BBC em Maputo Jose Tembe disse que as estimativas indicam que a contaminação por HIV afeta mais de 16% da população de 19 milhões de habitantes do país.
Cerca de 500 pessoas são infectadas a cada dia.
O catolicismo é praticado por 17,5% da população moçambicana. De acordo com o correspondente, o arcebispo --um dos facilitadores do acordo de paz que pôs fim a 16 anos de guerra civil em 1992-- é bastante respeitado no país.
In - Folha OnLine/BBC-Brasil - 27/09/07 08:22

Angola e Bissau são lusófonos vistos como mais corruptos.

Lisboa, 26 Set - Angola e a Guiné-Bissau estão empatados em 149º lugar entre os países com pior colocação no índice global de corrupção, na lista com 179 países e territórios divulgada nesta quarta-feira pela ONG Transparency International, posição que coloca as duas nações africanas como as piores de língua portuguesa.
A organização não-governamental explica que o ranking estima o grau de corrupção do setor público percebido por empresariado e analistas dos respectivos países, que responderam um questionário que resultou na pontuação final.
Portugal, na 28ª colocação, é o menos corrupto entre os lusófonos, seguido de Macau e Cabo Verde.
O Brasil, em 72º, vem em seguida, empatado com a China.
Ex-colônia portuguesa, Macau, região especial chinesa, ficou com a 34ª posição, mas é citado entre os países que registraram um "agravamento dos níveis percebidos de corrupção", em relação ao ano anterior.
Cabo Verde conseguiu um honroso 49º lugar na lista, o que o coloca como o segundo melhor africano - o melhor é Botsuana, em 38º. O arquipélago de língua portuguesa tem índices parecidos com países da União Européia, como Eslováquia, Letônia e Lituânia e fica mais de dez posições à frente da Polônia, que está em 61º.
Os demais lusófonos africanos aparecem depois bem abaixo na lista.
Moçambique ficou com a 111ª posição, seguido por São Tomé e Príncipe, na 118ª posição.
Nessa faixa, estão países como Maláui, Ucrânia, Guatemala e Uganda.
Líderes
Entre os dez países percebidos como menos corruptos encontram-se, por ordem decrescente, Cingapura, Suécia, Islândia, Holanda, Suíça, Canadá e Noruega.
Os Estados Unidos aparecem na 20ª posição, enquanto o Iraque é o terceiro pior (177º).
O Afeganistão está um pouco melhor, na 142ª posição do ranking, com 1,8, e o Irã aparece no 131º.
Entre as entidades que contribuem para o estudo estão os bancos de desenvolvimento asiático e africano, a Fundação Bertelsmann, o Banco Mundial, Economist Intelligence Unit, Freedom House, Comissão Econômica das Nações Unidas para África e Fórum Econômico Mundial.
De acordo com a Transparency International, Somália e Mianmar são os países com maiores problemas de corrupção percebidos.
Os resultados deste ano, diz a ONG, demonstram que "o desnível entre os níveis percebidos de corrupção entre países ricos e pobres permanece tão grande como sempre". "Apesar de alguns ganhos, a corrupção continua a desviar recursos muito necessários à educação, saúde e infra-estruturas.
Os países com pontuações mais baixas precisam levar os resultados a sério e tomar medidas para fortalecer a imagem das instituições públicas", afirma Huguette Labelle, diretora da Transparency International.
26-09-2007 17:27:47 - Lusa