Maputo, 15 Out (Lusa) - As autoridades da província de Nampula, no norte de Moçambique, anunciaram a apreensão de 11 mil metros cúbicos de madeira, avaliados em 3,5 milhões de euros (R$ 8,9 milhões), que seriam exportados ilegalmente para a China.
O funcionário do Ministério moçambicano da Agricultura Pedro Mangue afirmou que o material, acondicionado em 531 contêineres, está em toras, uma forma de corte que o governo proibiu desde junho.
A medida pretende frear o corte excessivo de madeira no país e permitir a reposição florestal.
No lote apreendido, foi encontrada madeira de Umbila e Pande cuja exportação em toras é proibida desde 2006.
Oito empresas das províncias de Nampula, Cabo Delgado (norte) e Zambézia (centro) estão supostamente envolvidas na apreensão, afirmou o funcionário do Ministério da Agricultura.
"A madeira já tinha passado de todos os esquemas de controle montados no porto de Nacala, como os serviços de Alfândegas e da Agricultura", disse.
Segundo Pedro Mangue, a mercadoria confiscada será vendida em leilão e os criminosos vão responder no Tribunal Aduaneiro.
"Os madeireiros têm de ser sérios e exercer a atividade com responsabilidade.
Temos de valorizar os nossos recursos".
Os operadores do setor aproveitam a incapacidade das autoridades, em meios materiais e recursos humanos, para promover a exportação de madeira de maneira ilegal e geralmente com destino ao mercado chinês.
Recentemente, as autoridades moçambicanas descobriram que um navio chinês deixou o porto da Beira, na província de Sofala (centro), com um carregamento de 1.894 toras de madeira, supostamente com o aval da Direção Nacional de Terras e Florestas.
A riqueza em madeira de muitos países africanos e a fragilidade no controle da exploração levou os operadores chineses a voltarem-se para a África para suprir procura pela matéria-prima no país asiático.
Lusa-Agência de Notícias de Portugal S.A.-15-10-2007 18:03:19