5/02/08

Brasil colocado na condição de Investment Grade num processo que começou no 2º mandato de Fernando Henrique Cardoso.

(Imagem original daqui. Clique na imagem para ampliar)
.
Em Nova York, a diretora e analista da Standard and Poor’s Lisa Schineller, responsável por ter colocado o Brasil na condição de Investment Grade, disse que o grau alcançado nesta quarta é resultado da estabilidade dos últimos cinco anos, num processo iniciado nos anos 90, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso: "É um processo que começou no fim dos anos noventa, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, com a mudança do câmbio flutuante e controle da inflação e política fiscal. A partir de 2003, com a administração do presidente Lula, houve continuidade, e, há quase dez anos, o Brasil vem cumprindo as metas fiscais".
.
Brasil ganha grau de investimento, mas segue longe do topo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's concedeu ao Brasil, na quarta-feira (30), o patamar de grau de investimento. A decisão representa uma melhora na recomendação do Brasil, que passa a ser considerado investimento seguro para investidores estrangeiros.
A classificação foi comemorada pelo governo, que afirmou que o Brasil "foi declarado um país sério", nas palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A notícia também animou investidores, que levaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a encerrar o mês de abril com recorde histórico, em alta de 6,33%. Com a elevação da nota do Brasil pela S&P – que passou de BB+ para BBB-, o país atinge o primeiro degrau da classificação chamada de 'grau de investimento'. Permanece, no entanto, a nove passos do topo – onde estão países como Estados Unidos e Alemanha, considerados sem risco de inadimplência. Nos degraus acima do Brasil, estão ainda países como Croácia, México, Tailândia, Chile e Itália.
.
Outras agências.
A expectativa agora, segundo o economista-chefe da López León Markets, Flávio Serrano, é de que as outras duas grandes agências de classificação de risco, a Moody's e a Fitch, sigam a indicação da S&P e elevem a nota brasileira. A Moody's dá ao país a nota Ba1, enquanto a Fitch coloca o Brasil no patamar BB+. Nos dois casos, a um passo do grau de investimento. Para Hugo Penteado, economista-chefe do Asset Management do Banco Real, o grau de investimento concedido pela Santandard & Poor's indica que o país está na direção certa em sua política econômica, mas ainda falta uma segunda indicação para não ter restrições de aplicação. "Para o Brasil ser considerado local grau de investimentos, evitando a restrição de aplicação de várias entidades no mundo todo, precisa de uma segunda agência também com nota grau de investimentos nas duas dívidas. A Moodys está perto de fechar esse ciclo, pois já colocou a dívida em moeda estrangeira de longo prazo no grau de investimento", disse.
01/05/2008 - 16h31 - Atualizado em 01/05/2008 - 16h37 - pesquisado na net e no G1 Economia & Negócios.

O Primeiro de Maio já foi e não há o que comemorar - Os perdedores da globalização: classe média e trabalhadores !

(Imagem original daqui. Clique para ampliar)
.
O Radicalismo das Sociedades por Acções.
.
O radicalismo do capitalismo liberal com as suas leis radicais do mercado, em voga, espalha-se como as pragas do Egipto. As consequências vemo-las também nos países em vias de desenvolvimento que, em vez de beneficiarem com o Globalismo do mercado, como seria de esperar, não saem do impasse. A classe média é destruída na Europa, os pobres cada vez se assemelham mais aos pobres da América. O erário público é que tem de socorrer com biliões de Euros para impedir a bancarrota dum mercado financeiro desregulado praticado por bancos e accionistas sem moral.
Precisa-se duma política com lugar para o particular, para o trabalhador. Este, apesar de produzir grande riqueza vê os lucros da empresa serem comidos pela praga dos gafanhotos de instituições de acções, que, apesar da produtividade das empresas, as destroem para satisfazerem a ganância e o desejo de expandir à custa do pequeno. Já o Padre António Vieira dizia: “Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos nem mil para um só grande.”
O problema é que, também, se não pode ter confiança na esquerda porque perdeu o comboio da história não tendo compreendido a nova era do globalismo. Os socialistas, por sua vez, são os melhores saristães do turbo-capitalismo porque o promovem sem que ele fique com remorsos, ainda agarrados a ideias internacionalistas à custa da própria cultura e do povo simples. Ao Centro-direita falta-lhe uma filosofia conservadora consequente moderna e, além do mais, os países pequenos estão condenados a ver a banda passar e o que é desonrante ainda os governos a bater-lhe palmas. É preciso um capitalismo de rosto humano em serviço do humanismo e não só apenas do lucro.
A justiça social, numa economia global, tem que ser acompanhada a nível global por estruturas universais à imagem dos sindicatos que surgiram nas economias nacionais provenientes da revolução industrial.
A injustiça social e as desigualdades entre as elites e o proletário já fazem lembrar o futebol. Os espectadores é que têm de pagar os ordenados exorbitantes dos futebolistas. O que aqui acontece de livre vontade acolá acontece por obrigação. A lógica, porém, é a mesma. O Estado, ao permitir que instituições firam o nervo da honra do trabalhador, torna-se cúmplice e não merece o respeito de quem, apesar do trabalho intensivo, não ganha para ter uma vida digna. Há pessoas que apesar do trabalho ainda estão dependentes do apoio social devido aos pobres.
Na potência que é a Alemanha, o poder de compra dos trabalhadores, desde a Unificação da Alemanha, não sobe.
O pior ainda é que apesar de se assistir ao aumento da pobreza nos países ricos, não se vê uma subida correspondente nos povos em via de desenvolvimento, como seria de esperar com uma boa globalização. Os problemas continuam.
As fronteiras entre uma injustiça aceitável e uma injustiça inaceitável cada vez são menores. Naturalmente que um estado injusto vive melhor de alguns ricos e muitos pobres do que de muitos remediados e poucos ricos. O que lhe importa é o tilintar da moeda nos ministérios da economia e das finanças.
O distanciamento do Estado em relação aos seus cidadãos está a tomar proporções que favorecerão o aparecimento de grupos extremistas por todo o lugar. Os aparelhos militares terão de ser reforçados em tempo previsível.
Por enquanto, os Estados europeus ainda poderiam ter mão nas grandes multinacionais. O capitalismo nacional ainda se deixaria orientar por considerações de solidariedade e de respeito para com os trabalhadores e para com os cidadãos. Os grandes accionistas não têm terra nem têm alma. Só conhecem o deus Mamon. E ao seu serviço querem o homem e a cultura como parte da sua mercadoria.
Além disso os tubarões internacionais são incontroláveis e a pontos de ganharem maior poder que muitíssimos países. Este é, além dum perigo para os trabalhadores, um perigo para as nações.
Urge criar uma cultura da solidariedade em vez da exploração. São precisas medidas que humanizem a globalização. Esta fomenta o medo e desmiola a dignidade humana, pondo a pessoa ao seu serviço e disposição. O trabalho hoje tornou-se inseguro subjugando assim o trabalhador a uma especulação que só pode criar vítimas. A economia de mercado extremista vive bem da carência dos mais fracos. As leis darwinistas da natureza reprimem as leis positivas culturais alcançadas até ao século XX.
É o roubo descarado à natureza e ao homem. Geisler, um político cristão alemão constata: “Quando eu era Secretário Geral do CDU (União da Democracia Cristã) havia o slogan ’Liberdade em vez de Socialismo’. Hoje tinha que se dizer ‘Solidariedade em vez de Capitalismo’”.
Precisa-se duma economia de mercado ecossocial.
- António da Cunha Duarte Justo - Alemanha - In Moçambique para todos.