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8/08/07

QUIRIMBAS - A guerra dos animais...

Cabo Delgado : FADM tentam mitigar conflito Homem/animal.
Estão já em Cabo Delgado os primeiros 15 militares das FADM com a missão de afugentar ou mesmo matar os animais bravios identificados como responsáveis pela morte de pessoas e destruição de culturas dos camponeses no interior do Parque Nacional das Quirimbas, localizado nos distritos centrais da província. Esta informação foi prestada recentemente pelo governador provincial, Lázaro Mathe, que acrescentou que a medida segue-se a uma recente contagem terrestre, a primeira do género, dos animais existentes no Parque Nacional das Quirimbas, cujos primeiros dados numéricos não revelou por alegadamente serem necessárias outras contagens para se aproximarem à realidade da população animal, principalmente de elefantes existente no interior do parque.
De acordo com a fonte, a decisão de pôr militares no terreno para a mitigação do conflito vem igualmente na sequência do cumprimento da orientação central, segundo a qual, em face do grau de instabilidade social que os animais criaram, é necessário tomar medidas conjuntas entre os Ministérios da Defesa Nacional, Interior, Agricultura, Turismo e de Coordenação da Acção Ambiental.
O Parque Nacional das Quirimbas ocupa uma área de aproximadamente 7506 quilómetros quadrados, 5984 dos quais no continente, e estende-se pelos distritos de Quissanga, Metuge, Macomia, Meluco, Ancuabe e Montepuez e interior e distrito insular do Ibo. Trata-se, por outro lado, de uma área em que despontaram empreendimentos turísticos de alta qualidade, bem como estão a ocorrer levantamentos sísmicos visando a descoberta de petróleo ou gás natural.
Nos últimos tempos, os animais, principalmente elefantes, matam pessoas, criando insegurança nas comunidades, assim como se lhes acusa de fomentarem, com macacos e porcos selvagens, a fome, ao destruírem parcial ou completamente as culturas.
Uma outra medida visando a diminuição do conflito, de acordo com dados avançados pelo governador de Cabo Delgado, passa pela construção de barreiras físicas que vão delimitar as regiões onde as populações irão desenvolver normalmente as suas actividades e zonas dos animais bravios, permitindo deste modo que nenhuma das espécies seja prejudicada.
Trata-se de um projecto cujo desenho, feito pela Direcção do Turismo, foi apreciado pelo Governo provincial que, por seu turno, o encaminhou aos órgãos centrais para decisão final. O governador descarta a hipótese disso trazer um novo conflito resultante da impossibilidade de as comunidades explorarem para a sua subsistência os recursos naturais localizados nas zonas vedadas.“São as próprias populações que estão a indicar os locais a vedar”, disse Mathe, para quem as outras regiões com os mesmos problemas, como a faixa do Rovuma, poderão se sentir aliviadas com as actuais medidas, se bem que, disse, os animais usam os mesmos corredores.
Maputo, Quarta-Feira, 8 de Agosto de 2007:: Notícias