Cheguei a Porto Amélia com 3 meses, vinda do horror de Portugal, atravessando um Atlântico feroz, com os submarinos alemães e os destroyers ingleses.
Ali, descobri o Paraíso - e ainda hoje, passados mais de 60 anos de ter deixado a minha querida Porto Amélia, com 4 anos, ainda hoje penso muitas vezes em macua!
Para mim o amendoim continua a ser endeixa, a kizumba e o simba são a hiena e o leão, haraka é depressa!
Lembro sempre a praia da Maringanha - os meus pais deixavam-me pendurada numa cadeirinha de lona, abanando ao vento das casuarinas, e iam tomar banho nas águas cálidas do Índico - e depois assim que comecei a poder pôr-me em pé, também eu chapinhava na água, brincava naquela areia branquíssima!
A nossa casa era na ponta de terra, foi depois vendida aos padres do seminário e transformou-se mais tarde em pensão - era uma casa linda, toda em vidro - do terraço, onde havia a cisterna, podíamos ver as trovoadas em todo o seu esplendor, os macacos que vinham à mangas do quintal, ouvir o leão rugir!
Paula d'Oliveira - 26-07-2004 08:04:48
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