12/01/05

MEMÓRIAS DAS ILHAS DE QUERIMBA...VI


Continuação daqui.

Referiremos, apenas, os versos que consideramos mais representativos e pertinentes para os objectivos do presente número:

EM KIMWANI:

VII
Senhor Governador epa rero catijira
Senhor Governador weto tijiwe cunssequera
Waca na walume pia tijiwe cunfuraira
Na wajire nawo wonse pia walawire nawo cunjira.

XVI
n'cate ya miaka mitano ipitire Wibo ykikuawa
na malundi
Tena ina nuro na kunuinra sana ata we raide
Halauwire nida akija akusaly akaide na akija
n'hene rero acuita cidade

XXVIII
Ofue tichukuro pakulo Governador weto
Kutikopecha n'zuruco kuandala nanhumba yeto
Alhamdulilai rabil halamina tichukuro ka buana
ieto tizidy
Kua naye sana hei Governo ieto.

XXIX
Governo weto atipenda kuelikuele kua
Aquitopoecha n'zuruco quila muno viassaka
Tiwandala manhumba ieto
Inquigua ince ilamuka, siwere kutenda
N'zungu admnistrador weto nanga zaribika.

XXX
Namuna iatipendire Governo ofue kussema atijiwa
Kapareka n'zuruko kawona, kamine Wibo
namuna yambyriwa
Yquiwa inte ya ybo piafua tikopechiwa
tiwandarira manhumba ieto mema awonia.

XXXI
Ofue tissema quinane wema watendire
Senhor administrador Bento
Senhor Governador atissemaia n'de matoto
Wibo aiwere na barabara yla n'jira basse noto noto
Para kuenanda n'ssana na masso ufungure
Ucopa kukuakula m'paca wenende patoto patoto.

XXXII
N'nhumba na barabara na luz pia ziwapo
Samby atijuze kurire neve pya aviquiwapo?
Senhor Governador tiwonere utungw wtitimizire
na ponte neio iwepo
Tipate magibo caribo nanga senhor administrador
Bento aripo.

XXXIII
Senhor administrador Bento katandessa vingue
Nhanhumba akulawa alamuka mengue
Governo aquimpa orde atendessa quino aifika
siko n'hingue
Nhanhumba mihã nato essire atiwalenga.

XXXIV
Sikuandariwa basse na n'hingue tijenguessa
Nhumba mihã nato nezo pya zissa
Tasse zibakire sazinamba kuikissiwa
Ezipa zissa pia nezo zankwikakarywa.

XXXV
Ziwapo zirykwimissywa samby na mawe
Cujlokotywa
Na n'hingue zimissywa na mite na utope
cupatiwa
Falá pyavy juhudi za Administrador weto noto
ari culaviwaiwo.

XXXVI
Fala quiniaruma za senhor administrador weto
N'de aquitafite chikuna, chiripo n'caiamueto
Aquititaia n'guvu yakutenda barabara pamoja
na n'nhumba zeto
Nacussema ka Governo tichiticuna n'caiamo
mweto.

XXXVII
Uwe Governador weto patissiquire camba
kuankuja
Atikukuriwala anta maramoja
Paticala ponce kukutajataja
Nofue tikiwa nahuzune n'ulo wepo kukaua kuja.

XXXVIII
Nihã na juhudy zeto pia tija cucuambira, na
viaticare naho admistrador weto
Pia wssiquira na viamandare cutenda
Pia cutitendera uwe Governador-Geral
Administrador na n'cauaque uwone camba
utassira.

XXXIX
Ofuepá tichanga na masso atikwanduala
Itichanguissa Wibo iweto atimona
Ativige aja camba akwa na wrwma nofwe sana
Nakutionera utungwe saca cuja cussigana.

XLI
Senhor Governador de Distrito Wibo
apenda sana sana
Na senhor administrador Carlos Bento
wacussiquizana
Estrada zitendiwa na luz pia zitawa
Eve muanavinuvi Wibo aviquidaniziriwa.

XLII
Cazi yatendyre sehor Adm. Weto atá
kussema atijiwa
Aquitenda camba preso wacwa
kafunguia
Cwa namuna yacazique walá apaná
ejiwa
Sivijy n'lunguw muanhewe conta quila
quino n'de ejima.

XLIII
Aquitenda 'nguvo paculo iakwajudary Wibo
Catiatia n'guvo pia catica wano
ya Ibo
Namuna yaquitenda kaze na macono iaque
Kussema aibo massikyne
Massiquine kutowa baraca Wibo.

XLIV
Administrador écare pakaia kustare
nhumba muake
Ie na n'cauake kila m'moja
aquicaziquira kuake
Juhwa na n-vula na machaca vikimuicira
muire muaque
Tango atiwene alá atissikire timona
noio iecaiaque.

XLV
Cuita banja na cuestudare senhor adm ei
estrada cutendiwa ianzina sya
dois de jan. na muaca waiaziwe 1970
Iwanwo miaca na miese sita na
suco kume nasaba.

XLVI
Massiquine, massiquine administrador weto
Issaca cuudira nhuma ei Wibo yeto?
Cajisse viaiquissaca culanda
inte zawenzeto
Tiwonerene damby umue
na senhor Governador weto.

XLVII
Na wanaweto ku escola wakizide
kwa m'mbere
Tilomba fadile na culebela ka kurira
senhor governador
Mafalume wakulo wazani mwone
mukkwmbukire
Kawamkussa senhor administrador
manhumba mengue abaquire atimarize.

LVIII
Wibo wemawaque kwassema atissa
Apikire kwa miaca mine cuja sambe
acua inhénhe cabissa
Catajudare senhor Administrador na cufurahica
Senhor Adm.Carlos Bento wema aumuissa.

LXI
Caciquine Wibo ieto ikissaka kwa viema sana
Senhor Adm. Catitaira luz
Nofué timpa mazina awakulungwa wakiwapo
baida muinti mueto wenhe nchima
Na catitaira pia kwakila barabara
nhipia apita once afioma.

LXII
Uwe Governador nculo weto wano wako
tissikire
Iacutissikira basse na utungutihonere
Senhor adm. wako tukulebela utassire
Nenza manhumba yanzire kujenga
noio atimarizire.

LXIII
Umue uafalume uakulo mure mabare ieto
Mutissuamihe chaticossa nde
curira cueto
Tafadale, tafadale ofue wajinga atina dereto
missintikine muno qauidiquica arira chaputo.

LXIV
Tafadali aje senhor admnistrador ua
uruma na moio muema sana
Aquija sana uruma Wibo aitafitiwa tena
Wazungw wengue, uaja na kuona wa
quiona
Fala ehio nakuja, Wibo yanza
kua sana.

LX
Nhenguine zanzire sambyzire
mapicho wawo
Umue mafalume uakulo n'de mussaca
kuijiua kuissa kuwao basse

Atina kacussema
Novi indi kuissa kuwao.

EM PORTUGUÊS:

VII
Senhor Governador- Geral hoje nos visitou
Se Governador- Geral para ti vão sorrisos
Mulheres e Homens agradecidos
Até a quem vos acompanha

XVI
Nos cinco anos do passado, a ilha do IBO
andava de gatas
Satisfeitos estamos até à presente data
Até a população agradece pelo novo cheiro
Dos antigos ausentes, chegando nesta data
chamarão como cidade

XXVIII
Aqui reunidos senhor Governador, agradecidos
estamos pelo empréstimo do dinheiro que nos tem dado para arranjo das nossas palhotas
Muito e muito obrigado, mais uma vez
agradecidos
Que continue a sua ajuda para o nosso bem-estar.

XXIX
Estimados somos pelo nosso Governo
Pelo empréstimo que nos dá conforme o nosso
desejo, para a construção das nossas antigas palhotas que se encontravam em ruínas
E que hoje se encontram em boa conservação.
Sem o muito interesse do nosso administrador nenhum de nós casa teríamos.

XXX
Conforme somos estimados pelo nosso Governo não sabemos até explicar
Tendo a máxima confiança pelo que ouvido
dos habitantes do Ibo, enviou-nos dinheiro
Todos nós fomos abonados, consertando as nossas
casas que hoje são admiradas.

XXXI
Não temos palavras para falar da bondade e do
trabalho que fez o nosso administrador Bento
Senhor Governador de tudo o que estamos a
explicar isto é pouco. A nossa Vila do Ibo nunca teve estradas a não ser caminhos apertados
Mesmo caminhando com os olhos abertos
Tínhamos medo de nos aleijar, só caminhando devagar.

XXXII
Casas, estradas e electricidade já temos
Não podemos chorar se tudo isto não existia?
Para benefício completo senhor Governador a
ponte necessitamos
Que nos dê uma breve resposta resposta antes da
saída do nosso administrador .

XXXIII
Muito fez na ilha o senhor administrador
As ruínas mais antigas da zona urbana algumas
já estão reconstruídas
Recebendo ordens do nosso Governo imediamente
Foram cumpridas
E não se contado com 300 casas já concluídas.

XXXIV
Não só reconstruídas como as que construímos
E as novas 300 palhotas já concluídas
Não incluindo as ainda em construção,
Aquelas são concluídas já habitadas.

XXXV
As novas que estão em construção, o material
está a a ser aprontado
E muitas de pau-a-pique estão sendo maticadas
Destas referidas palhotas do nosso actual
empréstimo, mas devido graças ao nosso
Administrador que nos deixará para sempre.

XXXVI
A grande bondade do nosso administrador
Sempre procurou saber o que se passa e o que
há dentro da nossa Ilha
Com todo o gosto e vontade fizémos estradas e
e nossas palhotas
Comunicado sempre foi o que se passa dentro
da Ilha.

XXXVII
A população do Ibo quando teve conhecimento
da sua vinda
Ansiosos estávamos à sua espera
Onde que estejamos não deixamos de citar o seu
nome
Pela sua demora e vinda estivémos sempre
preocupados.

XXXVIII
Aque unidos pedimos para que falamos da
forma como estamos com o nosso administrador
E de todas as ordens dadas, sempre por ele
são cumpridas
Pedimos ao Senhor G.Geral que nos deixe mais
Tempo o nosso administrador bem como a sua
esposa.

XXXIX
Tristes estamos neste momento e com os olhos
inflamados,
Tristeza essa por não sabermos quem
virá continuar com os melhoramentos do nosso
Ibo
Por não sabermos de que virá terá o mesmo
interesse e a mesma vontade connosco
E de ter muita pena e interesse daquilo que está em andamento

XLI
O nosso Governador de Distrito muito estima
o nosso Ibo
E com grande entendimento do nosso adm.
Carlos Bento
Estradas construídas e luzes eléctricas foram
montadas
Nunca o nosso Ibo teve essa esperança.

XLII
O grande esforço que fez o nosso Adm.
nem sabemos explicar
Trabalhou para o Ibo como se fosse um preso
E com a atrapalhação que ele tem
Ninguém sabe explicar
A não ser Deus Nosso Senhor que está a par de
tudo.

XLIII
Fez um grande esforço e interesse para o nosso
Ibo, tendo toda a população acompanhado tal
esforço
Trabalhava com as suas próprias mãos
Se tal contarmos é uma grande vergonha
Na inveja de alguns o Ibo nunca tem sorte.

XLIV
O senhor Administrador nunca esteve sossegado
na sua residência
A população inteira sempre recorria a ele e à
esposa
Com sol, chuva e sofrimento para ele era o pão de
cada dia
Ele é único porque nunca vimos nem ouvimos um
igual.

XLV
Pelos estudos das estradas organizou uma
banja em
2 de Janeiro de 1970
Quando principiou perfazendo até esta data
2 anos, 6 meses e 17 dias.

XLVI
Coitado, coitado do nosso administrador
O nosso Ibo voltará a atrasar?
Já que estava em andamento como
outras nossas terras vizinhas
Senhores Governadores tenham
Compaixão de nós.

XLVII
Nos estudos os nossos filhos andam
adiantados
Pedimos e choramos perante os senhores
Governadores
Como os maiores pensem e lembrem-se
de todos nós
Pedimos a estadia do nosso administrador para
a conclusão das nossas palhotas.

LVIII
Da beleza do Ibo não acabámos de informar
Quem passou há quatro anos atrás, chegando
hoje desconhece-o
Pela ajuda do nosso administrador Carlos Bento, a
bondade que nos deu far-nos-à renascer.

LXI
Em ritmo seguia a nossa Ilha do Ibo
O nosso Adm. montou-nos luz eléctrica
E pelas estradas que ele abriu demos
nomes dos nossos antepassados
E tendo colocado nas respectivas estradas os
Nomes para serem lidos por quem passar.

LXII
Oiça-nos senhor Governador-Geral
Não só nos oiça como tenha
compaixão de nós
Pedimos para que nos deixe com o nosso adm.
Para nós terminarmos as obras em
execução.

LXIII
Vós grandes autoridades em nossa frente, desculpai-nos pelos nossos choros
Nós aqui reunidos e incultos pedimos as nossas
máximas desculpas
Não desconhecem de que precisa chora
Para todo o mundo.

LXIV
Deus queira que venha um adm. idêntico
ao nosso
Não vindo um igual o Ibo nunca mais se tratará
Porque há muitos que por aqui passaram
, viram, conheceram e nada fizeram
Mas logo com a vinda deste nosso adm.
O nosso Ibo começou a desenvolver.

LXVI
Das novas estradas principiadas não sabemos
o seu final
Vossas Exªs é que saberão informar

Nada mais temos a dizer
Por daqui damos ponto final.

Para além das obras planeadas, algumas já concluídas e outras em fase de concretização, que muito contribuíram para a afirmação da sua auto-estima, a população há muito que sonhava com uma ponte que ligasse o Ibo às terras firmes, tal como se fizera na ilha de Moçambique.

O problema mais uma vez era colocado às mais altas autoridades de Moçambique em visita de trabalho à bicentenária vila do Ibo, sendo o pedido feito nos seguintes termos:
EM KIMWANI:
XXII
Tikulebela pia camba via tijire muinte mueto
Uano uerofi pia na uazungu weto
Tilebela fadile mititaire ponte
hei Wibo eto
Yquipita mikukuta camba inte za
wenzeto.
XXV
Senhor Governador-Geral indinkulungua
wa inte
Tiuankulebelia fadile nofwé kaia
eto ywempo ponte
Mutende n'guvo pia tipate
kaia ieto ponte
XXVII
Wazungu pia mujire ua uakulo
ticikirizeni via tirina tena
Wzune n'kulo kutowwa kupata ponte
Wibo ynte ia mida pakulo
Awa Senhor Governador tukukolane mahulo.
XLIX
Wibo mussasse nhuma achi kissirua
wawa na mama
M´bana quissirua cha n´sumbije
achassiué nhuma?
Muno aquipongola assoqueriwa?
Neie n'de pajuje kupiriwa? Kulamuka
ka quissiriwa sana iwepo ponte
ilungue n´rima.

EM PORTUGUÊS:
XXII
Pedimos mais uma vez aqui reunidos
Em que todos, pretos e brancos
Pedimos um grande favor a V.Exª
Que nos faça uma ponte nesta nossa ilha do Ibo
A passagem de carro que seja como nas outras
terras irmãs.
XXV
Senhor Governador-Geral mais uma vez
Pedimos que na nossa terra uma
ponte de travessia exista
Que nos faça esse grande favor que
satisfeitos por toda a vida estaremos.
XXVII
Meus Senhores de grande honra aqui
reunidos, oiçam os nossos choros
Tremendos para a nossa Ilha mais
antiga não possuir até à data uma ponte
Senhores Governadores ouçam-nos por favor.
XLIX
Como pai e mãe não deixem atrás
a ilha do Ibo
Por que não deixam atrasada a ilha de
Moçambique?
Somos nós rejeitados?
Supomos que não, como o velho Ibo está nas
suas razões de receber o bom trato que merece,
Trato esse que só com uma ponte ligando as terras firmes.
Com a saída do Ibo do autor deste trabalho, as acções ligadas à construção de arruamentos e à melhoria da habitação continuaram.
Mas com o 25 de Abril de 1974 e a independência de Moçambique, o processo foi interrompido. Contudo, a frutuosa experiência ficou, podendo, a qualquer momento e lugar ser retomada.
Semelhante experiência apenas conhecemos em Moçambique, uma realizada na cidade de Nampula, por Alexandre Cancelas.
A par das acções referenciadas, outras tiveram lugar, que neste momento se lembram. Concederam-se empréstimos, com base num outro Fundo (de 25.000$00), a pescadores e a ourives, destinados à aquisição de redes de emalhar para os primeiros e moedas de prata e algum material artesanal para os segundos. Conseguiu-se, igualmente, a cedência gratuita, por parte da Fundação Gulbenkian, de algum material para os ourives. Pelo menor número, aqueles empréstimos não tiveram resultados tão palpáveis como os anteriormente referidos, mas de qualquer modo, contribuíram para a manutenção de duas actividades artesanais com certo peso na economia do Concelho do Ibo.
A experiência aqui relatada, embora tanta vez agradecida publicamente pela população (1), só foi possível devido ao empenhamento e à ajuda dessa mesma e tão generosa população. Ela apenas vale e serve para mostrar como sempre é possível encontrar soluções para problemas que, tanta vezes, parecem insolúveis. Umas vezes por falta de vontade política ou incapacidade das autoridades responsáveis pelo bem-estar da colectividade, outras por insuficiência de meios materiais.
O relativo êxito alcançado pelas acções desenvolvidas na ilha do Ibo, entre 1969 e 1972, nos domínios referenciados, ficou a dever-se à influência conjugada de vários factores:

1 - Haver da parte da autoridade administrativa um razoável poder de observação e de preparação em etnografia, etnologia ou antropologia; que "gostava das populações que servia"; e possuia a capacidade de respeitar e de entender, correctamente, os valores fundamentais que caracterizavam e tipificavam a vida dessas populações, pondo de parte, até onde era, humanamente, possível o seu BIAS, o seu euro-etnocentrismo;

2 - A natureza insular do espaço que serviu de base ao desenvolvimento levado a efeito - limitativo da mobilidade geográfica -, aliada aos sectores de economia praticados, com relevo para a pesca e serviços, que deixavam mais tempo disponível às populações que, assim, aderiam mais, facilmente, às solicitações de cooperação e inter-ajuda que lhes eram dirigidas. Grande parte dos trabalhos foram realizados aos Sábados e Domingos, dias em que a maioria da população activa estava dispensada seus afazeres profissionais. No caso da economia ser, predominantemente, ligada à agricultura as coisas já não seriam tão fáceis, dada as exigências constantes de tempo que tal actividade reclama;

3 - Estar-se perante uma população quase 100,00% islamizada, em que as hierarquias religiosas, ao exercerem uma autoridade e uma influência, quase, sem contestação, desempenharam papel relevante na gestão dos recursos humanos necessários em cada uma das fases dos trabalhos;

4- Ter havido em relação ao projecto um apoio incentivador por parte das autoridades distritais, especialmente, destas, e provinciais que, para além da ajuda financeira, face às suas características inovadoras, na Colónia, prestaram valiosa contribuição na difusão do empreendimento, tanto dentro como fora de Moçambique.


Em todos os países, mas especialmente entre aqueles em que encontramos a denominada pobreza generalizada, existe a potencialidades das populações, muitas vezes em estado latente, que é preciso despertar para as tornar manifestas. A sua ajuda efectiva e participada constituem valiosos recursos que esses países têm de aproveitar, muito sabiamente, para que possam aumentar o bem-estar e qualidade de vida dos seus cidadãos.

A experiência em que o autor deste modesto trabalho participou, e que, aqui, deixa um sucinto testemunho, embora modesta, mostra bem como é possível, com a vontade e cooperação de toda uma Comunidade e seus dirigentes, encontrar soluções para problemas que parecem sem respostas e para as necessidades sem satisfação (2).
(1) - População que nos alcunhou de mzungo m'bara bara, ou seja,o senhor das estradas.
(2) - Aqui não colocamos a questão de saber se se tratava ou não de uma Antropologia ao serviço do Governo Colonial. Trabalho de campo idêntico ao que realizámos no Ibo, foi por nós efectuado em muitas localidades portuguesas, depois de 1975.
Por Carlos Lopes Bento - Antropólogo e Professor Universitário.
Este trabalho teve como base uma Comunicação* apresentada, em 26 de Maio de 1992, no Centro de Estudos Africanos, da Universidade Internacional, no Colóquio temático "Experiência Portuguesa em África. Encontro Multidisciplinar".*A dita Comunicação foi publicada In Separata do Boletim da S.G.L, série 115, nºs 1-12, Jan.-Dez., de 1997, pp 1757.
Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento aqui:
http://geocities.yahoo.com.br/quirimbaspemba/
Clique nas fotos para ampliar.
Conclusão!
A História de Pemba em texto e Imagens é uma nova página da Home Pemba que poderá ser vista aqui - http://geocities.yahoo.com.br/historiapemba/

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