O II Fstival Nacional da Canção e Música Tradicional prossegue hoje, no seu terceiro dia, com uma marcha contra o HIV/SIDA, a realizar-se esta manhã.
É uma manifestação que vai juntar todos os participantes a esta que é uma festa nacional e que reúne grupos provenientes de todo o país.
Sob o lema "Celebrando a Diversidade Cultural Livres do HIV/SIDA", os artistas vão demonstrar a sua solidariedade com os infectados e afectados pela enfermidade.
Será uma marcha que percorrerá as principais avenidas de Pemba, uma cidade que vai deixando clara, de dia para dia, a força de um festival desta dimensão.
Ontem, os artistas estiveram toda a manhã efectuando os ensaios para que hoje e nos dias subsequentes tudo corra de feição e, já no período da tarde, as actividades estiveram divididas entre a Casa de Cultura e o Estádio Municipal.
Aqui, notou-se, relativamente ao primeiro dia do festival, pouca aderência.
Contudo, tudo leva a crer, por aquilo que é tradição da cidade de Pemba, que hoje e amanhã haja uma verdadeira efervescência.
Até aqui todas as actividades decorreram na urbe, mas a partir de hoje a praia do Wimbe vai acolher a canção e música de todo o país, o que vai emprestar outro ambiente a esta estância, visivelmente com poucos turistas nesta altura do ano.
Alguém nos dizia que a fraca afluência de turistas na praia do Wimbe deve-se, em grande parte, à força atractiva das ilhas que ficam perto de Pemba, casos de Ibo, Mamize e outros centros de beleza extraordinária.
Mas, mesmo assim, no Verão as coisas ganham outra dimensão.
Entretanto, voltando ainda ao festival, apesar de ser ainda cedo para se fazer qualquer balanço substancial, os jornalista já se queixam da falta de condições para trabalhar.
Falava-se, por exemplo, da existência de computadores onde seria montada uma sala de Imprensa.
Esses computadores realmente existem, mas não têm impressoras e não estão ligados à Internet.
Outro constrangimento relaciona-se com o transporte, que nem sempre está disponível para a comunicação social, que precisa de se deslocar para os diversos locais onde se realizam actividades relacionadas com o festival.
Isso está a limitar, naturalmente, a possibilidade de se estar mais por dentro dos desenvolvimentos e a horas desejadas.
O próprio Ministro da Educação e Cultura, Aires Ali, reconheceu isso numa conferência de Imprensa que concedeu na última quarta-feira, mas adiantou que "tudo estamos a fazer para que no cômputo geral o resultado venha a ser positivo.
Foi difícil organizar este evento, como todos sabemos.
Tivemos alguns apoios, mas não tanto como desejávamos".
ALEXANDRE CHAÚQUE - Maputo, Sexta-Feira, 28 de Julho de 2006:: Notícias
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Artista desaparecido volta ao convívio.
Este é um episódio de riso.
De dor, também.
Em todos os cantos da cidade de Pemba, fala-se deste homem que, desaparecido no dia 23, dia da chegada da delegação da província de Gaza, regressou, já ao convívio dos seus, no dia 26.
Para alegria e gargalhada de todos.
Porque a estória ganha contornos de sátira.
Do inexplicável.
E muita gente já o diz: o verdadeiro festival aqui em Pemba, é V. S., tal é o seu nome.
Diz-se que em toda a sua vida, este personagem nunca tinha viajado de avião.
Ele foi um dos seleccionados para ir a Pemba participar no II Festival da Canção e Música Tradicional.
E para chegar aqui, tinha que ir de avião, fazendo-o, portanto, pela primeira vez.
É natural que não é só V. S. quem tem medo de avião.
Salazar, antigo chefe do governo português, também tinha e muita gente o tem.
Sendo assim, segundo se conta, num dos momentos em que a aeronave que transportava a delegação de Gaza trespassa nuvens densas e trepida, o homem borrou-se nas calças, dominado pelo medo, provocando, naturalmente, um ambiente desagradável por causa do cheiro.
Outros dizem que essa manifestação biológica de V.S., deu-se quando o avião ia a aterrar.
Sendo assim, olhando para o chão, o homem, com uma idade que ronda os 60 anos, assustou-se, ganhou medo e, acto contínuo, libertou involuntariamente as fezes nas calças.
É então que, chegados a Pemba, a delegação de Gaza foi alojada.
Mas ao longo do trajecto para o IMAP, onde estão hospedados todos os artistas, os colegas de V.S. foram-no vaiando, divertindo-se à custa do seu desgraçado medo.
E assim que, sentindo-se mal com aquela chacotada, resolveu dar uma volta pela cidade, onde terá procurado um local para beber algo.
Só que não voltou mais ao IMAP, indo parar, não se sabe muito bem como, em Mecufe, local que fica há 50 quilómetros da capital de Cabo Delgado.
Aventa-se a hipótese de V. S. ter feito essa distância à pé, pela costa, pensando, numa linguagem de brincadeira, que podia chegar a Gaza por aquele troço e sem precisar de nenhum meio de transporte.
Procuramos por ele na manhã de ontem, para com ele entabularmos uma conversa, mas questões adversas, que vão para além do nosso controlo, não nos possibilitaram trazer a história deste artista.
Mas prometemos trazê-la contada na primeira pessoa.
ALEXANDRE CHAÚQUE, na capital de Cabo Delgado
Maputo, Sexta-Feira, 28 de Julho de 2006:: Notícias
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Acidente mata duas pessoas.
A polícia da República de Moçambique (PRM) a nível da província de Cabo Delgado diz que não vai tolerar qualquer acto que possa perigar a segurança dos participantes do II Festival Nacional da Canção e Música tradicional, que decorre desde quarta-feira em Pemba.
Em causa está o acidente de viação que, no dia de abertura, vitimou, por atropelamento, dois jovens manchando em parte o primeiro dia deste evento.
A Polícia aponta como principal causa desde acidente a condução em estado de embriaguez e o excesso de velocidade por parte do automobilista.
Os malogrados são irmãos estudantes oriundos do distrito de Mueda.
Para além deste, o dia do arranque do festival registou mais três acidentes, dois dos quais envolvendo viaturas mobilizadas para o festival.
Contudo, segundo soube a AIM do director da Ordem e Segurança Pública da PRM em Cabo Delgado, Joaquim Nido, estes acidentes não provocaram vítimas a lamentar.
A PRM considera que o festival está a decorrer normalmente já que desde quarta-feira ontem ninguém teria aparecido a queixar-se de ter sido vítima de uma acção criminal, fora os acidentes acima mencionados.
"Não é dizer que tudo correu totalmente bem. Mas ninguém se queixou de ter sido vítima de alguma acção criminal fora os acidentes aqui mencionados contra os quais a Polícia vai continuar a trabalhar para desencoraja-los", disse o director da Ordem e Segurança Pública da PRM em Cabo Delgado.
A presença policial em Pemba é notória pelo menos em locais de maior concentração de pessoas, principalmente as ligadas ao festival, que termina domingo.
Maputo, Sexta-Feira, 28 de Julho de 2006:: Notícias
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